Bible in 90 Days
Jesus cura um menino possuído por demônio
14 Ao voltarem para junto dos outros discípulos, viram que estavam cercados por uma grande multidão e que alguns mestres da lei discutiam com eles. 15 Quando a multidão viu Jesus, ficou muito admirada e correu para cumprimentá-lo.
16 “Sobre o que discutem?”, perguntou Jesus.
17 Um dos homens na multidão respondeu: “Mestre, eu lhe trouxe meu filho, que está possuído por um espírito impuro que não o deixa falar. 18 Sempre que o espírito se apodera dele, joga-o no chão, e ele espuma pela boca, range os dentes e fica rígido.[a] Pedi a seus discípulos que expulsassem o espírito impuro, mas eles não conseguiram”.
19 Jesus lhes disse:[b] “Geração incrédula! Até quando estarei com vocês? Até quando terei de suportá-los? Tragam o menino para cá”.
20 Então o trouxeram. Quando o espírito impuro viu Jesus, causou uma convulsão intensa no menino e ele caiu no chão, contorcendo-se e espumando pela boca.
21 Jesus perguntou ao pai do menino: “Há quanto tempo isso acontece com ele?”.
“Desde que ele era pequeno”, respondeu o pai. 22 “Muitas vezes o espírito o lança no fogo ou na água e tenta matá-lo. Tenha misericórdia de nós e ajude-nos, se puder.”
23 “Se puder?”, perguntou Jesus. “Tudo é possível para aquele que crê.”
24 No mesmo instante, o pai respondeu: “Eu creio, mas ajude-me a superar minha incredulidade”.
25 Quando Jesus viu que a multidão aumentava, repreendeu o espírito impuro, dizendo: “Espírito que impede este menino de ouvir e falar, ordeno que saia e nunca mais entre nele!”.
26 O espírito gritou, causou outra convulsão intensa no menino e saiu dele. O menino parecia morto. Um murmúrio correu pela multidão: “Ele morreu”. 27 Mas Jesus o tomou pela mão e o ajudou a se levantar, e ele ficou em pé.
28 Depois, quando Jesus estava em casa com seus discípulos, eles perguntaram: “Por que não conseguimos expulsar aquele espírito impuro?”.
29 Jesus respondeu: “Essa espécie só sai com oração”.[c]
Jesus prediz sua morte pela segunda vez
30 Ao deixarem aquela região, viajaram pela Galileia. Jesus não queria que ninguém soubesse que ele estava lá, 31 pois queria ensinar a seus discípulos. Ele lhes dizia: “O Filho do Homem será traído e entregue em mãos humanas. Será morto, mas três dias depois ressuscitará”. 32 Eles, porém, não entendiam essas coisas e tinham medo de lhe perguntar.
O maior no reino
33 Depois que chegaram a Cafarnaum e se acomodaram numa casa, Jesus perguntou a seus discípulos: “Sobre o que vocês discutiam no caminho?”. 34 Eles não responderam, pois tinham discutido sobre qual deles era o maior. 35 Jesus se sentou, chamou os Doze e disse: “Quem quiser ser o primeiro, que se torne o último e seja servo de todos”.
36 Então colocou uma criança no meio deles, tomou-a nos braços e disse: 37 “Quem recebe uma criança pequena como esta em meu nome recebe a mim, e quem me recebe não recebe apenas a mim, mas também ao Pai, que me enviou”.
Diversos ensinamentos de Jesus
38 João disse a Jesus: “Mestre, vimos alguém usar seu nome para expulsar demônios; nós o proibimos, pois ele não era do nosso grupo”.
39 “Não o proíbam!”, disse Jesus. “Ninguém que faça milagres em meu nome falará mal de mim a seguir. 40 Quem não é contra nós é a favor de nós. 41 Eu lhes digo a verdade: se alguém lhes der um simples copo de água porque vocês são seguidores do Cristo, essa pessoa certamente será recompensada.
42 “Mas, se alguém fizer um destes pequeninos que confiam em mim cair em pecado, seria melhor que lhe amarrassem ao pescoço uma grande pedra de moinho e fosse jogado ao mar. 43 Se sua mão o leva a pecar, corte-a fora. É melhor entrar na vida eterna com apenas uma das mãos que ser lançado no fogo inextinguível do inferno[d] com as duas mãos. 44 Lá os vermes nunca morrem e o fogo nunca se apaga.[e] 45 Se seu pé o leva a pecar, corte-o fora. É melhor entrar na vida eterna com apenas um pé que ser lançado no inferno com os dois pés. 46 Lá os vermes nunca morrem e o fogo nunca se apaga.[f] 47 E, se seu olho o leva a pecar, lance-o fora. É melhor entrar no reino de Deus com apenas um dos olhos que ter os dois olhos e ser lançado no inferno. 48 Lá os vermes nunca morrem e o fogo nunca se apaga.[g]
49 “Pois cada um será provado com fogo.[h] 50 O sal é bom para temperar, mas, se perder o sabor, como torná-lo salgado outra vez? Tenham entre vocês as qualidades do bom sal e vivam em paz uns com os outros.”
Discussão sobre divórcio e casamento
10 Então Jesus deixou Cafarnaum e foi para a região da Judeia, a leste do rio Jordão. Mais uma vez, multidões se juntaram ao seu redor e, como de costume, ele as ensinava.
2 Alguns fariseus vieram e tentaram apanhar Jesus numa armadilha com a seguinte pergunta: “Deve-se permitir que um homem se divorcie de sua mulher?”.
3 Jesus respondeu: “O que Moisés disse na lei a respeito do divórcio?”.
4 “Ele o permitiu”, responderam os fariseus. “Disse que um homem poderia dar à esposa um certificado de divórcio e mandá-la embora.”[i]
5 Jesus, porém, disse: “Moisés escreveu esse mandamento porque vocês têm o coração duro, 6 mas ‘Deus os fez homem e mulher’[j] desde o princípio da criação. 7 ‘Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher,[k] 8 e os dois se tornam um só’.[l] Uma vez que já não são dois, mas um só, 9 que ninguém separe o que Deus uniu”.
10 Mais tarde, quando Jesus estava em casa com seus discípulos, eles tocaram no assunto outra vez. 11 Jesus respondeu: “Quem se divorcia de sua esposa e se casa com outra mulher comete adultério contra ela. 12 E, se a mulher se divorcia do marido e se casa com outro homem, comete adultério”.
Jesus abençoa as crianças
13 Certo dia, trouxeram crianças para que Jesus pusesse as mãos sobre elas, mas os discípulos repreendiam aqueles que as traziam.
