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O Senhor comissiona Josué

Depois da morte de Moisés, servo do Senhor, o Senhor falou àquele que tinha sido o ajudante de Moisés, e cujo nome era Josué, filho de Num, e disse-lhe: “Moisés, o meu servo, morreu. Leva o povo a atravessar o Jordão para a terra prometida. Digo-te o que disse a Moisés: Toda a terra por onde fores pertencerá a Israel; desde o deserto do Negueve a sul, até às montanhas do Líbano a norte; e desde o mar Mediterrâneo a poente, até ao rio Eufrates no oriente, incluindo toda a terra dos hititas. Ninguém terá força bastante para se opor a ti, enquanto viveres, porque serei contigo tal como fui com Moisés; não te abandonarei nem te desampararei.

Esforça-te e tem ânimo, pois serás bem sucedido na chefia do meu povo; este conquistará toda a terra que prometi aos seus antepassados. Precisas apenas de ser forte e corajoso e obedecer literalmente a toda a Lei que Moisés te deu, visto que se fores cuidadoso no cumprimento da mesma, tudo o resto te correrá bem. Lembra constantemente ao povo este livro da Lei; tu próprio deverás meditar nele, dia e noite, para teres a certeza de que obedeces integralmente ao que nele está escrito, porque só então terás sucesso. Sim, sê ousado e forte! Abandona o medo e a dúvida! Não te deves esquecer que o Senhor, teu Deus, está contigo para onde quer que vás.”

10 Então Josué deu instruções a todos os líderes de Israel 11 que dissessem ao povo para estar pronto para atravessar o rio Jordão. “Daqui a três dias passaremos para o lado de lá, conquistaremos a terra que o Senhor, vosso Deus, vos deu e passaremos a viver ali”, disse-lhes.

12 Depois convocou os líderes das tribos de Rúben, de Gad e da meia tribo de Manassés; 13 e lembrou-lhes o acordo que tinham feito com Moisés que lhes disse: “O Senhor, vosso Deus, deu-vos uma terra aqui no lado oriental do Jordão; 14 por isso, as vossas mulheres, os vossos filhos e o vosso gado podem ficar aqui, mas os homens aptos para combater deverão passar o Jordão com os outros, com todo o seu armamento, à frente de todos os outros, para participar na conquista do território que está na outra margem; 15 só os deixarão para voltarem à sua terra, quando tiverem conquistado todo o território. Só nessa altura se estabelecerão definitivamente nesta margem oriental do Jordão.”

16 Eles concordaram com isto, garantindo que obedeceriam a Josué. 17 “Obedecer-te-emos tal como obedecemos a Moisés”, asseguraram. “E que o Senhor, teu Deus, seja contigo tal como foi com Moisés! 18 Se alguém, seja quem for, se rebelar contra as tuas ordens, deverá morrer. Por isso, vai para a frente com coragem e ânimo!”

Raabe e os espias

Então Josué enviou dois espiões, dali onde se encontravam, no campo israelita em Sitim, para passarem o rio e dar-se conta, secretamente, da situação no outro lado, especialmente em Jericó. Assim que chegaram a uma estalagem dirigida por uma mulher chamada Raabe, que era meretriz, e resolveram passar ali a noite.

No entanto, alguém foi informar o rei de Jericó que alguns israelitas, suspeitos de serem espias, tinham chegado à cidade naquela noite.

Imediatamente, o rei mandou avisar Raabe, para que os entregasse. “São espias”, explicaram-lhe eles. “Foram mandados pelos chefes israelitas para espiar toda a terra.”

Mas ela tinha-os escondido e por isso disse: “Uns homens estiveram cá durante o dia, mas eu não sabia de onde eram. Deixaram a cidade ao anoitecer, quando as portas estavam a fechar-se, e não sei para onde foram. Se se despacharem talvez ainda os apanhem.” Na realidade ela tinha-os feito subir ao terraço da casa e estavam escondidos sob uns fardos de linho que ali estavam a secar. Assim, aqueles homens foram a correr até à beira do vale do Jordão, à procura deles, enquanto era dada ordem para que as portas da cidade se mantivessem fechadas.

