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Bible in 90 Days

An intensive Bible reading plan that walks through the entire Bible in 90 days.
Duration: 88 days
Nova Versão Transformadora (NVT)
Version
Gênesis 1-16

A criação

No princípio, Deus criou os céus e a terra.[a] A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.

Então Deus disse: “Haja luz”, e houve luz. E Deus viu que a luz era boa, e separou a luz da escuridão. Deus chamou a luz de “dia” e a escuridão de “noite”.

A noite passou e veio a manhã, encerrando o primeiro dia.

Então Deus disse: “Haja um espaço entre as águas, para separar as águas dos céus das águas da terra”. E assim aconteceu. Deus criou um espaço para separar as águas da terra das águas dos céus. Deus chamou o espaço de “céu”.

A noite passou e veio a manhã, encerrando o segundo dia.

Então Deus disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar, para que apareça uma parte seca”. E assim aconteceu. 10 Deus chamou a parte seca de “terra” e as águas de “mares”. E Deus viu que isso era bom. 11 Então Deus disse: “Produza a terra vegetação: toda espécie de plantas com sementes e árvores que dão frutos com sementes. As sementes produzirão plantas e árvores, cada uma conforme a sua espécie”. E assim aconteceu. 12 A terra produziu vegetação: toda espécie de plantas com sementes e árvores que dão frutos com sementes. As sementes produziram plantas e árvores, cada uma conforme a sua espécie. E Deus viu que isso era bom.

13 A noite passou e veio a manhã, encerrando o terceiro dia.

14 Então Deus disse: “Haja luzes no céu para separar o dia da noite e marcar as estações, os dias e os anos. 15 Que essas luzes brilhem no céu para iluminar a terra”. E assim aconteceu. 16 Deus criou duas grandes luzes: a maior para governar o dia e a menor para governar a noite, e criou também as estrelas. 17 Deus colocou essas luzes no céu para iluminar a terra, 18 para governar o dia e a noite e para separar a luz da escuridão. E Deus viu que isso era bom.

19 A noite passou e veio a manhã, encerrando o quarto dia.

20 Então Deus disse: “Encham-se as águas de seres vivos, e voem as aves no céu acima da terra”. 21 Assim, Deus criou os grandes animais marinhos e todos os seres vivos que se movem em grande número pelas águas, bem como uma grande variedade de aves, cada um conforme a sua espécie. E Deus viu que isso era bom. 22 Então Deus os abençoou: “Sejam férteis e multipliquem-se. Que os seres encham os mares e as aves se multipliquem na terra”.

23 A noite passou e veio a manhã, encerrando o quinto dia.

24 Então Deus disse: “Produza a terra grande variedade de animais, cada um conforme a sua espécie: animais domésticos, animais que rastejam pelo chão e animais selvagens”. E assim aconteceu. 25 Deus criou grande variedade de animais selvagens, animais domésticos e animais que rastejam pelo chão, cada um conforme a sua espécie. E Deus viu que isso era bom.

26 Então Deus disse: “Façamos o ser humano[b] à nossa imagem; ele será semelhante a nós. Dominará sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre todos os animais selvagens da terra[c] e sobre os animais que rastejam pelo chão”.

27 Assim, Deus criou os seres humanos[d] à sua própria imagem,
à imagem de Deus os criou;
homem e mulher[e] os criou.

28 Então Deus os abençoou e disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”.

29 Então Deus disse: “Vejam! Eu lhes dou todas as plantas com sementes em toda a terra e todas as árvores frutíferas, para que lhes sirvam de alimento. 30 E dou todas as plantas verdes como alimento a todos os seres vivos: aos animais selvagens, às aves do céu e aos animais que rastejam pelo chão”. E assim aconteceu.

31 Então Deus olhou para tudo que havia feito e viu que era muito bom.

A noite passou e veio a manhã, encerrando o sexto dia.

Desse modo, completou-se a criação dos céus e da terra e de tudo que neles há. No sétimo dia, Deus havia terminado sua obra de criação e descansou de[f] todo o seu trabalho. Deus abençoou o sétimo dia e o declarou santo, pois foi o dia em que ele descansou de toda a sua obra de criação.

Esse é o relato da criação dos céus e da terra.

O homem e a mulher no jardim

Quando o Senhor Deus criou a terra e os céus, nenhuma planta silvestre nem grãos haviam brotado na terra, pois o Senhor Deus ainda não tinha mandado chuva para regar a terra, e não havia quem a cultivasse. Mas do solo brotava água,[g] que regava toda a terra. Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra. Soprou o fôlego da vida em suas narinas, e o homem se tornou ser vivo.

O Senhor Deus plantou um jardim no Éden, para os lados do leste, e ali colocou o homem que havia criado. O Senhor Deus fez brotar do solo árvores de todas as espécies, árvores lindas que produziam frutos deliciosos. No meio do jardim, colocou a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

10 Da terra do Éden nascia um rio que regava o jardim e depois se dividia em quatro braços. 11 O primeiro braço, chamado Pisom, rodeava toda a terra de Havilá, onde existe ouro. 12 O ouro dessa terra é de grande pureza; lá também há resina aromática e pedra de ônix. 13 O segundo braço, chamado Giom, rodeava toda a terra de Cuxe. 14 O terceiro braço, chamado Tigre, corria para o leste da terra da Assíria. O quarto braço era chamado de Eufrates.

15 O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cultivá-lo e tomar conta dele, 16 mas o Senhor Deus lhe ordenou: “Coma à vontade dos frutos de todas as árvores do jardim, 17 exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Se você comer desse fruto, com certeza morrerá”.

18 O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja sozinho. Farei alguém que o ajude e o complete”. 19 O Senhor Deus formou da terra todos os animais selvagens e todas as aves do céu. Trouxe-os ao homem[h] para ver como os chamaria, e o homem escolheu um nome para cada um deles. 20 Deu nome a todos os animais domésticos, a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens. O homem, porém, continuava sem alguém que o ajudasse e o completasse.

21 Então o Senhor Deus o fez cair num sono profundo. Enquanto o homem dormia, tirou dele uma das costelas[i] e fechou o espaço que ela ocupava. 22 Dessa costela o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe ao homem.

