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Bible in 90 Days

An intensive Bible reading plan that walks through the entire Bible in 90 days.
Duration: 88 days
Nova Versão Transformadora (NVT)
Version
Ezequiel 47:13 - Daniel 8:27

As fronteiras da terra

13 Assim diz o Senhor Soberano: “Dividam a terra desta forma entre as doze tribos de Israel: Os descendentes de José receberão duas porções de terra. 14 As outras tribos receberão porções iguais. Jurei solenemente que daria esta terra a seus antepassados, e agora ela passará para vocês como sua herança.

15 “Estas são as fronteiras da terra: A fronteira norte se estenderá do Mediterrâneo, passando por Hetlom, depois por Lebo-Hamate, até Zedade; 16 dali seguirá para Berota e Sibraim,[a] que ficam na divisa entre Damasco e Hamate e, por fim, para Hazer-Haticom, na divisa com Haurã. 17 Portanto, a fronteira norte se estenderá do Mediterrâneo até Hazar-Enã, na divisa entre Hamate, ao norte, e Damasco, ao sul.

18 “A fronteira leste começará num ponto entre Haurã e Damasco e se estenderá para o sul ao longo do rio Jordão, entre Israel e Gileade, passando o mar Morto[b] e prosseguindo para o sul até Tamar.[c] Essa será a fronteira leste.

19 “A fronteira sul se estenderá de Tamar até as águas de Meribá, em Cades,[d] e de lá seguirá o curso do ribeiro do Egito até o Mediterrâneo. Essa será a fronteira sul.

20 “Do lado oeste, o próprio Mediterrâneo será sua divisa desde a fronteira sul até o ponto em que começa a fronteira norte, de frente para Lebo-Hamate.

21 “Dividam a terra dentro dessas fronteiras entre as tribos de Israel. 22 Distribuam a terra como herança para si mesmos e para todos os estrangeiros que vivem entre vocês e criam os filhos em seu meio. Eles serão para vocês como israelitas de nascimento e receberão herança entre as tribos. 23 Esses estrangeiros receberão terras dentro do território da tribo com a qual eles vivem. Eu, o Senhor Soberano, falei!”

A distribuição da terra

48 “Aqui está a lista das tribos de Israel e dos territórios que cada uma delas receberá. O território de Dã fica no extremo norte. Sua divisa segue a estrada de Hetlom até Lebo-Hamate e, de lá, para Hazar-Enã, na fronteira de Damasco, e com Hamate ao norte. O território de Dã se estende pela terra de Israel de leste a oeste.

“O território de Aser fica ao sul do território de Dã e também se estende de leste a oeste. A terra de Naftali fica ao sul da terra de Aser e também se estende de leste a oeste. Em seguida vem Manassés, ao sul de Naftali, e seu território também se estende de leste a oeste. Ao sul de Manassés fica Efraim, depois vem Rúben e, em seguida, Judá, todos com divisas que se estendem de leste a oeste.

“Ao sul de Judá fica a terra separada para um propósito especial. Ela terá 12,5 quilômetros[e] de largura e terá as mesmas fronteiras a leste e a oeste que os territórios das tribos. No centro dela estará o templo.

“A área separada para o Senhor terá 12,5 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura.[f] 10 Haverá uma faixa de terra para os sacerdotes, com 12,5 quilômetros de comprimento e 5 quilômetros de largura.[g] No centro dela estará o templo do Senhor. 11 Essa área será separada para os sacerdotes consagrados, os descendentes de Zadoque que me serviram fielmente e que não se desviaram junto com o povo de Israel e com os outros levitas. 12 Essa será sua porção especial quando a terra for distribuída, o território santíssimo. Junto ao território dos sacerdotes ficará a terra onde os outros levitas viverão.

13 “A terra separada para os levitas terá o mesmo tamanho e a mesma forma da terra dos sacerdotes: 12,5 quilômetros de comprimento e 5 quilômetros de largura. Juntas, essas porções de terra terão 12,5 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura.[h] 14 Nenhuma porção dessa terra especial poderá ser vendida, trocada ou usada por outros, pois pertence ao Senhor; é consagrada.

15 “Outra faixa de terra com 12,5 quilômetros de comprimento e 2,5 quilômetros de largura,[i] ao sul da área sagrada do templo, será para uso público: para casas, pastos e terras comuns. No centro dela estará a cidade. 16 A cidade terá 2.250 metros[j] de cada lado: norte, sul, leste e oeste. 17 Em volta da cidade haverá uma área aberta com 125 metros[k] em todas as direções. 18 Fora da cidade haverá uma área para plantações que se estenderá por 5 quilômetros para leste e 5 quilômetros para oeste[l] junto à divisa com a área sagrada. Essa terra de cultivo produzirá alimento para os trabalhadores da cidade. 19 Os que vierem das diversas tribos para trabalharem na cidade poderão cultivar essa terra. 20 A área toda, incluindo as terras sagradas e a cidade, formará um quadrado com 12,5 quilômetros[m] de cada lado.

21 “As áreas que restarem para o leste e para o oeste das terras sagradas e da cidade serão do príncipe. Cada uma dessas áreas terá 12,5 quilômetros de comprimento e se estenderá, em direções opostas, para as fronteiras leste e oeste de Israel. No centro estarão as terras sagradas e o santuário do templo. 22 Portanto, as terras do príncipe incluirão toda a área entre os territórios separados para Judá e para Benjamim, exceto a parte separada para as terras sagradas e para a cidade.

23 “Estes são os territórios separados para as tribos restantes. O território de Benjamim se estende pela terra de Israel de leste a oeste. 24 Ao sul de Benjamim fica o território de Simeão, que também se estende de leste a oeste. 25 Em seguida vem o território de Issacar, com as mesmas divisas a leste e a oeste.

26 “Depois vem o território de Zebulom, que também se estende de leste a oeste. 27 O território de Gade fica ao sul de Zebulom, com as mesmas divisas a leste e a oeste. 28 A fronteira sul de Gade vai de Tamar até as águas de Meribá, em Cades,[n] depois segue o ribeiro do Egito até o Mediterrâneo.[o]

29 “Esses são os territórios que serão distribuídos como herança a cada tribo. Eu, o Senhor Soberano, falei!”

