Mateus 17
Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version
A transfiguração de Jesus
(Mc 9.2-13; Lc 9.28-36)
17 Seis dias depois, Jesus chamou a Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou em privado para um alto monte. 2 Ali, Jesus mudou a sua aparência diante deles: o seu rosto brilhava como o sol e as suas roupas se tornaram brancas como a luz. 3 De repente, Moisés e Elias também apareceram diante deles e ambos começaram a conversar com Jesus. 4 Pedro, então, disse a Jesus:
—É bom que nós estejamos aqui, Senhor! Se quiser eu posso construir aqui três tendas: uma para o senhor, uma para Moisés e outra para Elias.
5 Pedro mal tinha acabado de falar quando uma nuvem brilhante apareceu e os envolveu. E da nuvem também vinha uma voz que dizia:
—Este é o meu Filho! Eu o amo muito e ele me dá muita alegria. Ouçam-no!
6 Quando os discípulos de Jesus ouviram aquilo, ficaram com tanto medo que caíram de joelhos. 7 Jesus, então, se aproximou e, tocando neles, lhes disse:
—Levantem-se! Deixem de ter medo!
8 Quando eles olharam, não viram mais ninguém a não ser Jesus.
9 Ao descerem do monte, Jesus ordenou aos seus discípulos:
—Não digam nada a ninguém a respeito do que vocês viram até que o Filho do Homem tenha sido ressuscitado dos mortos.
10 Então os discípulos perguntaram:
—Por que os professores da lei dizem que Elias deve vir antes do Cristo?[a]
11 E Jesus lhes respondeu:
—De fato, Elias virá e colocará todas coisas em ordem. 12 Eu, porém, lhes digo que Elias já veio e não o reconheceram. Ao contrário! Eles fizeram com ele o que quiseram e agora tratarão o Filho do Homem exatamente da mesma maneira. 13 Então os seus discípulos entenderam que Jesus estava falando a respeito de João Batista.
Jesus cura um rapaz possuído por um demônio
(Mc 9.14-29; Lc 9.37-43a)
14 Quando voltaram para junto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus e, ajoelhando-se aos seus pés, 15 disse-lhe:
—Senhor, tenha piedade do meu filho, pois ele tem ataques e sofre terrivelmente. Ele frequentemente cai no fogo ou na água, 16 e eu o trouxe aos seus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo.
17 Jesus, então, lhe disse:
—Gente sem fé e desviada! Até quando terei de ficar com vocês? Até quando terei de suportá-los? Tragam o menino aqui.
18 Jesus deu uma ordem e o demônio saiu do menino; e, no mesmo instante, ele ficou curado.
19 Os discípulos de Jesus se aproximaram então dele em particular e lhe perguntaram:
—Por que nós não fomos capazes de expulsar aquele demônio?
20 E Jesus lhes respondeu:
—Porque a sua fé é pequena! Digo a verdade a vocês: Se a sua fé fosse do tamanho de uma semente de mostarda[b], poderiam dizer a este monte: “Vá daqui para lá” e ele iria. Nada lhes seria impossível. 21 [c]
Jesus fala de sua morte pela segunda vez
(Mc 9.30-32; Lc 9.43b-45)
22 Mais tarde, os discípulos de Jesus se reuniram na Galileia. Nessa ocasião, Jesus lhes disse:
—O Filho do Homem vai ser entregue à vontade dos homens 23 e estes o matarão, mas ao terceiro dia ele ressuscitará!
Ao ouvirem aquilo, os discípulos de Jesus ficaram muito tristes.
Jesus e os impostos
24 Quando Jesus e seus discípulos entraram na cidade de Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto do templo se aproximaram de Pedro e lhe perguntaram:
—O professor de vocês não paga o imposto do templo[d]?
25 E Pedro lhe respondeu:
—Sim, paga!
