Bible in 90 Days
1 Estas são as visões de Isaías, filho de Amoz, acerca de Judá e Jerusalém. Ele teve estas visões durante os anos em que Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias eram reis de Judá.[a]
Mensagem para o povo rebelde de Judá
2 Ouçam, ó céus! Preste atenção, ó terra!
Assim diz o Senhor:
“Os filhos que criei e dos quais cuidei
se rebelaram contra mim.
3 Até mesmo o boi conhece seu dono,
e o jumento reconhece o cuidado de seu senhor,
mas Israel não conhece seu Senhor;
meu povo não reconhece meu cuidado por ele”.
4 Ah, como é pecadora esta nação,
sobrecarregada pelo peso da culpa!
São um povo perverso,
filhos corruptos que rejeitaram o Senhor.
Desprezaram o Santo de Israel
e deram as costas para ele.
5 Por que continuam a atrair castigo sobre si?
Vão se rebelar para sempre?
Sua cabeça está ferida,
seu coração está enfermo.
6 Estão machucados da cabeça aos pés,
cheios de contusões, vergões e feridas abertas,
e não há ataduras nem óleo para dar alívio.
7 Sua terra está em ruínas,
suas cidades foram queimadas.
Estrangeiros saqueiam seus campos diante de vocês
e destroem tudo que veem pela frente.
8 A bela Sião[b] está abandonada,
como o abrigo do vigia no vinhedo,
como a cabana numa plantação de pepinos,
como a cidade que foi sitiada.
9 Se o Senhor dos Exércitos
não houvesse poupado alguns de nós,[c]
teríamos sido exterminados como Sodoma
e destruídos como Gomorra.
10 Ouçam a palavra do Senhor, líderes de “Sodoma”!
Prestem atenção à lei de nosso Deus, povo de “Gomorra”!
11 “O que os faz pensar que desejo seus muitos sacrifícios?”,
diz o Senhor.
“Estou farto de holocaustos de carneiros
e da gordura de novilhos gordos.
Não tenho prazer no sangue de touros,
de cordeiros e de bodes.
12 Quem lhes pediu que fizessem esse alvoroço por meus pátios
quando vêm me adorar?
13 Parem de trazer ofertas inúteis;
o incenso que oferecem me dá náusea!
Suas festas de lua nova, seus sábados
e seus dias especiais de jejum
são pecaminosos e falsos;
não aguento mais suas reuniões solenes!
14 Odeio suas festas de lua nova e celebrações anuais;
são um peso para mim, não as suporto!
15 Não olharei para vocês quando levantarem as mãos para orar;
ainda que ofereçam muitas orações, não os ouvirei,
pois suas mãos estão cobertas de sangue.
16 Lavem-se e limpem-se!
Removam seus pecados de minha vista
e parem de fazer o mal.
17 Aprendam a fazer o bem
e busquem a justiça.
Ajudem os oprimidos,
defendam a causa dos órfãos,
lutem pelos direitos das viúvas.
18 “Venham, vamos resolver este assunto”,
diz o Senhor.
“Embora seus pecados sejam como o escarlate,
eu os tornarei brancos como a neve;
embora sejam vermelhos como o carmesim,
eu os tornarei brancos como a lã.
19 Se estiverem dispostos a me obedecer,
terão comida com fartura.
20 Se, porém, se desviarem e se recusarem a ouvir,
serão devorados pela espada.
Eu, o Senhor, falei!”
Jerusalém, cidade infiel
21 Vejam como a cidade antes tão fiel
tornou-se uma prostituta.
Antes era o centro da justiça e da retidão,
agora está cheia de assassinos.
22 Antes era como prata,
agora se tornou coisa desprezível.
Antes era pura,
agora é como vinho misturado com água.
23 Seus líderes são rebeldes,
companheiros de ladrões.
Todos eles amam subornos
e exigem propinas,
mas não defendem a causa dos órfãos
nem se preocupam com os direitos das viúvas.
24 Por isso o Soberano Senhor dos Exércitos,
o Poderoso de Israel, diz:
“Eu me vingarei de meus inimigos;
darei a meus adversários o que eles merecem!
25 Levantarei o punho contra você;
o derreterei e separarei o que é descartável
e removerei todas as suas impurezas.
26 Eu lhe darei bons juízes e conselheiros sábios,
como tinha no passado.
Então você voltará a ser chamada de Centro da Justiça
e Cidade Fiel”.
27 Sião será redimida pela justiça,
e os que se arrependerem serão restaurados pela retidão.
28 Mas os rebeldes e os pecadores serão destruídos,
e serão consumidos os que abandonarem o Senhor.
29 Vocês se envergonharão de sua idolatria
em bosques de carvalhos.
Ficarão desconcertados de terem adorado
em jardins dedicados a ídolos.
30 Serão como uma grande árvore com folhas murchas,
como um jardim sem água.
31 Os mais fortes em seu meio desaparecerão como palha;
seus atos perversos serão a faísca que a incendeia.
Queimarão junto com suas obras,
e ninguém conseguirá apagar o fogo.
O reinado futuro do Senhor
2 Esta é uma visão que Isaías, filho de Amoz, teve acerca de Judá e Jerusalém:
2 Nos últimos dias, o monte da casa do Senhor
será o mais alto de todos.
Será elevado acima de todos os outros montes,
e povos de todo o mundo irão até lá para adorar.
