Bible in 90 Days
Jesus diante do Conselho Superior
(Mc 14.53-65; Lc 22.54-55; Jo 18.13-14,19-24)
57 Os homens que tinham prendido Jesus o levaram até a residência de Caifás, o sumo sacerdote, onde os professores da lei e os líderes estavam reunidos. 58 Pedro o seguiu de longe até o pátio do palácio do sumo sacerdote. Depois, resolveu entrar e sentar-se entre os guardas, para ver o que ia acontecer. 59 Ora, os principais sacerdotes e todo o Conselho Superior dos judeus estavam reunidos com o fim de encontrar algum pretexto para que pudessem acusar a Jesus. O que eles queriam era condená-lo à morte. 60 Muitas pessoas testemunharam mentiras a respeito de Jesus, mas mesmo assim não conseguiram condená-lo. Finalmente, duas pessoas apareceram 61 e disseram:
—Este homem[a] disse: “Eu posso destruir o templo de Deus e construí-lo de novo em três dias”.
62 O sumo sacerdote, então, se levantou e perguntou a Jesus:
—Você não vai se defender das acusações que estão sendo feitas contra você?
63 Jesus, porém, não respondeu nada. O sumo sacerdote, então, voltou a lhe perguntar:
—Em nome do Deus vivo eu lhe ordeno que você me responda isto: Você é o Messias, o Filho do Deus?
64 E Jesus respondeu:
—Você está dizendo isso. E eu lhe digo que um dia vocês verão o Filho do Homem sentado à direita de Deus, o Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu.[b]
65 O sumo sacerdote, ao ouvir aquilo, rasgou suas roupas e disse:
—Ele insultou a Deus. Nós não precisamos mais de nenhuma testemunha! Todos aqui ouviram este insulto contra Deus! 66 O que é que vocês acham?
E todos responderam:
—Ele é culpado e merece a morte!
67 E alguns deles começaram a cuspir no rosto de Jesus, outros a dar-lhe murros e outros ainda lhe davam bofetadas e diziam:
68 —Adivinhe agora, Messias! Diga quem foi que lhe bateu!
Pedro nega conhecer Jesus
(Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27)
69 Ora, Pedro estava sentado no pátio quando uma mulher que trabalhava ali se aproximou dele e lhe disse:
—Você também não estava com Jesus da Galileia?
70 Pedro, porém, negou diante de todos que conhecia a Jesus. Ele disse:
—Não sei do que você está falando.
71 E, saindo dali em direção à porta do pátio, ele foi visto por uma outra mulher que trabalhava ali, que disse aos homens que estavam ali:
—Este homem também estava com Jesus, o Nazareno.
72 E Pedro, pela segunda vez, negou que conhecia Jesus, jurando:
—Eu não conheço esse homem!
73 Pouco tempo depois, alguns homens se aproximaram de Pedro e lhe disseram:
—Não há dúvida de que você também é um deles; o seu modo de falar o acusa.
74 Pedro, então, começou a afirmar sob juramento, e assegurando se colocar debaixo da maldição de Deus se estivesse mentindo, disse:
—Já disse que não conheço esse homem!
E nesse mesmo instante o galo cantou. 75 Nesse momento Pedro se lembrou do que Jesus tinha lhe dito: “Antes que o galo cante, você negará três vezes que me conhece”. Então Pedro saiu dali, e chorou amargamente.
Jesus é entregue ao governador Pilatos
(Mc 15.1; Lc 23.1-2; Jo 18.28-32)
27 Quando rompeu o dia, todos os líderes dos sacerdotes e líderes do povo se reuniram para planejar como iriam condenar Jesus à morte. 2 Eles o amarraram e o levaram até a presença do governador Pôncio Pilatos.
Judas se enforca
(At 1.18-19)
3 Quando Judas, que o traiu, viu que Jesus tinha sido condenado, ficou cheio de remorso. Ele foi até os líderes dos sacerdotes e líderes, devolveu as trinta moedas de prata que tinha recebido para trair a Jesus 4 e disse:
—Eu pequei, pois traí um homem inocente.
Eles, porém, lhe disseram:
—Nós não temos nada com isso. Isso é problema seu.
5 Judas, então, atirou as moedas de prata para dentro do templo, saiu de lá e se enforcou. 6 Os líderes dos sacerdotes pegaram o dinheiro e disseram os uns aos outros:
—Nós não podemos colocar este dinheiro na caixa das ofertas do templo, pois foi usado para matar alguém.
7 E, depois de entrarem em acordo, eles decidiram usar aquele dinheiro para comprar o Campo do Oleiro, para que servisse de cemitério para os forasteiros. 8 E aquele campo, por causa disso, até hoje é conhecido como “Campo de Sangue”. 9 Dessa forma se cumpriu o que Deus disse por intermédio do profeta Jeremias:
“Eles pegaram as trinta moedas de prata, preço que o povo de Israel tinha concordado em pagar por ele, 10 e compraram o Campo do Oleiro, assim como o Senhor tinha mandado que eu fizesse”[c].
O governador Pilatos interroga Jesus
(Mc 15.2-5; Lc 23.3-5; Jo 18.33-38)
11 Jesus estava de pé, diante do governador, e este lhe interrogou, dizendo:
—Você é o rei dos judeus?
Ao que Jesus lhe respondeu:
—Você está dizendo isso.
12 E, mesmo sendo acusado pelos líderes dos sacerdotes e pelos líderes, Jesus não respondia nada. 13 Pilatos, então, lhe perguntou:
—Não está ouvindo todas as acusações que estão sendo feitas contra você?
14 Jesus, porém, não respondeu nada e isso impressionou muito o governador.
Jesus é condenado
(Mc 15.6-15; Lc 23.13-25; Jo 18.39-19.16)
15 Era época da Páscoa e, nessa época, o governador costumava soltar um dos prisioneiros, conforme a vontade do povo. 16 Nessa ocasião, havia um prisioneiro muito conhecido, chamado Barrabás[d]. 17 Como o povo estava reunido, Pilatos perguntou a todos:
—Quem vocês querem que eu solte: Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?
18 (Pilatos tinha perguntado isso porque ele sabia que Jesus tinha sido entregue por pura inveja 19 e porque, quando estava sentado no tribunal, tinha recebido um recado de sua mulher, dizendo: Não se envolva no caso desse homem inocente, pois esta noite eu tive um sonho horrível por causa dele.)
20 Mas os líderes dos sacerdotes e os líderes convenceram o povo a pedir a Pilatos que soltasse a Barrabás e condenasse a Jesus. 21 Sendo assim, quando o governador Pilatos perguntou ao povo pela segunda vez: “Qual dos dois prisioneiros vocês querem que eu solte?”, eles responderam:
—Queremos que o senhor liberte Barrabás.
22 Pilatos, porém, lhes perguntou:
—E o que querem que eu faça com Jesus, chamado Cristo?
E todos responderam:
—Crucifique-o!
23 —Que crime ele cometeu?—perguntou Pilatos. Mas o povo, gritando cada vez mais alto, pedia:
—Crucifique-o! 24 Quando Pilatos percebeu que seu esforço para salvar Jesus não estava adiantando de nada, ao contrário, estava fazendo com que as coisas ficassem cada vez piores, pediu que lhe trouxessem água. E, diante de todo o povo, lavou as mãos e disse:
—Sou inocente pela morte deste homem. Fiquem vocês com essa responsabilidade.
25 E o povo todo respondeu:
—Que o castigo referente à morte dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!
26 Pilatos, então, soltou a Barrabás e, depois de ter mandado chicotear a Jesus, o entregou para que ele fosse crucificado.
Jesus é entregue aos soldados
(Mc 15.16-20; Jo 19.2-3)
27 Logo depois os soldados de Pilatos levaram Jesus para o palácio do governador e reuniram toda a tropa ao redor dele. 28 Tiraram a roupa dele e o vestiram com um manto vermelho[e]. 29 Fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus e depois lhe deram uma vara para que ele segurasse na mão direita. Ajoelharam-se diante dele e fizeram zombarias, dizendo:
—Viva o rei dos judeus!
30 Eles cuspiram nele, pegaram a vara que lhe haviam dado e bateram com ela na cabeça dele. 31 Depois de se divertirem bastante às custas dele, tiraram dele o manto vermelho e o vestiram com suas próprias roupas. Em seguida, o levaram para ser crucificado.