Raabe subiu para falar com os espias antes que se deitassem: “Sei muito bem que o Senhor já vos deu esta terra. Estamos todos com medo de vocês; 10 basta só que o nome de Israel seja mencionado para ficarmos aterrorizados. Ouvimos como o Senhor vos abriu um caminho através do mar Vermelho, quando saíram do Egito. Sabemos o que fizeram a Siom e a Ogue, os dois reis amorreus, do outro lado do Jordão, e como os destruíram totalmente. Por essa razão, não é para admirar que estejamos com muito medo! 11 Não há ninguém com ânimo para lutar, depois do que ouvimos, porque o Senhor, vosso Deus, é, na verdade, Deus supremo no céu e na Terra. 12-13 Por isso, quero pedir-vos o seguinte: Jurem-me pelo Senhor que quando conquistarem Jericó, terão misericórdia para comigo e me deixarão com vida, assim como para com toda a minha família. Façam isso, atendendo à ajuda que vos estou a dar, e deem-me um sinal como garantia.”

14 Os homens concordaram. “Se não nos atraiçoares faremos com que tu e a tua família não sofram dano; proteger-vos-emos, se for preciso, com a nossa própria vida”, prometeram. “Quando o Senhor nos entregar esta terra, usaremos de misericórdia e de fidelidade para contigo.” 15 Seguidamente, visto que a casa estava construída sobre a muralha da cidade, desceu-os com uma corda, por uma janela. 16 “Fujam para as montanhas!”, aconselhou. “Escondam-se lá durante três dias, até que os homens que andam à vossa procura tenham voltado. Depois então regressem.”

17 Contudo, antes de partirem, os dois homens ainda lhe disseram o seguinte: “Não poderemos ser responsáveis por aquilo que possa vir a acontecer-te, 18 se não deixares este fio escarlate suspenso na janela, e também se os teus parentes, o teu pai, a tua mãe, irmãos e outros familiares não estiverem escondidos dentro de casa. 19 No caso de saírem para a rua, já não nos responsabilizamos por eles; mas juramos que seja quem for que estiver dentro de casa não será morto nem ferido. 20 Além disso, se nos traíres, o nosso juramento também não nos obrigará a coisa nenhuma.”

21 “Aceito essas condições”, replicou ela. E deixou o fio escarlate pendurado na janela. 22 Os espias dirigiram-se para as montanhas e por lá ficaram três dias, até que aqueles que tinham ido no seu encalço tivessem voltado para a cidade, depois de os terem procurado, em vão, ao longo do caminho até ao Jordão. 23 Só então os dois espias desceram das montanhas, atravessaram o Jordão e relataram enfim a Josué o que lhes tinha acontecido.

24 “O Senhor vai com certeza dar-nos toda esta terra”, disseram eles, “porque as gentes dali morrem de medo por nossa causa.”

A travessia do Jordão

Na manhã seguinte, logo muito cedo, Josué e o povo de Israel deixaram Sitim e vieram até às margens do rio Jordão, onde ficaram acampados durante alguns dias antes de o atravessarem. No terceiro dia foram mandados chefes por todo o acampamento com estas instruções: “Quando virem os sacerdotes levitas transportar a arca da aliança do Senhor, vosso Deus, sigam-na. Nunca fizeram este caminho antes, por isso, precisam que vos guiem. Mantenham uma distância aproximada de um quilómetro entre a arca; tenham cuidado em não se aproximarem mais do que a distância indicada.”

Seguidamente, Josué disse ao povo: “Santifiquem-se, porque amanhã o Senhor fará coisas maravilhosas no vosso meio.”

Pela manhã Josué deu aos sacerdotes estas ordens: “Levantem a arca da aliança e atravessem o rio à nossa frente.” E eles foram, caminhando diante do povo.

“Hoje”, disse o Senhor a Josué, “aumentarei muito a tua autoridade perante todo o povo; porque Israel constatará que eu estou contigo como estive com Moisés. Dá instruções aos sacerdotes, que levam a arca, para que parem mesmo à beira do rio.”