3 Gente de muitas nações virá e dirá:
“Venham, vamos subir ao monte do Senhor,
à casa do Deus de Jacó.
Ali ele nos ensinará seus caminhos,
e neles andaremos”.
Pois a lei do Senhor sairá de Sião;
sua palavra virá de Jerusalém.
4 O Senhor será mediador entre os povos
e resolverá os conflitos das nações.
Os povos transformarão suas espadas em arados
e suas lanças em podadeiras.
As nações deixarão de lutar entre si
e já não treinarão para a guerra.
Advertência sobre o julgamento
5 Venham, descendentes de Jacó,
vamos andar na luz do Senhor!
6 Pois tu, Senhor, rejeitaste teu povo,
os descendentes de Jacó,
porque encheram a terra com práticas do oriente e feiticeiros,
como é costume dos filisteus;
sim, fizeram acordos com nações estrangeiras.
7 Israel está cheia de prata e ouro;
seus tesouros são incontáveis.
Sua terra está cheia de cavalos de guerra;
seus carros de combate não têm fim.
8 Sua terra está cheia de ídolos;
o povo adora objetos que fez com as próprias mãos.
9 Por isso, agora serão humilhados,
e todos serão rebaixados;
não os perdoes!
10 Escondam-se em cavernas no meio das rochas,
escondam-se no pó,
para escaparem do terror do Senhor
e da glória de sua majestade.
11 O orgulho humano será rebaixado,
a arrogância humana será humilhada.
Somente o Senhor será exaltado
naquele dia de julgamento.
12 Pois o Senhor dos Exércitos
tem um dia de acerto de contas.
Ele castigará os orgulhosos e os poderosos
e derrubará tudo que se exalta.
13 Cortará os cedros imponentes do Líbano
e os grandes carvalhos de Basã.
14 Arrasará os montes altos
e as colinas elevadas.
15 Derrubará as torres altas
e os muros fortificados.
16 Afundará os grandes navios mercantes[d]
e todas as magníficas embarcações.
17 O orgulho humano será humilhado,
a arrogância humana será rebaixada.
Somente o Senhor será exaltado
naquele dia de julgamento.
18 Os ídolos desaparecerão por completo.
19 Quando o Senhor se levantar para sacudir a terra,
seus inimigos rastejarão para dentro de buracos no chão.
Em cavernas no meio das rochas,
se esconderão do terror do Senhor
e da glória de sua majestade.
20 Naquele dia, abandonarão os ídolos de ouro e prata
que eles próprios fizeram para adorar.
Deixarão seus deuses para roedores e morcegos,
21 enquanto rastejam para dentro de cavernas
e se escondem entre as rochas dos desfiladeiros.
Tentarão escapar do terror do Senhor
e da glória de sua majestade
quando ele se levantar para sacudir a terra.
22 Não ponham sua confiança em simples mortais;
são frágeis como um sopro.
Que valor eles têm?
Julgamento contra Judá
3 O Soberano Senhor dos Exércitos,
tirará de Jerusalém e de Judá
tudo aquilo de que dependem:
cada pedaço de pão,
cada gota de água,
2 todos os seus heróis e soldados,
juízes e profetas,
adivinhos e autoridades,
3 oficiais do exército e altos funcionários,
conselheiros, magos e astrólogos.
4 Nomearei meninos como seus líderes,
crianças pequenas para governá-los.
5 As pessoas oprimirão umas às outras:
homem contra homem,
vizinho contra vizinho.
Os jovens insultarão os idosos,
e os canalhas desprezarão os honrados.
6 Naquele dia, um homem dirá a seu irmão:
“Você tem roupas; seja nosso líder!
Assuma o governo deste monte de ruínas”.
7 Mas ele responderá:
“Não posso ajudar!
Não tenho roupa nem comida sobrando;
não me escolham como líder”.
8 Jerusalém tropeçará,
e Judá cairá,
pois falam contra o Senhor e não querem lhe obedecer;
rebelam-se abertamente contra sua glória.
9 A expressão do rosto os denuncia;
exibem seu pecado como o povo de Sodoma,
nem sequer procuram escondê-lo.
Estão perdidos!
Trouxeram desgraça sobre si mesmos.
10 Digam aos justos que tudo lhes irá bem;
desfrutarão a recompensa de seus esforços.
11 Os perversos, porém, estão perdidos,
pois receberão exatamente o que merecem.
12 Líderes imaturos oprimem meu povo,
mulheres o governam.
Ó meu povo, seus líderes o enganam
e o conduzem pelo caminho errado.
13 O Senhor toma seu lugar no tribunal
e apresenta sua causa contra seu povo.[e]
14 O Senhor se apresenta para pronunciar julgamento
sobre as autoridades do povo e seus governantes:
“Vocês acabaram com Israel, minha videira;
o que roubaram dos pobres agora enche suas casas.
15 Como ousam esmagar meu povo
e esfregar o rosto dos pobres no pó?”.
Quem exige uma resposta é o Soberano Senhor dos Exércitos.
Advertência a Jerusalém
16 O Senhor diz: “A bela Sião[f] é arrogante;
estica seu pescoço elegante
e lança olhares atrevidos,
caminhando com passos curtos,
fazendo tinir os enfeites de seus tornozelos.
17 Por isso, o Senhor fará surgir crostas em sua cabeça;
o Senhor deixará calva a bela Sião”.