14 Ao ver isso, Jesus ficou indignado com os discípulos e disse: “Deixem que as crianças venham a mim. Não as impeçam, pois o reino de Deus pertence aos que são como elas. 15 Eu lhes digo a verdade: quem não receber o reino de Deus como uma criança de modo algum entrará nele”. 16 Então tomou as crianças nos braços, pôs as mãos sobre a cabeça delas e as abençoou.
O homem rico
17 Quando Jesus saía para Jerusalém, um homem veio correndo em sua direção, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?”.
18 “Por que você me chama de bom?”, perguntou Jesus. “Apenas Deus é verdadeiramente bom. 19 Você conhece os mandamentos: ‘Não mate. Não cometa adultério. Não roube. Não dê falso testemunho. Não engane ninguém. Honre seu pai e sua mãe’.”[m]
20 O homem respondeu: “Mestre, tenho obedecido a todos esses mandamentos desde a juventude”.
21 Com amor, Jesus olhou para o homem e disse: “Ainda há uma coisa que você não fez. Vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me”.
22 Ao ouvir isso, o homem ficou desapontado e foi embora triste, pois tinha muitos bens.
As recompensas do discipulado
23 Jesus olhou ao redor e disse a seus discípulos: “Como é difícil os ricos entrarem no reino de Deus!”. 24 Os discípulos se admiraram de suas palavras. Mas Jesus disse outra vez: “Filhos, entrar no reino de Deus é muito difícil.[n] 25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no reino de Deus”.
26 Perplexos, os discípulos perguntaram: “Então quem pode ser salvo?”.
27 Jesus olhou atentamente para eles e respondeu: “Para as pessoas isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível”.
28 Então Pedro começou a falar: “Deixamos tudo para segui-lo”.
29 Jesus respondeu: “Eu lhes garanto que todos que deixaram casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou propriedades por minha causa e por causa das boas-novas 30 receberão em troca, neste mundo, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e propriedades, com perseguição, e, no mundo futuro, terão a vida eterna. 31 Contudo, muitos primeiros serão os últimos, e muitos últimos serão os primeiros”.
Jesus prediz sua morte e ressurreição
32 Por esse tempo, subiam para Jerusalém, e Jesus ia à frente. Os discípulos estavam muito admirados, e o povo que os seguia tinha grande temor. Jesus chamou os Doze à parte e, mais uma vez, começou a descrever tudo que estava prestes a lhe acontecer.
33 “Ouçam”, disse ele. “Estamos subindo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será traído e entregue aos principais sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios. 34 Zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão, mas depois de três dias ele ressuscitará.”
Jesus ensina sobre servir a outros
35 Então Tiago e João, filhos de Zebedeu, vieram e falaram com ele: “Mestre, queremos que nos faça um favor”.
36 “Que favor é esse?”, perguntou ele.
37 Eles responderam: “Quando o senhor se sentar em seu trono glorioso, queremos nos sentar em lugares de honra ao seu lado, um à sua direita e outro à sua esquerda”.
38 Jesus lhes disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo! São capazes de beber do cálice que beberei? São capazes de ser batizados com o batismo com que serei batizado?”.
39 “Somos!”, responderam eles.
Então Jesus disse: “De fato, vocês beberão do meu cálice e serão batizados com o meu batismo. 40 Não cabe a mim, no entanto, dizer quem se sentará à minha direita ou à minha esquerda. Esses lugares serão daqueles para quem eles foram preparados”.
41 Quando os outros dez discípulos ouviram o que Tiago e João haviam pedido, ficaram indignados. 42 Então Jesus os reuniu e disse: “Vocês sabem que os que são considerados líderes neste mundo têm poder sobre o povo, e que os oficiais exercem sua autoridade sobre os súditos. 43 Entre vocês, porém, será diferente. Quem quiser ser o líder entre vocês, que seja servo, 44 e quem quiser ser o primeiro entre vocês, que se torne escravo de todos. 45 Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos”.
Jesus cura o cego Bartimeu
46 Então chegaram a Jericó. Quando Jesus e seus discípulos saíam da cidade, uma grande multidão os seguiu. Um mendigo cego chamado Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho. 47 Quando Bartimeu soube que Jesus de Nazaré estava perto, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”.
48 Muitos lhe diziam aos brados: “Cale-se!”.
Ele, porém, gritava ainda mais alto: “Filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”.
49 Quando Jesus o ouviu, parou e disse: “Falem para ele vir aqui”.
Então chamaram o cego. “Anime-se!”, disseram. “Venha, ele o está chamando!” 50 Bartimeu jogou sua capa para o lado, levantou-se de um salto e foi até Jesus.
51 “O que você quer que eu lhe faça?”, perguntou Jesus.
O cego respondeu: “Rabi,[o] quero enxergar”.
52 Jesus lhe disse: “Vá, pois sua fé o curou”. No mesmo instante, o homem passou a ver e seguiu Jesus pelo caminho.
A entrada de Jesus em Jerusalém
11 Quando já se aproximavam de Jerusalém, Jesus e seus discípulos chegaram às cidades de Betfagé e Betânia, no monte das Oliveiras. Jesus enviou na frente dois discípulos. 2 “Vão àquele povoado adiante”, disse ele. “Assim que entrarem, verão amarrado ali um jumentinho, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no para cá. 3 Se alguém lhes perguntar: ‘O que estão fazendo?’, digam apenas: ‘O Senhor precisa dele e o devolverá em breve’.”
4 Os dois discípulos foram e encontraram o jumentinho na rua, amarrado junto a uma porta. 5 Enquanto o desamarravam, algumas pessoas que estavam ali perguntaram: “O que vocês estão fazendo, desamarrando esse jumentinho?”. 6 Responderam conforme Jesus havia instruído, e os deixaram levar o animal. 7 Os discípulos trouxeram o jumentinho, puseram seus mantos sobre o animal, e Jesus montou nele.
8 Muitos da multidão espalharam seus mantos ao longo do caminho diante de Jesus, e outros espalharam ramos que haviam cortado nos campos. 9 E as pessoas, tanto as que iam à frente como as que o seguiam, gritavam:
“Hosana![p]
Bendito é o que vem em nome do Senhor!
10 Bendito é o reino que vem, o reino de nosso antepassado Davi!
Hosana no mais alto céu!”.[q]
11 Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo. Depois de olhar tudo ao redor atentamente, voltou a Betânia com os Doze, porque já era tarde.
Jesus amaldiçoa a figueira
12 Na manhã seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13 Viu que, a certa distância, havia uma figueira cheia de folhas e foi ver se encontraria figos. No entanto, só havia folhas, pois ainda não era tempo de dar frutos. 14 Então Jesus disse à árvore: “Nunca mais comam de seu fruto!”. E os discípulos ouviram o que ele disse.