Jesus é crucificado
(Mc 15.21-32; Lc 23.26-39; Jo 19.17-19)
32 Quando estavam saindo, eles encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a levar a cruz de Jesus. 33 E, ao chegarem a um lugar chamado Gólgota (que significa “Lugar da Caveira”), 34 deram vinho misturado com fel[f] para Jesus beber. Ele, porém, depois de experimentar, não quis beber.
35 Depois de o crucificarem, os soldados dividiram suas roupas entre si, tirando a sorte com dados, para ver qual seria a parte de cada um. 36 E, sentados ali, vigiavam Jesus.
37 Acima da cabeça de Jesus haviam colocado uma placa, onde estava escrita a sua acusação: Este é Jesus, o rei dos judeus.
38 Dois ladrões também foram crucificados com Jesus, estando um à sua direita e outro à sua esquerda. 39 As pessoas que passavam por ali o insultavam e, balançando a cabeça, diziam:
40 —Não foi você que disse que podia destruir o templo de Deus e construí-lo de novo em três dias? Então, se você é mesmo o Filho de Deus, desça da cruz e salve a si mesmo!
41 E tanto os líderes dos sacerdotes como os professores da lei e os líderes também faziam pouco dele, e diziam:
42 —Ele salvou a outros, mas não consegue salvar a si mesmo. Se ele é o rei de Israel, então que desça da cruz! Se ele fizer isso, nós acreditaremos nele! 43 Já que confia em Deus e diz: “Sou Filho de Deus!” Pois então, que Deus venha livrá-lo agora, se de fato lhe quer bem!
44 E até mesmo os ladrões, que tinham sido crucificados com ele, o insultavam.
A morte de Jesus
(Mc 15.33-41; Lc 23.44-49; Jo 19.28-30)
45 Ao meio-dia, toda a região ficou escura, e a escuridão continuou por três horas. 46 Às três horas da tarde, Jesus gritou bem alto: “Eli, Eli, lemá sabactâni?” (que quer dizer: “Meu Deus, Meu Deus, por que o senhor me abandonou?”).(A) 47 Algumas pessoas que estavam ali por perto, ao ouvirem aquilo, diziam:
—Ele está chamando por Elias.[g]
48 Então alguém correu e molhou uma esponja em vinagre, pôs na ponta de uma vara e deu para Jesus beber. 49 Algumas pessoas, porém, disseram:
—Espere. Vamos ver se Elias vem salvá-lo.
50 Mas nesse momento, Jesus deu outro grito e morreu[h]. 51 No mesmo instante a cortina do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo, houve um terremoto e as rochas se partiram. 52 Os túmulos se abriram e muitos mortos que pertenciam ao povo de Deus ressuscitaram e 53 saíram dos túmulos. E, depois da ressurreição de Jesus, eles entraram na cidade santa de Jerusalém e apareceram a muita gente.
54 O comandante do exército romano e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao verem o terremoto e tudo o mais que estava acontecendo, ficaram com muito medo, e disseram:
—De fato, este homem era o Filho de Deus.
55 Algumas mulheres também estavam por ali, observando de longe. Elas tinham seguido a Jesus desde a Galileia para servi-lo. 56 Entre elas se achavam: Maria Madalena, Maria (a mãe de Tiago e de José), e a mãe dos filhos de Zebedeu[i].
O enterro de Jesus
(Mc 15.42-47; Lc 23.50-56; Jo 19.38-42)
57 Quando era quase noite, um homem rico da cidade de Arimateia chegou. Seu nome era José, também discípulo de Jesus. 58 Este homem foi conversar com Pilatos para lhe pedir o corpo de Jesus e Pilatos permitiu que ele o levasse. 59 José, então, pegou o corpo de Jesus, o enrolou num lençol de linho limpo 60 e o colocou em seu próprio túmulo. (O túmulo era novo e tinha sido cavado numa rocha há pouco tempo.) Depois rolou uma grande pedra para fechar a entrada do túmulo e se retirou dali. 61 Maria Madalena e a outra Maria estavam sentadas ali, na frente do túmulo.
A guarda do túmulo
62 No dia seguinte, isto é, no sábado, os líderes dos sacerdotes e os fariseus se reuniram e foram falar com Pilatos. 63 Eles lhe disseram:
—Senhor governador, nós nos lembramos de que, enquanto aquele mentiroso estava vivo, ele tinha dito: “Depois de três dias que eu tiver morrido, eu ressuscitarei”. 64 Dê ordens, portanto, para que o túmulo dele seja guardado até o terceiro dia. Dessa forma nós evitaremos que os discípulos dele venham, roubem o corpo e depois digam ao povo que ele ressuscitou dos mortos. Se isso acontecer, esta segunda mentira será ainda pior do que a primeira.
65 Pilatos, então, lhes disse:
—Vocês podem levar alguns soldados; vão e guardem o túmulo da melhor maneira possível.
66 Com aquela autorização, eles foram, selaram a pedra que fechava o túmulo e deixaram ali os soldados para o vigiarem.
A ressurreição de Jesus
(Mc 16.1-8; Lc 24.1-2; Jo 20.1-10)
28 Passado o sábado, no domingo bem cedo, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo onde Jesus tinha sido enterrado. 2 Naquela ocasião houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor tinha descido do céu, removido a pedra que fechava o túmulo e agora estava sentado sobre a pedra. 3 Ele se parecia com um relâmpago e as suas roupas eram brancas como a neve. 4 Os guardas tinham ficado com tanto medo, ao ponto que ficaram tremendo e, ao mesmo tempo, paralizados como se estivessem mortos. 5 Então o anjo disse às mulheres:
—Deixem de ter medo! Eu sei que vocês vieram procurar por Jesus, aquele que foi crucificado, 6 mas ele não está mais aqui. Ele ressuscitou, exatamente como havia dito que iria fazer. Venham ver o lugar onde ele estava deitado. 7 Agora, vão depressa e digam aos discípulos dele o seguinte: “Jesus ressuscitou dos mortos e vai adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão novamente”. Façam exatamente como eu falei.
8 Elas saíram depressa do túmulo, pois estavam com muito medo, mas também muito felizes, e correram para contar aos discípulos o que havia acontecido.
9 De repente, Jesus apareceu diante delas e disse:
—Olá!
E elas se aproximaram dele, abraçaram seus pés e o adoraram. 10 Jesus, então, lhes disse:
—Deixem de ter medo! Vão e digam aos meus irmãos para se dirigirem à Galileia. Lá eles me verão novamente.
Os judeus subornam os soldados
11 Quando as mulheres partiram, alguns soldados foram até a cidade e contaram tudo o que tinha acontecido aos líderes dos sacerdotes. 12 Eles e os líderes, então, se reuniram para decidir o que iriam fazer. Depois, deram uma boa quantia de dinheiro aos soldados 13 e lhes disseram:
—É isto o que vocês devem dizer: “Os discípulos dele vieram de noite e roubaram o corpo enquanto estávamos dormindo”. 14 Se essas coisas chegarem aos ouvidos do governador, nós o convenceremos de que foi isso mesmo que aconteceu. Vocês não terão problema nenhum.
15 Os soldados, então, depois de receberem o dinheiro, fizeram exatamente o que os líderes dos sacerdotes e os líderes tinham dito. (E, até hoje, é nessa versão que os judeus acreditam.)
Jesus fala com os seus discípulos
(Mc 16.14-18; Lc 24.36-49; Jo 20.19-23; At 1.6-8)
16 Os onze discípulos seguiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes havia indicado. 17 Quando o viram, alguns o adoraram, mas alguns duvidaram. 18 Jesus, porém, se aproximou deles, e lhes disse:
—Deus tem me dado autoridade sobre tudo o que está no céu e na terra. 19 Portanto, vão, façam discípulos em todas as nações da terra, batizem as pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, 20 e ensinem a elas a obedecer todas as coisas que eu ensinei a vocês. E eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.
A mensagem de João Batista
(Mt 3.12; Lc 3.1-9,15-17; Jo 1.19-28)
1 Isto é o princípio das Boas Novas a respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus[j], 2 assim como está escrito no livro do profeta Isaías:
“Olhem, eu estou enviando o meu mensageiro antes de você.