18 Naquele dia, o Senhor removerá tudo que a embeleza:
os enfeites, as tiaras, os colares em forma de meia-lua,
19 os brincos, as pulseiras e os véus;
20 os lenços, os enfeites para o tornozelo, os cintos,
os perfumes e os amuletos;
21 os anéis, as joias do nariz,
22 as roupas de festa, os vestidos, os mantos e as bolsas;
23 os espelhos, as roupas de linho fino,
os adornos para a cabeça e os xales.
24 Em vez de exalar perfume agradável, ela terá mau cheiro;
usará cordas como cinto e perderá todo o seu lindo cabelo.
Vestirá pano de saco em vez de roupas finas,
e a vergonha tomará o lugar de sua beleza.[g]
25 Os homens da cidade serão mortos à espada,
e seus guerreiros morrerão na batalha.
26 Os portões de Sião chorarão e se lamentarão;
a cidade será como uma mulher devastada,
encolhida no chão.
4 Naquele dia, restarão tão poucos homens que sete mulheres brigarão por um só e dirão: “Deixe que todas nós nos casemos com você! Providenciaremos nossa comida e nossas roupas. Só queremos seu sobrenome, para que não zombem de nós!”.
Promessa de restauração
2 Naquele dia, porém, o renovo[h] do Senhor
será belo e glorioso;
o fruto da terra será o orgulho e o esplendor
de todos que sobreviverem em Israel.
3 Todos que restarem em Sião
serão um povo santo,
aqueles que permanecerem em Jerusalém,
que estiverem registrados entre os vivos.
4 O Senhor lavará a imundície da bela Sião;[i]
removerá de Jerusalém as manchas de sangue
com o quente sopro de julgamento abrasador.
5 Então o Senhor proverá sombra para o monte Sião,
e todos se reunirão ali.
Durante o dia, proverá uma camada de nuvem
e, à noite, de fumaça e fogo ardente,
que cobrirá a terra gloriosa.
6 Será abrigo contra o calor do dia
e esconderijo contra tempestades e chuvas.
Cântico sobre o vinhedo do Senhor
5 Agora, cantarei a meu amado
uma canção sobre seu vinhedo:
Meu amado tinha um vinhedo
numa colina muito fértil.
2 Ele arou a terra, tirou as pedras
e plantou as melhores videiras.
No meio do vinhedo, construiu uma torre de vigia
e, junto às rochas, fez um tanque de prensar.
Então esperou pela colheita de uvas doces,
mas o vinhedo só produziu uvas amargas.
3 Agora, habitantes de Jerusalém e Judá,
julguem entre mim e meu vinhedo.
4 O que mais poderia ter feito por meu vinhedo
que já não fiz?
Por que, quando esperava uvas doces,
ele produziu uvas amargas?
5 Agora lhes digo
o que farei com meu vinhedo:
Removerei suas cercas
e deixarei que seja destruído.
Derrubarei seus muros
e deixarei que seja pisoteado.
6 Farei dele um lugar desolado,
onde as videiras não são podadas e a terra não é capinada,
um lugar cheio de espinhos e mato.
Darei ordem às nuvens
para que não derramem chuva sobre ele.
7 A nação de Israel é o vinhedo do Senhor dos Exércitos,
o povo de Judá é seu jardim agradável.
Ele esperava colher justiça,
mas encontrou opressão.
Esperava colher retidão,
mas ouviu gritos de angústia.
A culpa e o julgamento de Judá
8 Que aflição espera vocês
que compram casas e mais casas, campos e mais campos,
até não haver lugar para outros
e vocês se tornarem os únicos donos da terra!
9 Mas eu ouvi o Senhor dos Exércitos
fazer um juramento solene:
“Muitas casas ficarão desertas;
até as belas mansões ficarão vazias.
10 Um vinhedo de dez jeiras[j] não produzirá vinte litros[k] de vinho;
dez cestos grandes[l] de sementes só produzirão um cesto[m] de cereais”.
11 Que aflição espera os que se levantam cedo pela manhã,
para começar a beber,
e passam a noite tomando vinho,
para ficar embriagados.
12 Em suas festas sempre há vinho e belas músicas,
de lira e harpa, tamborim e flauta,
mas nunca pensam no Senhor,
não se dão conta do que ele faz.
13 Por isso meu povo irá para o exílio num lugar distante,
pois não me conhece.
Os nobres morrerão de fome,
e a multidão morrerá de sede.
14 A sepultura[n] saliva de ansiedade,
com a boca bem aberta.
Os mais importantes e os mais simples
e toda a multidão embriagada serão devorados.
15 A humanidade será abatida, o povo será rebaixado;
até os arrogantes baixarão o olhar em humilhação.
16 O Senhor dos Exércitos, porém, será exaltado em sua justiça;
a santidade de Deus será demonstrada em sua retidão.
17 Naquele dia, os cordeiros encontrarão bons pastos;
as ovelhas gordas e os cabritos[o] comerão entre as ruínas.
18 Que aflição espera os que arrastam sua perversidade
com cordas feitas de mentiras,
que arrastam atrás de si o pecado
como quem puxa uma carroça!
19 Zombam de Deus e dizem:
“Anda logo! Toma uma providência!
Queremos ver o que és capaz de fazer.
Que o Santo de Israel realize seu plano,
pois queremos saber o que é”.
20 Que aflição espera os que chamam
o mal de bem e o bem de mal,
a escuridão de luz e a luz de escuridão,
o amargo de doce e o doce de amargo!