Jesus purifica o templo
15 Quando voltaram a Jerusalém, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os que compravam e vendiam animais para os sacrifícios. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, 16 impediu todos de usarem o templo como mercado[r] 17 e os ensinava, dizendo: “As Escrituras declaram: ‘Meu templo será chamado casa de oração para todas as nações’, mas vocês o transformaram num esconderijo de ladrões!”.[s]
18 Quando os principais sacerdotes e mestres da lei souberam o que Jesus tinha feito, começaram a tramar um modo de matá-lo. Contudo, tinham medo dele, pois o povo estava muito admirado com seu ensino.
19 Ao entardecer, Jesus e seus discípulos saíram[t] da cidade.
Ensino sobre a figueira
20 Na manhã seguinte, quando os discípulos passaram pela figueira que Jesus tinha amaldiçoado, notaram que ela estava seca desde a raiz. 21 Pedro se lembrou do que Jesus tinha dito à árvore e exclamou: “Veja, Rabi! A figueira que o senhor amaldiçoou secou!”.
22 Então Jesus disse aos discípulos: “Tenham fé em Deus. 23 Eu lhes digo a verdade: vocês poderão dizer a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e isso acontecerá. É preciso, no entanto, crer que acontecerá, e não ter nenhuma dúvida em seu coração. 24 Digo-lhes que, se crerem que já receberam, qualquer coisa que pedirem em oração lhes será concedido. 25 Quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que seu Pai no céu também perdoe seus pecados. 26 Mas, se vocês se recusarem a perdoar, seu Pai no céu não perdoará seus pecados”.[u]
A autoridade de Jesus é questionada
27 Mais uma vez, voltaram a Jerusalém. Enquanto Jesus passava pelo templo, os principais sacerdotes, os mestres da lei e os líderes do povo vieram até ele 28 e perguntaram: “Com que autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu esse direito?”.
29 Jesus respondeu: “Eu lhes direi com que autoridade faço essas coisas se vocês responderem a uma pergunta: 30 A autoridade de João para batizar vinha do céu ou era apenas humana? Respondam-me!”.
31 Eles discutiram a questão entre si: “Se dissermos que vinha do céu, ele perguntará por que não cremos em João. 32 Mas será que ousamos dizer que era apenas humana?”. Tinham medo do que o povo faria, pois todos acreditavam que João era profeta. 33 Por fim, responderam: “Não sabemos”.
E Jesus replicou: “Então eu também não direi com que autoridade faço essas coisas”.
A parábola dos lavradores maus
12 Então Jesus começou a lhes ensinar por meio de parábolas: “Um homem plantou um vinhedo. Construiu uma cerca ao seu redor, um tanque de prensar e uma torre para o guarda. Depois, arrendou o vinhedo a alguns lavradores e partiu para um lugar distante. 2 No tempo da colheita da uva, enviou um de seus servos para receber sua parte da produção. 3 Os lavradores agarraram o servo, o espancaram e o mandaram de volta de mãos vazias. 4 Então o dono da terra enviou outro servo, mas eles o insultaram e bateram na cabeça dele. 5 O próximo servo que ele mandou foi morto. Outros servos que ele enviou foram espancados ou mortos, 6 até que só restou um: seu filho muito amado. Por fim, o dono o enviou, pois pensou: ‘Certamente respeitarão meu filho’.
7 “Os lavradores, porém, disseram uns aos outros: ‘Aí vem o herdeiro da propriedade. Vamos matá-lo e tomar posse desta terra!’. 8 Então o agarraram, o mataram e jogaram seu corpo para fora do vinhedo.
9 “O que vocês acham que o dono do vinhedo fará?”, perguntou Jesus. “Ele virá, matará os lavradores e arrendará o vinhedo a outros. 10 Vocês nunca leram nas Escrituras:
‘A pedra que os construtores rejeitaram
se tornou a pedra angular.
11 Isso é obra do Senhor
e é maravilhosa de ver’?”[v]
12 Os líderes religiosos[w] queriam prender Jesus, pois perceberam que eram eles os lavradores maus a que Jesus se referia. No entanto, por medo da multidão, deixaram-no e foram embora.
Impostos para César
13 Mais tarde, os líderes enviaram alguns fariseus e membros do partido de Herodes com o objetivo de levar Jesus a dizer algo que desse motivo para o prenderem. 14 Disseram: “Mestre, sabemos como o senhor é honesto. É imparcial e não demonstra favoritismo. Ensina o caminho de Deus de acordo com a verdade. Agora, diga-nos: É certo pagar impostos a César ou não? 15 Devemos pagar ou não?”.
Jesus percebeu a hipocrisia deles e disse: “Por que vocês tentam me apanhar numa armadilha? Mostrem-me uma moeda de prata,[x] e eu lhes direi”. 16 Quando lhe deram a moeda, ele disse: “De quem são a imagem e o título nela gravados?”.
“De César”, responderam.
17 “Então deem a César o que pertence a César, e deem a Deus o que pertence a Deus”, disse ele.
Sua resposta os deixou muito admirados.
Discussão sobre a ressurreição dos mortos
18 Depois vieram a Jesus alguns saduceus, líderes religiosos que afirmam não haver ressurreição dos mortos, e perguntaram: 19 “Mestre, Moisés nos deu uma lei segundo a qual se um homem morrer sem deixar filhos, o irmão dele deve se casar com a viúva e ter um filho que dará continuidade ao nome do irmão.[y] 20 Numa família havia sete irmãos. O mais velho se casou e morreu sem deixar filhos. 21 O segundo irmão se casou com a viúva, mas também morreu sem deixar filhos. Então o terceiro irmão se casou com ela. 22 O mesmo aconteceu até o sétimo irmão, e nenhum deixou filhos. Por fim, a mulher também morreu. 23 Diga-nos, de quem ela será esposa na ressurreição? Afinal, os sete se casaram com ela”.
24 Jesus respondeu: “O erro de vocês está em não conhecerem as Escrituras nem o poder de Deus. 25 Pois, quando os mortos ressuscitarem, não se casarão nem se darão em casamento. Nesse sentido, serão como os anjos do céu.
26 “Agora, quanto a haver ressurreição dos mortos, vocês não leram a esse respeito nos escritos de Moisés, no relato sobre o arbusto em chamas? Deus disse a Moisés: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’.[z] 27 Portanto, ele é o Deus dos vivos, e não dos mortos. Vocês estão completamente enganados!”.
