Print Page Options
Previous Prev Day Next DayNext

Bible in 90 Days

An intensive Bible reading plan that walks through the entire Bible in 90 days.
Duration: 88 days
Nova Traduҫão na Linguagem de Hoje 2000 (NTLH)
Version
Jeremias 33:23-47:7

23 O Senhor me perguntou:

24 — Jeremias, você sabe que andam dizendo que rejeitei Israel e Judá, as duas famílias que eu havia escolhido? Assim desprezam o meu povo e não o consideram mais como uma nação. 25 Mas eu, o Senhor, digo que fiz leis para o dia e a noite e leis que controlam a terra e o céu. 26 E, assim como mantenho essas leis, também manterei a aliança que fiz com os descendentes de Jacó e com o meu servo Davi. Escolherei um descendente de Davi para governar os descendentes de Abraão, de Isaque e de Jacó. Farei com que o meu povo prospere novamente e terei compaixão dele.

Mensagem para o rei Zedequias

34 O rei Nabucodonosor, da Babilônia, e o seu exército estavam atacando Jerusalém e as cidades vizinhas. Ajudavam nesse ataque as tropas de todas as nações e reinos dominados por ele. Nesse tempo, o Senhor Deus falou comigo e mandou que eu levasse a seguinte mensagem ao rei Zedequias, de Judá:

— Eu, o Senhor, o Deus de Israel, vou entregar esta cidade ao rei da Babilônia, e ele a destruirá com fogo. Você não escapará; pelo contrário, será preso e entregue a ele. Você verá Nabucodonosor e falará com ele pessoalmente. Depois, você irá para a Babilônia. Rei Zedequias, escute o que eu, o Senhor, estou dizendo a seu respeito: você vai morrer em paz e não na guerra. E, como queimaram incenso no sepultamento dos seus antepassados que foram reis antes de você, assim queimarão incenso em sua honra. Vão chorar por sua causa, dizendo: “O nosso rei morreu!” Eu, o Senhor, falei.

Então eu contei tudo isso ao rei Zedequias, em Jerusalém, quando o exército do rei da Babilônia estava atacando a cidade. Esse exército também estava atacando Laquis e Azeca, as duas únicas cidades cercadas de muralhas, em Judá, que ainda resistiam.

Os escravos libertados

O Senhor Deus falou de novo comigo depois que Zedequias fez um acordo com os moradores de Jerusalém para darem liberdade aos seus escravos. Cada um devia pôr em liberdade os seus escravos hebreus, tanto homens como mulheres, para que assim nenhum hebreu tivesse como escravo uma pessoa da sua raça. 10 E todo o povo e as autoridades concordaram em libertar os seus escravos, prometendo nunca mais escravizá-los. Eles libertaram os escravos, 11 mas depois mudaram de ideia, e os fizeram voltar, e os obrigaram a se tornarem escravos de novo.

12-13 Então o Senhor, o Deus de Israel, me mandou dizer ao povo:

— Quando tirei do Egito os antepassados de vocês e os livrei da escravidão, fiz uma aliança com eles. Eu disse que 14 de sete em sete anos deviam libertar qualquer patrício hebreu que eles tivessem comprado e que tivesse sido escravo deles durante seis anos. Mas os seus antepassados não me deram atenção, nem me obedeceram. 15 Porém alguns dias atrás vocês mudaram de ideia e fizeram o que me agrada. Todos concordaram em libertar os seus patrícios hebreus e fizeram um acordo na minha presença, no Templo construído em honra do meu nome. 16 Mas depois vocês novamente mudaram de ideia e profanaram o meu nome. Todos vocês fizeram voltar os escravos que haviam sido libertados e os obrigaram a ser escravos de novo. 17 Por isso, eu, o Senhor, digo que vocês me desobedeceram e não deram a liberdade aos seus patrícios hebreus. Pois bem! Eu vou dar liberdade a vocês: liberdade de morrer na guerra e de morrer de doença e fome. Farei com que sejam um espetáculo horrível para todas as nações da terra. Sou eu, o Senhor, quem está falando. 18-19 As autoridades de Judá e de Jerusalém, os oficiais do palácio, os sacerdotes e todo o povo fizeram uma aliança comigo, passando entre as duas metades de um boi cortado ao meio. Mas eles quebraram a aliança que fizeram na minha presença e não cumpriram o que prometeram. 20 Por isso, eu os entregarei aos seus inimigos que os querem matar, e os corpos deles serão comidos pelas aves e pelos animais selvagens. 21 Entregarei o rei Zedequias, de Judá, e os seus oficiais aos inimigos que os querem matar. Eu os entregarei ao exército do rei da Babilônia, que parou de atacar vocês. 22 Darei ordem aos inimigos, e eles voltarão. Eles atacarão, e tomarão a cidade, e a destruirão com fogo. Farei com que as cidades de Judá virem um deserto onde ninguém mora. Eu, o Senhor, falei.

Jeremias e os recabitas

35 Quando Jeoaquim, filho de Josias, era rei de Judá, o Senhor Deus me disse:

— Jeremias, vá procurar a família dos recabitas e fale com eles. Depois, leve-os a uma das salas do Templo e lhes ofereça vinho.

3-4 Então eu fui buscar os recabitas e levei a família inteira ao Templo: Jazanias (filho de outro Jeremias, que era filho de Habazinias) e todos os seus irmãos e filhos. Eu os levei até a sala dos seguidores do profeta Hanã, homem de Deus. Hanã era filho de Jigdalias. Essa sala ficava perto da sala dos oficiais e em cima da de Maaseias, filho de Salum, importante oficial do Templo. Depois, coloquei diante dos recabitas jarras cheias de vinho e copos e disse:

— Tomem um pouco de vinho.

Mas eles responderam:

— Nós não bebemos vinho, pois o nosso antepassado Jonadabe, filho de Recabe, deu a seguinte ordem: “Nunca bebam vinho, nem vocês nem os seus descendentes. Não construam casas, nem cultivem a terra. Não façam, nem comprem plantações de uva. Não tenham lugar certo para morar. Morem em barracas a vida toda para que assim vivam muito tempo nesta terra.” E nós temos obedecido a todas as ordens do nosso antepassado Jonadabe, filho de Recabe. Nunca bebemos vinho, nem nós, nem nossas esposas, nem nossos filhos e filhas. 9-10 Não construímos casas para morar: moramos em barracas. Não temos plantações de uva, nem terras, nem sementes. Temos obedecido a tudo o que o nosso antepassado Jonadabe ordenou. 11 Mas, quando o rei Nabucodonosor, da Babilônia, invadiu o país, resolvemos vir a Jerusalém para fugir dos exércitos babilônios e sírios. É por isso que estamos vivendo aqui.