21 Que aflição espera os que são sábios aos próprios olhos
e pensam ter entendimento!
22 Que aflição espera os que são heróis em tomar vinho
e se gabam de quanta bebida conseguem ingerir!
23 Aceitam subornos para deixar o perverso em liberdade
e negam justiça ao inocente.
24 Portanto, assim como o fogo consome a palha
e o capim seco se desfaz com a chama,
suas raízes apodrecerão
e suas flores murcharão.
Pois rejeitaram a lei do Senhor dos Exércitos,
desprezaram a palavra do Santo de Israel.
25 Por isso a ira do Senhor se acende contra seu povo,
por isso ele levantou sua mão para esmagá-los.
Os montes estremecem,
e os cadáveres do povo estão espalhados pelas ruas como lixo.
Mesmo assim, a ira do Senhor não se satisfará;
sua mão ainda está levantada para castigar.
26 Ele enviará um sinal a nações distantes,
assobiará para os que estão nos confins da terra;
eles virão correndo.
27 Não se cansarão nem tropeçarão;
ninguém descansará nem dormirá.
Nenhum cinto estará solto,
nenhuma correia de sandália se arrebentará.
28 Suas flechas estarão afiadas,
seus arcos, prontos para a batalha.
Os cascos de seus cavalos soltarão faíscas,
as rodas de seus carros girarão como um turbilhão.
29 Rugirão como leões,
como os leões mais fortes.
Rosnarão e se lançarão sobre suas vítimas, e as levarão embora;
ninguém poderá livrá-las.
30 Naquele dia, rugirão sobre suas vítimas
como ruge o mar.
Se alguém olhar por toda a terra,
só verá trevas e aflição;
até a luz será obscurecida pelas nuvens.
A purificação e o chamado de Isaías
6 No ano em que o rei Uzias morreu,[p] eu vi o Senhor. Ele estava sentado em um trono alto, e a borda de seu manto enchia o templo. 2 Acima dele havia serafins, cada um com seis asas: com duas asas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. 3 Diziam em alta voz uns aos outros:
“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos;
toda a terra está cheia de sua glória!”
4 Suas vozes sacudiam o templo até os alicerces, e todo o edifício estava cheio de fumaça.
5 Então eu disse: “Estou perdido! É o meu fim, pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de pessoas de lábios impuros. Meus olhos, porém, viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!”.
6 Então um dos serafins voou em minha direção, trazendo uma brasa ardente que ele havia tirado do altar com uma tenaz. 7 Tocou meus lábios com a brasa e disse: “Veja, esta brasa tocou seus lábios. Sua culpa foi removida, e seus pecados foram perdoados”.
8 Então ouvi o Senhor perguntar: “Quem enviarei como mensageiro a este povo? Quem irá por nós?”.
E eu respondi: “Aqui estou; envia-me”.
9 Ele disse: “Vá e diga a este povo:
‘Ouçam com atenção, mas não entendam;
observem bem, mas não aprendam’.
10 Endureça o coração deste povo;
tape os ouvidos e feche os olhos deles.
Assim, não verão com os olhos,
nem ouvirão com os ouvidos,
não entenderão com o coração,
nem se voltarão para mim a fim de serem curados”.[q]
11 Então eu disse: “Senhor, até quando isso vai durar?”,
e ele respondeu:
“Até que as cidades fiquem vazias,
e as casas, abandonadas,
e toda a terra seja devastada;
12 até que o Senhor tenha mandado todos embora,
e toda a terra de Israel esteja deserta.
13 Se ainda sobreviver uma décima parte, um remanescente,
ela será invadida outra vez e queimada.
Mas, assim como o terebinto e o carvalho deixam um toco quando cortados,
o toco de Israel será uma semente santa”.
Mensagem para Acaz
7 Quando Acaz, filho de Jotão e neto de Uzias, era rei de Judá, Rezim, rei da Síria,[r] e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, saíram para atacar Jerusalém. Contudo, não conseguiram executar seu plano.
2 Havia chegado à corte de Judá a seguinte notícia: “A Síria se aliou com Israel[s] contra nós!”. O coração do rei e de seu povo estremeceu de medo, como árvores se agitam numa tempestade.
3 Então o Senhor disse a Isaías: “Pegue seu filho, Sear-Jasube,[t] e vá encontrar-se com o rei Acaz. Ele estará no final do aqueduto que abastece o tanque superior, perto do caminho para o campo onde se lava[u] roupa. 4 Diga a Acaz que pare de se preocupar e que não precisa ter medo da ira ardente daquelas duas brasas apagadas, Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Remalias. 5 É verdade que os reis da Síria e de Israel tramam contra ele e dizem: 6 ‘Atacaremos Judá e a conquistaremos; então colocaremos o filho de Tabeal para reinar sobre Judá’. 7 Mas assim diz o Senhor Soberano:
“Essa invasão não acontecerá;
jamais ocorrerá,
8 pois a Síria não é mais forte que sua capital, Damasco,
e Damasco não é mais forte que seu rei, Rezim.
Quanto a Israel, em sessenta e cinco anos,
será esmagada e completamente destruída.
9 Israel não é mais forte que sua capital, Samaria,
e Samaria não é mais forte que seu rei, Peca, filho de Remalias.
Se vocês não crerem com firmeza,
não permanecerão firmes”.