Pedro foi para a casa onde Jesus estava e, antes que pudesse falar, Jesus lhe perguntou:
—Simão, o que você acha? De quem os reis da terra cobram impostos e taxas: dos seus próprios filhos, ou dos estranhos?
26 E Pedro, então, lhe respondeu:
—Dos estranhos.
E Jesus lhe disse:
—Os filhos, então, estão isentos. 27 Nós, porém, não queremos ofender as autoridades. Por isso vá até o lago, jogue o seu anzol e puxe o primeiro peixe que você pescar. Na boca dele você encontrará uma moeda[e] que dará para pagar o seu imposto e o meu. Pegue-a e entregue a eles por mim e por você.
Footnotes
- 17.10 Ver Ml 4.5-6.
- 17.20 semente de mostarda Esta semente pequenina produz uma planta mais alta que um homem.
- 17.21 Alguns manuscritos gregos acrescentam o versículo 21: “Este tipo de espírito é expulso somente por oração e jejum”.
- 17.24 o imposto do templo Literalmente, “as duas dracmas”.
- 17.27 uma moeda Literalmente, “uma estatera”. Esta moeda equivalia a quatro dracmas.
Mateus 26-28
Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version
O plano para matar Jesus
(Mc 14.1-2; Lc 22.1-2; Jo 11.45-53)
26 Depois que Jesus acabou de ensinar todas essas coisas, disse aos seus discípulos:
2 —Vocês sabem que daqui a dois dias será comemorada a Páscoa; nesse dia o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.
3 Nesse meio tempo os líderes dos sacerdotes e os líderes do povo se reuniram na residência de Caifás, o sumo sacerdote. 4 Nessa reunião planejaram um meio de prender Jesus à traição, para que depois pudessem matá-lo. 5 Eles, porém, diziam entre si:
—Não vamos prendê-lo durante a festa da Páscoa, porque se o fizermos o povo pode se revoltar.
Uma mulher honra Jesus em Betânia
(Mc 14.3-9; Jo 12.1-8)
6 Jesus estava na cidade de Betânia, na casa de Simão, o leproso, 7 quando uma mulher chegou. Ela carregava um vaso feito de alabastro, e este estava cheio de um perfume muito caro. Ela se aproximou de Jesus enquanto Ele estava à mesa e derramou todo o perfume sobre a sua cabeça. 8 Quando os discípulos viram aquilo, ficaram zangados, e perguntaram:
—Por que este desperdício? 9 Esse perfume poderia ter sido vendido por muito dinheiro, e esse dinheiro poderia ter sido dado aos pobres!
10 Jesus, porém, vendo aquilo, lhes disse:
—Por que vocês estão aborrecendo esta mulher? Ela me fez uma coisa muito boa. 11 Os pobres estarão sempre com vocês,[a] mas eu não. 12 Ao derramar este perfume sobre mim, ela preparou o meu corpo para o enterro. 13 Digo a verdade a vocês: Em todos os lugares onde as Boas Novas forem anunciadas, será contada também a história do que essa mulher fez hoje. Dessa forma ela será lembrada em todo o mundo.
Judas concorda em ajudar os inimigos de Jesus
(Mc 14.10-11; Lc 22.3-6)
14 Então, Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi falar com os líderes dos sacerdotes. Ele lhes disse:
15 —Quanto vocês me pagam se eu lhes entregar Jesus?
Os sacerdotes lhe deram trinta moedas de prata 16 e, desse momento em diante, Judas passou a procurar uma boa chance para entregar a Jesus.
Os preparativos para a Páscoa
(Mc 14.12-21; Lc 22.7-14,21-23; Jo 13.21-30)
17 No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram:
—Onde quer que nós preparemos tudo para a Páscoa?
18 E ele, então, respondeu:
—Vão até a cidade. Lá vocês encontrarão um homem; digam-lhe que o Mestre manda dizer o seguinte: “A minha hora está chegando! Meus discípulos e eu vamos comemorar a Páscoa em sua casa”.