As portas da cidade

30 “Estas serão as saídas da cidade: no muro norte, que tem 2.250 metros de comprimento, 31 haverá três saídas, cada uma com o nome de uma das tribos de Israel. A primeira será chamada Rúben, a segunda, Judá, e a terceira, Levi. 32 No muro leste, que também tem 2.250 metros de comprimento, estarão as portas chamadas José, Benjamim e Dã. 33 No muro sul, que também tem 2.250 metros, estarão as portas chamadas Simeão, Issacar e Zebulom. 34 E no muro oeste, que também tem 2.250 metros de comprimento, estarão as portas chamadas Gade, Aser e Naftali.

35 “A distância ao redor de toda a cidade será de 9 quilômetros.[p] E, daquele dia em diante, o nome da cidade será ‘O Senhor Está Ali’”.[q]

Daniel na corte de Nabucodonosor

No terceiro ano do reinado de Jeoaquim, em Judá,[r] Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio a Jerusalém e cercou a cidade. O Senhor lhe deu vitória sobre Jeoaquim, rei de Judá, e permitiu que levasse para a terra da Babilônia[s] alguns dos utensílios sagrados do templo de Deus. Nabucodonosor os colocou na casa do tesouro de seu deus.

O rei ordenou que Aspenaz, o chefe de seus oficiais, trouxesse ao palácio alguns dos jovens israelitas da família real e de outras famílias da nobreza. Disse o rei: “Escolha somente rapazes saudáveis e de boa aparência, que sejam instruídos em diversas áreas do conhecimento, que tenham entendimento e bom senso e sejam capacitados para servir no palácio real. Ensine a esses jovens a língua e a literatura da Babilônia”.[t] O rei determinou que recebessem, de suas próprias cozinhas, uma porção diária de alimento e vinho. Os rapazes seriam treinados durante três anos e depois passariam a servir ao rei.

Daniel, Hananias, Misael e Azarias, todos da tribo de Judá, estavam entre os escolhidos. O chefe dos oficiais lhes deu novos nomes babilônios:

Daniel passou a ser chamado de Beltessazar;

Hananias, de Sadraque;

Misael, de Mesaque;

Azarias, de Abede-Nego.

Daniel, porém, decidiu não se contaminar com a comida e o vinho que o rei lhes tinha dado. Pediu permissão ao chefe dos oficiais para não comer esses alimentos, a fim de não se contaminar. Deus havia feito que o chefe dos oficiais mostrasse compaixão e simpatia a Daniel. 10 Apesar disso, Aspenaz disse: “Tenho medo de meu senhor, o rei. Ele determinou o alimento que vocês devem comer e o vinho que devem beber. Se ficarem com a aparência abatida em comparação com os outros rapazes de sua idade, temo que o rei mande cortar minha cabeça”.

11 Daniel falou com o assistente designado pelo chefe dos oficiais para cuidar dele, de Hananias, Misael e Azarias. 12 “Faça uma experiência conosco durante dez dias”, disse. “Dê-nos apenas legumes para comer e água para beber. 13 Terminados os dez dias, compare nossa aparência com a dos outros rapazes que comem a comida do rei. Depois, decida de acordo com o que você vir.” 14 O assistente concordou com a sugestão e fez a experiência com eles durante dez dias.

15 Passados os dez dias, Daniel e seu três amigos pareciam mais saudáveis e bem nutridos que os outros rapazes que se alimentavam da comida do rei. 16 Depois disso, o assistente só lhes dava legumes em vez da comida e do vinho servidos aos outros.

17 Deus concedeu aos quatro rapazes aptidão incomum para entender todos os aspectos da literatura e da sabedoria, e a Daniel concedeu a capacidade especial de interpretar sonhos e visões.

18 Ao término do período de treinamento ordenado pelo rei, o chefe dos oficiais levou todos os rapazes a Nabucodonosor. 19 O rei conversou com eles, e nenhum o impressionou tanto quanto Daniel, Hananias, Misael e Azarias. E, assim, passaram a servir ao rei. 20 Sempre que o rei os consultava sobre alguma questão que exigia sabedoria e discernimento, observava que eles eram dez vezes mais capazes que todos os magos e encantadores de seu reino.

21 Daniel continuou no palácio até o primeiro ano do reinado de Ciro.[u]

O sonho de Nabucodonosor

Certa noite, no segundo ano de seu reinado,[v] Nabucodonosor teve sonhos tão perturbadores que não conseguiu mais dormir. Chamou seus magos, encantadores, feiticeiros e astrólogos[w] e exigiu que lhe dissessem o que ele havia sonhado. Quando se apresentaram ao rei, ele disse: “Tive um sonho que muito me perturbou e preciso saber o que significa”.

Então os astrólogos responderam ao rei em aramaico:[x] “Que o rei viva para sempre! Conte-nos o sonho e nós lhe diremos o que ele significa”.

O rei, porém, disse aos astrólogos: “Estou falando sério! Se não me disserem qual foi o sonho e o que ele significa, vocês serão despedaçados, e suas casas, transformadas em montes de escombros! Mas, se me disserem qual foi o sonho e o que ele significa, lhes darei muitos presentes, muitas recompensas e honras. Portanto, digam-me qual foi o sonho e o que ele significa!”.

Eles disseram novamente: “Ó rei, conte-nos o sonho e então lhe diremos o que ele significa”.

O rei respondeu: “Sei o que estão fazendo! Estão tentando ganhar tempo, pois sabem que falo sério quando digo: ‘Se não me contarem qual foi o sonho, estão condenados!’. Por isso, conspiraram para me dizer mentiras, na esperança de que mudarei de ideia. Digam-me, porém, qual foi o sonho e então saberei que podem explicar o que ele significa”.

10 Os astrólogos responderam ao rei: “Não há ninguém, em toda terra, capaz de dizer ao rei qual foi seu sonho! E nenhum rei, por maior e mais poderoso que fosse, pediu algo assim a um mago, encantador ou astrólogo! 11 É impossível cumprir a exigência do rei. Ninguém, exceto os deuses, pode dizer qual foi seu sonho, e os deuses não vivem entre os mortais”.