O sinal de Emanuel
10 Depois, o Senhor enviou esta mensagem ao rei Acaz: 11 “Peça ao Senhor, seu Deus, um sinal de confirmação. Pode ser algo difícil, alto como os céus ou profundo como o lugar dos mortos”.[v]
12 O rei Acaz, porém, respondeu: “Não porei o Senhor à prova desse modo”.
13 Então o profeta disse: “Ouçam bem, descendentes de Davi! Não basta esgotarem a paciência das pessoas? Agora também querem esgotar a paciência de meu Deus? 14 Por isso, o Senhor mesmo lhes dará um sinal. Vejam! A virgem[w] ficará grávida! Ela dará à luz um filho e o chamará de Emanuel.[x] 15 Quando essa criança tiver idade suficiente para escolher o bem e rejeitar o mal, comerá coalhada[y] e mel. 16 Pois, antes de a criança chegar a essa idade, as terras dos dois reis que vocês tanto temem ficarão desertas.
17 “Então o Senhor trará sobre vocês, sua nação e sua família, coisas como nunca houve desde que Israel se separou de Judá; trará contra vocês o rei da Assíria!”.
18 Naquele dia, o Senhor assobiará para chamar o exército do sul do Egito e o exército da Assíria, e eles os cercarão como enxames de moscas e abelhas. 19 Virão em grandes multidões e ocuparão as regiões férteis e também os vales desolados, as cavernas e os lugares tomados de espinhos. 20 Naquele dia, o Senhor alugará uma “navalha” que virá de além do rio Eufrates[z] — o rei da Assíria — e a usará para raspar tudo: sua terra, suas plantações e seu povo.[aa]
21 Naquele dia, o camponês terá sorte se lhe sobrarem uma vaca e duas ovelhas. 22 Ainda assim, haverá leite suficiente para todos, pois restarão poucas pessoas na terra. Comerão coalhada e mel até ficarem satisfeitos. 23 Naquele dia, os vinhedos prósperos, que hoje valem mil peças[ab] de prata, se tornarão terrenos cheios de espinhos e mato. 24 Toda a terra ficará coberta de espinhos e mato, e será uma região de caça cheia de animais selvagens. 25 Ninguém irá às encostas férteis das colinas, onde antes cresciam jardins, pois estarão tomadas de espinhos e mato. Ali bois e ovelhas pastarão.
A futura invasão assíria
8 Então o Senhor me disse: “Faça uma grande placa e escreva de modo bem claro o seguinte nome: Maher-Shalal-Hash-Baz”.[ac] 2 Pedi ao sacerdote Urias e a Zacarias, filho de Jeberequias, dois homens conhecidos por sua honestidade, que fossem testemunhas do que fiz.
3 Então deitei-me com minha esposa, e ela ficou grávida e deu à luz um filho. E o Senhor disse: “Dê-lhe o nome Maher-Shalal-Hash-Baz. 4 Pois, antes que esse menino tenha idade suficiente para dizer ‘papai’ ou ‘mamãe’, o rei da Assíria levará embora os bens de Damasco e as riquezas de Samaria”.
5 Mais uma vez, o Senhor falou comigo e disse: 6 “Meu cuidado pelo povo de Judá é como as águas de Siloé, que fluem suavemente. Contudo, eles me rejeitaram e agora se alegram com o que acontecerá aos[ad] reis Rezim e Peca.[ae] 7 Portanto, o Senhor fará vir sobre eles uma grande inundação do rio Eufrates:[af] o rei da Assíria com toda a sua glória. A inundação fará transbordar todos os seus canais 8 e cobrirá Judá até o pescoço. Abrirá as asas e submergirá sua terra de um extremo ao outro, ó Emanuel.
9 “Reúnam-se, nações, e fiquem aterrorizadas;
prestem atenção, todas as terras distantes.
Preparem-se para a batalha, mas serão destruídas;
sim, preparem-se para a batalha, mas serão destruídas.
10 Convoquem conselhos de guerra, mas de nada adiantará;
desenvolvam estratégias, mas não terão sucesso.
Pois Deus está conosco!”[ag]
Chamado para confiar no Senhor
11 O Senhor me advertiu firmemente de que não pensasse como todos os outros. Disse ele:
12 “Não chame tudo de conspiração, como eles fazem;
não viva com medo do que eles temem.
13 Considere o Senhor dos Exércitos santo em sua vida;
é a ele que você deve temer.
Ele é quem deve fazê-lo estremecer;
14 ele o manterá seguro.
Mas, para Israel e Judá,
ele será pedra de tropeço,
rocha que os faz cair.
Para o povo de Jerusalém,
será armadilha e laço.
15 Muitos tropeçarão e cairão
e nunca mais se levantarão;
serão presos no laço e capturados”.
16 Preserve os ensinamentos de Deus;
confie a lei àqueles que me seguem.
17 Esperarei pelo Senhor,
que se afastou dos descendentes de Jacó;
porei nele minha esperança.
18 Eu e os filhos que o Senhor me deu serviremos de sinal e advertência para Israel da parte do Senhor dos Exércitos, que habita no monte Sião.
19 Talvez alguém lhes diga: “Vamos perguntar aos médiuns e aos que consultam os espíritos dos mortos. Com sussurros e murmúrios eles nos dirão o que fazer”. Mas será que o povo não deve pedir orientação a Deus? Será que os vivos devem buscar a orientação de mortos?