19 Os discípulos fizeram exatamente o que Jesus lhes tinha dito e prepararam tudo para a Páscoa.
Jesus indica seu traidor
20 Quando anoiteceu, Jesus e seus doze discípulos se colocaram à mesa para jantar. 21 Enquanto comiam, Jesus lhes disse:
—Digo a verdade a vocês: Um de vocês vai me trair.
22 Todos ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar:
—Senhor, não acha que sou eu, acha?
23 Mas Jesus, então, lhes disse:
—Quem vai me trair é aquele que molha o pão no prato comigo. 24 O Filho do Homem será traído. As Escrituras dizem que isso vai acontecer. Porém, ai daquele que vai traí-lo! Seria melhor que ele nunca tivesse nascido!
25 Então, Judas, que era o traidor, perguntou a Jesus:
—Mestre, não acha que sou eu, acha?
Mas Jesus lhe respondeu:
—Você está dizendo isso.
A Ceia do Senhor
(Mc 14.22-26; Lc 22.15-20; 1Co 11.23-25)
26 Enquanto comiam, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus por ele. Depois, partindo-o, o deu a seus discípulos, dizendo:
—Peguem e comam; isto é o meu corpo.
27 Em seguida, Jesus pegou o cálice e deu graças a Deus por ele. Depois, passando-o a seus discípulos, lhes disse:
—Bebam deste cálice, todos vocês. 28 Isto é o meu sangue, que sela a aliança entre Deus e seu povo. Esse sangue é derramado em favor de muitos para que Deus perdõe os pecados deles. 29 Digo isto pois nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beba com vocês o novo vinho no reino do meu Pai.
30 Então, depois de terem cantado um hino, eles foram para o monte das Oliveiras.
Jesus diz que Pedro vai negá-lo
(Mc 14.27-31; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38)
31 E Jesus disse então aos seus discípulos:
—Esta noite todos vocês não vão crer mais em mim, porque as Escrituras dizem:
“Eu matarei o pastor,
e as ovelhas do rebanho fugirão”.(A)
32 —Porém, depois que eu ressuscitar, irei à frente de vocês para a Galileia.
33 Pedro, então, disse a Jesus:
—Mesmo que todos o abandonem, eu nunca o abandonarei.
34 Ao ouvir aquilo, Jesus lhe disse:
—Digo-lhe a verdade: Ainda hoje à noite, antes mesmo que o galo cante, você negará três vezes que me conhece.
35 Pedro, porém, respondeu:
—Eu nunca o abandonarei, mesmo que tenha de morrer com o senhor.
E todos os outros discípulos disseram a mesma coisa.
Jesus ora sozinho
(Mc 14.32-42; Lc 22.39-46)
36 Depois disso, tanto Jesus como seus discípulos foram para um lugar chamado Getsêmani, e lá ele lhes disse:
—Sentem-se aqui, enquanto vou até ali adiante para orar.
37 Jesus levou junto Pedro e os dois filhos de Zebedeu. Depois, ele começou a sentir uma grande tristeza e aflição. 38 Então lhes disse:
—Estou tão triste que me sinto como se estivesse morrendo! Fiquem aqui e vigiem comigo.
39 Ele foi um pouco mais adiante, se ajoelhou e orou, dizendo:
—Meu Pai, se for possível, afaste de mim este cálice de sofrimento. Porém, não seja feito o que eu quero, mas sim o que o senhor quer.
40 Depois voltou para onde os três discípulos estavam e os encontrou dormindo. Então disse a Pedro:
—Será possível que vocês não conseguem ficar acordados comigo nem ao menos por uma hora? 41 Vigiem e orem para que vocês não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas o corpo é fraco.
42 Pela segunda vez Jesus foi e orou, dizendo:
—Meu Pai, se não for possível que este cálice de sofrimento seja afastado de mim sem que eu o beba, que seja feita a sua vontade.