23 “Finalmente!”, exclamou o homem.

“Esta é osso dos meus ossos,
e carne da minha carne!
Será chamada ‘mulher’,
porque foi tirada do ‘homem’”.[j]

24 Por isso o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, e os dois se tornam um só.

25 O homem e a mulher estavam nus, mas não sentiam vergonha.

O pecado do homem e da mulher

A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus havia criado. Certa vez, ela perguntou à mulher: “Deus realmente disse que vocês não devem comer do fruto de nenhuma das árvores do jardim?”.

“Podemos comer do fruto das árvores do jardim”, respondeu a mulher. “É só do fruto da árvore que está no meio do jardim que não podemos comer. Deus disse: ‘Não comam e nem sequer toquem no fruto daquela árvore; se o fizerem, morrerão’.”

“É claro que vocês não morrerão!”, a serpente respondeu à mulher. “Deus sabe que, no momento em que comerem do fruto, seus olhos se abrirão e, como Deus, conhecerão o bem e o mal.”

A mulher viu que a árvore era linda e que seu fruto parecia delicioso, e desejou a sabedoria que ele lhe daria. Assim, tomou do fruto e o comeu. Depois, deu ao marido, que estava com ela, e ele também comeu. Naquele momento, seus olhos se abriram, e eles perceberam que estavam nus. Por isso, costuraram folhas de figueira umas às outras para se cobrirem.

Quando soprava a brisa do entardecer, o homem[k] e sua mulher ouviram o Senhor Deus caminhando pelo jardim e se esconderam dele entre as árvores. Então o Senhor Deus chamou o homem e perguntou: “Onde você está?”.

10 Ele respondeu: “Ouvi que estavas andando pelo jardim e me escondi. Tive medo, pois eu estava nu”.

11 “Quem lhe disse que você estava nu?”, perguntou Deus. “Você comeu do fruto da árvore que eu lhe ordenei que não comesse?”

12 O homem respondeu: “Foi a mulher que me deste! Ela me ofereceu do fruto, e eu comi”.

13 Então o Senhor Deus perguntou à mulher: “O que foi que você fez?”.

“A serpente me enganou”, respondeu a mulher. “Foi por isso que comi do fruto.”

14 Então o Senhor Deus disse à serpente:

“Uma vez que fez isso, maldita é você
entre todos os animais, domésticos e selvagens.
Você se arrastará sobre o próprio ventre,
rastejará no pó enquanto viver.
15 Farei que haja inimizade entre você e a mulher,
e entre a sua descendência e o descendente dela.
Ele lhe ferirá[l] a cabeça,
e você lhe ferirá o calcanhar”.

16 À mulher ele disse:

“Farei mais intensas as dores de sua gravidez,
e com dor você dará à luz.
Seu desejo será para seu marido,
e ele a dominará”.[m]

17 E ao homem ele disse:

“Uma vez que você deu ouvidos à sua mulher
e comeu da árvore cujo fruto ordenei que não comesse,
maldita é a terra por sua causa;
por toda a vida, terá muito trabalho para tirar da terra seu sustento.
18 Ela produzirá espinhos e ervas daninhas,
mas você comerá de seus frutos e grãos.
19 Com o suor do rosto você obterá alimento,
até que volte à terra da qual foi formado.
Pois você foi feito do pó,
e ao pó voltará”.

Paraíso perdido

20 O homem, Adão, deu à sua mulher o nome de Eva,[n] pois ela seria a mãe de toda a humanidade. 21 E o Senhor Deus fez roupas de peles de animais para Adão e sua mulher.

22 Então o Senhor Deus disse: “Vejam, agora os seres humanos[o] se tornaram semelhantes a nós, pois conhecem o bem e o mal. Se eles tomarem do fruto da árvore da vida e dele comerem, viverão para sempre”. 23 Para impedir que isso acontecesse, o Senhor Deus os expulsou do jardim do Éden, e Adão passou a cultivar a terra da qual tinha sido formado. 24 Depois de expulsá-los, colocou querubins a leste do jardim do Éden e uma espada flamejante que se movia de um lado para o outro, a fim de guardar o caminho até a árvore da vida.

Caim e Abel

Adão[p] teve relações com Eva, sua mulher, que engravidou. Quando deu à luz Caim, ela disse: “Com a ajuda do Senhor, tive[q] um filho!”. Tempos depois, deu à luz o irmão de Caim e o chamou de Abel.

Quando os meninos cresceram, Abel se tornou pastor de ovelhas, e Caim cultivava o solo. No tempo da colheita, Caim apresentou parte de sua produção como oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, ofertou as melhores porções dos cordeiros dentre as primeiras crias de seu rebanho. O Senhor aceitou Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua oferta. Caim se enfureceu e ficou transtornado.

“Por que você está tão furioso?”, o Senhor perguntou a Caim. “Por que está tão transtornado? Se você fizer o que é certo, será aceito. Mas, se não o fizer, tome cuidado! O pecado está à porta, à sua espera, e deseja controlá-lo, mas é você quem deve dominá-lo.”

Caim sugeriu a seu irmão: “Vamos ao campo”.[r] E, enquanto estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou.

Então o Senhor perguntou a Caim: “Onde está seu irmão? Onde está Abel?”.

“Não sei”, respondeu Caim. “Por acaso sou responsável por meu irmão?”

10 Então Deus disse: “O que você fez? Ouça! O sangue de seu irmão clama a mim da terra! 11 O próprio solo, que bebeu o sangue de seu irmão, sangue que você derramou, amaldiçoa você. 12 O solo não lhe dará boas colheitas, por mais que você se esforce! E, de agora em diante, você não terá um lar e andará sem rumo pela terra”.

13 Caim disse ao Senhor: “Meu castigo[s] é pesado demais. Não posso aguentá-lo! 14 Tu me expulsaste da terra e de tua presença e me transformaste num andarilho sem lar. Qualquer um que me encontrar me matará!”.

15 O Senhor respondeu: “Eu castigarei sete vezes mais quem matar você”. Então o Senhor pôs em Caim um sinal para alertar qualquer um que tentasse matá-lo. 16 Caim saiu da presença do Senhor e se estabeleceu na terra de Node,[t] a leste do Éden.