12-13 Então o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, mandou que eu fosse dizer o seguinte ao povo de Judá e de Jerusalém:

— Eu, o Senhor, pergunto: por que vocês não querem me ouvir, nem obedecer às minhas ordens? 14 Os descendentes de Jonadabe têm obedecido à sua ordem de não beber vinho. E até hoje nenhum deles bebe, pois todos obedecem ao mandamento que ele deu. Mas eu sempre tenho falado a vocês, e vocês não têm obedecido. 15 Tenho sempre mandado todos os meus servos, os profetas, e eles têm ordenado que vocês abandonem os seus maus caminhos e façam o que é certo. Eles avisaram que vocês não deviam adorar, nem servir outros deuses para que assim pudessem continuar a viver na terra que dei a vocês e aos seus antepassados. Mas vocês não quiseram me ouvir, nem obedecer. 16 Os descendentes de Jonadabe têm obedecido ao mandamento que o seu antepassado lhes deu; no entanto, vocês, o meu povo, não me têm obedecido. 17 Por isso, eu, o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, mandarei sobre vocês, povo de Judá e de Jerusalém, toda a destruição que prometi. Farei isso porque não quiseram me obedecer quando lhes falei e não quiseram responder quando os chamei.

18 Então eu disse à família dos recabitas que o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, tinha dito o seguinte:

— Vocês têm obedecido ao mandamento do seu antepassado Jonadabe, têm respeitado todas as suas ordens e feito tudo o que ele mandou. 19 Por isso, eu, o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, prometo que Jonadabe, filho de Recabe, terá sempre um descendente homem para me servir.

Baruque lê um rolo no Templo

36 No quarto ano em que Jeoaquim, filho de Josias, reinou em Judá, o Senhor Deus me disse:

— Jeremias, pegue um rolo — um livro — e escreva nele tudo o que lhe falei a respeito do povo de Israel e de Judá e a respeito de todas as nações. Escreva tudo o que eu disse desde a primeira vez em que falei com você, quando Josias era rei, até hoje. O povo de Judá vai ficar sabendo de toda a destruição que estou pensando fazer cair sobre eles. Aí talvez todos abandonem os seus maus caminhos, e eu perdoarei a maldade e os pecados deles.

Depois, eu chamei Baruque, filho de Nerias, e ditei tudo o que o Senhor me tinha dito, e ele escreveu num rolo. Então lhe dei as seguintes instruções:

— Eu estou proibido de ir ao Templo. Mas quero que você vá até lá quando o povo estiver jejuando. Leia o rolo em voz alta, de modo que eles escutem tudo o que o Senhor Deus me disse e que eu ditei a você. Faça isso de maneira que o povo e também os que vierem das cidades de Judá possam ouvir. Pode ser que assim eles orem a Deus e abandonem os seus maus caminhos, pois o Senhor está furioso e muito irado com este povo.

Então Baruque leu no pátio do Templo as palavras do Senhor, exatamente como eu havia mandado.

No nono mês do quinto ano do reinado de Jeoaquim, filho de Josias, em Judá, o povo ficou em jejum diante de Deus, o Senhor. Tomaram parte nesse jejum todos os que viviam em Jerusalém e todos os que tinham vindo das cidades de Judá. 10 Então Baruque leu no rolo tudo o que eu tinha dito, e todo o povo escutou. Ele fez essa leitura num dos pátios do Templo, na sala de Gemarias, que era filho de Safã e escrivão do rei. Essa sala, que ficava na entrada do Portão Novo do Templo, dava para o pátio de cima.

O rolo é lido diante das autoridades

11 Micaías, filho de Gemarias e neto de Safã, ouviu Baruque ler no rolo aquilo que o Senhor tinha dito. 12 Aí desceu ao palácio real e foi até a sala do escrivão do rei, onde todas as autoridades estavam reunidas. Encontravam-se ali Elisama, conselheiro do rei, e Delaías, filho de Semaías, e Elnatã, filho de Acbor, e Gemarias, filho de Safã, e Zedequias, filho de Hananias, e todas as outras autoridades. 13 Micaías contou tudo o que tinha ouvido Baruque ler para o povo. 14 Então as autoridades mandaram que Jeudi, que era filho de Netanias, neto de Selemias e bisneto de Cusi, fosse dizer a Baruque o seguinte:

— Venha e traga o rolo que você leu para o povo.

Aí Baruque pegou o rolo e foi ao palácio. 15 E eles lhe disseram:

— Por favor, sente-se e leia o rolo para nós.

E Baruque leu para eles. 16 Depois de terem escutado tudo, eles olharam assustados uns para os outros e disseram a Baruque:

— Temos de contar isso ao rei.

17 Então perguntaram:

— Diga uma coisa: como é que você escreveu tudo isso? Foi Jeremias que ditou?

18 — Jeremias ditou palavra por palavra, e eu escrevi tudo com tinta neste rolo! — respondeu Baruque.

19 Então eles disseram:

— Você e Jeremias precisam se esconder. Não deixem ninguém saber onde vocês estão.

O rei queima o rolo

20 As autoridades deixaram o rolo, isto é, o livro, na sala de Elisama, o escrivão do rei. Em seguida, foram até a sala onde o rei estava e lhe contaram tudo. 21 Então o rei mandou que Jeudi fosse buscar o rolo. Ele foi à sala de Elisama, trouxe o rolo e leu para o rei Jeoaquim e todas as autoridades que estavam em volta dele. 22 Era tempo de frio, e o rei estava no seu palácio de inverno, sentado perto do fogo. 23 Cada vez que Jeudi terminava a leitura de três ou quatro colunas, o rei cortava com uma faquinha aquele pedaço do rolo e jogava no fogo. Ele continuou fazendo isso até que o rolo inteirinho virou cinza. 24 Mas nem o rei nem nenhuma das autoridades que ouviram todas aquelas coisas ficaram com medo ou mostraram qualquer sinal de arrependimento. 25 Acontece que Elnatã, Delaías e Gemarias tinham pedido ao rei que não queimasse o rolo, mas ele não deu atenção. 26 Pelo contrário, mandou que o príncipe Jerameel, junto com Seraías, filho de Azriel, e Selemias, filho de Abdeel, prendessem o meu secretário Baruque e a mim. Mas o Senhor nos havia escondido.