Então Josué convocou toda a gente e disse: “Venham ouvir o que o Senhor, vosso Deus, disse. 10 Hoje vão dar-se conta, seguramente, que o Deus vivo está no vosso meio e que, com toda a certeza, expulsará daquela terra os cananeus, os hititas, os heveus, os perizeus, os girgaseus, os amorreus e os jebuseus; todos os povos que habitam atualmente o território que, em breve, irão ocupar. 11 A arca da aliança de Deus, que é o Senhor de toda a Terra, é que vos conduzirá através do rio! 12 Por isso, elejam doze homens, um de cada tribo, para a tarefa especial que lhes vai ser indicada. 13 Quando os sacerdotes que transportam a arca tocarem na água com os pés, o rio parará de correr, como se as águas estivessem a ser retidas por uma represa; amontoar-se-ão como se uma muralha invencível as retivesse!”

14-15 Acontecia ser a época das colheitas, que correspondia com as cheias do Jordão, em que o rio saía do leito e as águas inundavam os terrenos nas margens. No entanto, logo que o povo se preparou para atravessar o rio e os pés dos sacerdotes que transportavam a arca da aliança entraram na água, 16 imediatamente as águas começaram a amontoar-se como se tivessem encontrado um dique, e isto já muito acima, na cidade de Adão, perto de Zaretã. As águas abaixo desse ponto foram correndo para o mar Salgado[a], até que o leito ficou sem nenhuma água. Então todo o povo passou, no sítio em que o rio mais se aproximava da cidade de Jericó; 17 os sacerdotes que transportavam a arca da aliança do Senhor permaneceram ali, no meio do Jordão, sobre terra sem água, até que toda a gente passou para o outro lado.

Quando o povo passou em perfeita segurança, o Senhor disse a Josué: “Diz aos doze homens escolhidos para executarem a tal tarefa especial, um de cada tribo. Pegue cada um deles numa pedra do sítio onde os sacerdotes permaneceram no meio do Jordão, e levem-nas para construírem um monumento no lugar onde acamparem esta noite.”

Foi assim que Josué convocou os doze homens e lhes disse: “Vão até ao meio do Jordão, onde a arca parou, e cada um traga sobre os ombros uma pedra, doze pedras ao todo, uma por cada uma das doze tribos. Servirão para levantarmos um monumento. Quando no futuro os vossos filhos perguntarem, ‘Que monumento é este?’, terão ocasião de lhes responder assim: ‘É para nos lembrarmos que o rio Jordão parou de correr quando a arca da aliança do Senhor teve de o atravessar.’ Este monumento tornar-se-á um memorial perpétuo para o povo de Israel que lhes recordará este espantoso milagre.”

Os homens fizeram como Josué lhes mandou. Pegaram em doze pedras do meio do rio, uma por cada tribo, segundo a ordem dada pelo Senhor a Josué. Levaram-nas até ao sítio onde acamparam naquela noite e lá as colocaram. Josué mandou colocar outras doze pedras no meio do Jordão, no lugar onde os sacerdotes tinham ficado em pé, enquanto o povo passava; e ali está até ao dia de hoje.

10 Portanto, os sacerdotes que transportavam a arca não saíram dali, do meio do rio, sem que todas estas instruções que o Senhor tinha dado a Josué, ainda por intermédio de Moisés, tivessem sido cumpridas. Entretanto, o povo tinha-se apressado a passar para o outro lado do rio; 11 quando toda a gente passou, ficaram a observar os sacerdotes levando a arca no meio do rio. 12 As tropas de Rúben, de Gad e da meia tribo de Manassés, com todo o seu armamento, segundo as determinações dadas por Moisés, 13 que eram formadas por 40 000 homens de guerra que formavam o exército do Senhor, nas ações militares através das campinas de Jericó.

14 Foi um dia muito importante na vida de Josué. O Senhor concedeu-lhe grande prestígio aos olhos de todo o povo de Israel e respeitaram-no tanto como a Moisés, não só naquela altura, mas por toda a sua vida. 15 Porque foi Josué quem, a mandado do Senhor, 16 deu as instruções aos sacerdotes que transportavam a arca do testemunho. 17 “Subam agora do rio”, foi a ordem que o Senhor lhe deu para que a transmitisse. Josué comunicou esta ordem, 18 e logo que os sacerdotes que carregavam a arca da aliança do Senhor saíram do leito do Jordão, as águas começaram a correr como normalmente, transbordando nas margens como antes.