Os descendentes de Caim

17 Caim teve relações com sua mulher, que engravidou e deu à luz Enoque. Então Caim fundou uma cidade, à qual deu o nome de Enoque, como seu filho. 18 Enoque teve um filho chamado Irade. Irade gerou[u] Meujael; Meujael gerou Metusael; Metusael gerou Lameque.

19 Lameque se casou com duas mulheres. A primeira se chamava Ada, e a segunda, Zilá. 20 Ada deu à luz Jabal; ele foi o precursor dos que criam rebanhos e moram em tendas. 21 Seu irmão se chamava Jubal, o precursor dos que tocam harpa e flauta. 22 Zilá, a outra mulher de Lameque, deu à luz um filho chamado Tubalcaim, que se tornou mestre em criar ferramentas de bronze e ferro. Tubalcaim teve uma irmã chamada Naamá. 23 Certo dia, Lameque disse a suas mulheres:

“Ada e Zilá, ouçam minha voz;
escutem o que vou dizer, mulheres de Lameque.
Matei um homem que me atacou,
um rapaz que me feriu.
24 Se aquele que matar Caim será castigado sete vezes,
quem me matar será castigado setenta e sete vezes!”.

O nascimento de Sete

25 Adão teve relações com sua mulher novamente, e ela deu à luz outro filho. Chamou-o de Sete,[v] pois disse: “Deus me concedeu outro filho no lugar de Abel, a quem Caim matou”. 26 Quando Sete chegou à idade adulta, teve um filho e o chamou de Enos. Nessa época, as pessoas começaram a invocar o nome do Senhor.

Os descendentes de Adão

Este é o relato dos descendentes de Adão. Quando Deus criou os seres humanos,[w] formou-os semelhantes a ele. Criou-os homem e mulher;[x] quando foram criados, Deus os abençoou e os chamou de “humanidade”.

Aos 130 anos, Adão teve um filho chamado Sete, que era semelhante a ele, à sua imagem. Depois do nascimento de Sete, Adão viveu mais 800 anos e teve outros filhos e filhas. Adão viveu 930 anos e morreu.

Aos 105 anos, Sete gerou[y] Enos. Depois do nascimento de[z] Enos, Sete viveu mais 807 anos e teve outros filhos e filhas. Sete viveu 912 anos e morreu.

Aos 90 anos, Enos gerou Cainã. 10 Depois do nascimento de Cainã, Enos viveu mais 815 anos e teve outros filhos e filhas. 11 Enos viveu 905 anos e morreu.

12 Aos 70 anos, Cainã gerou Maalaleel. 13 Depois do nascimento de Maalaleel, Cainã viveu mais 840 anos e teve outros filhos e filhas. 14 Cainã viveu 910 anos e morreu.

15 Aos 65 anos, Maalaleel gerou Jarede. 16 Depois do nascimento de Jarede, Maalaleel viveu mais 830 anos e teve outros filhos e filhas. 17 Maalaleel viveu 895 anos e morreu.

18 Aos 162 anos, Jarede gerou Enoque. 19 Depois do nascimento de Enoque, Jarede viveu mais 800 anos e teve outros filhos e filhas. 20 Jarede viveu 962 anos e morreu.

21 Aos 65 anos, Enoque gerou Matusalém. 22 Depois do nascimento de Matusalém, Enoque viveu em comunhão com Deus por mais 300 anos e teve outros filhos e filhas. 23 Enoque viveu 365 anos, 24 andando em comunhão com Deus até que, um dia, desapareceu, porque Deus o levou para junto de si.

25 Aos 187 anos, Matusalém gerou Lameque. 26 Depois do nascimento de Lameque, Matusalém viveu mais 782 anos e teve outros filhos e filhas. 27 Matusalém viveu 969 anos e morreu.

28 Aos 182 anos, Lameque gerou um filho. 29 Chamou-o de Noé,[aa] pois disse: “Que ele nos traga alívio de nossas tarefas e do trabalho doloroso de cultivar esta terra que o Senhor amaldiçoou”. 30 Depois do nascimento de Noé, Lameque viveu mais 595 anos e teve outros filhos e filhas. 31 Lameque viveu 777 anos e morreu.

32 Depois que completou 500 anos, Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.

Corrupção da raça humana

Os seres humanos começaram a se multiplicar na terra e tiveram filhas. Os filhos de Deus perceberam que as filhas dos homens eram belas, tomaram para si as que os agradaram e se casaram com elas. Então o Senhor disse: “Meu Espírito não tolerará[ab] os humanos por muito tempo, pois são apenas carne mortal. Seus dias serão limitados a 120 anos”.

Naqueles dias, e por algum tempo depois, havia na terra gigantes,[ac] pois quando os filhos de Deus tiveram relações com as filhas dos homens, elas deram à luz filhos que se tornaram os guerreiros famosos da antiguidade.

O Senhor observou quanto havia aumentado a perversidade dos seres humanos na terra e viu que todos os seus pensamentos e seus propósitos eram sempre inteiramente maus. E o Senhor se arrependeu de tê-los criado e colocado na terra. Isso lhe causou imensa tristeza. O Senhor disse: “Eliminarei da face da terra esta raça humana que criei. Sim, e também destruirei todos os seres vivos: as pessoas, os grandes animais, os animais que rastejam pelo chão e até as aves do céu. Arrependo-me de tê-los criado”. Noé, porém, encontrou favor diante do Senhor.

A história de Noé

Este é o relato de Noé e sua família. Noé era um homem justo, a única pessoa íntegra naquele tempo, e andava em comunhão com Deus. 10 Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.

11 Deus viu que a terra tinha se corrompido e estava cheia de violência. 12 Deus observou a grande maldade no mundo, pois todos na terra haviam se corrompido. 13 Assim, Deus disse a Noé: “Decidi acabar com todos os seres vivos, pois encheram a terra de violência. Sim, destruirei todos eles e também a terra!