12 O rei ficou furioso e ordenou que todos os sábios da Babilônia fossem executados. 13 E, por causa do decreto do rei, foram enviados homens para encontrar Daniel e seus amigos e matá-los.

14 Quando Arioque, comandante da guarda do rei, veio matá-los, Daniel se dirigiu a ele com sabedoria e prudência. 15 Perguntou-lhe: “Por que o rei publicou um decreto tão severo?”, e Arioque lhe contou o que havia acontecido. 16 Daniel foi ver o rei de imediato e pediu mais tempo para comunicar o significado do sonho.

17 Em seguida, Daniel voltou para casa e contou a seus amigos Hananias, Misael e Azarias o que havia acontecido. 18 Pediu que suplicassem ao Deus dos céus que tivesse misericórdia deles e lhes revelasse o segredo, para que não fossem mortos com os outros sábios da Babilônia. 19 Naquela noite, o segredo foi revelado a Daniel numa visão. Então Daniel louvou o Deus dos céus 20 e disse:

“Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre,
pois a ele pertencem a sabedoria e o poder.
21 Ele muda o curso dos acontecimentos;
remove reis de seus tronos e põe outros no lugar.
Dá sabedoria aos sábios
e conhecimento aos eruditos.
22 Revela coisas profundas e misteriosas
e sabe o que está escondido nas trevas,
embora ele seja cercado de luz.
23 Eu te agradeço e te louvo, ó Deus de meus antepassados,
pois me deste sabedoria e força.
Tu me mostraste o que te pedimos;
revelaste o que o rei exigiu”.

Daniel interpreta o sonho

24 Então Daniel foi falar com Arioque, a quem o rei havia ordenado que executasse os sábios da Babilônia. “Não mate os sábios”, disse. “Leve-me ao rei e eu interpretarei o sonho dele.”

25 Sem demora, Arioque levou Daniel ao rei e disse: “Encontrei um dos exilados de Judá que dirá ao rei o significado do sonho!”.

26 O rei disse a Daniel (também chamado Beltessazar): “Você pode mesmo me dizer qual foi meu sonho e o que ele significa?”.

27 Daniel respondeu: “Não existem sábios, encantadores, magos nem adivinhos capazes de revelar o segredo do rei. 28 Mas há um Deus nos céus que revela segredos, e ele mostrou ao rei Nabucodonosor o que acontecerá no futuro. Agora lhe direi qual foi o sonho e as visões que o rei teve enquanto estava deitado em sua cama.

29 “Enquanto o rei dormia, sonhou com acontecimentos futuros. Aquele que revela segredos lhe mostrou o que acontecerá. 30 E eu sei o segredo de seu sonho não porque sou mais sábio que os outros, mas porque Deus deseja que o rei entenda o que se passava em seu coração.

31 “Em sua visão, ó rei, havia à sua frente uma enorme estátua brilhante, e a aparência dela era assustadora. 32 A cabeça da estátua era feita de ouro puro. O peito e os braços eram de prata, a barriga e os quadris eram de bronze, 33 as pernas eram de ferro, e os pés, uma mistura de ferro e barro cozido. 34 Enquanto o rei observava, uma pedra foi cortada de uma montanha, mas não por mãos humanas. Ela atingiu os pés de ferro e barro e os despedaçou. 35 Toda a estátua se desintegrou em minúsculos pedaços de ferro, barro, bronze, prata e ouro. Então o vento levou tudo, como se fosse palha na eira. Mas a pedra que derrubou a estátua se tornou uma grande montanha que cobriu toda a terra.

36 “Esse foi o sonho. Agora, direi ao rei o que ele significa. 37 Ó rei, o senhor é o maior de todos os reis. O Deus dos céus lhe deu soberania, poder, força e honra. 38 Ele o fez governante de todo o mundo habitado e pôs até os animais selvagens e as aves debaixo de seu controle. O senhor é a cabeça de ouro.

39 “Quando, porém, seu reino chegar ao fim, outro reino, inferior ao seu, se levantará em seu lugar. Depois que esse reino tiver caído, o terceiro reino, representado pelo bronze, se levantará para governar o mundo. 40 Depois dele haverá o quarto reino, forte como o ferro. Esse reino esmagará e despedaçará todos os impérios anteriores, como o ferro esmaga e despedaça tudo que ele atinge. 41 Os pés e os dedos que o rei viu, uma mistura de ferro e barro cozido, mostram que esse reino será dividido. Como ferro misturado com barro, ele terá um tanto da força do ferro. 42 Algumas partes serão fortes como o ferro, mas outras serão fracas como o barro. 43 A mistura de ferro e barro também mostra que esses reinos tentarão se fortalecer ao formar alianças entre si por meio de casamentos. Contudo, não permanecerão unidos, da mesma forma que o ferro não se une ao barro.

44 “Enquanto esses reis estiverem no poder, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído ou conquistado. Reduzirá os outros reinos a nada e permanecerá para sempre. 45 Esse é o significado da pedra cortada da montanha, mas não por mãos humanas, que despedaçou a estátua de ferro, bronze, barro, prata e ouro. O grande Deus está mostrando ao rei o que acontecerá no futuro. O sonho é verdadeiro, e seu significado é certo”.

Nabucodonosor recompensa Daniel

46 Então o rei Nabucodonosor se curvou à frente dele e ordenou que o povo oferecesse sacrifícios e queimasse incenso diante de Daniel. 47 O rei lhe disse: “Verdadeiramente, seu Deus é o maior de todos os deuses, Senhor dos reis e revelador de mistérios, pois você conseguiu revelar esse segredo”.

48 O rei colocou Daniel em um cargo elevado e lhe deu muitos presentes valiosos. Nomeou-o governador de toda a província da Babilônia e chefe de todos os sábios. 49 A pedido de Daniel, nomeou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego para cuidarem de todos os negócios da província da Babilônia, enquanto Daniel permaneceu na corte do rei.

A estátua de ouro de Nabucodonosor

O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro de 27 metros de altura e 2,7 metros de largura[y] e a colocou na planície de Dura, na província da Babilônia. Em seguida, enviou mensageiros a todos os altos funcionários, oficiais, governadores, conselheiros, tesoureiros, juízes, magistrados e todas as autoridades das províncias para que viessem à dedicação da estátua que ele havia levantado. Todas essas autoridades[z] vieram e ficaram diante da estátua que o rei Nabucodonosor havia levantado.