Ele vai preparar o seu caminho.(B)
3 Escute a voz daquele que clama no deserto:
Preparem o caminho para o Senhor,
e abram estradas retas para ele passar”.(C)
4 E foi assim que João Batista apareceu no deserto, anunciando a mensagem de Deus. Ele falava para as pessoas se batizarem. De esta forma, elas iriam mostrar que queriam mudar o seu comportamento, e então os seus pecados iriam ser perdoados. 5 Todas as pessoas tanto da região da Judeia como da cidade de Jerusalém iam até ele. Elas confessavam os seus pecados e eram batizadas por João no rio Jordão. 6 João usava roupas feitas de pelo de camelo e um cinto de couro amarrado na cintura. Ele se alimentava com gafanhotos e mel silvestre. 7 Ele dizia:
—Depois de mim virá alguém que é mais poderoso do que eu e eu não sou digno sequer de me abaixar para desamarrar as correias das suas sandálias. 8 Eu os batizo com água, mas ele os batizará com o Espírito Santo.
O batismo de Jesus
(Mt 3.13-17; Lc 3.21-22)
9 Naquela época Jesus veio de uma cidade da Galileia chamada Nazaré e foi batizado por João Batista no rio Jordão. 10 Assim que saiu da água, Jesus viu o céu se abrir e o Espírito descer sobre ele como uma pomba. 11 E ouviu uma voz vinda do céu que disse:
—Você é o meu Filho querido e me dá muita alegria.
A tentação de Jesus
(Mt 4.1-11; Lc 4.1-13)
12 Logo depois o Espírito Santo levou Jesus ao deserto, 13 onde ele foi tentado por Satanás durante quarenta dias. Ele esteve até mesmo com animais selvagens, mas anjos cuidaram dele.
Jesus começa o seu trabalho na Galileia
(Mt 4.12-17; Lc 4.14-15)
14 Depois de João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, anunciando as Boas Novas de Deus. 15 Ele dizia:
—Chegou a hora! O reino de Deus está próximo. Mudem a sua forma de pensar e de viver, e acreditem nas Boas Novas.
Os primeiros discípulos
(Mt 4.18-22; Lc 5.1-11)
16 Jesus estava andando pela beira do lago da Galileia quando viu Simão Pedro e seu irmão, André. Eles estavam jogando a rede[k] no lago, pois eram pescadores. 17 Jesus lhes disse:
—Sigam-me e eu tornarei vocês em pescadores de pessoas.
18 E eles deixaram as suas redes naquele momento e o seguiram.
19 Jesus continuou caminhando e encontrou outros dois irmãos: Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco consertando as suas redes. 20 Jesus os chamou e eles o seguiram, deixando seu pai Zebedeu no barco com os empregados.
Jesus expulsa um demônio
(Lc 4.31-37)
21 Eles foram para a cidade de Cafarnaum. No sábado seguinte Jesus foi para a sinagoga e começou a ensinar o povo. 22 Todos ficaram admirados com o ensino de Jesus, pois ele ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei. 23 Havia na sinagoga um homem que estava possuído por um demônio e, de repente, ele começou a gritar, dizendo:
24 —O que você quer de nós, Jesus de Nazaré? Você veio para nos destruir? Eu sei que você é o Santo de Deus.
25 Mas Jesus o repreendeu, dizendo:
—Cale-se e saia desse homem.
26 Então o demônio sacudiu o homem várias vezes e, dando um grito bem alto, saiu dele. 27 Todos ficaram impressionados e perguntavam uns aos outros:
—O que é isso? Que tipo de ensino novo é esse? Vocês viram com que autoridade ele dá ordens até mesmo a demônios e eles lhe obedecem?
28 E a fama de Jesus se espalhou rapidamente por toda a região da Galileia.
Jesus cura muitas pessoas
(Mt 8.14-17; Lc 4.38-41)
29 Depois de terem saído da sinagoga, eles foram diretamente para a casa de Simão e André, juntamente com Tiago e João. 30 A sogra de Simão estava de cama, com febre, e assim que Jesus chegou, eles lhe contaram a respeito dela. 31 Jesus se aproximou e, tendo pego a mão dela, a levantou. No mesmo momento a febre a deixou e ela começou a servi-los.
32 No fim da tarde, ao pôr do sol,[l] as pessoas levaram todos os doentes e todos os que estavam possuídos por demônios até Jesus. 33 E toda a cidade se juntou na porta daquela casa. 34 Jesus curou muitas pessoas, as quais sofriam de vários tipos de doenças. Ele também expulsou muitos demônios, não permitindo, porém, que eles falassem, pois sabiam quem ele era.[m]
Jesus vai para outras cidades
(Lc 4.42-44)
35 De manhã bem cedo, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi para um lugar solitário, e ali orou. 36 Pedro e todos os que estavam com ele foram à sua procura e, 37 encontrando-o, lhe disseram:
—Todo mundo está à sua procura.
38 Mas Jesus lhes disse:
—Vamos partir para as cidades próximas para que eu possa anunciar as Boas Novas lá também, pois foi para isso que eu vim.
39 E Jesus viajou por toda a região da Galileia, anunciando as Boas Novas nas sinagogas e expulsando demônios.
Jesus cura um homem com lepra
(Mt 8.1-4; Lc 5.12-16)
40 Um homem com lepra se aproximou de Jesus e se ajoelhou diante dele. Então lhe disse:
—Eu sei que o senhor pode me curar se quiser.
41 No princípio, Jesus ficou irado.[n] Mas estendendo a sua mão, tocou nele e disse:
—Eu quero; fique curado.
42 No mesmo instante a lepra o deixou e o homem ficou curado. 43 Jesus disse então a ele que podia ir embora, mas antes disso fez uma advertência muito séria, 44 dizendo:
—Não diga nada disto a ninguém, mas apresente-se ao sacerdote.[o] Depois ofereça o sacrifício que a lei de Moisés manda[p] que seja oferecido pela sua cura. Faça isso para provar que está curado.
45 O homem foi embora, mas começou a contar a todo mundo sobre o que lhe tinha acontecido. Por causa disso Jesus não pôde mais entrar em nenhuma cidade abertamente. Ele passou a viver em lugares isolados; mas, mesmo assim, pessoas de todas as partes iam até ele.
Jesus cura um paralítico
(Mt 9.1-8; Lc 5.17-26)
2 Alguns dias depois, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum e a notícia de que ele estava em casa se espalhou. 2 Então, se juntou tamanha multidão que não havia lugar para ficar nem mesmo perto da porta, do lado de fora. Jesus estava ensinando a sua mensagem a eles 3 quando quatro homens chegaram, levando um paralítico. 4 Eles não estavam conseguindo se aproximar de Jesus por causa da multidão. Então, abriram um buraco no telhado acima do lugar onde Jesus estava e, pela abertura, abaixaram até ele a maca onde o paralítico estava deitado. 5 Ao ver a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico:
—Os seus pecados estão perdoados, meu filho.
6 Alguns professores da lei, que estavam ali sentados, começaram a perguntar a si mesmos:
7 —Por que este homem está dizendo essas coisas? Ele está insultando a Deus. Só Deus pode perdoar pecados!
8 Imediatamente Jesus sabia o que eles estavam pensando e disse:
—Por que vocês estão pensando essas coisas?
9 Talvez vocês pensem que é mais fácil lhe dizer: “Os seus pecados estão perdoados”, porque isso não pode provar que eu tenho autoridade para perdoar os pecados das pessoas. Se eu, porém, lhe dizer: “Levante-se, pegue a sua maca e ande!” 10 e assim acontecer, então ficará demonstrado que o Filho do Homem tem autoridade na terra para perdoar pecados. Então Jesus disse ao paralítico:
11 —Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa.
12 E diante de todos o homem se levantou, pegou a sua maca e caminhou para fora. Todos ficaram maravilhados e começaram a adorar a Deus, dizendo:
—Nunca vimos nada parecido com isto!