20 Consultem a lei e os ensinamentos de Deus! Aqueles que contradizem sua palavra jamais verão a luz. 21 Andam sem rumo, cansados e famintos. E, por causa da fome, amaldiçoam seu rei e seu Deus. Olharão para o céu, 22 depois olharão para a terra, mas para onde voltarem os olhos só haverá problemas, angústia e sombrio desespero. Serão lançados nas trevas.
Esperança no Messias
9 [ah] Esse tempo de escuridão e desespero, no entanto, não durará para sempre. A terra de Zebulom e de Naftali será humilhada, mas no futuro a Galileia dos gentios, localizada junto à estrada entre o Jordão e o mar, se encherá de glória.
2 [ai]O povo que anda na escuridão
verá grande luz.
Para os que vivem na terra de trevas profundas,[aj]
uma luz brilhará.
3 Tu multiplicarás a nação de Israel,
e seu povo se alegrará.
Eles se alegrarão diante de ti
como os camponeses se alegram na colheita,
como os guerreiros ao repartir os despojos.
4 Pois tu quebrarás o jugo de escravidão que os oprimia
e levantarás o fardo que lhes pesava sobre os ombros.
Quebrarás a vara do opressor,
como fizeste ao destruir o exército de Midiã.
5 As botas dos guerreiros
e os uniformes manchados de sangue das batalhas
serão queimados;
servirão de lenha para o fogo.
6 Pois um menino nos nasceu,
um filho nos foi dado.
O governo estará sobre seus ombros,
e ele será chamado de
Maravilhoso Conselheiro,[ak] Deus Poderoso,
Pai Eterno e Príncipe da Paz.
7 Seu governo e sua paz
jamais terão fim.
Reinará com imparcialidade e justiça no trono de Davi,
para todo o sempre.
O zelo do Senhor dos Exércitos
fará que isso aconteça!
A ira do Senhor contra Israel
8 O Senhor se pronunciou contra Jacó,
seu julgamento caiu sobre Israel.
9 Os habitantes de Israel[al] e de Samaria,
que falaram com tanto orgulho e arrogância,
logo ficarão sabendo.
10 Disseram: “No lugar dos tijolos quebrados de nossas ruínas,
colocaremos pedras trabalhadas,
e no lugar das figueiras-bravas derrubadas,
plantaremos cedros”.
11 O Senhor, porém, trará os inimigos de Rezim contra Israel
e instigará seus adversários.
12 Os sírios do leste e os filisteus do oeste
mostrarão suas presas e devorarão Israel.
Mesmo assim, a ira do Senhor não se satisfará;
sua mão ainda está levantada para castigar.
13 Pois mesmo depois do castigo, o povo não se arrependerá;
não buscará o Senhor dos Exércitos.
14 Portanto, em um só dia, o Senhor destruirá a cabeça e a cauda,
o ramo da palmeira e o junco.
15 Os líderes de Israel são a cabeça,
os profetas mentirosos são a cauda.
16 Pois esses líderes enganaram o povo
e o conduziram pelo caminho da destruição.
17 Por isso o Senhor não se agrada dos jovens,
nem mostra compaixão pelas viúvas e pelos órfãos.
Pois todos são hipócritas perversos;
todos falam tolices.
Mesmo assim, a ira do Senhor não se satisfará;
sua mão ainda está levantada para castigar.
18 Essa maldade é como incêndio num matagal;
consome não apenas os espinhos e o mato,
mas também queima os bosques
e faz subir nuvens de fumaça.
19 A terra ficará ressecada,
por causa da fúria do Senhor dos Exércitos.
O povo servirá de lenha para o fogo,
e ninguém poupará sequer seu irmão.
20 Atacarão o vizinho à direita,
mas continuarão com fome.
Devorarão o vizinho à esquerda,
mas não se saciarão;
por fim, comerão os próprios filhos.[am]
21 Manassés se alimentará de Efraim,
Efraim se alimentará de Manassés,
ambos devorarão Judá.
Mesmo assim, a ira do Senhor não se satisfará;
sua mão ainda está levantada para castigar.
10 Que aflição espera os juízes injustos
e os que decretam leis opressoras!
2 Não fazem justiça aos pobres
e negam os direitos dos necessitados de meu povo.
Exploram as viúvas
e tiram proveito dos órfãos.
3 O que farão quando eu os castigar,
quando trouxer de uma terra distante calamidade sobre vocês?
A quem pedirão ajuda?
Onde seus tesouros estarão seguros?
4 Serão levados como prisioneiros
ou ficarão caídos entre os mortos.
Mesmo assim, a ira do Senhor não se satisfará;
sua mão ainda está levantada para castigar.
Julgamento contra a Assíria
5 “Que aflição espera a Assíria, a vara de minha ira;
uso-a como bastão para expressar minha fúria!
6 Envio a Assíria contra uma nação ímpia,
contra o povo com o qual estou irado.
A Assíria os saqueará
e os pisará como pó sob os seus pés.
7 O rei da Assíria, porém, não entenderá que é meu instrumento;
esse não é seu modo de pensar.
Seu plano é somente destruir,
derrubar uma nação após a outra.
8 Ele dirá:
‘Em breve cada um de meus príncipes será rei.
9 ‘Destruímos Calno, como fizemos com Carquemis,
Hamate caiu diante de nós, como aconteceu com Arpade,
e derrotamos Samaria, como fizemos com Damasco.
10 Sim, acabamos com muitos reinos,
cujos deuses eram mais poderosos que os de Jerusalém e Samaria.