14 “Construa uma grande embarcação, uma arca de madeira de cipreste,[ad] e cubra-a com betume por dentro e por fora, para que não entre água. Divida toda a parte interna em pisos e compartimentos. 15 A arca deve ter 135 metros de comprimento, 22,5 metros de largura e 13,5 metros de altura.[ae] 16 Deixe uma abertura de 45 centímetros[af] debaixo do teto ao redor de toda a arca. Coloque uma porta lateral e construa três pisos na parte interna: inferior, médio e superior.

17 “Preste atenção! Em breve, cobrirei a terra com um dilúvio que destruirá todos os seres vivos que respiram. Tudo que há na terra morrerá. 18 Com você, porém, firmarei minha aliança. Portanto, entre na arca com sua mulher, seus filhos e as mulheres deles. 19 Leve na arca com você um casal de cada espécie de animal selvagem e doméstico, um macho e uma fêmea, para mantê-los com vida. 20 Um casal de cada espécie de ave, de cada espécie de animal e de cada espécie de animal que rasteja pelo chão virá até você, para que os mantenha com vida. 21 Cuide bem para que haja alimento suficiente para sua família e para todos os animais”.

22 Noé fez tudo exatamente como Deus lhe havia ordenado.

O dilúvio

O Senhor disse a Noé: “Entre na arca com toda a sua família, pois vejo que, de todas as pessoas na terra, apenas você é justo. Leve com você sete casais, macho e fêmea, de cada espécie de animal puro, e um casal, macho e fêmea, de cada espécie de animal impuro. Leve também sete casais de cada espécie de ave. Cada casal deve ter um macho e uma fêmea para garantir que todas as espécies sobreviverão na terra depois do dilúvio. Daqui a sete dias, farei chover sobre a terra. Choverá por quarenta dias e quarenta noites, até que eu tenha eliminado da terra todos os seres vivos que criei”.

Noé fez tudo exatamente como o Senhor lhe havia ordenado.

Noé tinha 600 anos quando o dilúvio cobriu a terra. Entrou na arca, junto com a mulher, os filhos e as mulheres deles, para escapar do dilúvio. Entraram com eles animais de todas as espécies: os puros e os impuros, as aves e todos os animais que rastejam pelo chão. Entraram na arca em pares, macho e fêmea, como Deus tinha ordenado a Noé. 10 Depois de sete dias, vieram as águas do dilúvio e cobriram a terra.

11 Quando Noé tinha 600 anos, no décimo sétimo dia do segundo mês, todas as fontes subterrâneas de água jorraram da terra, e a chuva caiu do céu em grandes temporais 12 e continuou sem parar por quarenta dias e quarenta noites.

13 Naquele mesmo dia, Noé tinha entrado na arca com a esposa, os filhos, Sem, Cam e Jafé, e as mulheres deles. 14 Entraram com eles na arca casais de todas as espécies de animais: animais domésticos e selvagens, grandes e pequenos, e aves de toda espécie. 15 Entraram de dois em dois na arca, representando todos os seres vivos que respiram. 16 Um macho e uma fêmea de cada espécie entraram, como Deus tinha ordenado a Noé. Então o Senhor fechou a porta.

17 Durante quarenta dias, as águas do dilúvio se tornaram cada vez mais profundas, cobriram o solo e elevaram a arca bem acima da terra. 18 Enquanto as águas subiam cada vez mais acima do solo, a arca flutuava em segurança em sua superfície. 19 Por fim, as águas cobriram até as montanhas mais altas da terra 20 e se elevaram quase sete metros[ag] acima dos picos mais altos. 21 Todos os seres vivos que havia na terra morreram: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens, os animais que rastejavam pelo chão e todos os seres humanos. 22 Tudo que respirava e vivia em terra firme morreu. 23 Deus exterminou todos os seres vivos que havia na terra: os seres humanos, os animais domésticos, os animais que rastejavam pelo chão e as aves do céu. Todos foram destruídos. Apenas Noé e os que estavam com ele na arca sobreviveram. 24 E as águas do dilúvio cobriram a terra por 150 dias.

As águas do dilúvio baixam

Então Deus se lembrou de Noé e de todos os animais selvagens e domésticos que estavam com ele na arca. Deus fez soprar um vento sobre a terra, e as águas do dilúvio começaram a baixar. As fontes subterrâneas pararam de jorrar, e as chuvas torrenciais cessaram. As águas do dilúvio foram baixando aos poucos. Depois de 150 dias, exatamente cinco meses depois do início do dilúvio,[ah] a arca repousou sobre as montanhas de Ararate. Dois meses e meio depois,[ai] à medida que as águas continuaram a baixar, apareceram os picos de outras montanhas.

Passados mais quarenta dias, Noé abriu a janela que havia feito na arca e soltou um corvo, que ia e voltava até as águas do dilúvio secarem sobre a terra. Noé também soltou uma pomba para ver se as águas tinham baixado e se ela encontraria terra seca, mas a pomba não encontrou lugar para pousar, pois a água ainda cobria todo o solo. Então a pomba retornou à arca, e Noé estendeu a mão e a trouxe de volta para dentro. 10 Depois de esperar mais sete dias, Noé soltou a pomba mais uma vez. 11 Quando ela voltou ao entardecer, trouxe no bico uma folha nova de oliveira. Noé concluiu que restava pouca água do dilúvio. 12 Esperou outros sete dias e soltou a pomba novamente. Dessa vez, ela não voltou.

13 Noé tinha completado 601 anos. No primeiro dia do novo ano, dez meses e meio depois do início do dilúvio,[aj] quase não havia mais água sobre a terra. Noé levantou a cobertura da arca e viu que o solo estava praticamente seco. 14 Mais dois meses se passaram[ak] e, por fim, a terra estava completamente seca.

15 Então Deus disse a Noé: 16 “Saiam da arca, você, sua mulher, seus filhos e as mulheres deles. 17 Solte todos os animais, as aves, os animais domésticos e os animais que rastejam pelo chão, para que sejam férteis e se multipliquem na terra”.

18 Noé, sua mulher, seus filhos e as mulheres deles desembarcaram. 19 Todos os animais, grandes e pequenos, e as aves saíram da arca, um casal de cada vez.