Jesus chama Levi
(Mt 9.9-13; Lc 5.27-32)
13 De novo Jesus saiu e foi para a margem do lago. Toda a multidão foi ao seu encontro e Jesus começou a ensiná-los. 14 Enquanto Jesus caminhava, ele viu Levi, filho de Alfeu. Ele estava sentado no lugar onde as pessoas pagavam os seus impostos. Jesus lhe disse:
—Siga-me!
Levi se levantou e o seguiu. 15 Mais tarde, Jesus estava comendo na casa de Levi. Junto com Jesus e seus discípulos estavam muitos cobradores de impostos e pecadores que o seguiam. 16 Quando os professores da lei, do grupo dos fariseus, viram que Jesus comia com pecadores e com cobradores de impostos, eles perguntaram aos seus discípulos:
—Por que ele come com cobradores de impostos e com pecadores?
17 Jesus, porém, ao ouvir isto, lhes respondeu:
—Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim para chamar os justos, mas sim os pecadores.
Jesus ensina sobre o jejum
(Mt 9.14-17; Lc 5.33-39)
18 Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Então algumas pessoas se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram:
—Por que é que tanto os discípulos de João Batista como os fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?
19 E Jesus lhes respondeu:
—Por acaso os convidados do noivo jejuam enquanto o noivo está com eles? Claro que não! 20 Mas virá o tempo em que o noivo será levado para longe deles. Então eles jejuarão.
21 —Ninguém remenda uma roupa velha com retalho de pano novo. Se fizer isso, o pano novo vai encolher e rasgar a roupa velha, e o rasgo ficará ainda maior. 22 Da mesma forma, ninguém coloca vinho novo[q] em odres velhos, pois o vinho arrebentará os odres e tanto o vinho como os odres ficarão arruinados. Vinho novo é colocado em odres novos.
Jesus é Senhor do sábado
(Mt 12.1-8; Lc 6.1-5)
23 Num sábado, Jesus estava atravessando as searas. Enquanto passavam, seus discípulos começaram a colher espigas. 24 Os fariseus, então, lhe perguntaram:
—Por que os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer no sábado?
25 Mas Jesus lhes respondeu:
—Vocês nunca leram o que Davi fez quando ele e seus companheiros estavam com fome e não tinham o que comer? 26 Davi entrou na casa de Deus no tempo em que Abiatar era o sumo sacerdote, e comeu do pão consagrado a Deus. Somente os sacerdotes é que podiam comer desse pão, mas Davi não só o comeu como também o repartiu com os homens que estavam com ele.
27 Depois Jesus lhes disse:
—O sábado foi feito para o benefício do homem e não o homem para o benefício do sábado. 28 Portanto, o Filho do Homem é Senhor até do sábado.
Jesus cura um homem no sábado
(Mt 12.9-14; Lc 6.6-11)
3 Numa outra ocasião, Jesus entrou novamente na sinagoga. Ali também se encontrava um homem que tinha uma das mãos paralizada. 2 Algumas pessoas, porém, estavam lá somente para observar Jesus de perto. Eles queriam ver se Jesus iria curar alguém no sábado, pois assim eles poderiam acusá-lo. 3 Jesus disse ao homem com a mão paralizada:
—Levante-se e coloque-se de frente para todos.
4 Depois Jesus perguntou:
—O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal? É permitido salvar uma vida ou destruí-la? Mas ninguém lhe respondeu nada. 5 Jesus, então, olhou muito zangado para eles à sua volta e, ao mesmo tempo, ficou triste por causa da dureza dos seus corações. Ele se dirigiu ao homem e lhe disse:
—Estenda a sua mão.
O homem a estendeu e ela ficou curada. 6 Os fariseus, então, saíram e, encontrando-se com os herodianos, começaram imediatamente a fazer planos para matá-lo.
A cura de muitos na praia
7 Jesus partiu com os seus discípulos para o lago da Galileia, mas uma grande multidão o seguia. Eram pessoas vindas das regiões da Galileia e da Judeia, 8 de Jerusalém e da Idumeia. Muitos também eram de regiões que ficavam do outro lado do rio Jordão e dos arredores das cidades de Tiro e de Sidom. Eles formavam uma enorme multidão e tinham vindo porque ouviram falar de todas as coisas que Jesus fazia. 9 A multidão era tão grande que Jesus pediu aos seus discípulos que lhe arranjassem um barco para que assim ele não fosse apertado pelo povo.
10 Ele já tinha curado muita gente e, por causa disso, muitos doentes tentavam a todo custo chegar mais perto de Jesus, a fim de poder tocar nele. 11 Quando os demônios o viam, caíam no chão na sua frente e gritavam:
—Você é o Filho de Deus!
12 Mas Jesus os advertia severamente para que eles não dissessem quem ele era.
Jesus escolhe os doze apóstolos
(Mt 10.1-4; Lc 6.12-16)
13 Jesus subiu a um monte e chamou para si aqueles que ele queria. Eles foram e, 14 dentre eles, Jesus escolheu doze, a quem chamou de apóstolos. Jesus os escolheu para que eles andassem sempre com ele, e também para que pudesse enviá-los a proclamar sua mensagem, 15 dando-lhes poder até para expulsar demônios. 16 Estes doze foram os escolhidos:
Simão (a quem Jesus deu o nome de Pedro),
17 Tiago e João, filhos de Zebedeu (aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos do Trovão”),
18 André,
Filipe,
Bartolomeu,
Mateus,
Tomé,
Tiago, o filho de Alfeu,
Tadeu,
Simão, o zelote[r],
19 Judas Iscariotes (que foi quem o traiu).
O poder de Jesus vem de Deus
(Mt 12.22-32; Lc 11.14-23; 12.10)
20 Depois disso Jesus voltou para casa, mas novamente uma grande multidão se reuniu. Havia tanta gente que Jesus e seus discípulos nem sequer podiam comer. 21 Quando os parentes de Jesus ficaram sabendo dessas coisas, foram buscá-lo, pois as pessoas estavam dizendo que ele tinha perdido a razão.
22 Os professores da lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam:
—Ele está possuído por Belzebu, o chefe dos demônios! É pelo poder dele que Jesus expulsa os demônios!
23 Jesus, então, os chamou para perto dele e, por meio de parábolas, lhes disse:
—Como é que Satanás pode expulsar Satanás? 24 Um reino que estiver dividido e lutar contra si mesmo, não pode durar. 25 Uma família que estiver dividida e lutar contra si mesma, não pode durar. 26 Se Satanás se opuser a si mesmo e estiver dividido, ele não durará, porém este será o seu fim. 27 Ninguém entra na casa de um homem forte para lhe roubar os bens sem primeiro amarrá-lo. Depois de fazer isso, então, o ladrão pode entrar e roubar a casa. 28 Digo a verdade a vocês: Deus perdoará aos homens todos os pecados que cometerem e também todas as coisas más que disserem contra Deus. 29 Mas Deus não perdoará ao homem que insulte o Espírito Santo, esse não será perdoado, uma vez que ele é culpado de pecado eterno.
30 (Jesus disse isto porque eles diziam que ele estava possuído por um demônio.)
A verdadeira família de Jesus são seus discípulos
(Mt 12.46-50; Lc 8.19-21)
31 Logo em seguida chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32 A multidão sentada à tua volta lhe disse:
—A tua mãe e os teus irmãos[s] estão aí fora, perguntando por você.
33 Jesus, então, disse:
—Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?
34 Depois, olhando para os que estavam sentados no círculo ao seu redor, disse:
—Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos! 35 Todo aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.
A parábola do semeador
(Mt 13.1-9; Lc 8.4-8)
4 Jesus voltou a ensinar à beira do lago e uma grande multidão se juntou à sua volta. Ele se sentou então num barco que estava no lago, enquanto as pessoas o escutavam da praia. 2 Jesus lhes ensinava muitas coisas mediante parábolas; ele dizia:
3 —Certo homem saiu para semear. 4 Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu pelo caminho e foi comida pelos pássaros. 5 Outra parte caiu num terreno onde havia muitas pedras. Essas sementes brotaram rapidamente, pois a terra não era profunda. 6 O sol, porém, queimou todas as plantas e elas secaram pois não tinham raiz. 7 Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos. Os espinhos cresceram ao redor das plantas e as sufocaram e por isso elas não deram frutos. 8 Outra parte ainda caiu em terra boa. Elas brotaram, cresceram, deram frutos e produziram trinta, sessenta e até mesmo cem vezes mais.