11 Portanto, derrotaremos Jerusalém e seus deuses,
como destruímos Samaria e seus deuses’”.
12 Depois que o Senhor tiver usado o rei da Assíria para realizar seus propósitos no monte Sião e em Jerusalém, ele se voltará contra o rei da Assíria e o castigará, pois o rei é orgulhoso e arrogante. 13 Ele diz:
“Fiz isto com meu braço poderoso,
com minha astuta sabedoria o planejei.
Destruí as defesas das nações
e levei seus tesouros;
como um touro, derrubei seus reis.
14 Roubei as riquezas de seus ninhos
e ajuntei reinos como o camponês ajunta ovos.
Ninguém pode bater as asas contra mim,
nem dar um pio de protesto”.
15 Mas será que o machado pode se orgulhar de ser mais poderoso
que aquele que o usa?
É a serra mais importante que a pessoa que com ela corta?
Pode a vara golpear se não houver quem a mova?
Acaso o cajado de madeira anda sozinho?
16 Por isso, o Soberano Senhor dos Exércitos
enviará uma praga sobre as tropas orgulhosas da Assíria,
e fogo ardente consumirá sua glória.
17 O Senhor, a Luz de Israel, será o fogo;
o Santo será a chama.
Devorará como fogo os espinhos e o mato
e queimará o inimigo em um só dia.
18 O Senhor consumirá a glória da Assíria,
como o fogo consome um bosque em terra fértil;
ela definhará como os enfermos durante uma praga.
19 De todo esse bosque glorioso, restarão apenas algumas árvores,
tão poucas que uma criança poderá contá-las.
Esperança para o povo do Senhor
20 Naquele dia, o remanescente de Israel,
os sobreviventes da família de Jacó,
não dependerão mais de aliados
que procuram destruí-los.
Confiarão fielmente no Senhor,
o Santo de Israel.
21 Um remanescente voltará,[an]
sim, o remanescente de Jacó voltará para o Deus Poderoso.
22 Embora o povo de Israel seja numeroso
como a areia do mar,
apenas um remanescente voltará.
O Senhor, em sua justiça, decidiu destruir seu povo;
23 sim, o Soberano Senhor dos Exércitos,
já decidiu destruir toda a terra.[ao]
24 Portanto, assim diz o Soberano Senhor dos Exércitos: “Ó meu povo em Sião, não tema os assírios quando oprimirem vocês com vara e bastão, como fizeram os egípcios muito tempo atrás. 25 Em breve, minha fúria contra vocês passará, e minha ira se levantará para destruir os assírios”. 26 O Senhor dos Exércitos os castigará com seu chicote, como fez quando Gideão venceu os midianitas na rocha de Orebe, ou quando o Senhor ergueu sua vara para afogar o exército egípcio no mar.
27 Naquele dia, o Senhor acabará
com a servidão de seu povo;
quebrará o jugo de escravidão
e o levantará de seus ombros.[ap]
28 Vejam, agora os assírios estão em Aiate;
passam por Migrom,
e guardam seus pertences em Micmás.
29 Atravessam o desfiladeiro
e acampam em Geba.
A cidade de Ramá está tomada de medo;
o povo de Gibeá, cidade natal de Saul,
foge para se salvar.
30 Gritem de terror,
habitantes de Galim!
Alertem Laís!
Ah, pobre Anatote!
31 O povo de Madmena foge,
e os habitantes de Gebim tentam se esconder.
32 O inimigo para em Nobe pelo resto do dia;
sacode o punho contra o belo monte Sião, o monte de Jerusalém.
33 Mas, vejam, o Soberano Senhor dos Exércitos
cortará com grande força a poderosa árvore da Assíria!
Ele derrubará os orgulhosos;
a árvore imponente será lançada por terra.
34 Cortará as árvores do bosque com um machado;
o Líbano cairá pelas mãos do Poderoso.[aq]
O ramo da linhagem de Jessé
11 Do tronco da linhagem de Jessé[ar] brotará um renovo;
sim, um novo Ramo que de suas raízes dará frutos.
2 E o Espírito do Senhor estará sobre ele,
o Espírito de sabedoria e discernimento,
o Espírito de conselho e poder,
o Espírito de conhecimento e temor do Senhor.
3 Ele terá prazer em obedecer ao Senhor;
não julgará pela aparência,
nem acusará com base em rumores.
4 Fará justiça aos pobres
e tomará decisões imparciais em favor dos oprimidos.
A terra estremecerá com a força de sua palavra,
e o sopro de sua boca destruirá os perversos.
5 Vestirá a justiça como um cinto
e a verdade como uma cinta nos quadris.
6 Naquele dia, o lobo viverá com o cordeiro,
e o leopardo se deitará junto ao cabrito.
O bezerro estará seguro perto do leão,
e uma criança os guiará.
7 A vaca pastará perto do urso,
e seus filhotes descansarão juntos;
o leão comerá capim, como a vaca.
8 O bebê brincará em segurança perto da toca da cobra;
sim, a criancinha colocará a mão num ninho de víboras.
9 Em todo o meu santo monte, não se fará mal nem haverá destruição,
pois, como as águas enchem o mar,
a terra estará cheia de gente que conhece o Senhor.
10 Naquele dia, o descendente de Jessé[as]
será uma bandeira de salvação para todo o mundo.