19 Este milagre deu-se no décimo dia do primeiro mês[b]. Foi nesse dia que toda a nação passou o Jordão, tendo acampado em Gilgal, a oriente da cidade de Jericó. 20 E nesse sítio as doze pedras do Jordão foram erguidas como monumento. 21 Josué explicou-lhes de novo o propósito daquelas pedras: “No futuro, quando os vossos filhos vos perguntarem porque é que estão aqui estas pedras, e o que representam, 22 hão de responder-lhes que são um memorial que recorda o maravilhoso acontecimento de toda a nação de Israel ter atravessado o Jordão por terra seca. Deverão contar-lhes 23 como o Senhor, vosso Deus, secou o rio, ali sob os vossos olhos, e o manteve seco enquanto todos passávamos. Foi a mesma coisa que o Senhor fez com o mar Vermelho. 24 E fez isso para que todas as nações da Terra se dessem conta de que o Senhor é o Deus poderoso e para que todos vocês o temam para sempre.”

A circuncisão em Gilgal

Quando as nações da banda ocidental do Jordão, os amorreus e os cananeus que viviam, estes últimos, na costa do Mediterrâneo, ouviram que o Senhor tinha secado o rio Jordão para que o povo de Israel pudesse passar, perderam completamente o alento e ficaram paralisados de terror.

2-3 O Senhor disse a Josué que reservasse um dia para circuncidar a população masculina de Israel. O Senhor deu-lhes instruções para fazerem facas de pedra, próprias para esse fim e o local onde o rito da circuncisão teve lugar ficou a chamar-se Colina dos Prepúcios.

4-5 A razão da cerimónia da circuncisão foi a seguinte: apesar de todos os homens que saíram do Egito, com idade para pegar em armas, terem sido circuncidados, toda essa geração morrera durante a travessia do deserto e nenhum dos rapazes entretanto nascidos tinha passado por esse rito. Porque a nação de Israel percorrera o deserto, andando em várias direções, durante 40 anos, até que todos os homens com idade para o combate, na altura em que deixaram o Egito, morreram, visto não terem obedecido ao Senhor que lhes dissera que não haveriam de entrar na terra que prometera a Israel, uma terra onde jorra leite e mel. Foi pois essa a razão por que Josué circuncidou os filhos deles, os homens que tinham crescido para tomarem o lugar dos pais.

8-9 E o Senhor disse a Josué: “Hoje coloquei fim[c] à vergonha de não serem cicuncidados.” O local onde isto foi feito chamou-se Gilgal (retirar) e é assim chamado até hoje. Após a cerimónia, a nação inteira repousou no acampamento até que as feridas sarassem.

10 Enquanto estavam acampados ali em Gilgal, nas planícies de Jericó, celebraram a Páscoa na noite do dia 14 do mês. 11 No dia seguinte começaram a comer dos frutos e dos cereais dos campos que invadiram, tendo feito pães sem fermento. 12 Nesse dia, o maná deixou de cair e nunca mais ninguém o achou. Portanto, a partir dessa altura passaram a comer das searas de Canaã.

A conquista de Jericó

13 Numa ocasião em que Josué estava perto da cidade de Jericó, apareceu-lhe um homem com uma espada desembainhada. Josué avançou para ele e perguntou: “És amigo ou inimigo?”

14 Ele respondeu: “Não. Sou o comandante do exército do Senhor e acabo de chegar.”

Josué prostou-se diante dele, adorou-o e disse: “Dá-me as tuas ordens.”

15 “Descalça-te, porque este terreno é santo.” E Josué obedeceu.

Os portais de Jericó eram mantidos completamente fechados, pois o povo estava cheio de medo dos israelitas e não deixavam ninguém entrar nem sair. Mas o Senhor disse a Josué: “Jericó, o seu rei e todos os seus valentes guerreiros encontram-se praticamente derrotados, porque já os entreguei nas vossas mãos. O vosso exército, com todos os seus efetivos, deverá rodear a cidade uma vez por dia durante seis dias seguidos. Sete sacerdotes levarão a arca, cada um deles com uma trombeta feita de chifre de carneiro. No sétimo dia darão a volta à cidade sete vezes, com os sacerdotes tocando as trombetas. Então, quando soprarem um longo e alto toque, todo o povo deverá gritar com muita força. Nessa altura, as muralhas da cidade cairão e poderão lá entrar por todos os lados.”