9 E depois disso, lhes disse:
—Aquele que pode ouvir, ouça.
Por que Jesus ensina por parábolas?
(Mt 13.10-17; Lc 8.9-10)
10 Quando Jesus ficou só, aqueles que estavam ao redor dele vieram com os doze apóstolos e lhe perguntaram sobre o significado das parábolas. 11 Jesus lhes respondeu:
—A vocês é revelado o mistério do reino de Deus. Mas, aos de fora, tudo é ensinado por meio de parábolas. 12 Dessa forma,
“eles olharão e olharão, mas não conseguirão ver;
eles escutarão e ouvirão, mas não conseguirão entender.
Isto acontecerá para que eles não venham a arrepender-se e a
ser perdoados de seus pecados”.(D)
Jesus explica a parábola do semeador
(Mt 13.18-23; Lc 8.11-15)
13 Jesus, então, lhes perguntou:
—Vocês não entendem esta parábola? Como, então, poderão entender as outras parábolas? 14 O semeador semeia a mensagem de Deus. 15 Algumas pessoas são como as sementes que caíram à beira do caminho. Elas ouvem a mensagem de Deus, mas logo depois Satanás vem e tira a mensagem que havia sido plantada nelas. 16 Outras pessoas são como as sementes que caíram no meio das pedras. Elas ouvem a mensagem de Deus e a recebem rapidamente e com alegria, 17 mas duram pouco, pois não têm raiz. Elas abandonam a fé assim que as dificuldades e perseguições chegam por causa da mensagem. 18 Outras pessoas são como as sementes que caíram entre os espinhos. Elas ouvem a mensagem de Deus, 19 mas as preocupações com as coisas desta vida, a ilusão das riquezas e o desejo de outras coisas chegam e sufocam a mensagem, e ela não dá frutos.[t] 20 Outras pessoas, ainda, são como as sementes que caíram em terra boa. Elas são aquelas que ouvem a mensagem de Deus, aceitam-na e produzem frutos. Umas produzem trinta, outras sessenta, e outras ainda cem vezes mais.
A necessidade de prestar atenção a Jesus
(Lc 8.16-18)
21 E Jesus continuou:
—Por acaso o lampião é colocado debaixo de uma bacia ou debaixo de uma cama? Não, ele é colocado sobre um velador. 22 Pois tudo o que está escondido virá a ser descoberto, e tudo o que está em segredo virá a ser revelado. 23 Aquele que pode ouvir, ouça.
24 Depois, Jesus lhes disse:
—Prestem muita atenção a tudo o que vocês ouvem, pois quanto mais atenção vocês tiverem, mais entendimento vocês terão[u]. E além disso, Deus ainda irá dar mais entendimento a vocês. 25 Quem tem, receberá ainda mais, mas aquele que não tem, até o que ele tem será tirado dele.
A parábola da semente
26 E Jesus continuou:
—O reino de Deus é assim: Um homem joga a semente na terra. 27 Quer ele esteja dormindo ou acordado, noite e dia, a semente brota e cresce e ele não sabe como isso acontece. 28 Pois a terra produz os grãos por si mesma. Primeiro aparece a planta, depois a espiga e depois os grãos que enchem a espiga. 29 E o homem corta a espiga assim que os grãos amadurecem, pois chegou o tempo da colheita.
A parábola da semente de mostarda
(Mt 13.31-32,34-35; Lc 13.18-19)
30 E Jesus lhes disse ainda:
—O que nós poderíamos dizer a respeito do reino de Deus? A que nós poderíamos compará-lo? 31 O reino de Deus é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes quando é plantada na terra. 32 Depois de plantada, porém, a semente brota e a planta cresce, tornando-se a maior de todas as hortaliças. E ela produz grandes ramos a ponto de as aves dos céus poderem fazer ninhos à sua sombra.
33 Jesus lhes transmitiu a mensagem de Deus com parábolas como estas, ensinando-lhes até o ponto que podiam entender. 34 Ele somente lhes ensinava por meio de parábolas, mas quando estava sozinho com os seus discípulos, explicava tudo para eles.
Jesus acalma a tempestade
(Mt 8.23-27; Lc 8.22-25)
35 Naquele dia, quando estava anoitecendo, Jesus disse aos discípulos:
—Vamos atravessar o lago para chegar até o outro lado.
36 Então, deixando a multidão, entraram no barco onde Jesus estava e o levaram; e outros barcos o seguiram. 37 Uma ventania muito forte começou a soprar e as ondas batiam contra o barco com tal força que ele já estava quase cheio de água. 38 E Jesus estava na parte de trás do barco, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e lhe perguntaram:
—Mestre, estamos afundando! O senhor não se importa?
39 Jesus levantou-se e, depois de repreender o vento, disse para o mar:
—Pare! Fique calmo!
O vento, então, parou de soprar e tudo ficou calmo. 40 Depois, Jesus lhes disse:
—Por que vocês estão com medo? Vocês não têm fé?
41 Os discípulos, porém, sentiam muito medo, e perguntavam uns aos outros:
—Quem é este homem que até o vento e as águas lhe obedecem?
Jesus cura um geraseno
(Mt 8.28-34; Lc 8.26-39)
5 Depois de terem atravessado o lago, eles chegaram à região dos gerasenos[v]. 2 Assim que Jesus saiu do barco, um homem, possuído por um demônio, foi ao seu encontro. Ele vinha do cemitério, 3 pois morava entre os túmulos. Ninguém conseguia prendê-lo nem mesmo com correntes. 4 Por várias vezes, suas mãos e seus pés tinham sido presos com correntes, mas ele sempre quebrava as correntes e ninguém conseguia dominá-lo. 5 Ele sempre andava pelos túmulos e pelos montes, noite e dia, gritando e ferindo-se com pedras.
6 Quando viu Jesus de longe, o homem correu até ele, caiu de joelhos diante dele e 7 gritou bem alto, dizendo:
—O que o senhor quer de mim, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Eu lhe imploro que o senhor jure por Deus que não vai me torturar.
8 (Ele pediu isso porque Jesus estava dizendo: “Demônio, saia desse homem!”) 9 E Jesus lhe perguntou:
—Qual é o seu nome?
E ele respondeu:
—Meu nome é Legião,[w] pois somos muitos.
10 Mas o homem continuou a insistir, pedindo que Jesus não os mandasse para fora daquela região.
11 Havia uma grande manada de porcos pastando num morro ali perto. 12 Os demônios pediram a Jesus:
—Permita-nos entrar naqueles porcos.
13 E Jesus permitiu que eles saíssem. Então os demônios deixaram o homem e entraram nos porcos. E estes, que eram mais ou menos dois mil porcos, se atiraram morro abaixo, para dentro do lago, onde se afogaram.
14 Os homens que tomavam conta dos porcos fugiram e contaram tudo isso tanto para os que estavam na cidade como para os que estavam nos campos, e todo o povo correu para ver o que tinha acontecido. 15 Quando se aproximaram de Jesus, viram o homem que tinha a multidão de demônios sentado, vestido, no seu perfeito juízo; e ficaram com muito medo. 16 Os que tinham visto todas aquelas coisas contaram tudo o que tinha acontecido com o homem que tinha o demônio e com os porcos. 17 E todo o povo, então, começou a implorar a Jesus para que saísse daquela região.
18 Quando Jesus estava entrando no barco, o homem que tinha sido curado pediu-lhe:
—Deixe-me ir com o senhor.
19 Jesus, porém, não o permitiu, mas lhe pediu disse:
—Vá para a sua própria casa e para o seu próprio povo, e conte a eles tudo o que o Senhor tem feito por você e também como ele teve misericórdia de você.
20 O homem, então, foi embora e começou a contar a todas as pessoas em Decápolis tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam maravilhados.
Jesus ressuscita uma menina e cura uma mulher
(Mt 9.18-26; Lc 8.40-56)
21 Jesus voltou para o outro lado do lago e uma grande multidão se reuniu em volta dele na praia. 22 Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, também foi. Assim que viu a Jesus, ajoelhou-se aos seus pés, 23 e insistentemente começou a suplicar:
—Minha filhinha está morrendo! Eu lhe peço que venha e coloque as suas mãos sobre ela, para que seja curada e que viva.