O mandamento mais importante
28 Um dos mestres da lei estava ali ouvindo a discussão. Ao perceber que Jesus tinha respondido bem, perguntou: “De todos os mandamentos, qual é o mais importante?”.
29 Jesus respondeu: “O mandamento mais importante é este: ‘Ouça, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 30 Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua mente e de todas as suas forças’.[aa] 31 O segundo é igualmente importante: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.[ab] Nenhum outro mandamento é maior que esses”.
32 O mestre da lei respondeu: “Muito bem, mestre. O senhor falou a verdade ao dizer que há só um Deus, e nenhum outro. 33 E sei que é importante amá-lo de todo o meu coração, de todo o meu entendimento e de todas as minhas forças, e amar o meu próximo como a mim mesmo. É mais importante que oferecer todos os holocaustos e sacrifícios exigidos pela lei”.
34 Ao perceber quanto o homem compreendia, Jesus disse: “Você não está longe do reino de Deus”. Depois disso, ninguém se atreveu a lhe fazer mais perguntas.
De quem o Cristo é filho?
35 Mais tarde, enquanto ensinava o povo no templo, Jesus fez a seguinte pergunta: “Por que os mestres da lei afirmam que o Cristo é filho de Davi? 36 O próprio Davi, falando por meio do Espírito Santo, disse:
‘O Senhor disse ao meu Senhor:
Sente-se no lugar de honra à minha direita
até que eu humilhe seus inimigos
debaixo de seus pés’.[ac]
37 Uma vez que Davi chamou o Cristo de ‘meu Senhor’, como ele pode ser filho de Davi?”.
E a grande multidão o ouvia com prazer.
Jesus critica os mestres da lei
38 Jesus também ensinou: “Cuidado com os mestres da lei! Eles gostam de se exibir com vestes longas e de receber saudações respeitosas quando andam pelas praças. 39 E como gostam de sentar-se nos lugares de honra nas sinagogas e à cabeceira da mesa nos banquetes! 40 No entanto, tomam posse dos bens das viúvas de maneira desonesta e, depois, para dar a impressão de piedade, fazem longas orações em público. Por causa disso, serão duramente castigados”.
A oferta da viúva
41 Jesus sentou-se perto da caixa de ofertas do templo e ficou observando o povo colocar o dinheiro. Muitos ricos contribuíam com grandes quantias. 42 Então veio uma viúva pobre e colocou duas moedas pequenas.[ad]
43 Jesus chamou seus discípulos e disse: “Eu lhes digo a verdade: essa viúva depositou na caixa de ofertas mais que todos os outros. 44 Eles deram uma parte do que lhes sobrava, mas ela, em sua pobreza, deu tudo que tinha”.
Jesus fala de acontecimentos futuros
13 Quando Jesus saía do templo, um de seus discípulos disse: “Mestre, olhe que construções magníficas! Que pedras impressionantes!”.
2 Jesus respondeu: “Está vendo estas grandes construções? Serão completamente destruídas. Não restará pedra sobre pedra!”.
3 Mais tarde, Jesus sentou-se no monte das Oliveiras, do outro lado do vale, de frente para o templo. Pedro, Tiago, João e André vieram e lhe perguntaram em particular: 4 “Diga-nos, quando isso tudo vai acontecer? Que sinais indicarão que essas coisas estão prestes a se cumprir?”.
5 Jesus respondeu: “Não deixem que ninguém os engane, 6 pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo’,[ae] e enganarão muitos. 7 Vocês ouvirão falar de guerras e ameaças de guerras, mas não entrem em pânico. Sim, é necessário que essas coisas ocorram, mas ainda não será o fim. 8 Uma nação guerreará contra a outra, e um reino contra o outro. Haverá terremotos em vários lugares, e também fome. Tudo isso, porém, será apenas o começo das dores de parto.
9 “Tenham cuidado! Vocês serão entregues aos tribunais e açoitados nas sinagogas. Por minha causa, serão julgados diante de governadores e reis. Essa será sua oportunidade de lhes falar a meu respeito.[af] 10 É necessário, primeiro, que as boas-novas sejam anunciadas a todas as nações.[ag] 11 Quando forem presos e julgados, não se preocupem com o que dirão. Falem apenas o que lhes for concedido naquele momento, pois não serão vocês que falarão, mas o Espírito Santo.
12 “O irmão trairá seu irmão e o entregará à morte, e assim também o pai a seu próprio filho. Os filhos se rebelarão contra os pais e os matarão. 13 Todos os odiarão por minha causa, mas quem se mantiver firme até o fim será salvo.
14 “Chegará o dia em que vocês verão a ‘terrível profanação’[ah] no lugar onde não deveria estar. (Leitor, preste atenção!) Então, quem estiver na Judeia, fuja para os montes. 15 Quem estiver na parte de cima da casa, não desça nem entre para pegar coisa alguma. 16 Quem estiver no campo, não volte nem para pegar o manto. 17 Que terríveis serão aqueles dias para as grávidas e para as mães que estiverem amamentando! 18 Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno, 19 pois haverá mais angústia naqueles dias que em qualquer outra ocasião desde que Deus criou o mundo, e nunca mais haverá angústia tão grande. 20 De fato, se o Senhor não tivesse limitado esse tempo, ninguém sobreviveria, mas, por causa de seus escolhidos, ele limitou aqueles dias.
21 “Portanto, se alguém lhes disser: ‘Vejam, aqui está o Cristo!’ ou ‘Vejam, ali está ele!’, não acreditem, 22 pois falsos cristos e falsos profetas surgirão e realizarão sinais e maravilhas a fim de enganar, se possível, até os escolhidos. 23 Fiquem atentos! Eu os avisei a esse respeito de antemão.
24 “Naquele tempo, depois da angústia daqueles dias,
‘o sol escurecerá,
a lua não dará luz,
25 as estrelas cairão do céu,
e os poderes dos céus serão abalados’.[ai]
26 Então todos verão o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória.[aj] 27 Ele enviará seus anjos para reunir seus escolhidos de todas as partes do mundo,[ak] das extremidades da terra às extremidades do céu.
28 “Agora, aprendam a lição da figueira. Quando surgem seus ramos e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. 29 Da mesma forma, quando virem todas essas coisas, saberão que o tempo está muito próximo, à porta. 30 Eu lhes digo a verdade: esta geração[al] certamente não passará até que todas essas coisas tenham acontecido. 31 O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras jamais desaparecerão.