20 Em seguida, Noé construiu um altar ao Senhor e ali ofereceu como holocaustos alguns animais e aves puros. 21 O aroma do sacrifício agradou ao Senhor, que disse consigo: “Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do ser humano, embora todos os seus pensamentos e seus propósitos se inclinem para o mal desde a infância. Nunca mais destruirei todos os seres vivos. 22 Enquanto durar a terra, haverá plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite”.

Deus confirma sua aliança

Então Deus abençoou Noé e seus filhos e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham a terra. Todos os animais da terra, todas as aves do céu, todos os animais que rastejam pelo chão e todos os peixes do mar terão medo e pavor de vocês. Eu os coloquei sob o seu domínio. Assim como dei a vocês os cereais e os vegetais por alimento, também lhes dou os animais. Mas nunca comam carne com sangue, pois sangue é vida.

“Exigirei o sangue de todo aquele que tirar a vida de alguém. Se um animal selvagem matar alguém, deverá ser morto; quem cometer assassinato, também deverá morrer. Quem tirar a vida humana, por mãos humanas perderá a vida. Pois eu criei o ser humano[al] à minha imagem. Agora, sejam férteis e multipliquem-se, povoem a terra outra vez”.

Então Deus disse a Noé e seus filhos: “Confirmo aqui a minha aliança com vocês, seus descendentes 10 e todos os animais que estavam com vocês na embarcação: as aves, os animais domésticos e os animais selvagens, todos os seres vivos da terra. 11 Sim, confirmo a minha aliança com vocês. Nunca mais os seres vivos serão exterminados pelas águas; nunca mais a terra será destruída por um dilúvio”.

12 Então Deus disse: “Eu lhes dou um sinal da minha aliança com vocês e com todos os seres vivos, para todas as gerações futuras. 13 Coloquei o arco-íris nas nuvens. Ele é o sinal da minha aliança com toda a terra. 14 Quando eu enviar nuvens sobre a terra, nelas aparecerá o arco-íris, 15 e eu me lembrarei da minha aliança com vocês e com todos os seres vivos. Nunca mais as águas de um dilúvio destruirão toda a vida. 16 Ao olhar para o arco-íris nas nuvens, eu me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos da terra”. 17 Então Deus disse a Noé: “Este arco-íris é o sinal da aliança que confirmo com todas as criaturas da terra”.

Os filhos de Noé

18 Os filhos de Noé que saíram da arca com o pai foram Sem, Cam e Jafé. (Cam é o pai de Canaã.) 19 Desses três filhos de Noé vêm todas as pessoas que agora povoam a terra.

20 Depois do dilúvio, Noé começou a cultivar o solo e plantou uma videira. 21 Certo dia, bebeu do vinho que ele próprio havia produzido, ficou embriagado e foi deitar-se nu em sua tenda. 22 Cam, pai de Canaã, viu que seu pai estava nu e saiu para contar aos irmãos. 23 Então Sem e Jafé pegaram um manto e o colocaram sobre os ombros. Em seguida, entraram na tenda de costas e, olhando para o outro lado a fim de não ver a nudez do pai, cobriram-no com o manto.

24 Quando Noé se recuperou da bebedeira e descobriu o que Cam, seu filho mais novo, havia feito, 25 exclamou:

“Maldito seja Canaã!
Que ele seja o servo mais insignificante de seus parentes!”.

26 E disse ainda:

“Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem,
e que Canaã seja servo de seu irmão!
27 Que Deus amplie o território de Jafé!
Que Jafé compartilhe da prosperidade de Sem[am]
e Canaã seja seu servo”.

28 Depois do dilúvio, Noé viveu mais 350 anos. 29 Viveu, ao todo, 950 anos e morreu.

10 Este é o relato das famílias de Sem, Cam e Jafé, os três filhos de Noé, que geraram muitos filhos depois do dilúvio.

Os descendentes de Jafé

Os descendentes de Jafé foram: Gômer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tirás.

Os descendentes de Gômer foram: Asquenaz, Rifate e Togarma.

Os descendentes de Javã foram: Elisá, Társis, Quitim e Rodanim.[an] Seus descendentes se espalharam por vários territórios junto ao mar, formando nações de acordo com suas línguas, seus clãs e seus povos.

Os descendentes de Cam

Os descendentes de Cam foram: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.

Os descendentes de Cuxe foram: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá. Os descendentes de Raamá foram: Sabá e Dedã.

Cuxe também foi o antepassado de Ninrode, o primeiro guerreiro valente da terra. Porque era o mais corajoso dos caçadores,[ao] seu nome deu origem ao provérbio: “Este homem é como Ninrode, o mais corajoso dos caçadores”. 10 Ninrode construiu seu reino na terra da Babilônia,[ap] fundando as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné. 11 Expandiu seu território até a Assíria,[aq] onde construiu as cidades de Nínive, Reobote-Ir, Calá 12 e Resém, a grande cidade situada entre Nínive e Calá.

13 Mizraim foi o antepassado dos luditas, anamitas, leabitas, naftuítas, 14 patrusitas, casluítas e dos caftoritas, dos quais descendem os filisteus.[ar]

15 O filho mais velho de Canaã foi Sidom, antepassado dos sidônios. Canaã foi o antepassado dos hititas,[as] 16 jebuseus, amorreus, girgaseus, 17 heveus, arqueus, sineus, 18 arvadeus, zemareus e hamateus. Com o tempo, os clãs cananeus se espalharam. 19 O território de Canaã se estendia desde Sidom, ao norte, até Gerar e Gaza, ao sul, e, a leste, até Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, próximo a Lasa.

20 Esses foram os descendentes de Cam, de acordo com seus clãs, línguas, territórios e povos.

Os descendentes de Sem

21 Sem, irmão mais velho de Jafé,[at] também teve filhos. Sem foi o antepassado de todos os descendentes de Héber.

22 Os descendentes de Sem foram: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã.

23 Os descendentes de Arã foram: Uz, Hul, Géter e Más.

24 Arfaxade gerou Salá,[au] e Salá gerou Héber.

25 Héber teve dois filhos. O primeiro recebeu o nome de Pelegue,[av] pois em sua época a terra foi dividida. O irmão de Pelegue recebeu o nome de Joctã.