Então o arauto gritou: “Povos de todas as raças, nações e línguas, ouçam a ordem do rei! Quando ouvirem o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do pífaro e de outros instrumentos musicais,[aa] prostrem-se no chão para adorar a estátua de ouro levantada pelo rei Nabucodonosor. Quem não obedecer será lançado de imediato na fornalha ardente!”.

Portanto, ao som dos instrumentos musicais,[ab] todos, não importando sua raça, nação ou língua, se prostraram no chão e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor havia levantado.

Alguns dos astrólogos,[ac] porém, foram ao rei e denunciaram os judeus. Disseram ao rei Nabucodonosor: “Que o rei viva para sempre! 10 O rei publicou um decreto exigindo que todos se prostrassem e adorassem a imagem de ouro quando ouvissem o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do pífaro e dos outros instrumentos musicais. 11 De acordo com esse decreto, quem não obedecer será lançado na fornalha ardente. 12 Alguns judeus — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego —, que o rei encarregou da província da Babilônia, não lhe dão atenção, ó rei. Recusam-se a servir seus deuses e não adoram a estátua de ouro que o rei levantou”.

13 Então Nabucodonosor se enfureceu e ordenou que lhe trouxessem Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Quando eles foram conduzidos à presença do rei, 14 ele lhes disse: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, é verdade que vocês se recusam a servir meus deuses e a adorar a estátua que levantei? 15 Eu lhes darei mais uma chance de se prostrarem e adorarem a estátua que fiz quando ouvirem o som dos instrumentos musicais.[ad] Se, contudo, vocês se recusarem, serão lançados de imediato na fornalha ardente. E então, que deus será capaz de livrá-los de minhas mãos?”.

16 Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam: “Ó Nabucodonosor, não precisamos nos defender diante do rei. 17 Se formos lançados na fornalha ardente, o Deus a quem servimos pode nos salvar. Sim, ele nos livrará de suas mãos, ó rei. 18 Mas, ainda que ele não nos livre, queremos deixar claro, ó rei, que jamais serviremos seus deuses ou adoraremos a estátua de ouro que o rei levantou”.

A fornalha ardente

19 Nabucodonosor se enfureceu tanto com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego que seu rosto ficou desfigurado de raiva. Então ordenou que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais que de costume. 20 Deu ordens também para que alguns dos homens mais fortes de seu exército amarrassem Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha ardente. 21 Eles os amarraram e os lançaram na fornalha inteiramente vestidos, com túnicas, turbantes, mantos e outras roupas. 22 E, uma vez que o rei, em sua ira, havia exigido um fogo tão quente na fornalha, as chamas mataram os soldados que jogaram os três lá dentro. 23 Assim, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, amarrados, caíram nas chamas intensas.

24 De repente, porém, o rei Nabucodonosor se levantou espantado e disse a seus conselheiros: “Não foram três os homens que amarramos e lançamos na fornalha?”.

“Sim, ó rei”, eles responderam.

25 “Olhem!”, disse Nabucodonosor. “Vejo quatro homens desamarrados andando no meio do fogo sem se queimar! E o quarto homem se parece com um filho de deuses!”

26 Então Nabucodonosor se aproximou o máximo que pôde da porta da fornalha ardente e gritou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saiam! Venham aqui!”.

E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo. 27 Os altos funcionários, os oficiais, os governadores e os conselheiros se juntaram ao redor deles e viram que o fogo não os havia tocado. Nem um fio de cabelo na cabeça deles estava chamuscado, e suas roupas não estavam queimadas. Nem sequer tinham cheiro de fumaça.

28 Então Nabucodonosor disse: “Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego! Ele enviou seu anjo para livrar seus servos que nele confiaram. Eles desafiaram a ordem do rei e estavam dispostos a morrer em vez de servir ou adorar qualquer outro deus que não fosse seu próprio Deus. 29 Portanto, faço este decreto: Se qualquer pessoa, não importando sua raça, nação ou língua, disser uma palavra contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ela será despedaçada, e sua casa, transformada num monte de escombros. Não há outro deus capaz de livrar dessa maneira!”.

30 Então o rei promoveu Sadraque, Mesaque e Abede-Nego a cargos ainda mais elevados na província da Babilônia.

Nabucodonosor sonha com uma árvore

[ae]O rei Nabucodonosor enviou esta mensagem a povos de todas as raças, nações e línguas em todo o mundo:

“Paz e prosperidade!

Quero que todos saibam dos sinais e das maravilhas que o Deus Altíssimo realizou em meu favor.

Como são grandes seus sinais,
como são poderosas suas maravilhas!
Seu reino durará para sempre,
e seu domínio, por todas as gerações.

[af]“Eu, Nabucodonosor, vivia em meu palácio, com todo conforto e prosperidade. Certa noite, porém, tive um sonho que me assustou; enquanto estava deitado em minha cama, tive visões que me aterrorizaram. Por isso mandei chamar todos os sábios da Babilônia, para que me dissessem o que meu sonho significava. Quando todos os magos, encantadores, astrólogos[ag] e adivinhos vieram, eu lhes contei meu sonho, mas eles não foram capazes de me dizer o que ele significava. Finalmente, Daniel se apresentou diante de mim, e eu lhe contei o sonho. (Ele se chama Beltessazar, em homenagem a meu deus, e o espírito dos santos deuses está nele.)

“Disse-lhe: ‘Beltessazar, chefe dos magos, sei que o espírito dos santos deuses está em você e que não há mistério que não possa resolver. Agora, diga-me o que meu sonho significa.

10 “‘Enquanto estava deitado em minha cama, tive este sonho. Vi uma grande árvore no meio da terra. 11 A árvore cresceu e ficou muito alta e forte; chegava até o céu e podia ser vista por todo o mundo. 12 Suas folhas eram verdes e novas, e ela era cheia de frutos para todos comerem. Animais selvagens viviam à sua sombra, e aves faziam ninhos em seus ramos. O mundo todo se alimentava dessa árvore.