O outro rolo

27 Depois que o rei Jeoaquim queimou o rolo que eu havia ditado a Baruque, o Senhor Deus me disse 28 que pegasse outro rolo e escrevesse tudo o que estava naquele que o rei tinha queimado. 29 E o Senhor me mandou dizer o seguinte:

— Rei Jeoaquim, você queimou o rolo, perguntando: “Por que foi que Jeremias escreveu que o rei da Babilônia certamente virá, e destruirá esta terra, e matará a sua gente e os seus animais?” 30 Por isso, eu, o Senhor, digo a você, rei Jeoaquim, que nenhum dos seus descendentes será rei no reino de Davi. O seu cadáver ficará largado ao sol durante o dia e à geada durante a noite. 31 Castigarei você, os seus descendentes e as suas autoridades por causa dos pecados de vocês todos. Nem você nem o povo de Jerusalém e de Judá se importaram com os meus avisos. Por isso, farei cair sobre todos vocês a desgraça que prometi.

32 Então peguei outro rolo, entreguei ao meu secretário Baruque, e ele escreveu tudo o que eu ditei. Escreveu tudo o que estava no rolo que o rei Jeoaquim havia queimado. E ainda ditei muitas outras coisas parecidas.

O pedido de Zedequias

37 O rei Nabucodonosor, da Babilônia, pôs Zedequias, filho de Josias, como rei na terra de Judá, no lugar de Joaquim, filho de Jeoaquim. Mas nem Zedequias, nem as autoridades, nem o povo obedeceram à mensagem de Deus, que eu, o profeta Jeremias, lhes entreguei.

O rei Zedequias mandou que Jucal, filho de Selemias, e o sacerdote Sofonias, filho de Maaseias, fossem falar comigo. Eles disseram:

— Por favor, Jeremias, ore ao Senhor, nosso Deus, por nós.

Eu ainda não tinha sido preso e andava livremente no meio do povo. Nesse tempo, o exército egípcio havia saído do Egito. E, quando os babilônios que estavam cercando Jerusalém souberam disso, foram embora. 6-7 Então o Senhor, o Deus de Israel, me mandou dizer o seguinte a Zedequias, rei de Judá:

— O exército egípcio, que vem vindo para socorrer você, vai voltar para o Egito. Aí os babilônios voltarão para atacar esta cidade. Eles vão conquistá-la e pôr fogo nela. Eu, o Senhor, lhes dou este aviso: não se enganem, pensando que os babilônios não vão voltar. Eles voltarão. 10 Ainda que vocês derrotassem todo o exército da Babilônia, que está atacando, e ainda que desse exército sobrassem apenas homens feridos, deitados nas suas barracas, isso não adiantaria nada. Pois mesmo assim esses homens se levantariam e poriam fogo nesta cidade.

Jeremias é preso

11 As tropas dos babilônios se retiraram de Jerusalém porque o exército egípcio estava chegando. 12 Nesse tempo, eu resolvi sair de Jerusalém e ir ao território da tribo de Benjamim para receber certa propriedade, que era parte de uma herança. 13 Ao chegar ao Portão de Benjamim, o chefe da guarda, chamado Jerias, que era filho de Selemias e neto de Hananias, me fez parar e disse:

— Você está fugindo para o lado dos babilônios!

14 — Isso é mentira! — respondi. — Eu não estou fugindo para o lado dos babilônios!

Mas Jerias não quis me ouvir. Ele me prendeu e me levou às autoridades. 15 Elas ficaram furiosas comigo e me deram uma surra. Em seguida, me prenderam na casa de Jônatas, escrivão do rei. Essa casa tinha sido transformada em prisão. 16 Aí me puseram numa cela cavada na terra, e eu fiquei ali muito tempo.

17 Depois, o rei Zedequias mandou me buscar. Quando cheguei ao palácio, ele me perguntou em segredo:

— Jeremias, você recebeu alguma mensagem de Deus, o Senhor?

— Sim! Recebi! O senhor, ó rei, será entregue nas mãos do rei da Babilônia.

18 Então aproveitei para perguntar a Zedequias:

— Qual foi o crime que cometi contra o senhor, ó rei, ou contra as autoridades, ou contra este povo, para que me pusessem na cadeia? 19 Onde estão os seus profetas que lhe diziam que o rei da Babilônia não ia atacar nem o senhor nem este país? 20 Portanto, ó rei, meu senhor, agora peço que faça o que vou pedir. Por favor, não me mande de volta para a casa do seu escrivão Jônatas, pois, se eu voltar, vou acabar morrendo ali.

21 Então o rei Zedequias ordenou que me pusessem no pátio da guarda. Todos os dias me davam um pão de padaria, até que acabou todo o pão que havia na cidade. E assim fiquei no pátio da guarda.

Jeremias no poço

38 Certa vez, Sefatias, filho de Matã, e Gedalias, filho de Pasur, e Jucal, filho de Selemias, e Pasur, filho de Malquias, ouviram o que eu estava dizendo ao povo. Eu dizia que o Senhor Deus tinha dito o seguinte:

— Quem ficar na cidade morrerá em combate, ou de fome, ou de doença. Mas aquele que sair e se entregar aos babilônios não será morto; pelo menos, escapará com vida e continuará a viver.

Eu estava dizendo que o Senhor também tinha dito isto:

— Certamente entregarei esta cidade ao exército do rei da Babilônia, e ele a conquistará.

Então as autoridades disseram ao rei:

— Este homem tem de morrer. Falando desse jeito, ele está tirando a coragem dos soldados que estão na cidade e desanimando todo o povo. Este homem não está procurando ajudar; o que ele quer é a desgraça de todos.

O rei Zedequias disse:

— Muito bem! Façam o que quiserem com Jeremias. Eu não posso segurar vocês.

Então eles me pegaram e me puseram dentro do poço que havia no pátio da guarda e que era do príncipe Malquias. Eles me desceram com cordas. Não havia água no poço; só lama; e eu me atolei na lama.

7-8 Ebede-Meleque, um eunuco nascido na Etiópia, que trabalhava no palácio real, ficou sabendo que me haviam jogado no poço. Então saiu do palácio e foi falar com o rei, que naquela hora estava julgando causas no Portão de Benjamim. Ebede-Meleque disse o seguinte:

— Ó rei, meu senhor, o que aqueles homens fizeram está errado. Jogaram Jeremias no poço, e ele na certa vai morrer de fome, pois não há mais comida na cidade.

10 Aí o rei deu ordem para Ebede-Meleque levar trinta homens dali e me tirar do poço antes que eu morresse. 11 Então Ebede-Meleque levou os homens ao depósito do palácio. Pegou alguns trapos e roupas usadas e os desceu por meio de cordas para dentro do poço onde eu estava. 12 E disse:

— Jeremias, ponha esses trapos debaixo dos braços para que as cordas não machuquem você.