43 E, voltando para onde os três discípulos estavam, os encontrou novamente dormindo, pois seus olhos estavam pesados. 44 Jesus tornou a se afastar deles e foi orar novamente, repetindo as mesmas palavras. 45 Depois ele voltou para onde os discípulos estavam, e lhes disse:
—Vocês ainda estão dormindo e descansando? Olhem, chegou a hora! O Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. 46 Levantem-se, vamos embora! O traidor está chegando.
Jesus é preso
(Mc 14.43-50; Lc 22.47-53; Jo 18.3-12)
47 Jesus mal tinha acabado de falar aquelas palavras, quando Judas, um dos doze discípulos, chegou. Havia muitos homens com ele e todos carregavam espadas ou cacetes. Eles tinham sido enviados pelos líderes dos sacerdotes e pelos líderes do povo. 48 O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: “Vocês podem prender o homem que eu beijar o rosto, pois é ele”. 49 E, sendo assim, Judas se aproximou de Jesus e lhe disse:
—Olá, Mestre!—e beijou o seu rosto. 50 Jesus, porém, respondeu:
—Faça de uma vez o que você veio fazer, amigo.
E nesse momento os soldados se aproximaram, pegaram Jesus e o prenderam.
51 Um dos homens que estava com Jesus sacou a sua espada, atacou um dos servos do sumo sacerdote e lhe cortou a orelha. 52 Jesus, então, lhe disse:
—Guarde a sua espada, pois todos os que usam a espada serão mortos pela espada. 53 Será que você não entende que eu poderia orar ao meu Pai e ele me mandaria, neste exato momento, mais de doze tropas de anjos? 54 Porém, se fizesse isto, como se cumpririam as passagens das Escrituras que dizem que isso deve acontecer?
55 E naquele momento Jesus disse aos homens que tinham ido prendê-lo:
—Por que vocês vieram me prender com espadas e cacetes, como se eu fosse um bandido? Por que é que vocês não me prenderam quando eu estava no templo? Eu não ia lá todos os dias e me sentava no meio de vocês? 56 Mas tudo isto está acontecendo desta forma para se cumprir o que os profetas disseram por meio das Escrituras.
Então todos os discípulos fugiram e o abandonaram.
Jesus diante do Conselho Superior
(Mc 14.53-65; Lc 22.54-55; Jo 18.13-14,19-24)
57 Os homens que tinham prendido Jesus o levaram até a residência de Caifás, o sumo sacerdote, onde os professores da lei e os líderes estavam reunidos. 58 Pedro o seguiu de longe até o pátio do palácio do sumo sacerdote. Depois, resolveu entrar e sentar-se entre os guardas, para ver o que ia acontecer. 59 Ora, os principais sacerdotes e todo o Conselho Superior dos judeus estavam reunidos com o fim de encontrar algum pretexto para que pudessem acusar a Jesus. O que eles queriam era condená-lo à morte. 60 Muitas pessoas testemunharam mentiras a respeito de Jesus, mas mesmo assim não conseguiram condená-lo. Finalmente, duas pessoas apareceram 61 e disseram:
—Este homem[b] disse: “Eu posso destruir o templo de Deus e construí-lo de novo em três dias”.
62 O sumo sacerdote, então, se levantou e perguntou a Jesus:
—Você não vai se defender das acusações que estão sendo feitas contra você?
63 Jesus, porém, não respondeu nada. O sumo sacerdote, então, voltou a lhe perguntar:
—Em nome do Deus vivo eu lhe ordeno que você me responda isto: Você é o Messias, o Filho do Deus?
64 E Jesus respondeu:
—Você está dizendo isso. E eu lhe digo que um dia vocês verão o Filho do Homem sentado à direita de Deus, o Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu.[c]
65 O sumo sacerdote, ao ouvir aquilo, rasgou suas roupas e disse:
—Ele insultou a Deus. Nós não precisamos mais de nenhuma testemunha! Todos aqui ouviram este insulto contra Deus! 66 O que é que vocês acham?