32 “Contudo, ninguém sabe o dia nem a hora em que essas coisas acontecerão, nem mesmo os anjos no céu, nem o Filho. Somente o Pai sabe. 33 E, uma vez que vocês não sabem quando virá esse tempo, vigiem! Fiquem atentos![am]
34 “A vinda do Filho do Homem pode ser ilustrada pela história de um homem que partiu numa longa viagem. Quando saiu de casa, deu instruções a cada um de seus servos sobre o que fazer e disse ao porteiro que vigiasse, à espera de sua volta. 35 Vocês também devem vigiar! Pois não sabem quando o dono da casa voltará: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36 Que ele não os encontre dormindo quando chegar sem aviso. 37 Eu lhes digo o que digo a todos: vigiem!”.
A conspiração para matar Jesus
14 Faltavam dois dias para a Páscoa e para a Festa dos Pães sem Fermento. Os principais sacerdotes e mestres da lei ainda procuravam uma oportunidade de prender Jesus em segredo e matá-lo. 2 “Mas não durante a festa da Páscoa, para não haver tumulto entre o povo”, concordaram entre eles.
Jesus é ungido em Betânia
3 Enquanto isso, Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Quando ele estava à mesa, uma mulher entrou com um frasco de alabastro contendo um perfume caro, feito de essência de nardo. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça dele.
4 Alguns dos que estavam à mesa ficaram indignados. “Por que desperdiçar um perfume tão caro?”, perguntaram. 5 “Poderia ter sido vendido por trezentas moedas de prata,[an] e o dinheiro, dado aos pobres!” E repreenderam a mulher severamente.
6 Jesus, porém, disse: “Deixem-na em paz. Por que a criticam por ter feito algo tão bom para mim? 7 Vocês sempre terão os pobres em seu meio e poderão ajudá-los sempre que desejarem, mas nem sempre terão a mim. 8 Ela fez o que podia e ungiu meu corpo de antemão para o sepultamento. 9 “Eu lhes digo a verdade: onde quer que as boas-novas sejam anunciadas pelo mundo, o que esta mulher fez será contado, e dela se lembrarão”.
Judas concorda em trair Jesus
10 Então Judas Iscariotes, um dos Doze, foi aos principais sacerdotes para combinar de lhes entregar Jesus. 11 Quando souberam por que ele tinha vindo, ficaram muito satisfeitos e lhe prometeram dinheiro. Então ele começou a procurar uma oportunidade para trair Jesus.
A última ceia
12 No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, quando o cordeiro pascal era sacrificado, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Onde quer que lhe preparemos a refeição da Páscoa?”.
13 Então Jesus enviou dois deles a Jerusalém, com as seguintes instruções: “Ao entrarem na cidade, um homem carregando uma vasilha de água virá ao seu encontro. Sigam-no. 14 Digam ao dono da casa em que ele entrar: ‘O Mestre pergunta: Onde fica o aposento no qual comerei a refeição da Páscoa com meus discípulos?’. 15 Ele os levará a uma sala grande no andar superior, que já estará arrumada. Preparem ali a refeição”. 16 Então os dois discípulos foram à cidade e encontraram tudo como Jesus tinha dito, e ali prepararam a refeição da Páscoa.
17 Ao anoitecer, Jesus chegou com os Doze. 18 Quando estavam à mesa, comendo, Jesus disse: ‘Eu lhes digo a verdade: um de vocês que está aqui comendo comigo vai me trair”.
19 Aflitos, eles protestaram: “Certamente não serei eu!”.
20 Jesus respondeu: “É um dos Doze. É alguém que come comigo da mesma tigela. 21 Pois o Filho do Homem deve morrer, como as Escrituras declararam há muito tempo. Mas que terrível será para aquele que o trair! Para esse homem seria melhor não ter nascido”.
22 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e o abençoou. Em seguida, partiu-o em pedaços e deu aos discípulos, dizendo: “Tomem, porque este é o meu corpo”.
23 Então tomou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois, entregou-o aos discípulos, e todos beberam. 24 Então Jesus disse: “Este é o meu sangue, que confirma a aliança.[ao] Ele é derramado como sacrifício por muitos. 25 Eu lhes digo a verdade: não voltarei a beber vinho até aquele dia em que beberei um vinho novo no reino de Deus”.
26 Então cantaram um hino e saíram para o monte das Oliveiras.
Jesus prediz a negação de Pedro
27 No caminho, Jesus disse: “Todos vocês me abandonarão, pois as Escrituras dizem:
‘Deus ferirá[ap] o pastor,
e as ovelhas serão dispersas’.
28 Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês à Galileia”.
29 Pedro declarou: “Mesmo que todos os outros o abandonem, eu jamais farei isso”.
30 Jesus respondeu: “Eu lhe digo a verdade: esta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes”.
31 Pedro, no entanto, insistiu enfaticamente: “Mesmo que eu tenha de morrer ao seu lado, jamais o negarei!”. E todos os outros discípulos disseram o mesmo.
Jesus ora no Getsêmani
32 Então foram a um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse a seus discípulos: “Sentem-se aqui enquanto vou orar”. 33 Levou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir grande pavor e angústia. 34 “Minha alma está profundamente triste, a ponto de morrer”, disse ele. “Fiquem aqui e vigiem.”
35 Ele avançou um pouco e curvou-se até o chão. Então orou para que, se possível, a hora que o esperava fosse afastada dele. 36 E clamou: “Aba,[aq] Pai, tudo é possível para ti. Peço que afastes de mim este cálice. Contudo, que seja feita a tua vontade, e não a minha”.
37 Depois, voltou aos discípulos e os encontrou dormindo. “Simão, você está dormindo?”, disse ele a Pedro. “Não pode vigiar comigo nem por uma hora? 38 Vigiem e orem para que não cedam à tentação, pois o espírito está disposto, mas a carne é fraca.”
39 Então os deixou novamente e fez a mesma oração de antes. 40 Quando voltou pela segunda vez, mais uma vez encontrou os discípulos dormindo, pois não conseguiam manter os olhos abertos. Eles não sabiam o que dizer.
41 Ao voltar pela terceira vez, disse: “Vocês ainda dormem e descansam? Basta; chegou a hora. O Filho do Homem está para ser entregue nas mãos de pecadores. 42 Levantem-se e vamos. Meu traidor chegou”.
Jesus é traído e preso
43 No mesmo instante, enquanto Jesus ainda falava, Judas, um dos Doze, chegou com uma multidão armada de espadas e pedaços de pau. Tinham sido enviados pelos principais sacerdotes, mestres da lei e líderes do povo. 44 O traidor havia combinado com eles um sinal: “Vocês saberão a quem devem prender quando eu o cumprimentar com um beijo. Então poderão levá-lo em segurança”. 45 Assim que chegaram, Judas se aproximou de Jesus. “Rabi!”, exclamou ele, e o beijou.