Eu fiz o que ele mandou. 13 Então me puxaram com as cordas e me tiraram do poço. Depois disso, fiquei no pátio da guarda.

Zedequias pede conselho a Jeremias

14 O rei Zedequias mandou que me levassem até a terceira entrada do Templo, onde ele estava. Então disse:

— Jeremias, vou lhe fazer uma pergunta e não quero que você esconda nada de mim.

15 Eu respondi:

— Se eu disser a verdade, o senhor me matará; e, se eu lhe der conselhos, o senhor não ouvirá.

16 Aí o rei Zedequias me prometeu, em segredo, o seguinte:

— Pelo Senhor Deus, que está vivo e que nos deu a vida, juro que não matarei você, nem o entregarei aos homens que querem matá-lo.

17 Então eu disse a Zedequias que o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, tinha dito o seguinte:

— Rei Zedequias, se você se entregar aos oficiais do rei da Babilônia, você não será morto, e esta cidade não será queimada. Tanto você como a sua família ficarão vivos. 18 Porém, se você não se entregar, então esta cidade será entregue aos babilônios, e eles a queimarão. E você não escapará deles.

19 O rei Zedequias respondeu:

— Mas eu tenho medo dos judeus que passaram para o lado dos babilônios. Pode acontecer que os babilônios me entreguem a esses judeus, e eles me torturem.

20 Aí eu disse ao rei:

— O senhor não será entregue a esses judeus. Por favor, obedeça à mensagem do Senhor Deus, como lhe falei. Então tudo lhe correrá bem, e o senhor não será morto. 21 Mas Deus me mostrou o que acontecerá se o senhor não quiser se entregar. 22 Todas as mulheres que ficarem no palácio real de Judá serão levadas para os oficiais do rei da Babilônia. E elas irão dizendo assim:

“O rei foi enganado e dominado pelos seus melhores amigos.
E, agora que ele afundou os pés na lama,
os seus amigos o abandonaram.”

23 Eu disse ainda:

— Rei Zedequias, todas as suas mulheres e os seus filhos serão entregues aos babilônios, e o senhor também não escapará deles. O senhor será levado como prisioneiro pelo rei da Babilônia, e esta cidade será destruída pelo fogo.

24 Aí Zedequias me recomendou:

— Jeremias, não conte esta conversa a ninguém; se não, a sua vida correrá perigo. 25 Se as autoridades souberem que eu estive falando com você, vão lhe perguntar o que foi que conversamos. E vão prometer que não o matarão se você lhes contar tudo. 26 Se isso acontecer, diga que você veio me pedir que não o mandasse de volta à casa de Jônatas, pois ali você morreria.

27 Então todos os oficiais vieram e me fizeram perguntas. E eu respondi como o rei havia ordenado. Eles me deixaram em paz porque não tinham ouvido nada da conversa. 28 E eu fiquei ali no pátio da guarda até o dia em que Jerusalém foi tomada.

Os babilônios conquistam Jerusalém(A)

39 No décimo mês do ano nono do reinado de Zedequias em Judá, o rei Nabucodonosor, da Babilônia, veio com todo o seu exército e atacou a cidade de Jerusalém. No ano décimo primeiro do reinado de Zedequias, no dia nove do quarto mês, eles conseguiram abrir uma brecha na muralha da cidade.

Quando Jerusalém foi tomada, todos os altos funcionários do rei da Babilônia vieram e sentaram nos seus lugares, no Portão do Meio. Entre eles, estavam Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim e outro Nergal-Sarezer.

Quando o rei Zedequias e todos os seus soldados viram o que havia acontecido, tentaram fugir da cidade durante a noite. Eles saíram pelo caminho do jardim do rei, foram pelo portão que ligava as duas muralhas e fugiram na direção do vale do Jordão. Mas o exército dos babilônios os perseguiu e prendeu Zedequias na planície de Jericó. Eles o levaram como prisioneiro ao rei Nabucodonosor, que estava na cidade de Ribla, na região de Hamate. Ali Nabucodonosor o condenou. Em Ribla, o rei da Babilônia mandou matar os filhos de Zedequias na presença do pai. Também mandou matar as autoridades de Judá. Depois, mandou furar os olhos de Zedequias e o prendeu com correntes de bronze a fim de levá-lo para a Babilônia. Enquanto isso, os babilônios incendiaram o palácio real e as casas do povo e derrubaram as muralhas de Jerusalém. E Nebuzaradã, o comandante-geral do exército babilônio, levou como prisioneiros para a Babilônia os que haviam sido deixados na cidade e os que haviam fugido para o lado dele. 10 Mas deixou ficar na terra de Judá algumas pessoas mais pobres, que não tinham propriedades, e lhes deu plantações de uvas e terras.

Jeremias é libertado

11 E Nabucodonosor, rei da Babilônia, deu a Nebuzaradã a seguinte ordem a meu respeito:

12 — Vá buscar Jeremias e cuide bem dele. Não o trate mal, mas faça por ele o que ele quiser.

13 Assim Nebuzaradã, junto com Nebusazbã, alto oficial, e Nergal-Sarezer, que também era alto oficial, e todas as outras autoridades do rei da Babilônia 14 mandaram me tirar do pátio da guarda. Fui entregue a Gedalias, filho de Aicã e neto de Safã, e ele me levou para casa. Assim eu fiquei em Jerusalém, no meio do povo.

Mensagem para Ebede-Meleque

15 Enquanto eu ainda estava preso no pátio da guarda, o Senhor Deus falou comigo. Ele me mandou 16 que dissesse a Ebede-Meleque, da Etiópia, que o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, tinha dito o seguinte:

— Conforme prometi, não trarei progresso e sim destruição a esta cidade de Jerusalém. E, quando isso acontecer, você estará aqui para ver. 17 Mas eu, o Senhor, o protegerei, e você não será entregue nas mãos daqueles de quem está com medo. 18 Eu o salvarei: você não morrerá. Você continuará vivo porque confiou em mim. Eu, o Senhor, falei.

Jeremias e Gedalias

40 O Senhor Deus falou comigo outra vez depois que o comandante-geral Nebuzaradã me havia posto em liberdade na cidade de Ramá. Eu tinha sido acorrentado, junto com todo o povo de Jerusalém e de Judá que estava sendo levado como prisioneiro para a Babilônia. O comandante-geral me chamou de lado e disse:

— O Senhor, seu Deus, ameaçou destruir esta terra e agora fez o que tinha dito. Tudo isso aconteceu porque o seu povo pecou contra o Senhor e não lhe obedeceu. Agora, estou tirando as correntes dos seus pulsos e pondo você em liberdade. Se quiser vir comigo para a Babilônia, venha, e eu cuidarei bem de você. Mas, se não quiser, não venha. Você pode ficar em qualquer lugar deste país. Vá para onde quiser e achar melhor.