6-9 Josué convocou os sacerdotes e deu-lhes instruções: os homens armados conduziriam o cortejo, seguidos de sete sacerdotes soprando continuamente as trombetas. Atrás deles deveriam seguir os sacerdotes transportando a arca da aliança; fechando o cortejo, à retaguarda, seguiria um contingente.

10 “Ninguém falará, nem dirá nada; só se ouvirão as trombetas a tocar”, ordenou Josué. “Não dirão sequer uma palavra até que vos diga para gritarem; então gritem!” 11 A arca rodeou a cidade uma vez nesse dia e depois toda a gente regressou ao acampamento para passar a noite. 12 Ao amanhecer, Josué levantou-se e os sacerdotes pegaram na arca do Senhor. 13 Os sete sacerdotes que tocavam trombeta iam à frente da arca do Senhor. Adiante deles iam os guerreiros e o resto do exército seguia atrás da arca. Durante a marcha, jamais deixaram de tocar as trombetas. 14 No segundo dia, deram novamente uma volta à cidade e regressaram ao acampamento. E fizeram o mesmo durante seis dias.

15 Na manhã do sétimo dia fizeram o mesmo, mas desta vez rodearam a cidade não uma, mas sete vezes. 16 À sétima vez, quando os sacerdotes tocaram um som alto e prolongado com as trombetas, Josué bradou ao povo, “Gritem! O Senhor deu-nos a cidade!” 17 Anteriormente tinha-lhes dito: “Matem toda a gente, à exceção de Raabe, a meretriz, e de todos os que estiverem na sua casa, pois protegeu os nossos espias. 18 Não fiquem com coisa nenhuma do saque; tudo deverá ser destruído. Se assim não fizerem, cairá a desgraça sobre a nação de Israel. 19 No entanto, a prata e o ouro, os utensílios de bronze e de ferro, tudo isso será consagrado ao Senhor e deverá ser levado para o seu tesouro.”

20 Assim, quando todo o povo ouviu o toque das trombetas, gritaram tão alto quanto podiam e, repentinamente, as muralhas de Jericó ruíram; caíram na sua frente. O povo de Israel irrompeu sobre elas, penetrando na cidade por todos os lados e conquistou-a. 21 Destruíram tudo pela espada; homens e mulheres, novos e velhos, bois, cordeiros e jumentos.

22 Josué disse aos dois espias, “Mantenham a vossa palavra, quanto à promessa que fizeram, e recolham a meretriz e os que estão com ela.”

23 Os homens foram e trouxeram-na, a ela e ao pai e à mãe, aos irmãos e outros parentes que lá se encontravam. E deixaram-nos ficar a viver fora do acampamento de Israel. 24 Os israelitas queimaram a cidade e tudo o que ali havia, exceto a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro, que foram levados para o tesouro da casa do Senhor. 25 Josué salvou Raabe, a meretriz, e os parentes que estavam com ela dentro de casa, os quais vivem ainda hoje entre os israelitas, pois escondeu os espias que Josué enviara a Jericó.

26 Então Josué declarou uma maldição sobre quem viesse a reconstruir Jericó, advertindo que, quando os seus fundamentos fossem repostos, o filho mais velho do construtor haveria de morrer e que, quando as suas portas fossem montadas, seria o filho mais novo desse alguém que morreria.

27 Desta forma, o Senhor estava com Josué e o seu nome tornou-se famoso por toda a parte.

Footnotes

  1. 3.16 Também conhecido como mar Morto.
  2. 4.19 Mês de Abibe ou Nisan. Entre a lua nova do mês de março e o mês de abril.
  3. 5.8-9 A ideia aqui presente, é de que Deus retirou do meio deles a humilhação de não terem sido circuncidados no deserto. Daí Gilgal.