46 Os outros agarraram Jesus e o prenderam. 47 Mas um dos que estavam com Jesus puxou a espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha.
48 Jesus perguntou: “Por acaso sou um revolucionário perigoso, para que venham me prender com espadas e pedaços de pau? 49 Por que não me prenderam no templo? Todos os dias estive ali, no meio de vocês, ensinando. Mas estas coisas estão acontecendo para que se cumpra o que dizem as Escrituras”.
50 Então todos o abandonaram e fugiram. 51 Um jovem que os seguia vestia apenas um lençol de linho. Quando a multidão tentou agarrá-lo, 52 ele deixou para trás o lençol e escapou nu.
O julgamento de Jesus diante do conselho
53 Levaram Jesus para a casa do sumo sacerdote, onde estavam reunidos os principais sacerdotes, os líderes do povo e os mestres da lei. 54 Pedro seguia Jesus de longe e entrou no pátio do sumo sacerdote. Ali, sentou-se com os guardas para se aquecer junto ao fogo.
55 Lá dentro, os principais sacerdotes e todo o conselho dos líderes do povo[ar] tentavam, sem sucesso, encontrar provas contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte. 56 Muitas testemunhas falsas deram depoimentos, mas elas se contradiziam. 57 Por fim, alguns homens se levantaram e apresentaram o seguinte testemunho falso: 58 “Nós o ouvimos dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias construirei outro, não feito por mãos humanas’”. 59 Mas nem assim seus depoimentos eram coerentes.
60 Então o sumo sacerdote se levantou diante dos demais e perguntou a Jesus: “Você não vai responder a essas acusações? O que tem a dizer em sua defesa?”. 61 Jesus, no entanto, permaneceu calado e não deu resposta alguma. Então o sumo sacerdote perguntou: “Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?”.
62 “Eu sou”, disse Jesus. “E vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Deus Poderoso[as] e vindo sobre as nuvens do céu.”[at]
63 Então o sumo sacerdote rasgou as vestes e disse: “Que necessidade temos de outras testemunhas? 64 Todos ouviram a blasfêmia. Qual é o veredicto?”.
E todos o julgaram culpado e o condenaram à morte.
65 Então alguns deles começaram a cuspir em Jesus. Vendaram seus olhos e lhe deram socos. “Profetize para nós!”, zombavam. E os guardas lhe davam tapas enquanto o levavam.
Pedro nega Jesus
66 Enquanto isso, Pedro estava lá embaixo, no pátio. Uma das criadas que trabalhava para o sumo sacerdote passou por ali 67 e viu Pedro se aquecendo junto ao fogo. Olhou bem para ele e disse: “Você é um dos que estavam com Jesus de Nazaré”.[au]
68 Ele, porém, negou. “Não faço a menor ideia do que você está falando!”, disse, e caminhou em direção à saída. Naquele instante, o galo cantou.[av]
69 Quando a criada o viu ali, começou a dizer aos outros: “Este homem com certeza é um deles!”. 70 Mas Pedro negou novamente.
Um pouco mais tarde, alguns dos que estavam por lá confrontaram Pedro, dizendo: “Você deve ser um deles, pois é galileu”.
71 Ele, porém, começou a praguejar e jurou: “Não conheço esse homem de quem vocês estão falando!”. 72 E, no mesmo instante, o galo cantou pela segunda vez.
Então Pedro se lembrou das palavras de Jesus: “Antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes”. E começou a chorar.
O julgamento de Jesus diante de Pilatos
15 De manhã bem cedo, os principais sacerdotes, os líderes do povo e os mestres da lei — todo o alto conselho[aw] — se reuniram para discutir o que fariam em seguida. Então amarraram Jesus, o levaram e o entregaram a Pilatos.
2 Pilatos lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus?”.
Jesus respondeu: “É como você diz”.
3 Os principais sacerdotes o acusaram de vários crimes, 4 e Pilatos perguntou: “Você não vai responder? O que diz de todas essas acusações?”. 5 Mas, para surpresa de Pilatos, Jesus não disse coisa alguma.
6 A cada ano, durante a festa da Páscoa, era costume libertar um prisioneiro, qualquer um que a multidão escolhesse. 7 Um dos prisioneiros era Barrabás, um revolucionário que havia cometido assassinato durante uma revolta. 8 A multidão foi a Pilatos e pediu que ele libertasse um prisioneiro, como de costume.
9 Pilatos perguntou: “Querem que eu solte o ‘rei dos judeus’?”. 10 (Pois havia percebido que os principais sacerdotes tinham prendido Jesus por inveja.) 11 Nesse momento, os principais sacerdotes instigaram a multidão a pedir a libertação de Barrabás em vez de Jesus. 12 Pilatos lhes perguntou: “Então o que farei com este homem que vocês chamam de ‘rei dos judeus’?”.
13 “Crucifique-o!”, gritou a multidão.
14 “Por quê?”, quis saber Pilatos. “Que crime ele cometeu?”
Mas a multidão gritou ainda mais alto: “Crucifique-o!”.
15 Para acalmar a multidão, Pilatos lhes soltou Barrabás. Então, depois de mandar açoitar Jesus, entregou-o aos soldados romanos para que fosse crucificado.
Os soldados zombam de Jesus
16 Os soldados levaram Jesus para o palácio do governador (lugar conhecido como Pretório) e chamaram todo o regimento. 17 Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça. 18 Então o saudavam, zombando: “Salve, rei dos judeus!”. 19 Batiam em sua cabeça com uma vara, cuspiam nele e ajoelhavam-se, fingindo adorá-lo. 20 Quando se cansaram de zombar dele, tiraram o manto vermelho e o vestiram com suas roupas. Então o levaram para ser crucificado.
A crucificação
21 Um homem chamado Simão, de Cirene,[ax] passava ali naquele momento, vindo do campo. Os soldados o obrigaram a carregar a cruz. (Simão era pai de Alexandre e Rufo.) 22 Levaram Jesus a um lugar chamado Gólgota (que quer dizer “Lugar da Caveira”). 23 Ofereceram-lhe vinho misturado com mirra, mas ele recusou.
24 Então os soldados o pregaram na cruz. Depois, dividiram as roupas dele e tiraram sortes para decidir quem ficava com cada peça. 25 Eram nove horas da manhã quando o crucificaram. 26 Uma tabuleta anunciava a acusação feita contra ele: “O Rei dos Judeus”. 27 Dois criminosos foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda. 28 Assim, cumpriram-se as Escrituras que diziam: “Ele foi contado entre os rebeldes”.[ay]
29 O povo que passava por ali gritava insultos e sacudia a cabeça em zombaria. “Olhe só!”, gritavam. “Você disse que destruiria o templo e o reconstruiria em três dias. 30 Pois bem, salve a si mesmo e desça da cruz!”