Mas, como eu estava demorando a me decidir, Nebuzaradã me disse:

— Volte e fique com Gedalias, filho de Aicã e neto de Safã. O rei da Babilônia colocou Gedalias como governador das cidades de Judá. Você pode ficar com ele e viver no meio do povo ou então ir para onde achar melhor.

Nebuzaradã me deu mantimentos e um presente e deixou que eu fosse embora. Então fui e fiquei com Gedalias, em Mispa. E ali passei a viver no meio do povo que tinha ficado na terra de Judá.

O governo de Gedalias(B)

Alguns oficiais de Judá e os seus soldados, que estavam no campo, não haviam se entregado. Eles ouviram falar que o rei da Babilônia tinha posto Gedalias, filho de Aicã, como governador do país e como responsável por todos aqueles que não haviam sido levados como prisioneiros para a Babilônia. Só os mais pobres ficaram no país. Então Ismael, filho de Netanias, e Joanã, filho de Careá, e Seraías, filho de Tanumete, e os filhos de Efai, da cidade de Netofa, e Jezanias, de Maacá, foram com os seus homens até Mispa a fim de falar com Gedalias. E Gedalias lhes disse:

— Eu dou a minha palavra que vocês não precisam ter medo de serem dominados pelos babilônios. Fiquem morando nesta terra, trabalhem para o rei da Babilônia, e tudo correrá bem para vocês. 10 Eu mesmo vou ficar em Mispa e, quando os babilônios chegarem, serei o representante de vocês. Vocês podem colher e guardar frutas, armazenar vinho e azeite e morar nas cidades que vocês conquistaram.

11 Da mesma forma, todos os judeus que estavam em Moabe, Amom, Edom e em outros países ouviram dizer que o rei da Babilônia tinha deixado que alguns judeus ficassem vivendo em Judá. Souberam também que ele havia posto Gedalias como governador deles. 12 Aí os judeus saíram de todos os lugares onde estavam espalhados e voltaram para a terra de Judá. Eles foram até Mispa, onde vivia Gedalias, e fizeram muito vinho e colheram muitas frutas.

A morte de Gedalias(C)

13 Depois disso, Joanã, filho de Careá, e os chefes dos soldados que não se haviam entregado aos babilônios foram a Mispa, onde Gedalias estava, 14 e lhe disseram:

— Sabe que Baalis, rei de Amom, mandou Ismael, filho de Netanias, matar o senhor?

Mas Gedalias não acreditou. 15 Então Joanã lhe disse o seguinte, em particular:

— Deixe que eu mate Ismael, e ninguém vai ficar sabendo quem o matou. Por que deixar que ele mate o senhor? Se isso acontecer, todos os judeus que se ajuntaram em volta do senhor se espalharão, e isso será uma desgraça para todo o povo que ficou em Judá.

16 Mas Gedalias respondeu:

— Não mate Ismael! O que você está dizendo a respeito dele é mentira.

41 No sétimo mês daquele ano, Ismael, filho de Netanias e neto de Elisama, que era da família do rei, foi até Mispa com dez homens para encontrar-se com Gedalias. Enquanto estavam todos ali, tomando uma refeição juntos, Ismael e os dez homens que estavam com ele pegaram as suas espadas e mataram Gedalias. Assim mataram aquele que tinha sido posto pelo rei da Babilônia como governador do país. Ismael também matou todos os judeus que estavam com Gedalias em Mispa e os soldados babilônios que estavam lá.

No dia seguinte, antes que alguém soubesse que Gedalias tinha sido morto, chegaram ali oitenta homens. Eles vinham de Siquém, Siló e Samaria. Estavam com a barba raspada e as roupas rasgadas e tinham feito cortes no corpo. Eles traziam cereais e incenso para oferecer a Deus, o Senhor, no Templo. Então Ismael saiu chorando de Mispa e foi encontrar-se com eles. Quando chegou perto deles, disse:

— Entrem e venham ver Gedalias.

Quando eles entraram na cidade, Ismael e os seus homens os mataram e jogaram os corpos num poço.

Mas havia no grupo dez homens que disseram a Ismael:

— Não nos mate! Temos trigo, cevada, azeite e mel escondidos no campo.

Aí ele desistiu e não os matou como havia feito com os seus companheiros. Era grande o poço em que Ismael jogou os corpos dos homens que ele havia matado. O rei Asa o havia cavado para se prevenir contra os ataques do rei Baasa, de Israel. Ismael encheu esse poço com os corpos dos homens que haviam sido mortos. 10 E depois Ismael partiu para o país de Amom, levando como prisioneiros as filhas do rei e todo o resto do povo que estava em Mispa. O comandante-geral Nebuzaradã tinha deixado Gedalias como o responsável por essa gente.

11 Joanã, filho de Careá, e todos os chefes do exército que estavam com ele ouviram falar do crime que Ismael havia cometido. 12 Então reuniram os seus soldados e foram combater contra Ismael. Eles o alcançaram perto do grande poço de Gibeão. 13 Quando os prisioneiros de Ismael viram Joanã e os chefes do exército com ele, ficaram alegres. 14 Aí viraram e correram para o lado de Joanã. 15 Mas Ismael e oito dos seus homens escaparam de Joanã e fugiram para o país de Amom.

16 Então Joanã e os chefes do exército que estavam com ele reuniram os soldados, as mulheres, as crianças e os eunucos que Ismael havia levado de Mispa como prisioneiros, depois de ter matado Gedalias. Assim reuniram a gente que Joanã havia tomado de Ismael em Gibeão 17 e partiram, parando um pouco em Gerute-Quimã, perto de Belém. Eles queriam ir até o Egito 18 para fugir dos babilônios. Estavam com medo deles porque Ismael tinha matado Gedalias, aquele que havia sido posto como governador do país pelo rei da Babilônia.

Jeremias consulta a Deus

42 Então todos os chefes do exército e Joanã, filho de Careá, e Azarias, filho de Hosaías, e pessoas de todas as classes vieram falar comigo. Disseram o seguinte:

— Por favor, Jeremias, atenda o nosso pedido: ore ao Senhor Deus por nós e por estes que foram deixados nesta terra. Antes, nós éramos muitos, mas agora somos poucos, como você está vendo. Ore ao Senhor, seu Deus, para que mostre o caminho que devemos seguir e o que devemos fazer.