26 Joctã foi o antepassado de Almodá, Salefe, Hazarmavé, Jerá, 27 Adorão, Uzal, Dicla, 28 Obal, Abimael, Sabá, 29 Ofir, Havilá e Jobabe. Todos eles foram descendentes de Joctã. 30 O território que ocupavam se estendia desde Messa até Sefar, nas montanhas ao leste.

31 Esses foram os descendentes de Sem, de acordo com seus clãs, línguas, territórios e povos.

Conclusão

32 Esses foram os clãs descendentes dos filhos de Noé, de acordo com suas linhagens. Todas as nações da terra vieram desses clãs depois do dilúvio.

A torre de Babel

11 Houve um tempo em que todos os habitantes do mundo falavam a mesma língua e usavam as mesmas palavras. Ao migrarem do leste, encontraram uma planície na terra da Babilônia,[aw] onde se estabeleceram.

Começaram a dizer uns aos outros: “Venham, vamos fazer tijolos e endurecê-los no fogo”. (Naquela região, era costume usar tijolos em vez de pedras, e betume em vez de argamassa.) Depois, disseram: “Venham, vamos construir uma cidade com uma torre que chegue até o céu. Assim, ficaremos famosos e não seremos espalhados pelo mundo”.

O Senhor, porém, desceu para ver a cidade e a torre que estavam construindo. “Vejam!”, disse o Senhor. “Todos se uniram e falam a mesma língua. Se isto é o começo do que fazem, nada do que se propuserem a fazer daqui em diante lhes será impossível. Venham, vamos descer e confundi-los com línguas diferentes, para que não consigam mais entender uns aos outros.”

Assim, o Senhor os espalhou pelo mundo inteiro, e eles pararam de construir a cidade. Ela recebeu o nome de Babel,[ax] pois ali o Senhor confundiu as pessoas com línguas diferentes e as espalhou pelo mundo.

A descendência de Sem até Abrão

10 Este é o relato da família de Sem.

Dois anos depois do dilúvio, aos 100 anos, Sem gerou[ay] Arfaxade. 11 Depois do nascimento de[az] Arfaxade, Sem viveu mais 500 anos e teve outros filhos e filhas.

12 Aos 35 anos, Arfaxade gerou Salá. 13 Depois do nascimento de Salá, Arfaxade viveu mais 403 anos e teve outros filhos e filhas.[ba]

14 Aos 30 anos, Salá gerou Héber. 15 Depois do nascimento de Héber, Salá viveu mais 403 anos e teve outros filhos e filhas.

16 Aos 34 anos, Héber gerou Pelegue. 17 Depois do nascimento de Pelegue, Héber viveu mais 430 anos e teve outros filhos e filhas.

18 Aos 30 anos, Pelegue gerou Reú. 19 Depois do nascimento de Reú, Pelegue viveu mais 209 anos e teve outros filhos e filhas.

20 Aos 32 anos, Reú gerou Serugue. 21 Depois do nascimento de Serugue, Reú viveu mais 207 anos e teve outros filhos e filhas.

22 Aos 30 anos, Serugue gerou Naor. 23 Depois do nascimento de Naor, Serugue viveu mais 200 anos e teve outros filhos e filhas.

24 Aos 29 anos, Naor gerou Terá. 25 Depois do nascimento de Terá, Naor viveu mais 119 anos e teve outros filhos e filhas.

26 Depois que completou 70 anos, Terá gerou Abrão, Naor e Harã.

A família de Terá

27 Este é o relato da família de Terá, pai de Abrão, Naor e Harã. Harã, que foi o pai de Ló, 28 morreu em Ur dos caldeus, sua terra natal, enquanto seu pai, Terá, ainda vivia. 29 Tanto Abrão como Naor se casaram. A mulher de Abrão se chamava Sarai, e a mulher de Naor, Milca. (Milca e sua irmã, Iscá, eram filhas de Harã, irmão de Naor.) 30 Sarai, porém, não conseguia engravidar e não tinha filhos.

31 Certo dia, Terá tomou seu filho Abrão, sua nora Sarai (mulher de seu filho Abrão) e seu neto Ló (filho de seu filho Harã) e se mudou de Ur dos caldeus. Partiram em direção à terra de Canaã, mas pararam em Harã e se estabeleceram ali. 32 Terá viveu 205 anos[bb] e morreu enquanto ainda estava em Harã.

O chamado de Abrão

12 O Senhor tinha dito a Abrão: “Deixe sua terra natal, seus parentes e a família de seu pai e vá à terra que eu lhe mostrarei. Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei famoso, e você será uma bênção para outros. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Por meio de você, todas as famílias da terra serão abençoadas”.

Então Abrão partiu, como o Senhor havia instruído, e Ló foi com ele. Abrão tinha 75 anos quando saiu de Harã. Tomou sua mulher, Sarai, seu sobrinho Ló e todos os seus bens, os rebanhos e os servos que havia agregado à sua casa em Harã, e seguiu para a terra de Canaã. Quando chegaram a Canaã, Abrão atravessou a terra até Siquém, onde acampou junto ao carvalho de Moré. Naquele tempo, os cananeus habitavam a região.

Então o Senhor apareceu a Abrão e disse: “Darei esta terra a seus descendentes”. Abrão construiu um altar ali e o dedicou ao Senhor, que lhe havia aparecido. Dali, Abrão viajou para o sul e acampou na região montanhosa, entre Betel, a oeste, e Ai, a leste. Construiu ali mais um altar dedicado ao Senhor e invocou o nome do Senhor. Abrão prosseguiu em sua jornada para o sul, acampando ao longo do caminho em direção ao Neguebe.

Abrão e Sarai no Egito

10 Naquele tempo, uma fome terrível atingiu a terra de Canaã, e Abrão foi obrigado a descer ao Egito, onde viveu como estrangeiro. 11 Aproximando-se da fronteira do Egito, Abrão disse a Sarai, sua mulher: “Você é muito bonita. 12 Quando os egípcios a virem, dirão: ‘É mulher dele. Vamos matá-lo para ficarmos com ela’. 13 Diga, portanto, que é minha irmã. Eles pouparão minha vida e, por sua causa, me tratarão bem”.