24 Jesus foi com ele e uma grande multidão o seguia, apertando-o de todos os lados.
25 Havia na multidão uma mulher que há doze anos sofria de hemorragia. 26 Ela já tinha sofrido muito e já tinha gasto tudo o que possuía tratando-se com vários médicos, mas ao invés de melhorar, ia piorando cada vez mais. 27 Quando ouviu falar de Jesus, atravessou pelo meio da multidão e, aproximando-se por trás dele, tocou nas suas roupas. 28 Ela dizia consigo mesma: “Se eu puder ao menos tocar nas roupas dele, ficarei curada”. 29 Assim que tocou nele, o sangue parou de correr e ela sentiu em seu corpo que estava curada da sua enfermidade. 30 No mesmo instante Jesus percebeu que havia saído poder dele. Virou-se então para a multidão e perguntou:
—Quem tocou na minha roupa?
31 Os seus discípulos disseram:
—Está vendo que a multidão o empurra de todos os lados e ainda pergunta quem o tocou?
32 Jesus, porém, continuou a olhar para todos para ver quem tinha feito aquilo. 33 A mulher, então, tremendo de medo e ciente do que havia acontecido, se lhe aproximou, e tendo se ajoelhado aos seus pés, lhe disse toda a verdade. 34 Jesus disse a ela:
—Filha, a tua fé a curou! Vá em paz; você está curada da sua enfermidade.
Jesus ressuscita a filha de Jairo
35 Jesus ainda estava falando quando alguns homens chegaram, vindos da casa de Jairo, chefe da sinagoga, dizendo:
—A sua filha já morreu, Jairo. Não há mais razão para continuar incomodando o Mestre.
36 Jesus tinha ouvido[x] o que os homens tinham dito ao chefe da sinagoga e lhe disse:
—Não tenha medo; simplesmente tenha fé.
37 E Jesus não deixou que ninguém o acompanhasse a não ser Pedro, Tiago e João, o irmão de Tiago. 38 Eles chegaram à casa do chefe da sinagoga, e lá Jesus viu às pessoas desesperadas, chorando muito e lamentando-se alto. 39 Ele entrou e disse a todos:
—Por que todo este desespero e todo este choro? A menina não está morta; ela está apenas dormindo.
40 Todos caçoaram dele. Então, pedindo a todos que se retirassem, levou os pais da criança e os três que estavam com ele para o quarto onde estava a menina. 41 Depois, pegou na mão dela e disse:
—Talita cumi!—(que quer dizer: “Menina, eu lhe mando que se levante!”).
42 No mesmo instante a menina se levantou e começou a andar pelo quarto, e todos ficaram muito admirados. (A menina tinha doze anos.) 43 Jesus, então, lhes ordenou que de jeito nenhum contassem nada daquilo a ninguém e também que dessem de comer à menina.
Jesus visita a cidade de Nazaré
(Mt 13.53-58; Lc 4.16-30)
6 Jesus partiu dali e voltou com seus discípulos para Nazaré, sua cidade, 2 e começou a ensinar na sinagoga no sábado. Muitas pessoas ficaram admiradas quando o ouviram e perguntavam:
—Onde este homem aprendeu todas estas coisas? Que tipo de sabedoria é esta que lhe foi dada? Como é que ele faz esses milagres? 3 Este homem não é aquele carpinteiro filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Estas moças que estão conosco não são também irmãs dele?
Eles não queriam saber dele. 4 Jesus, então, lhes disse:
—Um profeta é respeitado em toda parte, menos em sua própria cidade, entre os seus próprios parentes e dentro de sua própria casa.
5 E não pôde fazer nenhum milagre em Nazaré, a não ser curar algumas pessoas depois de colocar as mãos sobre elas. 6 Jesus, então, ficou admirado com a falta de fé deles. E Jesus percorria as vilas vizinhas ensinando o povo.
A missão dos doze apóstolos
(Mt 10.1,5-15; Lc 9.1-6)
7 Ele chamou os seus doze discípulos e começou a enviá-los, dois a dois, dando-lhes poder para expulsar demônios. 8 Ele também lhes deu instruções para que não levassem nada com eles durante a viagem, a não ser um cajado. Eles não deveriam levar nem comida, nem sacola, nem dinheiro. 9 Eles deveriam ir calçados de sandálias, mas não poderiam levar roupas extras. 10 E também lhes disse:
—Quando vocês entrarem numa casa, permaneçam lá até que saiam daquela cidade. 11 E se vocês chegarem a uma cidade e lá não forem bem recebidos nem os ouvirem, saiam de lá e sacudam o pó das suas sandálias como uma advertência para aquela gente.
12 Eles, então, partiram e começaram a anunciar que todos deveriam mudar o seu comportamento. 13 Eles expulsaram muitos demônios, e curaram muitas pessoas doentes, derramando azeite sobre elas.[y]
A morte de João Batista
(Mt 14.1-12; Lc 9.7-9)
14 O rei Herodes ouviu falar disso, pois o nome de Jesus tinha se tornado conhecido em toda parte. Algumas pessoas diziam:
—João Batista ressuscitou e é por isso que ele tem poder para fazer tais milagres.
15 Outras diziam:
—Ele é Elias.
E outras ainda diziam:
—Ele é um profeta como um daqueles profetas antigos.
16 Quando Herodes ouviu essas coisas, disse:
—João, o homem de quem eu mandei cortar a cabeça, ressuscitou.
17 Herodes disse isso pois ele mesmo tinha mandado que João fosse preso e colocado na cadeia. Ele tinha feito isso por causa de Herodias, com quem se casara, apesar de ela ser mulher de seu irmão Filipe. 18 Herodes tinha mandado prender a João, pois este não parava de dizer:
—Não lhe é permitido ter a mulher do seu irmão.
19 Herodias odiava a João por causa dessas coisas e procurava um jeito de matá-lo, mas não encontrava uma oportunidade para isso. 20 Herodes, porém, tinha medo de João e, portanto, o protegia, pois sabia que ele era um homem justo e santo. Herodes gostava muito de ouvi-lo, apesar de que João sempre o deixava perplexo. 21 Certo dia, porém, Herodias teve a sua chance e não a desperdiçou. No seu aniversário, Herodes deu um banquete para os seus mais altos funcionários, para os oficiais militares e também para as pessoas mais importantes da Galileia. 22 Quando a filha de Herodias[z] entrou e dançou, ela agradou muito a Herodes e a seus convidados. O rei, então, disse:
—Peça-me o que você quiser e eu lhe darei.
23 E prometeu-lhe:
—Eu lhe darei o que você quiser, mesmo que seja metade do meu reino.
24 A moça saiu e perguntou à sua mãe:
—O que eu poderia pedir?
E Herodias respondeu-lhe:
—Peça a cabeça de João Batista.
25 Então, voltando imediatamente à presença do rei, a jovem lhe pediu:
—Quero que o senhor me dê a cabeça de João Batista num prato, agora.
26 O rei ficou muito triste mas não podia recusar o pedido dela, não só por causa da promessa que tinha feito, como também por causa de seus convidados. 27 Então, no mesmo momento o rei deu ordens a um soldado para lhe trazer a cabeça de João. Ele foi até a prisão, lhe cortou a cabeça, 28 a trouxe num prato, a deu à jovem, e esta a deu à sua mãe. 29 Quando os seus discípulos ouviram o que tinha acontecido, foram buscar seu corpo e o sepultaram.
Jesus alimenta mais de cinco mil pessoas
(Mt 14.13-21; Lc 9.10-17; Jo 6.1-14)
30 Os apóstolos voltaram e, tendo se reunido com Jesus, lhe contaram tudo quanto tinham feito e ensinado.
31 Havia tanta gente indo e vindo que Jesus e seus apóstolos não tinham tempo sequer para comer. Então Jesus lhes disse:
—Venham comigo. Vamos sozinhos encontrar um lugar tranquilo para descansar um pouco.
32 E eles partiram de barco, sozinhos, para um lugar sossegado. 33 Muitas pessoas, porém, os viram partir e reconheceram quem eles eram. Pessoas de todos os povoados correram para lá, a pé, e chegaram antes deles.