Eu respondi:

— Está bem! Vou orar ao Senhor, o Deus de vocês, como pediram. Depois, eu contarei o que ele disser. Não esconderei nada de vocês.

Então eles disseram:

— Que o Senhor Deus seja uma testemunha fiel e verdadeira contra nós, se não obedecermos a todas as ordens que ele nos der por meio de você! Gostemos ou não dessas ordens, nós obedeceremos ao Senhor, nosso Deus, com quem você vai falar em nosso favor. Se obedecermos ao Senhor, tudo correrá bem para nós.

A resposta de Deus

Dez dias depois, o Senhor Deus falou comigo. Aí chamei Joanã, filho de Careá, e todos os chefes do exército que estavam com ele, e todo o povo — pessoas de todas as classes — e disse:

— O Senhor, o Deus de Israel, a quem vocês me pediram que orasse, disse o seguinte: 10 “Se vocês quiserem continuar a viver nesta terra, eu edificarei a nação e não a destruirei; plantarei e não arrancarei. A destruição que fiz cair sobre vocês me deixou muito triste. 11 Não tenham mais medo do rei da Babilônia, pois estou com vocês. Eu os salvarei e os livrarei do poder dele. Sou eu, o Senhor, quem está falando. 12 Terei pena de vocês e farei com que ele também tenha e deixe que vivam nesta terra.”

13-15 — Mas vocês que ficaram em Judá não devem desobedecer ao Senhor, seu Deus, mas devem concordar em morar nesta terra. Não digam assim: “Nós vamos morar no Egito, onde não teremos mais de enfrentar a guerra, nem ouvir o toque de atacar, nem passar fome.” Se vocês falarem assim, então o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, dirá: “Se vocês estão mesmo resolvidos a viver no Egito, 16 então vão ter de enfrentar a guerra, de que vocês têm medo. A fome que vocês temem vai segui-los, e vocês morrerão no Egito. 17 Todos os que estiverem resolvidos a viver no Egito morrerão na guerra, ou de fome, ou de doença. Não sobrará ninguém; ninguém escapará da desgraça que farei cair sobre vocês.”

18 — O Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, diz: “Se vocês forem para o Egito, a minha ira e o meu furor cairão sobre vocês como caíram sobre o povo de Jerusalém. Vocês vão se tornar uma coisa horrível e espantosa. Os outros zombarão de vocês e usarão o seu nome para rogar pragas. E vocês nunca mais verão este lugar.”

19 E eu disse ainda:

— O Senhor Deus disse que vocês, que ficaram em Judá, não devem ir para o Egito. Por isso, agora eu os aviso: 20 Vocês estão cometendo um erro que pode lhes custar a vida. Vocês me mandaram falar com o Senhor, nosso Deus, e me disseram: “Ore ao Senhor por nós. Depois, conte-nos tudo o que ele disser que devemos fazer, e nós faremos.” 21 Agora, eu lhes contei tudo, mas vocês não estão obedecendo ao Senhor, nosso Deus, em nada do que ele me mandou dizer. 22 Portanto, lembrem disto: vocês vão morrer na guerra, ou de fome, ou de doença na terra para onde querem ir e onde querem viver.

Jeremias é levado para o Egito

43 Quando acabei de dizer ao povo tudo o que o Senhor, seu Deus, havia ordenado, Azarias, filho de Hosaías, e Joanã, filho de Careá, e todos os homens orgulhosos me disseram:

— Você está mentindo, Jeremias. O Senhor, nosso Deus, não mandou você dizer que não devíamos ir morar no Egito. Baruque, filho de Nerias, é que está jogando você contra nós para nos entregar nas mãos dos babilônios a fim de sermos mortos ou levados para a Babilônia.

Assim Joanã, e os oficiais do exército, e todo o povo não quiseram obedecer à ordem que o Senhor Deus tinha dado para ficar em Judá. Então Joanã e os oficiais do exército levaram para o Egito todos os que haviam ficado em Judá. Levaram todas as pessoas que viviam em Judá e que tinham voltado das nações onde haviam sido espalhadas: homens, mulheres, crianças e as filhas do rei. Levaram todos os que o comandante-geral Nebuzaradã tinha deixado aos cuidados de Gedalias. E Baruque e eu também fomos obrigados a ir. Assim desobedeceram a Deus e foram para o Egito e chegaram até a cidade de Tafnes.

Em Tafnes Deus me disse:

— Jeremias, pegue algumas pedras grandes e enterre-as no barro que está no calçamento que fica em frente do palácio do governo, aqui na cidade. E deixe que alguns judeus vejam você fazer isso. 10 Depois, diga a eles o seguinte: “Eu, o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, mandarei vir o meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia. Ele vai pôr o seu trono em cima dessas pedras que você enterrou e vai armar a barraca real sobre elas. 11 Nabucodonosor virá e derrotará o Egito. Os que tiverem de morrer de doença morrerão de doença; os que tiverem de cair prisioneiros serão levados como prisioneiros; e os que tiverem de morrer na guerra morrerão na guerra. 12 Eu queimarei os templos dos deuses do Egito; farei com que o rei da Babilônia ponha fogo nesses deuses ou os leve embora. Assim como o pastor cata os piolhos das suas roupas para limpá-las, também o rei da Babilônia limpará a terra do Egito e sairá dali vitorioso. 13 Ele destruirá os monumentos sagrados de Heliópolis, no Egito, e queimará os templos dos deuses egípcios.”

Aviso aos judeus no Egito

44 Deus me falou a respeito de todos os judeus que estavam vivendo no Egito, nas cidades de Migdol, Tafnes e Mênfis e no Sul do país. O Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, disse:

— Vocês viram a desgraça que eu fiz cair sobre Jerusalém e sobre todas as outras cidades de Judá. Até hoje, estão arrasadas, e ninguém mora nelas. Isso aconteceu porque o povo dessas cidades fez coisas más e assim provocou a minha ira. Eles ofereceram sacrifícios a outros deuses e foram atrás de deuses que nem eles, nem vocês, nem os antepassados de vocês haviam adorado antes. Eu sempre continuei a mandar a vocês todos os meus servos, os profetas, para lhes dizerem que não fizessem essa coisa horrível que eu detesto. Mas vocês não quiseram dar atenção e não obedeceram. Não quiseram deixar esse mau costume de oferecer sacrifícios aos ídolos. Por isso, eu fiz cair a minha ira e o meu furor sobre as cidades de Judá e sobre as ruas de Jerusalém e as incendiei. Elas ficaram arrasadas e até hoje são um espetáculo de horror.