14 De fato, chegando Abrão ao Egito, todos notaram a grande beleza de sua mulher. 15 Quando os oficiais do palácio a viram, falaram maravilhas dela ao faraó e a levaram para o palácio. 16 Por causa de Sarai, o faraó deu muitos presentes a Abrão: ovelhas, bois, jumentos e jumentas, servos e servas, e camelos.

17 Mas, por causa de Sarai, mulher de Abrão, o Senhor enviou pragas terríveis sobre o faraó e sobre os membros de sua casa. 18 Por isso, o faraó mandou chamar Abrão e disse: “O que você fez comigo? Por que não me disse que ela era sua mulher? 19 Por que disse que era sua irmã e permitiu que eu a tomasse como esposa? Aqui está sua mulher. Tome-a e vá embora daqui!”. 20 O faraó ordenou que alguns de seus homens escoltassem Abrão, com sua mulher e todos os seus bens, para fora de sua terra.

A separação de Abrão e Ló

13 Abrão saiu do Egito e subiu para o Neguebe, junto com sua mulher, com Ló e com tudo que possuíam. (Abrão era muito rico e tinha muitos rebanhos, prata e ouro.) Do Neguebe, prosseguiram em sua jornada, acampando ao longo do caminho em direção a Betel. Por fim, armaram as tendas entre Betel e Ai, onde haviam acampado anteriormente, e onde Abrão havia construído um altar. Ali, Abrão invocou o nome do Senhor outra vez.

Ló, que viajava com Abrão, também havia enriquecido e possuía rebanhos de ovelhas, gado e muitas tendas. Os recursos da terra, porém, não eram suficientes para sustentar Abrão e Ló, com todos os seus rebanhos, vivendo tão próximos um do outro. Logo, surgiram desentendimentos entre os pastores de Abrão e os de Ló. (Naquele tempo, os cananeus e os ferezeus também viviam na terra.)

Então Abrão disse a Ló: “Não haja conflito entre nós, ou entre nossos pastores. Afinal, somos parentes próximos! A região inteira está à sua disposição. Escolha a parte da terra que desejar e nos separaremos. Se você escolher as terras à esquerda, ficarei com as terras à direita. Se preferir as terras à direita, ficarei com as terras à esquerda”.

10 Ló olhou demoradamente para as planícies férteis do vale do Jordão, na direção de Zoar. A região toda era bem irrigada, como o jardim do Senhor, ou como a terra do Egito. (Isso foi antes de o Senhor destruir Sodoma e Gomorra.) 11 Ló escolheu para si todo o vale do Jordão a leste de onde estavam. Partiu para lá e se separou de seu tio Abrão. 12 Assim, Abrão continuou na terra de Canaã, e Ló mudou suas tendas para um lugar próximo de Sodoma e se estabeleceu entre as cidades da planície. 13 O povo dessa região, porém, era extremamente perverso e vivia pecando contra o Senhor.

14 Depois que Ló partiu, o Senhor disse a Abrão: “Olhe até onde sua vista alcançar, em todas as direções: norte e sul, leste e oeste. 15 Toda esta terra que você está vendo, até onde sua vista alcança, eu dou a você e a seus descendentes como propriedade para sempre. 16 Eu lhe darei tantos descendentes quanto o pó da terra, de modo que, se fosse possível contar o pó da terra, seria possível contar seus descendentes! 17 Vá e percorra a terra em todas as direções, porque eu a dou a você”.

18 Então Abrão mudou seu acampamento para Hebrom e se estabeleceu junto ao bosque de carvalhos que pertencia a Manre. Ali, construiu mais um altar ao Senhor.

Abrão resgata Ló

14 Por esse tempo, houve guerra na região. Anrafel, rei da Babilônia,[bc] Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, lutaram contra Bera, rei de Sodoma, Birsa, rei de Gomorra, Sinabe, rei de Admá, Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Belá (também chamada Zoar).

Esse segundo grupo de reis reuniu suas tropas no vale de Sidim (ou seja, no vale do mar Morto).[bd] Por doze anos, estiveram sob o domínio do rei Quedorlaomer, mas no décimo terceiro ano se rebelaram contra ele.

Um ano depois, Quedorlaomer e seus aliados vieram e derrotaram os refains em Asterote-Carnaim, os zuzins em Hã, os emins em Savé-Quiriatim, e os horeus no monte Seir, até El-Parã, à beira do deserto. Em seguida, voltaram e foram a En-Mispate (hoje chamada Cades) e conquistaram o território dos amalequitas e dos amorreus que viviam em Hazazom-Tamar.

Então os reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Belá (também chamada Zoar) se prepararam para a batalha no vale do mar Morto.[be] Lutaram contra Quedorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goim, Anrafel, rei da Babilônia, e Arioque, rei de Elasar, quatro reis contra cinco. 10 Acontece que o vale do mar Morto era cheio de poços de betume. Quando o exército dos reis de Sodoma e Gomorra fugiu, alguns dos soldados caíram nos poços de betume, enquanto o restante escapou para as montanhas. 11 Os invasores vitoriosos saquearam Sodoma e Gomorra e partiram para casa, levando consigo todos os espólios da guerra e os mantimentos. 12 Também capturaram Ló, o sobrinho de Abrão que morava em Sodoma, e tudo que ele possuía.

13 Um dos homens de Ló, porém, conseguiu escapar e contou tudo a Abrão, o hebreu, que morava junto ao bosque de carvalhos pertencente a Manre, o amorreu. Manre e seus parentes, Escol e Aner, eram aliados de Abrão.

14 Quando Abrão soube que seu sobrinho Ló havia sido capturado, mobilizou os 318 homens treinados que tinham nascido em sua casa. Perseguiu o exército de Quedorlaomer até alcançá-los em Dã, 15 onde dividiu os homens em grupos e atacou durante a noite. O exército de Quedorlaomer fugiu, mas Abrão o perseguiu até Hobá, ao norte de Damasco. 16 Abrão recuperou todos os bens saqueados e trouxe de volta Ló, seu sobrinho, com todos os seus bens, as mulheres e os outros prisioneiros.

Melquisedeque abençoa Abrão

17 Depois que Abrão regressou vitorioso do conflito com Quedorlaomer e todos os seus aliados, o rei de Sodoma saiu ao seu encontro no vale de Savé (conhecido como vale do Rei).