13 “‘Então, enquanto eu sonhava, vi um mensageiro,[ah] um ser santo, que descia do céu. 14 O mensageiro gritou:

‘Derrubem a árvore e cortem seus ramos!
Arranquem suas folhas e espalhem seus frutos!
Espantem os animais selvagens de sua sombra
e as aves, de seus ramos.
15 Mas deixem na terra o toco, com suas raízes,
preso com um anel de ferro e bronze
e cercado da relva verde.
Que seja molhado pelo orvalho do céu
e viva com os animais selvagens,
em meio às plantas do campo.
16 Durante sete períodos,
terá a mente de um animal selvagem
em vez de mente humana.
17 Pois isso foi decretado pelos mensageiros;[ai]
foi ordenado pelos seres santos,
para que todos saibam
que o Altíssimo domina sobre os reinos do mundo.
Ele os dá a quem quer,
até mesmo à pessoa mais humilde”.

18 “‘Beltessazar, esse foi o sonho que eu, o rei Nabucodonosor, tive. Agora, diga-me o que ele significa, pois nenhum dos sábios de meu reino foi capaz de interpretá-lo. Mas você pode fazê-lo, pois o espírito dos santos deuses está em você’.”

Daniel interpreta o sonho

19 “Ao ouvir isso, Daniel (também chamado Beltessazar), ficou atônito por algum tempo, atemorizado com o significado do sonho. Então o rei lhe disse: ‘Beltessazar, não se assuste com o sonho, nem com o seu significado’.

“Beltessazar respondeu: ‘Meu senhor, gostaria que os acontecimentos prenunciados nesse sonho ocorressem a seus inimigos, e não ao rei! 20 A árvore que o rei viu crescia e ficava alta e forte; chegava até o céu e podia ser vista por todo o mundo. 21 Tinha folhas verdes e novas e era cheia de frutos para todos comerem. Animais selvagens viviam à sua sombra, e aves faziam ninhos em seus ramos. 22 Essa árvore é o próprio rei. Pois o rei cresceu e se tornou forte e grande; sua grandeza chega até o céu, e seu domínio, até os confins da terra.

23 “‘Então o rei viu um mensageiro, um ser santo que descia do céu e que disse: ‘Derrubem a árvore e destruam-na! Mas deixem na terra o toco, com suas raízes, preso com um anel de ferro e bronze e cercado da relva verde. Que seja molhado pelo orvalho do céu e viva com os animais do campo por sete períodos’.

24 “‘Este é o significado do sonho, ó rei, o que o Altíssimo declarou que acontecerá a meu senhor, o rei. 25 O rei será expulso do convívio humano e viverá nos campos, com os animais selvagens. Comerá capim, como os bois, e será molhado pelo orvalho do céu. Viverá desse modo por sete períodos, até entender que o Altíssimo domina sobre os reinos do mundo e os dá a quem ele quer. 26 As raízes e o toco, porém, foram deixados na terra. Isso significa que o senhor receberá seu reino de volta quando tiver aprendido que o céu domina.

27 “‘Ó rei Nabucodonosor, aceite meu conselho. Pare de pecar e faça o que é certo. Deixe seus pecados para trás e tenha compaixão dos pobres. Quem sabe, então, o rei continuará a prosperar’.”

O sonho se cumpre

28 “Tudo isso, porém, aconteceu ao rei Nabucodonosor. 29 Doze meses depois, ele caminhava sobre o terraço de seu palácio na Babilônia 30 e disse: ‘Vejam a grande cidade da Babilônia! Com meu próprio poder, construí esta cidade para ser o centro de meu reino e para mostrar o esplendor de minha majestade’.

31 “Enquanto essas palavras ainda estavam em sua boca, veio do céu uma voz e disse: ‘Esta mensagem é para você, rei Nabucodonosor! Você não governa mais sobre este reino. 32 Será expulso do convívio humano. Viverá nos campos com os animais selvagens e comerá capim, como os bois. Viverá desse modo por sete períodos, até que entenda que o Altíssimo domina sobre os reinos do mundo e os dá a quem ele quer’.

33 “Naquela mesma hora, a sentença se cumpriu e Nabucodonosor foi expulso do convívio humano. Passou a comer capim, como os bois, e foi molhado pelo orvalho do céu. Viveu desse modo até seu cabelo crescer como as penas das águias e suas unhas se parecerem com garras de pássaros.”

Nabucodonosor louva a Deus

34 “Passado esse tempo, eu, Nabucodonosor, olhei para o céu. Minha sanidade voltou, louvei e adorei o Altíssimo e honrei aquele que vive para sempre.

“Seu domínio é para sempre,
seu reino, por todas as gerações.
35 Comparados a ele,
os habitantes da terra são como nada.
Ele faz o que quer entre os anjos do céu
e entre os habitantes da terra.
Ninguém pode detê-lo nem lhe dizer:
‘Por que fazes essas coisas?’.

36 “Quando minha sanidade voltou, também recuperei minha honra e a majestade de meu reino. Meus conselheiros e nobres me procuraram e fui restaurado ao meu reino, com muito mais honra que antes.

37 “Agora eu, Nabucodonosor, louvo, glorifico e honro o Rei dos céus. Todos os seus atos são justos e verdadeiros, e ele tem poder para humilhar os orgulhosos”.

A inscrição na parede

Muitos anos depois, o rei Belsazar deu um grande banquete para mil de seus nobres e bebeu vinho com eles. Enquanto Belsazar tomava vinho, ordenou que trouxessem as taças de ouro e prata que seu antecessor,[aj] Nabucodonosor, havia tirado do templo em Jerusalém. Queria beber nessas taças com seus nobres, suas esposas e suas concubinas. Então trouxeram as taças de ouro do templo, a casa de Deus em Jerusalém, e o rei e seus nobres, suas esposas e concubinas beberam nelas. Enquanto tomavam o vinho, louvavam seus ídolos feitos de ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra.

De repente, viram dedos de mão humana escreverem no reboco da parede do palácio real, perto do candelabro. O próprio rei viu a mão enquanto ela escrevia, e seu rosto ficou pálido de medo. Seus joelhos batiam um contra o outro, e suas pernas vacilavam.

Aos gritos, o rei mandou chamar os encantadores, os astrólogos[ak] e os adivinhos. Disse aos sábios da Babilônia: “Quem conseguir ler esta inscrição e me disser o que ela significa será vestido com um manto vermelho, e em seu pescoço será colocada uma corrente de ouro. Ele se tornará o terceiro em importância em meu reino!”.