— Por isso, eu, o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, pergunto agora: por que vocês estão fazendo este mal tão grande contra vocês mesmos? Será que estão querendo destruir homens e mulheres, crianças e bebês, de modo que não fique sobrando ninguém? Por que é que vocês me irritam com os seus ídolos, oferecendo sacrifícios a outros deuses aqui no Egito, onde vieram morar? Será que estão fazendo isso para se destruírem, e para que todas as nações da terra zombem de vocês e usem o seu nome para rogar pragas? Será que já esqueceram as maldades que foram feitas nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém pelos seus antepassados, pelos reis de Judá e as suas mulheres e por vocês e as suas mulheres? 10 Mas até hoje vocês não se humilharam, não me respeitaram e não viveram de acordo com as leis e os mandamentos que dei a vocês e aos seus antepassados.

11 — Portanto, eu, o Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, destruirei vocês e acabarei completamente com o povo de Judá. 12 Será destruído todo o povo de Judá que ficou na sua terra e depois resolveu ir morar no Egito. Todos eles, tanto os importantes como os humildes, morrerão no Egito: morrerão na guerra ou de fome. Eles serão um espetáculo de horror. Os outros zombarão deles e usarão o seu nome para rogar pragas. 13 Eu castigarei aqueles que estão morando no Egito como castiguei Jerusalém, isto é, com guerra, fome e doença. 14 Aqueles que ficaram em Judá e depois vieram morar no Egito não escaparão; nenhum deles ficará vivo. Eles gostariam de voltar para morar na terra de Judá, mas nenhum deles vai poder fazer isso. Só alguns fugitivos voltarão para lá.

15 Uma grande multidão veio falar comigo. Eram todos os homens que sabiam que as suas mulheres tinham oferecido sacrifícios a outros deuses, e todas as mulheres que estavam ali, e os judeus que viviam no Sul do Egito. Eles disseram:

16 — Nós não vamos dar atenção ao que você nos disse em nome de Deus, o Senhor. 17 Pelo contrário, vamos fazer tudo o que prometemos. Vamos oferecer sacrifícios à deusa chamada “Rainha do Céu”. Vamos fazer a ela oferta de bebidas, como nós e os nossos antepassados, os nossos reis e as nossas autoridades costumávamos fazer nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém. Naquele tempo, tínhamos muita comida, os negócios iam bem, e nenhum mal nos acontecia. 18 Mas, desde que paramos de oferecer sacrifícios à Rainha do Céu e deixamos de lhe fazer ofertas de bebidas, começou a nos faltar tudo, e o nosso povo tem morrido na guerra e de fome.

19 E as mulheres disseram:

— Os nossos maridos achavam bom quando assávamos bolos marcados com a figura da imagem da Rainha do Céu e quando lhe oferecíamos sacrifícios e fazíamos ofertas de bebidas.

20 Ao ouvir essa resposta, eu disse o seguinte a todo o povo, aos homens e às mulheres:

21 — Será que vocês estão pensando que o Senhor não sabia ou que tinha esquecido os sacrifícios que vocês e os seus antepassados, os seus reis, as suas autoridades e o povo de Judá ofereceram nas suas cidades e nas ruas de Jerusalém? 22 Por isso, a terra de vocês é hoje um deserto, e ninguém vive lá. Ela se tornou um espetáculo de horror, e as pessoas usam o seu nome para rogar pragas. Isso porque o Senhor não podia mais aguentar o que vocês estavam fazendo, isto é, as maldades e as coisas que ele detesta. 23 Essa desgraça aconteceu e continua até hoje porque vocês ofereceram sacrifícios a outros deuses e pecaram contra o Senhor. Vocês não estavam vivendo de acordo com os ensinos, as instruções e os mandamentos dele.

24-25 Eu continuei a dizer a todo o povo e às mulheres aquilo que o Senhor Todo-Poderoso me havia mandado dizer ao povo de Judá que vivia no Egito. Ele me havia mandado dizer o seguinte:

— Tanto vocês como as suas mulheres fizeram promessas à Rainha do Céu. Vocês prometeram que iam lhe oferecer sacrifícios e fazer ofertas de bebidas e têm cumprido essa promessa. Está bem! Paguem as suas promessas! Cumpram os votos que fizeram! 26 Mas agora escutem bem a promessa que eu, o Senhor, vou fazer em meu poderoso nome a todos vocês, judeus que estão no Egito. Nunca mais deixarei que nenhum de vocês use o meu nome para fazer uma promessa, dizendo: “Juro pela vida do Senhor, nosso Deus.” 27 Eu não vou trazer para vocês a felicidade, mas a desgraça. Vocês, todo o povo de Judá que vive no Egito, vão morrer na guerra ou de doença, até que se acabem. 28 Mas alguns escaparão da morte e voltarão do Egito para Judá. Então todos os que continuaram vivos em Judá e que vieram para o Egito ficarão sabendo qual foi a palavra que se cumpriu, se a minha ou a deles. 29 Eu, o Senhor, dou a vocês um sinal como prova de que os castigarei neste lugar e de que a minha promessa de destruí-los se cumprirá. 30 O sinal é este: eu entregarei o rei Hofra, do Egito, nas mãos dos seus inimigos que querem matá-lo, assim como entreguei o rei Zedequias, de Judá, ao rei Nabucodonosor, da Babilônia, que era seu inimigo e queria matá-lo.

A promessa de Deus a Baruque

45 1-2 No quarto ano do reinado de Jeoaquim, filho de Josias, em Judá, Baruque, filho de Nerias, escreveu aquilo que o Senhor, o Deus de Israel, me tinha dito. Foram estas as palavras que eu ditei e que Baruque escreveu num livro:

— Baruque, você está dizendo: “Eu desisto! O Senhor Deus aumentou a minha tristeza e o meu sofrimento. Estou cansado de gemer e não consigo descansar!”

Aí o Senhor me mandou dizer a Baruque:

— Estou destruindo o que construí e arrancando o que plantei. Farei isso em toda esta terra. Será que você está querendo ser tratado de modo diferente? Não espere isso. Eu farei a desgraça cair sobre toda a humanidade, mas você pelo menos escapará com vida, esteja onde estiver. Eu, o Senhor, falei.

A derrota do Egito em Carquemis

46 O Senhor Deus me falou a respeito das nações. Ele me falou sobre o exército de Neco, rei do Egito, que foi vencido em Carquemis, perto do rio Eufrates, pelo rei Nabucodonosor, da Babilônia. Isso aconteceu no quarto ano do reinado de Jeoaquim, filho de Josias, em Judá. A respeito do Egito Deus disse o seguinte:

“Os oficiais egípcios gritam:
‘Aprontem os seus escudos e marchem para a batalha!
Ponham arreios nos cavalos e montem!
Formem filas e ponham os capacetes!
Afiem as lanças e vistam as couraças!’