E todos responderam:
—Ele é culpado e merece a morte!
67 E alguns deles começaram a cuspir no rosto de Jesus, outros a dar-lhe murros e outros ainda lhe davam bofetadas e diziam:
68 —Adivinhe agora, Messias! Diga quem foi que lhe bateu!
Pedro nega conhecer Jesus
(Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27)
69 Ora, Pedro estava sentado no pátio quando uma mulher que trabalhava ali se aproximou dele e lhe disse:
—Você também não estava com Jesus da Galileia?
70 Pedro, porém, negou diante de todos que conhecia a Jesus. Ele disse:
—Não sei do que você está falando.
71 E, saindo dali em direção à porta do pátio, ele foi visto por uma outra mulher que trabalhava ali, que disse aos homens que estavam ali:
—Este homem também estava com Jesus, o Nazareno.
72 E Pedro, pela segunda vez, negou que conhecia Jesus, jurando:
—Eu não conheço esse homem!
73 Pouco tempo depois, alguns homens se aproximaram de Pedro e lhe disseram:
—Não há dúvida de que você também é um deles; o seu modo de falar o acusa.
74 Pedro, então, começou a afirmar sob juramento, e assegurando se colocar debaixo da maldição de Deus se estivesse mentindo, disse:
—Já disse que não conheço esse homem!
E nesse mesmo instante o galo cantou. 75 Nesse momento Pedro se lembrou do que Jesus tinha lhe dito: “Antes que o galo cante, você negará três vezes que me conhece”. Então Pedro saiu dali, e chorou amargamente.
Jesus é entregue ao governador Pilatos
(Mc 15.1; Lc 23.1-2; Jo 18.28-32)
27 Quando rompeu o dia, todos os líderes dos sacerdotes e líderes do povo se reuniram para planejar como iriam condenar Jesus à morte. 2 Eles o amarraram e o levaram até a presença do governador Pôncio Pilatos.
Judas se enforca
(At 1.18-19)
3 Quando Judas, que o traiu, viu que Jesus tinha sido condenado, ficou cheio de remorso. Ele foi até os líderes dos sacerdotes e líderes, devolveu as trinta moedas de prata que tinha recebido para trair a Jesus 4 e disse:
—Eu pequei, pois traí um homem inocente.
Eles, porém, lhe disseram:
—Nós não temos nada com isso. Isso é problema seu.
5 Judas, então, atirou as moedas de prata para dentro do templo, saiu de lá e se enforcou. 6 Os líderes dos sacerdotes pegaram o dinheiro e disseram os uns aos outros:
—Nós não podemos colocar este dinheiro na caixa das ofertas do templo, pois foi usado para matar alguém.
7 E, depois de entrarem em acordo, eles decidiram usar aquele dinheiro para comprar o Campo do Oleiro, para que servisse de cemitério para os estrangeiros. 8 E aquele campo, por causa disso, até hoje é conhecido como “Campo de Sangue”. 9 Dessa forma se cumpriu o que Deus disse por intermédio do profeta Jeremias:
“Eles pegaram as trinta moedas de prata, preço que o povo de Israel tinha concordado em pagar por ele, 10 e compraram o Campo do Oleiro, assim como o Senhor tinha mandado que eu fizesse”[d].
O governador Pilatos interroga Jesus
(Mc 15.2-5; Lc 23.3-5; Jo 18.33-38)
11 Jesus estava de pé, diante do governador, e este lhe interrogou, dizendo:
—Você é o rei dos judeus?
Ao que Jesus lhe respondeu:
—Você está dizendo isso.
12 E, mesmo sendo acusado pelos líderes dos sacerdotes e pelos líderes, Jesus não respondia nada. 13 Pilatos, então, lhe perguntou:
—Não está ouvindo todas as acusações que estão sendo feitas contra você?