Quando todos os sábios do rei chegaram, nenhum deles foi capaz de ler a inscrição nem de dizer o que ela significava. O rei ficou muito assustado, e seu rosto, ainda mais pálido. Seus nobres também ficaram abalados.

10 A rainha-mãe soube do que estava acontecendo ao rei e seus nobres e foi depressa à sala de banquetes. Disse ela a Belsazar: “Que o rei viva para sempre! Não fique tão pálido e assustado. 11 Há em seu reino um homem que tem nele o espírito dos santos deuses. Durante o reinado de Nabucodonosor, esse homem demonstrou percepção, entendimento e sabedoria como a dos deuses. Seu antecessor, o rei Nabucodonosor, o nomeou chefe de todos os magos, encantadores, astrólogos e adivinhos da Babilônia. 12 Esse homem, Daniel, a quem o rei deu o nome de Beltessazar, tem inteligência extraordinária e é cheio de conhecimento e entendimento. É capaz de interpretar sonhos, explicar enigmas e resolver problemas difíceis. Mande chamar Daniel, e ele lhe dirá o que significa a inscrição”.

Daniel interpreta a inscrição

13 Daniel foi levado à presença do rei, que lhe perguntou: “Você é Daniel, um dos exilados trazidos de Judá por meu antecessor, o rei Nabucodonosor? 14 Soube que o espírito dos deuses está em você, e que é cheio de percepção, entendimento e sabedoria. 15 Meus sábios e encantadores tentaram ler as palavras na parede e me dizer o que significam, mas não conseguiram. 16 Soube que você é capaz de interpretar e resolver problemas difíceis. Se conseguir ler as palavras e disser o que significam, será vestido com um manto vermelho, e em seu pescoço será colocada uma corrente de ouro. Você se tornará o terceiro em importância em meu reino”.

17 Daniel respondeu ao rei: “Guarde seus presentes ou entregue-os a outra pessoa; mas eu lhe direi o que significa a inscrição. 18 Ó rei, o Deus Altíssimo deu soberania, majestade, glória e honra a seu antecessor, Nabucodonosor. 19 Ele o engrandeceu de tal modo que povos de todas as raças, nações e línguas estremeciam de medo diante dele. Matava quem ele queria matar e poupava quem ele queria poupar; honrava quem ele queria honrar e humilhava quem ele queria humilhar. 20 Quando, porém, seu coração e sua mente se encheram de arrogância, ele foi tirado de seu trono e despojado de sua glória. 21 Foi expulso do convívio humano. Sua mente se tornou como a de um animal, e ele viveu entre os jumentos selvagens. Passou a comer capim, como os bois, e foi molhado pelo orvalho do céu, até entender que o Deus Altíssimo domina sobre todos os reinos do mundo e nomeia quem ele quer para governar sobre eles.

22 “Ó Belsazar, o senhor é sucessor[al] dele e sabia de tudo isso, mas mesmo assim não se humilhou. 23 Desafiou o Senhor dos céus e mandou trazer essas taças do templo. O rei, seus nobres, suas esposas e suas concubinas beberam vinho dessas taças enquanto louvavam deuses de prata, ouro, bronze, ferro, madeira e pedra, deuses que não veem, não ouvem, nem sabem coisa alguma. Mas o rei não honrou ao Deus que lhe dá fôlego de vida e controla seu destino. 24 Por isso Deus enviou a mão que escreveu a mensagem.

25 “Esta é a mensagem que foi escrita: Mene, Mene, Tequel e Parsim. 26 E este é o significado das palavras:

Mene:[am] Deus contou os dias de seu reinado e determinou seu fim.

27 Tequel:[an] Você foi pesado na balança e não atingiu o peso necessário.

28 Parsim:[ao] Seu reino será dividido e entregue aos medos e aos persas”.

29 Então, por ordem de Belsazar, vestiram Daniel com um manto vermelho, colocaram em seu pescoço uma corrente de ouro e o declararam o terceiro em importância no reino.

30 Naquela mesma noite, Belsazar, rei da Babilônia,[ap] foi morto.[aq]

31 [ar]E Dario, o medo, tinha 62 anos quando se apoderou do reino.

Daniel na cova dos leões

[as] O rei Dario resolveu dividir o reino em 120 províncias e nomeou um alto funcionário para governar cada uma delas. O rei também escolheu como administradores Daniel e outros dois homens, para que supervisionassem os altos funcionários e protegessem os interesses do rei. Em pouco tempo, Daniel se mostrou mais capaz que todos os outros administradores e altos funcionários. Por causa da grande capacidade de Daniel, o rei planejava colocá-lo à frente de todo o reino.

Os outros administradores e altos funcionários começaram a procurar falhas no modo como Daniel conduzia as questões de governo, mas nada encontraram para criticar ou condenar. Ele era leal, sempre responsável e digno de confiança. Por isso, concluíram: “Nossa única chance de encontrar algum motivo para acusar Daniel será em relação às leis de seu Deus”.

Então os administradores e os altos funcionários foram até o rei e lhe disseram: “Que o rei Dario viva para sempre! Nós administradores, oficiais, altos funcionários, conselheiros e governadores estamos todos de acordo que o rei deve decretar uma lei a ser cumprida rigorosamente. Dê ordens para que, nos próximos trinta dias, qualquer pessoa que orar a alguém, divino ou humano, exceto ao rei, seja lançada na cova dos leões. Agora, ó rei, decrete e assine essa lei para que não possa ser mudada, como lei oficial dos medos e dos persas, que não pode ser revogada”. E o rei Dario assinou a lei.

10 Quando Daniel soube que a lei tinha sido assinada, foi para casa e, como de costume, ajoelhou-se no quarto no andar de cima, com as janelas abertas na direção de Jerusalém. Orava três vezes por dia e dava graças a seu Deus. 11 Os oficiais foram juntos à casa de Daniel e o encontraram orando e pedindo ajuda a Deus. 12 Então foram diretamente ao rei e o lembraram da lei: “O rei não assinou um decreto ordenando que qualquer um que orasse a alguém, divino ou humano, exceto ao rei, fosse lançado na cova dos leões?”.