31 Os principais sacerdotes e os mestres da lei também zombavam de Jesus. “Salvou os outros, mas não pode salvar a si mesmo!”, diziam. 32 “Que esse Cristo, o rei de Israel, desça da cruz agora mesmo para que vejamos e creiamos nele!” Até os homens crucificados com Jesus o insultavam.
A morte de Jesus
33 Ao meio-dia, desceu sobre toda a terra uma escuridão que durou três horas. 34 Por volta das três da tarde, Jesus clamou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.[az]
35 Alguns dos que estavam ali, ouvindo isso, disseram: “Ele está chamando Elias”. 36 Um deles correu, ensopou uma esponja com vinagre e a ergueu num caniço para que ele bebesse. “Esperem!”, disse ele. “Vamos ver se Elias vem tirá-lo daí.”
37 Então Jesus clamou em alta voz e deu o último suspiro. 38 A cortina do santuário do templo se rasgou em duas partes, de cima até embaixo.
39 Quando o oficial romano[ba] que estava diante dele[bb] viu como ele havia morrido, exclamou: “Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus!”.
40 Algumas mulheres observavam de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o mais jovem, e de José,[bc] e Salomé. 41 Eram seguidoras de Jesus e o haviam servido na Galileia. Também estavam ali muitas mulheres que foram com ele a Jerusalém.
O sepultamento de Jesus
42 Tudo isso aconteceu na sexta-feira, o dia da preparação, antes do sábado. Ao entardecer, 43 José de Arimateia foi corajosamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. (José era um membro respeitado do conselho dos líderes do povo e esperava a chegada do reino de Deus.) 44 Surpreso com o fato de Jesus já estar morto, Pilatos chamou o oficial romano e perguntou se fazia muito tempo que ele havia morrido. 45 O oficial confirmou que Jesus estava morto, e Pilatos disse a José que podia levar o corpo. 46 José comprou um lençol de linho, desceu o corpo de Jesus da cruz, envolveu-o no lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha. Então rolou uma grande pedra na entrada do túmulo. 47 Maria Madalena e Maria, mãe de José, viram onde o corpo de Jesus tinha sido sepultado.
A ressurreição
16 Ao entardecer do dia seguinte, terminado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé foram comprar especiarias para ungir o corpo de Jesus. 2 No domingo de manhã, bem cedo,[bd] ao nascer do sol, elas foram ao túmulo. 3 No caminho, perguntavam umas às outras: “Quem removerá para nós a pedra da entrada do túmulo?”. 4 Mas, quando chegaram, foram verificar e viram que a pedra, que era muito grande, já havia sido removida.
5 Ao entrarem no túmulo, viram um jovem vestido de branco sentado do lado direito. Ficaram assustadas, 6 mas ele disse: “Não tenham medo. Vocês procuram Jesus de Nazaré,[be] que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou! Vejam, este é o lugar onde haviam colocado seu corpo. 7 Agora vão e digam aos discípulos, incluindo Pedro, que Jesus vai adiante deles à Galileia. Vocês o verão lá, como ele lhes disse”.
8 Trêmulas e desnorteadas, as mulheres fugiram do túmulo e não disseram coisa alguma a ninguém, pois estavam assustadas demais.[bf]
9 Quando Jesus ressuscitou dos mortos, no domingo de manhã, bem cedo, a primeira pessoa que o viu foi Maria Madalena, a mulher de quem ele havia expulsado sete demônios. 10 Ela foi aos discípulos, que lamentavam e choravam, e contou o que havia acontecido. 11 Quando ela disse que Jesus estava vivo e que o tinha visto, eles não acreditaram.
12 Depois, Jesus apareceu em outra forma a dois de seus seguidores, enquanto iam de Jerusalém para o campo. 13 Voltaram correndo para contar aos outros, mas eles não acreditaram.
14 Mais tarde, enquanto os onze discípulos comiam, Jesus lhes apareceu. Ele os repreendeu por sua incredulidade obstinada, pois se recusaram a crer naqueles que o tinham visto depois de sua ressurreição.
15 Jesus lhes disse: “Vão ao mundo inteiro e anunciem as boas-novas a todos. 16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem se recusar a crer será condenado. 17 Os seguintes sinais acompanharão aqueles que crerem: em meu nome expulsarão demônios, falarão em novas línguas,[bg] 18 pegarão em serpentes sem correr perigo, se beberem algo venenoso, não lhes fará mal, e colocarão as mãos sobre os enfermos e eles serão curados”.
19 Quando o Senhor Jesus acabou de falar com eles, foi levado para o céu e sentou-se à direita de Deus. 20 Os discípulos foram a toda parte e anunciavam a mensagem, e o Senhor cooperava com eles, confirmando-a com muitos sinais.
Introdução
1 Muitos se propuseram a escrever uma narração dos acontecimentos que se cumpriram entre nós. 2 Usaram os relatos que nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e servos da palavra. 3 Depois de investigar tudo detalhadamente desde o início, também decidi escrever-lhe um relato preciso, excelentíssimo Teófilo, 4 para que tenha plena certeza de tudo que lhe foi ensinado.
O anúncio do nascimento de João Batista
5 Quando Herodes era rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que fazia parte do grupo sacerdotal de Abias. Sua esposa, Isabel, também pertencia à linhagem sacerdotal de Arão. 6 Zacarias e Isabel eram justos aos olhos de Deus e obedeciam cuidadosamente a todos os mandamentos e estatutos do Senhor. 7 Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e ambos já estavam bem velhos.
8 Certo dia, Zacarias estava servindo diante de Deus no templo, pois seu grupo realizava o trabalho sacerdotal, conforme a escala. 9 Foi escolhido por sorteio, como era costume dos sacerdotes, para entrar no santuário do Senhor e queimar incenso. 10 Enquanto o incenso era queimado, uma grande multidão orava do lado de fora.
11 Então um anjo do Senhor lhe apareceu, à direita do altar de incenso. 12 Ao vê-lo, Zacarias ficou muito abalado e assustado. 13 O anjo, porém, lhe disse: “Não tenha medo, Zacarias! Sua oração foi ouvida. Isabel, sua esposa, lhe dará um filho, e você o chamará João. 14 Você terá grande satisfação e alegria, e muitos se alegrarão com o nascimento do menino, 15 pois ele será grande aos olhos do Senhor. Nunca tomará vinho nem outra bebida forte. Será cheio do Espírito Santo, antes mesmo de nascer.[bh] 16 Fará muitos israelitas voltarem ao Senhor, seu Deus. 17 Será um homem com o espírito e o poder de Elias, e preparará o povo para a vinda do Senhor. Fará o coração dos pais voltar para seus filhos[bi] e levará os rebeldes a aceitarem a sabedoria dos justos”.