14 Jesus, porém, não respondeu nada e isso impressionou muito o governador.
Jesus é condenado
(Mc 15.6-15; Lc 23.13-25; Jo 18.39–19.16)
15 Era época da Páscoa e, nessa época, o governador costumava soltar um dos prisioneiros, conforme a vontade do povo. 16 Nessa ocasião, havia um prisioneiro muito conhecido, chamado Barrabás[e]. 17 Como o povo estava reunido, Pilatos perguntou a todos:
—Quem vocês querem que eu solte: Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?
18 (Pilatos tinha perguntado isso porque ele sabia que Jesus tinha sido entregue por pura inveja 19 e porque, quando estava sentado no tribunal, tinha recebido um recado de sua mulher, dizendo: Não se envolva no caso desse homem inocente, pois esta noite eu tive um sonho horrível por causa dele.)
20 Mas os líderes dos sacerdotes e os líderes convenceram o povo a pedir a Pilatos que soltasse a Barrabás e condenasse a Jesus. 21 Sendo assim, quando o governador Pilatos perguntou ao povo pela segunda vez: “Qual dos dois prisioneiros vocês querem que eu solte?”, eles responderam:
—Queremos que o senhor liberte Barrabás.
22 Pilatos, porém, lhes perguntou:
—E o que querem que eu faça com Jesus, chamado Cristo?
E todos responderam:
—Crucifique-o!
23 —Que crime ele cometeu?—perguntou Pilatos. Mas o povo, gritando cada vez mais alto, pedia:
—Crucifique-o! 24 Quando Pilatos percebeu que seu esforço para salvar Jesus não estava adiantando de nada, ao contrário, estava fazendo com que as coisas ficassem cada vez piores, pediu que lhe trouxessem água. E, diante de todo o povo, lavou as mãos e disse:
—Sou inocente pela morte deste homem. Fiquem vocês com essa responsabilidade.
25 E o povo todo respondeu:
—Que o castigo referente à morte dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!
26 Pilatos, então, soltou a Barrabás e, depois de ter mandado chicotear a Jesus, o entregou para que ele fosse crucificado.
Jesus é entregue aos soldados
(Mc 15.16-20; Jo 19.2-3)
27 Logo depois os soldados de Pilatos levaram Jesus para o palácio do governador e reuniram toda a tropa ao redor dele. 28 Tiraram a roupa dele e o vestiram com um manto vermelho[f]. 29 Fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus e depois lhe deram uma vara para que ele segurasse na mão direita. Ajoelharam-se diante dele e fizeram zombarias, dizendo:
—Viva o rei dos judeus!
30 Eles cuspiram nele, pegaram a vara que lhe haviam dado e bateram com ela na cabeça dele. 31 Depois de se divertirem bastante às custas dele, tiraram dele o manto vermelho e o vestiram com suas próprias roupas. Em seguida, o levaram para ser crucificado.
Jesus é crucificado
(Mc 15.21-32; Lc 23.26-39; Jo 19.17-19)
32 Quando estavam saindo, eles encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a levar a cruz de Jesus. 33 E, ao chegarem a um lugar chamado Gólgota (que significa “Lugar da Caveira”), 34 deram vinho misturado com fel[g] para Jesus beber. Ele, porém, depois de experimentar, não quis beber.
35 Depois de o crucificarem, os soldados dividiram suas roupas entre si, tirando a sorte com dados, para ver qual seria a parte de cada um. 36 E, sentados ali, vigiavam Jesus.
37 Acima da cabeça de Jesus haviam colocado uma placa, onde estava escrita a sua acusação: Este é Jesus, o rei dos judeus.
38 Dois ladrões também foram crucificados com Jesus, estando um à sua direita e outro à sua esquerda. 39 As pessoas que passavam por ali o insultavam e, balançando a cabeça, diziam:
40 —Não foi você que disse que podia destruir o templo de Deus e construí-lo de novo em três dias? Então, se você é mesmo o Filho de Deus, desça da cruz e salve a si mesmo!