Josué despede-se

23 Muito tempo depois, após o Senhor ter dado êxito ao povo de Israel na sua luta contra os inimigos, Josué, que era já bastante idoso, chamou os chefes de Israel, anciãos, juízes, altos magistrados, e disse-lhes: “Já estou velho. Têm visto tudo o que o Senhor, vosso Deus, tem feito por vocês durante a minha vida; tem combatido contra os vossos inimigos e deu-vos a terra deles. Dividi entre vocês a terra dessas nações, mesmo daquelas que ainda não foram conquistadas, para além das que já tinham destruído; toda a terra, desde o rio Jordão até ao Mediterrâneo, será vossa. O Senhor, vosso Deus, expulsará todos os povos que ali vivem atualmente, para que possam habitar naquele lugar como vos prometeu.

Contudo, tenham muito cuidado em cumprir todas as instruções escritas no livro da Lei de Moisés; não se desviem delas nem um bocadinho. De maneira nenhuma se misturem com os povos indígenas que ainda permanecem na terra; nem sequer façam referência aos seus deuses, e muito menos jurem nem garantam nada por eles, nem lhes prestem culto. Antes sigam o Senhor, vosso Deus, como têm feito até agora.

Ele baniu da vossa frente grandes e poderosas nações e ninguém tem sido capaz de vos derrotar. 10 Cada um foi capaz de pôr em fuga mil dos vossos adversários, visto que era o Senhor, vosso Deus, quem combatia por vocês, como vos tinha prometido. 11 Portanto, ponham todo o zelo em amar o Senhor, vosso Deus.

12 Se não o fizerem, e começarem a associar-se com as nações à volta e a casarem-se com eles, 13 então poderão ter a certeza de que o Senhor, vosso Deus, não mais expulsará estas nações da vossa terra; pelo contrário, tornar-se-vos-ão como armadilhas, espinhos na carne, grãos de terra nos olhos, e vocês acabarão por desaparecer desta boa terra que o Senhor, vosso Deus, vos deu.

14 Em breve irei pelo caminho que leva tudo o que vive na terra; morrerei. Sabem muito bem que todas as promessas que o Senhor, vosso Deus, vos tem feito se têm cumprido. 15 Mas tão certo como o Senhor, vosso Deus, vos tem dado todas as boas coisas que vos prometeu, assim também permitirá que o mal vos aconteça se lhes desobedecerem. 16 Pois se forem infiéis à aliança que o Senhor, vosso Deus, fez com vocês, e se adorarem outros deuses, o Senhor expulsar-vos-á desta boa terra que vos deu. A sua ira se levantará contra vocês e rapidamente perecerão.”

A aliança é renovada em Siquem

24 Então Josué convocou todo o povo de Israel para virem a Siquem, acompanhados dos seus anciãos, magistrados e juízes. E assim vieram apresentar-se perante Deus.

Josué falou-lhes desta maneira. “Diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Os vossos antepassados, incluindo Tera, o pai de Abraão e de Naor, viviam a oriente do rio Eufrates; eles adoravam outros deuses. Mas eu tirei o vosso pai Abraão daquela terra dalém do rio e trouxe-o para esta terra de Canaã, tendo-a dado aos seus descendentes através de Isaque, seu filho. A Isaque dei Jacob e Esaú. A Esaú dei a região montanhosa de Seir, enquanto que Jacob e seus filhos foram para o Egito.

Depois enviei Moisés e Aarão que trouxeram terríveis pragas sobre o Egito e posteriormente tirei de lá o meu povo como gente livre. Quando chegaram ao mar Vermelho, os egípcios perseguiram-nos com carros de combate e cavalaria. Mas Israel clamou a mim por auxílio e coloquei uma escuridão entre eles e os egípcios; fiz com que o mar caísse sobre eles, submergindo-os. Vocês bem viram o que lhes fiz. A partir daí Israel passou a viver no deserto durante muitos anos.

Finalmente, trouxe-os para a terra dos amorreus, no outro lado do Jordão; eles combateram contra vocês, mas destruí-os e dei-vos aquela terra. Então o rei Balaque, filho de Zípor, de Moabe começou uma guerra contra Israel e pediu a Balaão, filho de Beor, para vos amaldiçoar. 10 Mas eu não permiti que tal acontecesse; em vez disso, fiz com que vos abençoasse. E assim livrei Israel das suas mãos.