18 Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo,[bf] trouxe pão e vinho 19 e abençoou Abrão, dizendo:

“Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo,
Criador dos céus e da terra.
20 E bendito seja o Deus Altíssimo,
que derrotou seus inimigos por você”.

Então Abrão entregou a Melquisedeque um décimo de todos os bens que havia recuperado.

21 O rei de Sodoma disse a Abrão: “Devolva-me apenas as pessoas que foram capturadas. Fique com os bens que você recuperou”.

22 Abrão respondeu ao rei de Sodoma: “Juro solenemente diante do Senhor, o Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra, 23 que não ficarei com coisa alguma do que é seu, nem sequer um fio ou uma correia de sandália. Do contrário, o rei poderia dizer: ‘Fui eu que enriqueci Abrão’. 24 Aceito apenas aquilo que meus jovens guerreiros comeram e peço que dê uma parte justa dos bens a Aner, Escol e Manre, meus aliados”.

A promessa da aliança entre o Senhor e Abrão

15 Algum tempo depois, o Senhor falou a Abrão em uma visão e lhe disse: “Não tenha medo, Abrão, pois eu serei seu escudo, e sua recompensa será muito grande”.

Abrão, porém, respondeu: “Ó Senhor Soberano, de que me adiantam todas as tuas bênçãos se eu nem mesmo tenho um filho? Uma vez que não me deste filhos, Eliézer de Damasco, servo em minha casa, herdará toda a minha riqueza. Não me deste nenhum descendente próprio e, por isso, um dos meus servos será meu herdeiro”.

O Senhor lhe disse: “Não, não será esse o seu herdeiro; você terá seu próprio filho, e ele será seu herdeiro”. Em seguida, levou Abrão para fora e lhe disse: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se for capaz. Este é o número de descendentes que você terá”.

Abrão creu no Senhor, e assim foi considerado justo.

Então o Senhor lhe disse: “Eu sou o Senhor, que o tirei de Ur dos caldeus para lhe dar esta terra como posse”.

Abrão perguntou: “Ó Senhor Soberano, como posso ter certeza de que a possuirei de fato?”.

O Senhor respondeu: “Traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro, todos com três anos, mais uma rolinha e um pombinho”. 10 Abrão lhe apresentou todos esses animais e os matou. Em seguida, cortou cada um deles ao meio e colocou as metades lado a lado; as aves, porém, não cortou ao meio. 11 Aves de rapina mergulharam para comer as carcaças, mas Abrão as afugentou.

12 Enquanto o sol se punha, Abrão caiu em sono profundo, e uma escuridão apavorante desceu sobre ele. 13 Então o Senhor disse a Abrão: “Esteja certo de que seus descendentes serão forasteiros em terra alheia, onde sofrerão opressão como escravos por quatrocentos anos. 14 Mas eu castigarei a nação que os escravizar e, por fim, eles sairão de lá com grande riqueza. 15 (Você, por sua vez, morrerá em paz e será sepultado em idade avançada.) 16 Depois de quatro gerações, seus descendentes voltarão a esta terra, pois a maldade dos amorreus ainda não chegou ao ponto de provocar meu castigo”.

17 Quando o sol se pôs e veio a escuridão, Abrão viu um fogareiro fumegante e uma tocha ardente passarem por entre as metades das carcaças. 18 Então o Senhor fez uma aliança com Abrão naquele dia e disse: “Dei esta terra a seus descendentes, desde a fronteira com o Egito[bg] até o grande rio Eufrates, 19 a terra hoje ocupada pelos queneus, quenezeus, cadmoneus, 20 hititas, ferezeus, refains, 21 amorreus, cananeus, girgaseus e jebuseus”.

O nascimento de Ismael

16 Sarai, mulher de Abrão, não havia conseguido lhe dar filhos. Tinha, porém, uma serva egípcia chamada Hagar. Sarai disse a Abrão: “O Senhor me impediu de ter filhos. Vá e deite-se com minha serva. Talvez, por meio dela, eu consiga ter uma família”. Abrão aceitou a proposta de Sarai. Então Sarai, mulher de Abrão, tomou Hagar, a serva egípcia, e a entregou a Abrão como mulher. (Isso aconteceu dez anos depois que Abrão havia se estabelecido na terra de Canaã.)

Abrão teve relações com Hagar, e ela engravidou. Quando Hagar soube que estava grávida, começou a tratar Sarai, sua senhora, com desprezo. Então Sarai disse a Abrão: “Você é o culpado da vergonha que estou passando! Entreguei minha serva a você, mas, agora que engravidou, ela me trata com desprezo. O Senhor mostrará quem está errado: você ou eu!”.

Abrão respondeu: “Hagar é sua serva. Faça com ela o que lhe parecer melhor”. Então Sarai a tratou tão mal que, por fim, Hagar fugiu.

O anjo do Senhor encontrou Hagar no deserto, perto de uma fonte de água junto à estrada para Sur, e perguntou: “Hagar, serva de Sarai, de onde você vem e para onde vai?”.

“Estou fugindo de minha senhora, Sarai”, respondeu ela.

Então o anjo do Senhor disse: “Volte para sua senhora e sujeite-se à autoridade dela”. 10 E acrescentou: “Eu lhe darei tantos descendentes que será impossível contá-los”.

11 O anjo do Senhor também disse: “Você está grávida e dará à luz um filho. Dê a ele o nome de Ismael,[bh] pois o Senhor ouviu seu clamor angustiado. 12 Seu filho será um homem solitário e indomável, como um jumento selvagem. Levantará o punho contra todos, e todos serão contra ele. Sim, ele viverá em franca oposição a todos os seus parentes”.[bi]

13 Então Hagar passou a usar outro nome para se referir ao Senhor, que havia falado com ela. Chamou-o de “Tu és o Deus que me vê”,[bj] pois tinha dito: “Aqui eu vi aquele que me vê!”. 14 Por isso, aquela fonte que fica entre Cades e Berede recebeu o nome de Beer-Laai-Roi.[bk]

15 Assim, Hagar deu um filho a Abrão, e Abrão o chamou de Ismael. 16 Quando Ismael nasceu, Abrão tinha 86 anos.

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