41 E tanto os líderes dos sacerdotes como os professores da lei e os líderes também faziam pouco dele, e diziam:
42 —Ele salvou a outros, mas não consegue salvar a si mesmo. Se ele é o rei de Israel, então que desça da cruz! Se ele fizer isso, nós acreditaremos nele! 43 Já que confia em Deus e diz: “Sou Filho de Deus!” Pois então, que Deus venha livrá-lo agora, se de fato lhe quer bem!
44 E até mesmo os ladrões, que tinham sido crucificados com ele, o insultavam.
A morte de Jesus
(Mc 15.33-41; Lc 23.44-49; Jo 19.28-30)
45 Ao meio-dia, toda a região ficou escura, e a escuridão continuou por três horas. 46 Às três horas da tarde, Jesus gritou bem alto:
—Eli, Eli, lemá sabactâni?—(que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonou?”).(B) 47 Algumas pessoas que estavam ali por perto, ao ouvirem aquilo, diziam:
—Ele está chamando por Elias.[h]
48 Então alguém correu e molhou uma esponja em vinagre, pôs na ponta de uma vara e deu para Jesus beber. 49 Algumas pessoas, porém, disseram:
—Espere. Vamos ver se Elias vem salvá-lo.
50 Mas nesse momento, Jesus deu outro grito e morreu[i]. 51 No mesmo instante a cortina do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo, houve um terremoto e as rochas se partiram. 52 Os túmulos se abriram e muitos mortos que pertenciam ao povo de Deus ressuscitaram e 53 saíram dos túmulos. E, depois da ressurreição de Jesus, eles entraram na cidade santa de Jerusalém e apareceram a muita gente.
54 O comandante do exército romano e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao verem o terremoto e tudo o mais que estava acontecendo, ficaram com muito medo, e disseram:
—De fato, este homem era o Filho de Deus.
55 Algumas mulheres também estavam por ali, observando de longe. Elas tinham seguido a Jesus desde a Galileia para servi-lo. 56 Entre elas se achavam: Maria Madalena, Maria (a mãe de Tiago e de José), e a mãe dos filhos de Zebedeu[j].
O enterro de Jesus
(Mc 15.42-47; Lc 23.50-56; Jo 19.38-42)
57 Quando era quase noite, um homem rico da cidade de Arimateia chegou. Seu nome era José, também discípulo de Jesus. 58 Este homem foi conversar com Pilatos para lhe pedir o corpo de Jesus e Pilatos permitiu que ele o levasse. 59 José, então, pegou o corpo de Jesus, o enrolou num lençol de linho limpo 60 e o colocou em seu próprio túmulo. (O túmulo era novo e tinha sido cavado numa rocha há pouco tempo.) Depois rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo e se retirou dali. 61 Maria Madalena e a outra Maria estavam sentadas ali, na frente do túmulo.
A guarda do túmulo
62 No dia seguinte, isto é, no sábado, os líderes dos sacerdotes e os fariseus se reuniram e foram falar com Pilatos. 63 Eles lhe disseram:
—Senhor governador, nós nos lembramos de que, enquanto aquele mentiroso estava vivo, ele tinha dito: “Depois de três dias que eu tiver morrido, eu ressuscitarei”. 64 Dê ordens, portanto, para que o túmulo dele seja guardado até o terceiro dia. Dessa forma nós evitaremos que os discípulos dele venham, roubem o corpo e depois digam ao povo que ele ressuscitou dos mortos. Se isso acontecer, esta segunda mentira será ainda pior do que a primeira.
65 Pilatos, então, lhes disse:
—Vocês podem levar alguns soldados; vão e guardem o túmulo da melhor maneira possível.