18 Zacarias disse ao anjo: “Como posso ter certeza de que isso acontecerá? Já sou velho, e minha mulher também é de idade avançada”.
19 O anjo respondeu: “Sou Gabriel, e estou sempre na presença de Deus. Foi ele quem me enviou para lhe trazer estas boas-novas. 20 Agora, porém, você ficará mudo até os dias em que essas coisas acontecerão, pois não acreditou em minhas palavras, que se cumprirão no devido tempo”.
21 Enquanto isso, o povo esperava Zacarias sair do santuário e se perguntava por que ele demorava tanto. 22 Quando finalmente saiu, não conseguia falar com eles, e perceberam por seus gestos e seu silêncio que ele havia tido uma visão no santuário.
23 Ao fim de seus dias de serviço no templo, Zacarias voltou para casa. 24 Pouco tempo depois, sua esposa, Isabel, engravidou e não saiu de casa[bj] por cinco meses. 25 “Como o Senhor foi bom para mim em minha velhice!”, exclamou ela. “Tirou de mim a humilhação pública de não ter filhos!”
O anúncio do nascimento de Jesus
26 No sexto mês da gestação de Isabel, Deus enviou o anjo Gabriel a Nazaré, uma cidade da Galileia, 27 a uma virgem de nome Maria. Ela estava prometida em casamento a um homem chamado José, descendente do rei Davi. 28 Gabriel apareceu a ela e lhe disse: “Alegre-se, mulher favorecida! O Senhor está com você!”.[bk]
29 Confusa, Maria tentou imaginar o que o anjo quis dizer. 30 “Não tenha medo, Maria”, disse o anjo, “pois você encontrou favor diante de Deus. 31 Ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu antepassado Davi, 33 e ele reinará sobre Israel[bl] para sempre; seu reino jamais terá fim!”
34 Maria perguntou ao anjo: “Como isso acontecerá? Eu sou virgem!”.
35 O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Portanto, o bebê que vai nascer será santo, e será chamado Filho de Deus. 36 Além disso, sua parenta, Isabel, ficou grávida em idade avançada. As pessoas diziam que ela era estéril, mas ela concebeu um filho e está no sexto mês de gestação. 37 Pois nada é impossível para Deus”.[bm]
38 Maria disse: “Sou serva do Senhor. Que aconteça comigo tudo que foi dito a meu respeito”. E o anjo a deixou.
Maria visita Isabel
39 Alguns dias depois, Maria dirigiu-se apressadamente à região montanhosa da Judeia, à cidade 40 onde Zacarias morava. Ela entrou na casa e saudou Isabel. 41 Ao ouvir a saudação de Maria, o bebê de Isabel se agitou dentro dela, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42 Em alta voz, Isabel exclamou: “Você é abençoada entre as mulheres, e abençoada é a criança em seu ventre! 43 Por que tenho a grande honra de receber a visita da mãe do meu Senhor? 44 Quando ouvi sua saudação, o bebê em meu ventre se agitou de alegria. 45 Você é abençoada, pois creu no que o Senhor disse que faria!”.
Magnificat: o cântico de louvor de Maria
46 Maria respondeu:
“Minha alma exalta ao Senhor!
47 Como meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!
48 Pois ele observou sua humilde serva,
e, de agora em diante, todas as gerações me chamarão abençoada.
49 Pois o Poderoso é santo,
e fez grandes coisas por mim.
50 Demonstra misericórdia a todos que o temem,
geração após geração.
51 Seu braço poderoso fez coisas tremendas!
Dispersou os orgulhosos e os arrogantes.
52 Derrubou príncipes de seus tronos
e exaltou os humildes.
53 Encheu de coisas boas os famintos
e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Ajudou seu servo Israel
e lembrou-se de ser misericordioso.
55 Pois assim prometeu a nossos antepassados,
a Abraão e a seus descendentes para sempre”.
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses, e então voltou para casa.
O nascimento de João Batista
57 Chegado o tempo de seu bebê nascer, Isabel deu à luz um filho. 58 Vizinhos e parentes se alegraram ao tomar conhecimento de que o Senhor havia sido tão misericordioso com ela.
59 Quando o bebê estava com oito dias, eles vieram para a cerimônia de circuncisão. Queriam chamar o menino de Zacarias, como o pai, 60 mas Isabel disse: “Não! Seu nome é João!”.
61 Então eles lhe disseram: “Não há ninguém em sua família com esse nome”, 62 e com gestos perguntaram ao pai como queria chamar o bebê. 63 Ele pediu que lhe dessem uma tabuinha e, para surpresa de todos, escreveu: “Seu nome é João”. 64 No mesmo instante, Zacarias voltou a falar e começou a louvar a Deus.
65 Toda a vizinhança se encheu de temor, e a notícia do que havia acontecido se espalhou por toda a região montanhosa da Judeia. 66 Todos que ficavam sabendo meditavam sobre esses acontecimentos e perguntavam: “O que vai ser esse menino?”. Pois a mão do Senhor estava sobre ele.
Benedictus: a profecia de Zacarias
67 Então seu pai, Zacarias, ficou cheio do Espírito Santo e profetizou:
68 “Seja bendito o Senhor, o Deus de Israel,
pois visitou e resgatou seu povo.
69 Ele nos enviou poderosa salvação
da linhagem real de seu servo Davi,
70 como havia prometido muito tempo atrás
por meio de seus santos profetas.
71 Agora seremos salvos de nossos inimigos
e de todos que nos odeiam.
72 Ele foi misericordioso com nossos antepassados
ao lembrar-se de sua santa aliança,
73 o juramento solene
que fez com nosso antepassado Abraão.
74 Prometeu livrar-nos de nossos inimigos
para o servirmos sem medo,
75 em santidade e justiça,
enquanto vivermos.
76 “E você, meu filhinho,
será chamado profeta do Altíssimo,
pois preparará o caminho para o Senhor.[bn]
77 Dirá a seu povo como encontrar salvação
por meio do perdão de seus pecados.
78 Graças à terna misericórdia de nosso Deus,
a luz da manhã, vinda do céu,
está prestes a raiar sobre nós,[bo]
79 para iluminar aqueles que estão na escuridão
e na sombra da morte
e nos guiar ao caminho da paz”.
80 João cresceu e se fortaleceu em espírito. E viveu no deserto até chegar o tempo de se apresentar ao povo de Israel.
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