“Sim”, respondeu o rei. “Essa decisão está em vigor; é uma lei oficial dos medos e dos persas, que não pode ser revogada.”

13 Então disseram ao rei: “Aquele homem, Daniel, um dos exilados de Judá, não dá importância ao rei nem à sua lei. Continua a orar ao Deus dele três vezes por dia”.

14 Quando o rei ouviu isso, ficou muito angustiado e procurou uma forma de salvar Daniel. Passou o resto do dia pensando num modo de livrá-lo dessa situação.

15 À noite, os homens foram juntos ao rei e disseram: “Ó rei, o senhor sabe que, conforme a lei dos medos e dos persas, nenhum decreto que o rei assina pode ser revogado”.

16 Por fim, o rei deu ordens para que Daniel fosse preso e lançado na cova dos leões. O rei lhe disse: “Que seu Deus, a quem você serve fielmente, o livre”.

17 Então trouxeram uma pedra e a colocaram sobre a abertura da cova. O rei selou a pedra com seu anel e com os anéis de seus nobres, para que ninguém pudesse resgatar Daniel. 18 O rei voltou a seu palácio e passou a noite em jejum. Não quis nenhum dos divertimentos habituais e não conseguiu dormir a noite inteira.

19 De manhã bem cedo, levantou-se e foi apressadamente à cova dos leões. 20 Quando chegou lá, gritou angustiado: “Daniel, servo do Deus vivo! O Deus a quem você serve tão fielmente pôde livrá-lo dos leões?”.

21 Daniel respondeu: “Que o rei viva para sempre! 22 Meu Deus enviou seu anjo para fechar a boca dos leões de modo que não me fizessem mal, pois fui considerado inocente aos olhos de Deus. Também não fiz coisa alguma contra o senhor, ó rei”.

23 O rei ficou muito alegre e ordenou que tirassem Daniel da cova. Não havia sequer um arranhão nele, pois havia confiado em seu Deus.

24 Em seguida, o rei ordenou que prendessem os homens que haviam acusado Daniel. Ordenou que fossem lançados na cova dos leões junto com suas esposas e seus filhos. Os leões os atacaram e os despedaçaram antes que chegassem ao fundo da cova.

25 Então o rei Dario enviou esta mensagem a povos de todas as raças, nações e línguas em todo o mundo:

“Paz e prosperidade!

26 “Decreto que todos em meu reino devem tremer de medo diante do Deus de Daniel.

Pois ele é o Deus vivo
e permanecerá para sempre.
Seu reino jamais será destruído,
e seu domínio não terá fim.
27 Ele livra e salva seu povo;
realiza sinais e maravilhas
nos céus e na terra.
Foi ele que livrou Daniel
do poder dos leões”.

28 Assim, Daniel prosperou durante o reinado de Dario e durante o reinado de Ciro, o persa.[at]

Visão das quatro bestas

Anteriormente, durante o primeiro ano do reinado de Belsazar, rei da Babilônia,[au] Daniel teve um sonho e visões enquanto estava deitado em sua cama. Escreveu o que havia sonhado e foi isto que viu.

Naquela noite em minha visão, eu, Daniel, vi uma tempestade que agitava o grande mar, com ventos fortes que sopravam de todas as direções. Então, saíram da água quatro bestas enormes, cada uma diferente das demais.

A primeira besta era como um leão com asas de águia. Enquanto eu observava, suas asas foram arrancadas e ela ficou em pé no chão, sobre as duas patas traseiras, como um ser humano. E lhe foi dada mente humana.

Vi, então, a segunda besta, e ela se parecia com um urso. Levantou-se sobre um dos lados e tinha na boca, entre os dentes, três costelas. E lhe foi dito: “Levante-se! Devore a carne de muitos!”.

Em seguida, surgiu a terceira dessas bestas, que se parecia com um leopardo. Tinha quatro asas de ave nas costas e quatro cabeças. E lhe foi dada grande autoridade.

Então, em minha visão naquela noite, vi uma quarta besta, terrível, assustadora e muito forte. Devorava e despedaçava suas vítimas com grandes dentes de ferro e esmagava os restos debaixo de seus pés. Era diferente das outras três e tinha dez chifres.

Enquanto eu olhava para os chifres, de repente apareceu no meio deles outro chifre pequeno. Três dos chifres maiores foram arrancados pela raiz para dar lugar a ele. Esse chifre pequeno tinha olhos, como de homem, e uma boca que falava com arrogância.

Enquanto eu observava, foram colocados alguns tronos,
e o Ancião[av] se sentou para julgar.
Suas roupas eram brancas como a neve,
e seu cabelo, como a mais pura lã.
Sentava-se num trono de fogo,
com rodas de chamas ardentes,
10 e um rio de fogo
brotava de sua presença.
Milhões de anjos o serviam,
muitos milhões estavam diante dele.
O tribunal iniciou o julgamento,
e os livros foram abertos.

11 Continuei a observar, pois podia ouvir as palavras arrogantes do pequeno chifre. Fiquei olhando até que a quarta besta foi morta e seu corpo, destruído e lançado ao fogo. 12 Então foi tirada a autoridade das outras três bestas, mas elas tiveram permissão de viver por mais algum tempo.[aw]

13 Depois, em minha visão naquela noite, vi alguém semelhante a um filho de homem[ax] vindo com as nuvens do céu. Ele se aproximou do Ancião e foi conduzido à sua presença. 14 Recebeu autoridade, honra e soberania, para que povos de todas as raças, nações e línguas lhe obedecessem. Seu domínio é eterno; não terá fim. Seu reino jamais será destruído.

A visão é explicada

15 Eu, Daniel, fiquei perturbado com tudo que tinha visto, e minhas visões me aterrorizaram. 16 Por isso aproximei-me de um dos que estavam em pé junto ao trono e perguntei o que tudo aquilo significava. Ele explicou: 17 “Essas quatro grandes bestas representam quatro reinos que surgirão da terra. 18 No final, porém, o reino será entregue ao povo santo do Altíssimo, e eles dominarão para todo o sempre”.