34 Quando Jesus saiu do barco, viu uma grande multidão e sentiu muita pena deles, pois eram como ovelhas sem pastor. Então, começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Quando já estava escurecendo os discípulos de Jesus se aproximaram dele e lhe disseram:
—Não tem ninguém neste lugar e já está ficando tarde; 36 mande esta gente ir embora para que eles possam chegar até as fazendas e vilas mais próximas e comprar alguma coisa para comer.
37 E Jesus lhes disse:
—Por que vocês mesmos não lhes dão alguma coisa para comer?
Mas eles lhe disseram:
—Para comprar pão para toda essa gente nós precisaríamos de duzentas moedas de prata[aa]!
38 Jesus, então, lhes perguntou:
—Quantos pães vocês têm? Vão ver.
Depois de verificar, eles voltaram e disseram:
—Nós temos cinco pães e dois peixes.
39 Depois de Jesus ouvir isso, mandou que os discípulos fizessem com que todos se sentassem em grupos na grama verde. 40 E todos se sentaram em grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41 Jesus, então, pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e agradeceu a Deus pelo alimento. Depois os repartiu em pedaços e deu a seus discípulos para que distribuíssem entre o povo. E ele fez o mesmo com os peixes. 42 E todos comeram e ficaram satisfeitos, 43 e depois os discípulos encheram doze cestos com pedaços de pão e peixe. 44 (Os homens que comeram dos pães eram cinco mil.)
Jesus anda sobre as águas do lago
(Mt 14.22-33; Jo 6.16-21)
45 Imediatamente depois, Jesus fez com que os seus discípulos embarcassem e partissem na sua frente para a cidade de Betsaida, do outro lado do lago. Enquanto isso, ele ficaria e despediria a multidão. 46 Depois de ter-se despedido da multidão, Jesus foi até um monte para orar. 47 Quando a noite chegou, o barco estava no meio do lago, e Jesus sozinho em terra. 48 Jesus percebeu que eles estavam tendo dificuldades em remar, pois o vento era contrário. Então, por volta das quatro horas da madrugada, Jesus foi até eles caminhando por sobre as águas do lago. E ele estava quase passando adiante deles, quando 49 o viram caminhando por sobre as águas. Eles pensaram que se tratava de um fantasma e gritaram. 50 Estavam todos aterrorizados por tê-lo visto. Mas logo Jesus falou com eles, dizendo:
—Coragem, sou eu! Deixem de ter medo!
51 Depois, Jesus subiu ao barco com eles e o vento se acalmou. Eles ficaram completamente confusos, 52 pois ainda não tinham entendido nem o milagre dos pães. Eles não conseguiam entender.
Jesus cura na cidade de Genesaré
(Mt 14.34-36)
53 Depois de atravessarem o lago, chegaram à cidade de Genesaré, onde amarraram o barco. 54 Assim que saíram do barco, o povo reconheceu a Jesus. 55 Então, correndo por toda aquela região, levavam os doentes em seus leitos para onde quer que ouviam que Jesus estava. 56 E quer Jesus fosse a vilas, quer a cidades, quer a fazendas, as pessoas levavam os seus doentes para as praças e pediam que os deixassem ao menos tocar na barra das suas roupas. E todos aqueles que tocavam nele ficavam curados.
A lei de Deus e a tradição dos judeus
(Mt 15.1-20)
7 Depois disto, os fariseus e alguns dos professores da lei, que tinham vindo de Jerusalém, se aproximaram de Jesus e 2 repararam que alguns dos seus discípulos estavam comendo com mãos impuras, isto é, estavam comendo sem antes terem lavado as mãos. 3 (Pois os fariseus e todos os outros judeus não comem sem antes lavar suas mãos com muito cuidado, mantendo a tradição dos antigos. 4 Quando voltam dos mercados das praças, eles não comem nada que não tenha sido muito bem lavado. E há também muitas outras tradições que eles observam, tais como a lavagem de copos, de jarros e até de panelas de metal.)[ab] 5 Então os professores da lei e os fariseus perguntaram a Jesus:
—Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas ao invés disso, comem com as mãos impuras?
6 Mas Jesus lhes disse:
—Isaías tinha razão quando profetizou a respeito de vocês, hipócritas, quando escreveu:
“Este povo me honra com os seus lábios,
mas o seu coração está longe de mim.
7 O culto que eles me prestam não vale nada,
pois os ensinamentos que eles ensinam são mandamentos feitos por homens”.(E)
8 —Vocês deixam de lado o mandamento de Deus e se apegam à tradição dos homens.
9 E lhes disse ainda:
—Vocês são muito bons em deixar de lado os mandamentos de Deus e estabelecer os seus próprios ensinamentos. 10 Por exemplo: Moisés disse: “Respeitem o seu pai e a sua mãe”(F) e ainda: “Quem amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe, será condenado à morte”.(G) 11 Mas vocês dizem que se alguém se aproximar de seu pai ou de sua mãe e disser: “Todos os recursos que eu poderia usar para ajudar a vocês são Corbã, isto é, oferta para o Senhor”, 12 então vocês o dispensam de fazer qualquer coisa para ajudar a seu pai ou a sua mãe. 13 Dessa forma vocês anulam os mandamentos de Deus pelas tradições que vocês têm transmitido. E assim como fazem isto, fazem também muitas outras coisas.
14 Jesus chamou a multidão para perto de si novamente e lhes disse:
—Escutem todos o que eu vou dizer, e entendam: 15 Não há nada fora de uma pessoa que, ao entrar nela, a torne impura. Mas, o que sai da pessoa é o que a contamina. 16 [ac]
17 Quando Jesus deixou a multidão e foi para casa, os seus discípulos lhe perguntaram o significado daquela parábola. 18 E ele lhes disse:
—Será possível que nem vocês compreendem? Será que vocês não entendem que não há nada fora de uma pessoa que, ao entrar nela, possa contaminá-la, 19 pois não vai para o seu coração, mas sim para o estômago, e depois sai para fora do corpo? (E, ao dizer isto, ele estava declarando puras todas as comidas.)
20 Depois, acrescentou:
—É o que sai da pessoa que a torna impura, 21 pois é de dentro, do coração de cada um, que saem os maus pensamentos, os atos imorais, os roubos e os assassinatos. 22 É do coração também que saem os adultérios, as avarezas, as maldades, a má-fé, a imoralidade, a inveja, as calúnias, a arrogância e a tolice. 23 Todos estes males vêm de dentro, e são essas coisas que tornam uma pessoa impura.
Jesus ajuda uma mulher não-judia
(Mt 15.21-28)
24 Jesus partiu dali e foi para as redondezas da cidade de Tiro. Assim que chegou, entrou numa casa, pois não queria que ninguém soubesse que ele estava ali, mas foi impossível esconder-se. 25 Logo que uma mulher ouviu falar a respeito de Jesus, foi até ele e se ajoelhou a seus pés. (Ela tinha uma filha possuída por um demônio.) 26 A mulher era grega, da região siro-fenícia, e lhe implorava que expulsasse o demônio de sua filha. 27 Ele lhe disse:
—Deixe que as crianças se alimentem primeiro, pois não está certo tirar a comida das crianças para que seja dada aos cachorrinhos.
28 Ela, porém, disse:
—Sim, Senhor, mas ainda os cachorros que estão debaixo da mesa comem as migalhas que as crianças deixam cair.
29 Jesus, então, lhe disse:
—Por causa da resposta que me deu, você pode ir para sua casa em paz, pois o demônio já saiu da sua filha.
30 E depois de voltar para casa, a mulher encontrou a filha deitada na cama, pois o demônio já tinha saído dela.
Jesus cura um homem surdo e gago
31 Novamente Jesus partiu das redondezas da cidade de Tiro, e foi para o lago da Galileia, passando pela cidade de Sidom e também pelo território de Decápolis. 32 Assim que chegou lá, algumas pessoas levaram a ele um homem que era surdo e gago, e lhe pediram que pusesse a mão sobre ele. 33 Jesus o tirou do meio da multidão e, à parte, tocou nos ouvidos dele com os dedos, e em seguida tocou a língua do homem com saliva. 34 Depois, olhando para o céu, deu um suspiro profundo e disse:
—Efatá!—(que quer dizer: “Abra-se!”).