“Mas o que estou vendo?”
— pergunta Deus.
“Os egípcios estão fugindo de medo.
Eles correm apavorados e fogem tão depressa,
que nem olham para trás.
Aqueles que correm depressa não podem escapar;
os soldados não conseguem fugir.
No Norte, perto do rio Eufrates, eles tropeçam e caem.
Quem é este que vem subindo como o rio Nilo,
como um rio inundando as suas margens?
É o Egito, subindo como o Nilo,
como um rio alagando as suas margens.

O Egito disse: ‘Vou subir e cobrir o mundo;
vou destruir as cidades e os seus moradores.
Egípcios, mandem os cavalos saírem
e façam os carros de guerra correrem!
Mandem os soldados avançarem:
os homens da Etiópia e da Líbia,
que carregam escudos, e os homens de Lude,
que atiram flechas com os seus arcos.’ ”

10 Esse é o Dia do Senhor, o Deus Todo-Poderoso!
Hoje, ele se vingará;
hoje, ele castigará os seus inimigos.
A sua espada os devorará
até não querer mais
e beberá o sangue deles
até ficar satisfeita.
Hoje, o Senhor Todo-Poderoso oferecerá as suas vítimas em sacrifício
no Norte, perto do rio Eufrates.
11 Povo do Egito, vá a Gileade,
vá procurar remédios!
Todos os seus remédios não adiantam,
pois o seu mal não tem cura.
12 As nações ouviram falar da vergonha da sua derrota;
a terra inteira escutou os seus gritos.
Um soldado tropeçou no outro,
e os dois caíram no chão.

A vinda de Nabucodonosor

13 Quando o rei Nabucodonosor, da Babilônia, veio atacar o Egito, o Senhor Deus me disse o seguinte:

14 “Anunciem isto nas cidades do Egito,
em Migdol, Mênfis e Tafnes:
‘Preparem-se para se defender;
tudo o que vocês têm será destruído na guerra!
15 Por que foi que o seu deus poderoso caiu?
Foi porque o Senhor Deus o jogou no chão!’
16 Os soldados do Egito tropeçaram e caíram
e disseram uns aos outros:
‘Vamos depressa! Vamos voltar para casa,
para o nosso povo,
e assim escaparemos da espada do inimigo!’
17 Deem ao rei do Egito este novo nome —
‘Falador Espalhafatoso — o homem que perdeu a sua oportunidade.’

18 “Sou eu, o Rei, quem está falando.
Eu sou o Deus vivo.
O meu nome é Senhor, o Todo-Poderoso.
Como o Tabor é mais alto do que outros montes,
e o monte Carmelo fica acima do mar,
assim aquele que vai atacar
é mais forte do que vocês, egípcios.

19 “Povo do Egito,
apronte-se para ser levado como prisioneiro!
A cidade de Mênfis vai virar um deserto,
será arrasada e ficará sem moradores.
20 O Egito é como uma bela vaca,
mordida por um moscão que vem do Norte.
21 Até os seus soldados pagos para lutarem
são tão mansos como bezerros gordos.
Não ficaram firmes para lutar;
todos eles viraram as costas e fugiram
porque chegou o dia da sua desgraça,
chegou a hora da sua destruição.
22 O Egito foge, assobiando como uma cobra,
porque o exército inimigo está chegando.
Os inimigos atacam com machados,
como se fossem cortadores de lenha.
23 Eles derrubam a sua floresta,
onde é tão difícil entrar.
Os seus homens são tantos,
que não podem ser contados;
os soldados inimigos são mais numerosos do que gafanhotos.
24 O povo do Egito está humilhado
porque foi dominado pela nação do Norte.
Eu, o Senhor, estou falando.”

25 O Senhor Todo-Poderoso, o Deus de Israel, disse:

— Eu castigarei Amom, o deus de Tebas, e também o Egito, os seus deuses e os seus reis. Castigarei o rei do Egito e todos os que confiam nele. 26 Eu os entregarei aos que querem matá-los, isto é, ao rei Nabucodonosor, da Babilônia, e ao seu exército. Porém mais tarde o povo viverá outra vez na terra do Egito. Eu, o Senhor, estou falando.

Deus salvará o seu povo

27 “Descendentes do meu servo Jacó, não tenham medo!
Povo de Israel, não fique assustado!
Eu os livrarei dessa terra distante,
da terra onde vocês são prisioneiros.
Vocês voltarão e viverão em paz;
viverão em segurança,
e ninguém fará com que fiquem com medo.
28 Estarei com vocês para salvá-los.
Destruirei completamente todas as nações
por onde os espalhei,
mas vocês não serão completamente destruídos.
Vocês não ficarão sem castigo,
mas, quando eu os castigar,
não serei duro demais.
Eu, o Senhor, falei.”

A mensagem a respeito dos filisteus

47 Antes de o rei do Egito atacar a cidade de Gaza, o Senhor Deus me falou a respeito dos filisteus.

Ele disse: “Vejam!
No Norte, as águas estão subindo
e de lá vão correr como um rio
no tempo da enchente.
Elas cobrirão a terra
e tudo o que nela existe,
as cidades e os seus moradores.
Eles gritarão pedindo socorro;
todos nesta terra gritarão de dor.
Eles ouvirão o ruído das patas dos cavalos,
o barulho dos carros de guerra
e o estrondo das suas rodas.
Os pais não voltarão para buscar os seus filhos,
pois os seus braços estarão fracos, caídos.
Chegou o dia de destruir o país dos filisteus,
chegou o dia de impedir que as cidades de Tiro e Sidom
recebam ajuda dos seus aliados.
Eu, o Senhor, vou destruir os filisteus,
todos os que vêm da ilha de Creta.
O povo de Gaza ficou muito triste,
e os moradores de Asquelom estão calados.
Até quando vão chorar os que ficaram na terra dos filisteus?
Vocês gritam: ‘Espada de Deus!
Quando é que você vai parar de matar?
Volte para a sua bainha,
fique ali e descanse!’
Mas como é que a espada pode descansar,
se eu lhe dei trabalho para fazer?
Eu mandei que ela atacasse a cidade de Asquelom
e o povo que vive no litoral.”

Nova Traduҫão na Linguagem de Hoje 2000 (NTLH)

Copyright 2000 Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os direitos reservados / All rights reserved.