As nações se reunirão junto a ele,
e a terra onde ele habita será um lugar glorioso.[at]
11 Naquele dia, o Senhor estenderá a mão pela segunda vez,
para trazer de volta o remanescente de seu povo,
aqueles que restarem na Assíria e no norte do Egito,
no sul do Egito, na Etiópia[au] e em Elão,
na Babilônia,[av] em Hamate e nas distantes terras costeiras.
12 Levantará uma bandeira entre as nações
e reunirá os exilados de Israel.
Ajuntará o povo disperso de Judá,
desde os confins da terra.
13 Então, por fim, acabará o ciúme entre Israel[aw] e Judá,
e deixarão de ser rivais.
14 Unirão forças para vir sobre a Filístia no oeste;
juntos, atacarão e saquearão as nações do leste.
Ocuparão as terras de Edom e Moabe,
e Amom lhes obedecerá.
15 O Senhor abrirá um caminho seco no golfo do mar Vermelho,[ax]
moverá a mão sobre o rio Eufrates[ay]
e enviará um vento forte que o dividirá em sete riachos,
para que possa ser atravessado a pé.
16 Fará uma estrada para o remanescente de seu povo,
o remanescente que virá da Assíria,
como fez por Israel muito tempo atrás,
quando o povo voltou do Egito.
Cânticos de louvor pela salvação
12 Naquele dia, vocês cantarão:
“Eu te louvarei, ó Senhor!
Estavas irado comigo, mas tua ira passou;
agora tu me consolas.
2 Vejam, Deus veio me salvar;
confiarei nele e não terei medo.
O Senhor Deus é minha força e meu cântico;
ele me deu vitória!”.
3 Com alegria vocês beberão
das fontes da salvação.
4 Naquele dia, cantarão:
“Deem graças ao Senhor! Louvem seu nome!
Contem aos povos o que ele fez,
anunciem que seu nome é magnífico.
5 Cantem ao Senhor, pois ele tem feito maravilhas;
tornem seu louvor conhecido em todo o mundo.
6 Todos os habitantes de Sião celebrem em alta voz,
pois grande é o Santo de Israel que vive em seu meio”.
Mensagem a respeito da Babilônia
13 Isaías, filho de Amoz, recebeu esta mensagem acerca da Babilônia:
2 “Levantem uma bandeira no topo descoberto de uma colina;
convoquem um exército contra a Babilônia.
Quando eles entrarem nos palácios dos grandes e poderosos,
acenem com a mão para encorajá-los.
3 Eu, o Senhor, consagrei esses soldados;
sim, chamei guerreiros valentes para executar minha ira,
e eles se alegrarão quando eu for exaltado”.
4 Ouçam o barulho nos montes!
Escutem os grandes exércitos marchando!
São ruídos e gritos de muitas nações;
o Senhor dos Exércitos reuniu essas tropas.
5 Vêm de países distantes,
dos mais longínquos horizontes.
São as armas do Senhor para executar sua ira;
com elas destruirá toda a terra.
6 Gritem de terror, pois o dia do Senhor chegou,
o dia em que o Todo-poderoso virá para destruir.
7 Todo braço está paralisado de medo,
todo coração se derrete,
8 todos estão apavorados.
São tomados de dores agudas de aflição,
como as dores da mulher no parto.
Apavorados, olham uns para os outros,
com o rosto ardendo de medo.
9 Vejam, o dia do Senhor está chegando,
o dia terrível de sua fúria e ira ardente!
A terra ficará desolada,
e os pecadores serão destruídos.
10 Os céus acima deles escurecerão,
e as estrelas deixarão de brilhar.
O sol estará escuro ao nascer,
e a lua não iluminará.
11 “Eu, o Senhor, castigarei o mundo por sua maldade,
os perversos por seu pecado.
Esmagarei a pretensão dos arrogantes,
humilharei o orgulho dos poderosos.
12 Tornarei as pessoas mais escassas que o ouro,
mais raras que o ouro puro de Ofir.
13 Pois sacudirei os céus;
a terra se moverá de seu lugar,
quando o Senhor dos Exércitos mostrar sua fúria,
no dia de sua ira ardente.”
14 Todos na Babilônia correrão como uma gazela perseguida,
como ovelhas sem pastor.
Tentarão encontrar seu povo
e fugir para sua terra.
15 Quem for capturado será morto,
atravessado com a espada.
16 Suas crianças serão massacradas diante de seus olhos;
suas casas serão saqueadas, e suas esposas, violentadas.
17 “Vejam, instigarei o reino da Média contra a Babilônia;
não se poderá comprá-lo com prata,
nem suborná-lo com ouro.
18 Matarão os jovens com flechas,
não terão misericórdia dos bebês indefesos,
nem compaixão das crianças.”
19 A Babilônia, o mais glorioso dos reinos,
o esplendor e o orgulho dos caldeus,
será devastada como Sodoma e Gomorra,
quando Deus as destruiu.
20 A Babilônia jamais voltará a ser habitada;
permanecerá vazia geração após geração.
Nômades não acamparão ali,
pastores não levarão suas ovelhas para passar a noite.
21 Animais do deserto habitarão na cidade arruinada,
criaturas uivantes rondarão as casas.
Corujas viverão entre as ruínas,
bodes selvagens ali saltarão.
22 Hienas uivarão nas fortalezas,
chacais farão tocas nos palácios luxuosos.
Os dias da Babilônia estão contados;
logo chegará a hora de sua destruição.
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