11 Posteriormente, atravessaram o rio Jordão e vieram até Jericó. A gente da cidade combateu-vos; o mesmo fizeram muitos outros; os amorreus, os perizeus, os cananeus, os hititas, os girgaseus, os heveus e os jebuseus, mas eu fiz com que vocês os vencessem. 12 Enviei vespões à vossa frente que puseram em fuga os dois reis dos amorreus e o seu povo. Não foram as vossas armas que vos trouxeram a vitória. 13 Dei-vos terra que não cultivaram e cidades que não edificaram, essas onde vivem agora. Dei-vos igualmente vinhas e olivais para se alimentarem, mas que vocês não plantaram.’

14 Por isso, temam o Senhor e sirvam-no com sinceridade e integridade. Rejeitem para sempre os ídolos que os vossos antepassados adoravam, dalém do rio Eufrates e no Egito. Adorem só o Senhor. 15 Se não estiverem dispostos a servir o Senhor, decidam hoje quem querem servir. Será os deuses dos vossos antepassados, dalém do Eufrates, ou os deuses dos amorreus, aqui desta terra? Quanto a mim, eu e a minha casa serviremos o Senhor!”

16 E todo o povo respondeu: “Que nunca nos aconteça deixar o Senhor para servir a outros deuses! 17 O Senhor, nosso Deus, foi quem resgatou os nossos pais da escravidão da terra do Egito. É o Deus que fez poderosos milagres à vista de Israel, enquanto andávamos pelo deserto, e nos protegeu dos nossos inimigos quando atravessámos a terra deles. 18 Foi o Senhor que expulsou os amorreus e os outros povos que aqui viviam. Sim, nós escolhemos o Senhor; só ele é o nosso Deus!”

19 Apesar disso, Josué tornou a replicar ao povo: “Vocês não têm naturalmente capacidades para servirem o Senhor Deus, pois é santo e zeloso e não pode passar por cima da vossa rebelião e dos vossos pecados. 20 Se o abandonarem e servirem a outros deuses, voltar-se-á contra vós e destruir-vos-á, ainda que tenha cuidado de vocês durante este longo tempo.”

21 Contudo, o povo voltou a retorquir: “Nós escolhemos o Senhor!”

22 “Vocês mesmos são testemunhas do que acabam de proferir”, disse Josué, “e de que escolheram servir ao Senhor.” O povo respondeu: “Sim, somos testemunhas!”

23 “Pois bem, terão que destruir todos os ídolos que há no vosso meio e voltem-se com todo o coração para o Senhor Deus de Israel.”

24 “Adoraremos e serviremos só ao Senhor, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz”, foi a resposta.

25 Então Josué fez uma aliança com eles, nesse dia em Siquem, levando-os a um compromisso entre eles e Deus; e deu-lhes leis e preceitos. 26 Josué registou a resposta do povo no livro da Lei de Deus. Pegou num grande rochedo e pô-lo sob o carvalho que estava junto ao tabernáculo, para que servisse de memorial daquele ato.

27 Josué disse a todo o povo: “Este rochedo ouviu tudo o que o Senhor disse; por isso, servirá de testemunho contra vós, no caso de não virem a cumprir a vossa palavra.”

28 Por fim, despediu o povo para que regressasse aos seus lares, nas suas terras.

A morte de Josué

29 Pouco tempo depois, Josué, filho de Num, faleceu com a idade de 110 anos. 30 Foi enterrado na sua própria terra, em Timenate-Sera, nas colinas de Efraim, a norte do monte Gaás.

31 Os israelitas serviram ao Senhor durante todo o tempo da vida de Josué e dos outros anciãos, gente idosa que tinha testemunhado diretamente as coisas maravilhosas que o Senhor fizera por Israel.

32 Os restos mortais de José, que o povo de Israel trouxera consigo, quando deixaram o Egito, foram enterrados em Siquem, na parcela de terreno que Jacob comprara por cem peças de prata aos filhos de Hamor. Essa parcela de terra estava agora situada no território doado precisamente às tribos de José.

33 Eleazar, filho de Aarão, também faleceu e foi sepultado nas colinas de Efraim em Gibeá, a cidade que fora dada ao seu filho Fineias.