66 Com aquela autorização, eles foram, selaram a pedra que fechava o túmulo e deixaram ali os soldados para o vigiarem.
A ressurreição de Jesus
(Mc 16.1-8; Lc 24.1-2; Jo 20.1-10)
28 Passado o sábado, no domingo bem cedo, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo onde Jesus tinha sido enterrado. 2 Naquela ocasião houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor tinha descido do céu, removido a pedra que fechava o túmulo e agora estava sentado sobre a pedra. 3 Ele se parecia com um relâmpago e as suas roupas eram brancas como a neve. 4 Os guardas tinham ficado com tanto medo, ao ponto que ficaram tremendo e, ao mesmo tempo, paralizados como se estivessem mortos. 5 Então o anjo disse às mulheres:
—Deixem de ter medo! Eu sei que vocês vieram procurar por Jesus, aquele que foi crucificado, 6 mas ele não está mais aqui. Ele ressuscitou, exatamente como havia dito que iria fazer. Venham ver o lugar onde ele estava deitado. 7 Agora, vão depressa e digam aos discípulos dele o seguinte: “Jesus ressuscitou dos mortos e vai adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão novamente”. Façam exatamente como eu falei.
8 Elas saíram depressa do túmulo, pois estavam com muito medo, mas também muito felizes, e correram para contar aos discípulos o que havia acontecido.
9 De repente, Jesus apareceu diante delas e disse:
—Olá!
E elas se aproximaram dele, abraçaram seus pés e o adoraram. 10 Jesus, então, lhes disse:
—Deixem de ter medo! Vão e digam aos meus irmãos para se dirigirem à Galileia. Lá eles me verão novamente.
Os judeus subornam os soldados
11 Quando as mulheres partiram, alguns soldados foram até a cidade e contaram tudo o que tinha acontecido aos líderes dos sacerdotes. 12 Eles e os líderes, então, se reuniram para decidir o que iriam fazer. Depois, deram uma boa quantia de dinheiro aos soldados 13 e lhes disseram:
—É isto o que vocês devem dizer: “Os discípulos dele vieram de noite e roubaram o corpo enquanto estávamos dormindo”. 14 Se essas coisas chegarem aos ouvidos do governador, nós o convenceremos de que foi isso mesmo que aconteceu. Vocês não terão problema nenhum.
15 Os soldados, então, depois de receberem o dinheiro, fizeram exatamente o que os líderes dos sacerdotes e os líderes tinham dito. (E, até hoje, é nessa versão que os judeus acreditam.)
Jesus aparece aos seus discípulos
(Mc 16.14-18; Lc 24.36-49; Jo 20.19-23; At 1.6-8)
16 Os onze discípulos seguiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes havia indicado. 17 Quando o viram, alguns o adoraram, mas alguns duvidaram. 18 Jesus, porém, se aproximou deles, e lhes disse:
—Deus tem me dado autoridade sobre tudo o que está no céu e na terra. 19 Portanto, vão, façam discípulos em todas as nações da terra, batizem as pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, 20 e ensinem a elas a obedecer todas as coisas que eu ensinei a vocês. E eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.
Footnotes
- 26.11 Os pobres (…) com vocês Ver Dt 15.11.
- 26.61 Este homem É uma referência a Jesus. Seus inimigos evitavam falar seu nome.
- 26.64 sentado (…) do céu Ver Sl 110.1 e Dn 7.13.
- 27.9-10 Eles pegaram (…) fizesse Leia Zc 11.12-13; Jr 32.6-9.
- 27.16 Barrabás Em alguns manuscritos, em vez do nome Barrabás, se encontra o nome “Jesus Barrabás”.
- 27.28 vermelho No original, “escarlate”.
- 27.34 fel Era provavelmente uma bebida misturada com alguma droga contra a dor.
- 27.47 Ele está chamando por Elias Quando Jesus disse “Meu Deus” (tradução da palavra “Eloí” em aramaico ou “Eli” em hebraico), as pessoas pensaram ter escutado o nome do profeta Elias devido à semelhança de pronúncia entre as duas palavras.
- 27.50 morreu Literalmente, “deixou que seu espírito saísse”.
- 27.56 filhos de Zebedeu Refere-se a Tiago e a João.
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