35 E no mesmo instante os ouvidos do homem se abriram e a sua língua ficou livre e ele começou a falar normalmente.
36 Jesus tinha ordenado que eles não dissessem nada a ninguém, mas quanto mais ele pedia, mais eles falavam. 37 Todo o povo tinha ficado grandemente admirado e todos diziam:
—Ele faz tudo tão bem! Faz até mesmo com que os surdos ouçam e com que os mudos falem!
Jesus alimenta mais de quatro mil pessoas
(Mt 15.32-39)
8 Em outra ocasião, uma outra grande multidão se reuniu e não tinham nada para comer. Jesus, então, chamou seus discípulos e disse-lhes:
2 —Sinto muita pena de toda esta gente; já faz três dias que estão comigo e não têm nada para comer. 3 Se eu mandá-los embora sem comer eles morrerão pelo caminho, pois alguns deles têm vindo de muito longe. 4 Os seus discípulos perguntaram:
—Mas onde poderíamos encontrar comida suficiente para toda essa multidão no meio deste deserto?
5 Mas Jesus lhes perguntou:
—Quantos pães vocês têm?
Eles responderam:
—Sete.
6 Então, ordenando à multidão que se sentasse no chão, Jesus pegou os sete pães, agradeceu a Deus, partiu-os e os deu aos seus discípulos, que os distribuíram entre a multidão. 7 E, como tinham também alguns peixinhos, Jesus agradeceu a Deus por eles e os deu aos discípulos para que também fossem distribuídos entre o povo. 8 Todos comeram e ficaram satisfeitos e, em seguida, recolheram sete cestos cheios com os pedaços que sobraram. 9 Havia mais ou menos quatro mil pessoas. Depois disso Jesus mandou que todos fossem para suas casas. 10 Logo depois disto Jesus entrou num barco com os seus discípulos e partiu para a região de Dalmanuta.
Algumas pessoas duvidam da autoridade de Jesus
(Mt 16.1-4)
11 Os fariseus chegaram e começaram a discutir com ele e, com o propósito de testá-lo, lhe pediram que lhes mostrasse algum sinal do céu. 12 Mas Jesus, dando um suspiro profundo, disse:
—Por que é que esta geração pede um sinal? Digo a verdade a vocês: nenhum sinal será mostrado para esta geração.
13 Depois, deixando-os, voltou para o barco e partiu para o outro lado do lago.
Os discípulos de Jesus não o entendem
(Mt 16.5-12)
14 Aconteceu que os discípulos tinham se esquecido de levar pão e tinham somente um pão com eles no barco. 15 Jesus, então, chamando a atenção deles, disse:
—Olhem, tenham cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes.
16 Eles começaram a discutir entre si sobre qual seria o significado das palavras de Jesus, e diziam:
—Ele está dizendo isso porque nós não temos pão.
17 Jesus entendeu o que estava acontecendo com eles e lhes disse:
—Por que vocês estão discutindo por não ter pão? Ainda não entenderam? Será que as mentes de vocês são tão estreitas assim? 18 Vocês têm olhos mas não veem; têm ouvidos mas não ouvem! Será que já se esqueceram? 19 Quando eu reparti os cinco pães entre aquelas cinco mil pessoas, quantos cestos vocês encheram com o que sobrou?
—Doze—responderam eles.
20 —E quando eu reparti os sete pães para aquelas quatro mil pessoas, quantos cestos vocês encheram com o que sobrou?
—Sete—responderam eles.
21 Então Jesus lhes disse:
—Vocês ainda não entenderam?
Jesus cura um cego de Betsaida
22 Depois disso eles chegaram a Betsaida. Lá as pessoas levaram a ele um cego e lhe imploraram para que tocasse nele. 23 Jesus levou o cego pela mão e o guiou para fora da vila. Depois, lhe cuspiu nos olhos e, colocando as mãos sobre ele, lhe perguntou:
—Você está vendo alguma coisa?
24 Ele olhou e respondeu:
—Sim, estou vendo pessoas; e elas se parecem com árvores, mas estão andando.
25 Jesus colocou novamente as mãos nos olhos do homem. E quando o homem abriu de novo os olhos, sua visão foi restabelecida e podia ver tudo claramente. 26 Depois disto Jesus mandou que fosse para casa, dizendo:
—Não vá para a vila.
A confissão de Pedro
(Mt 16.13-20; Lc 9.18-21)
27 Jesus e seus discípulos partiram para as vilas situadas ao redor da cidade de Cesareia de Filipe. No caminho, Jesus perguntou a seus discípulos:
—Quem as pessoas dizem que eu sou?
28 Eles responderam:
—Alguns dizem que é João Batista; outros dizem que é Elias; e outros, ainda, dizem que é um dos profetas.
29 Então Jesus lhes perguntou:
—E vocês? Quem vocês dizem que eu sou?
E Pedro respondeu:
—É o Cristo.
30 Ao ouvir isto, Jesus lhes ordenou que não dissessem nada a ninguém a respeito dele.
Jesus fala de sua morte pela primeira vez
(Mt 16.21-28; Lc 9.22-27)
31 Depois Jesus começou a ensinar a seus discípulos, dizendo:
—É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, que seja rejeitado pelos líderes, pelos líderes dos sacerdotes e pelos professores da lei, que seja morto e que ressuscite no terceiro dia.
32 Jesus disse estas coisas claramente a eles. Mas Pedro o chamou de lado e começou a repreendê-lo. 33 Então Jesus se virou e, olhando para os discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo:
—Afaste-se de mim, Satanás[ad]! Você não está interessado nas coisas de Deus, mas nas coisas humanas.
34 Depois de convocar a multidão e os seus discípulos, lhes disse:
—Se alguém quiser vir comigo, tem que negar a si mesmo, pegar a sua cruz e me seguir. 35 Pois todo aquele que quiser salvar a sua vida a todo custo, irá perdê-la; mas aquele que perder a sua vida por minha causa e por causa das Boas Novas, irá salvá-la. 36 Que vantagem terá alguém em ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? 37 O que pode um homem dar em troca de sua alma? 38 As pessoas de hoje em dia são pecadoras. Elas têm sido infiéis a Deus. Enquanto vocês estiverem morando no meio delas, não tenham vergonha de mim nem das coisas que ensino. Se acontecer isso, então eu, o Filho do Homem, também terei vergonha de vocês quando eu vier na glória de meu Pai com os santos anjos.
9 Depois Jesus lhes disse:
—Digo a verdade a vocês: Alguns dos que estão aqui presentes não morrerão antes de ver a vinda poderosa do reino de Deus.
A transfiguração de Jesus
(Mt 17.1-13; Lc 9.28-36)
2 Seis dias depois Jesus levou Pedro, Tiago e João em privado para um alto monte. Ali Jesus mudou a sua apariência diante deles: 3 a sua roupa ficou brilhante de tão branca que nenhum lavadeiro na terra poderia branqueá-la daquela forma. 4 Moisés e Elias também apareceram e começaram a conversar com Jesus. 5 Pedro, então, disse a Jesus:
—Mestre, é bom que nós estejamos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para o senhor, uma para Moisés e outra para Elias. 6 (Ele não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo.) 7 Então, uma nuvem veio do céu e cobriu a todos com sua sombra e uma voz, vinda da nuvem, dizia:
—Este é o meu Filho querido. Ouçam-no!
8 E, de repente, quando olharam ao redor deles, não viram mais ninguém com eles, a não ser Jesus. 9 Depois, enquanto estavam descendo o monte, Jesus lhes ordenou que não contassem a ninguém a respeito das coisas que tinham visto até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos. 10 Eles guardaram para si o que tinha acontecido, mas se perguntavam uns aos outros o que seria a “ressurreição dos mortos”. 11 E lhe fizeram esta pergunta:
—Por que é que os professores da lei dizem que Elias deve vir primeiro?[ae]
12 E Jesus lhes respondeu:
—É verdade que Elias virá primeiro para colocar todas as coisas em ordem. Mas então, por que está escrito que o Filho do Homem tem que sofrer muito e ser desprezado? 13 Eu lhes digo que Elias já veio e que já fizeram com ele tudo o que quiseram, exatamente como está escrito a seu respeito.
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