19 Então eu quis saber o verdadeiro signifi-cado da quarta besta, tão diferente das demais e tão aterrorizante. Ela havia devorado e despedaçado suas vítimas com dentes de ferro e garras de bronze e esmagado os restos com os pés. 20 Também quis saber sobre os dez chifres em sua cabeça e o pequeno chifre que surgiu depois e derrubou três dos outros chifres. Esse chifre parecia mais forte que os demais e tinha olhos humanos e uma boca que falava com arrogância. 21 Enquanto eu observava, esse chifre guerreava contra o povo santo de Deus e o derrotava, 22 até que o Ancião, o Altíssimo, veio e pronunciou a sentença em favor de seu povo santo. Então chegou o tempo de o povo santo tomar posse do reino.

23 Depois ele me disse: “A quarta besta é o quarto reino que dominará a terra, e será diferente de todos os outros. Devorará o mundo inteiro, pisoteará e esmagará tudo que estiver em seu caminho. 24 Seus dez chifres são dez reis que governarão esse império. Então surgirá outro rei, diferente dos dez, que subjugará três reis. 25 Ele desafiará o Altíssimo e oprimirá o povo santo do Altíssimo. Tentará mudar suas festas sagradas e suas leis, e eles serão colocados sob o controle dele por um tempo, tempos, e meio tempo.

26 “Contudo, o tribunal o julgará, e todo o seu poder será tirado e completamente destruído. 27 Então serão dados ao povo santo do Altíssimo a soberania, o poder e a grandeza de todos os reinos debaixo dos céus. O reino do Altíssimo permanecerá para sempre, e todos os governantes o servirão e lhe obedecerão”.

28 Assim terminou a visão. Eu, Daniel, fiquei aterrorizado por causa de meus pensamentos e meu rosto ficou pálido de medo, mas não contei essas coisas a ninguém.

Visão de um carneiro e de um bode

[ay] Durante o terceiro ano do reinado de Belsazar, eu, Daniel, tive outra visão, depois da primeira. Nessa visão eu estava na fortaleza de Susã, na província de Elão, em pé junto ao rio Ulai.[az]

Quando levantei os olhos, vi um carneiro com dois chifres compridos, em pé junto ao rio.[ba] Um dos chifres era mais comprido que o outro, embora tivesse crescido depois do outro. O carneiro dava chifradas em tudo em seu caminho para o oeste, para o norte e para o sul, e ninguém conseguia detê-lo nem ajudar suas vítimas. Ele fazia o que queria e se tornou muito poderoso.

Enquanto eu observava, de repente um bode surgiu do oeste e atravessou a terra com tanta rapidez que nem sequer tocou o chão. Esse bode, que tinha um chifre enorme entre os olhos, foi na direção do carneiro de dois chifres que eu tinha visto em pé junto ao rio, e avançou sobre ele cheio de fúria. O bode atacou o carneiro furiosamente e o atingiu com um golpe que quebrou seus dois chifres. O carneiro ficou sem forças para resistir, e o bode o derrubou e o pisoteou. Ninguém foi capaz de livrar o carneiro do poder do bode.

O bode se tornou muito poderoso, mas, no auge de seu poder, seu grande chifre foi quebrado. No lugar dele nasceram quatro chifres proeminentes, que apontavam para as quatro direções da terra. Então, de um dos chifres proeminentes surgiu um pequeno chifre, cujo poder se tornou muito grande. Estendeu-se para o sul e para o leste e em direção à terra gloriosa. 10 Seu poder chegou aos céus, onde atacou o exército celestial, lançou à terra alguns do exército e algumas das estrelas e os pisoteou. 11 Chegou a desafiar o Comandante do exército celestial ao suspender os sacrifícios diários oferecidos a ele e destruir seu templo. 12 Ao exército celestial não foi permitido reagir a essa rebelião. Portanto, o sacrifício diário foi interrompido, e a verdade, derrotada. O chifre teve êxito em tudo que fez.[bb]

13 Então ouvi dois seres santos conversando entre si. Um deles perguntou: “Quanto tempo durarão os acontecimentos dessa visão? Até quando a rebelião que causa profanação impedirá os sacrifícios diários? Até quando o templo e o exército celestial serão pisoteados?”.

14 O outro respondeu: “Levará 2.300 tardes e manhãs; então o templo será restaurado”.

Gabriel explica a visão

15 Enquanto eu, Daniel, tentava entender o significado dessa visão, alguém que parecia um homem parou diante de mim. 16 E ouvi uma voz humana vinda do rio Ulai gritar: “Gabriel, explique a este homem o significado da visão!”.

17 Quando Gabriel se aproximou de onde eu estava, fiquei tão aterrorizado que me prostrei com o rosto no chão. Ele disse: “Filho de homem, você precisa entender que os acontecimentos da visão se referem ao tempo do fim”.

18 Enquanto ele falava, desmaiei e caí com o rosto no chão. Gabriel me despertou com um toque e me ajudou a ficar em pé.

19 Então ele disse: “Estou aqui para lhe contar o que acontecerá depois, no tempo da ira, pois aquilo que você viu se refere ao fim dos tempos. 20 O carneiro com dois chifres representa os reis da Média e da Pérsia. 21 O bode peludo representa o rei da Grécia,[bc] e o grande chifre entre os olhos dele representa o primeiro rei do império grego. 22 Os quatro chifres proeminentes que apareceram no lugar do chifre grande mostram que o império grego se dividirá em quatro reinos, mas nenhum deles será tão grande quanto o primeiro.

23 “No final de seu reinado, quando o pecado estiver no auge, subirá ao poder um rei feroz, mestre de intrigas. 24 Ele se tornará muito forte, mas não por seu próprio poder. Causará terrível destruição e terá êxito em tudo que fizer. Destruirá líderes poderosos e devastará o povo santo. 25 Será um mestre do engano e se tornará arrogante; destruirá muitos sem aviso. Chegará a enfrentar na batalha o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado, embora não por força humana.

26 “Essa visão das 2.300 tardes e manhãs[bd] é verdadeira. Guarde, porém, a visão em segredo, pois esses acontecimentos só ocorrerão depois de muito tempo”.

27 Então eu, Daniel, fiquei abatido e doente por vários dias. Depois, levantei-me e voltei a tratar dos negócios do rei, mas a visão me deixou muito perturbado e não consegui entendê-la.

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