Bible in 90 Days
Os israelitas no Egito
1 Estes são os nomes dos filhos de Israel[a] que se mudaram para o Egito com Jacó, cada um com sua família: 2 Rúben, Simeão, Levi, Judá, 3 Issacar, Zebulom, Benjamim, 4 Dã, Naftali, Gade e Aser. 5 Ao todo, desceram ao Egito setenta[b] descendentes de Jacó, incluindo José, que já estava lá.
6 Com o tempo, José e seus irmãos morreram, e toda aquela geração chegou ao fim. 7 Mas seus descendentes, os israelitas, tiveram muitos filhos e netos. Multiplicaram-se tanto que se fortaleceram e encheram a terra.
8 Por fim, subiu ao poder no Egito um novo rei, que não sabia coisa alguma sobre José. 9 O rei disse a seu povo: “Vejam, agora o povo de Israel é mais numeroso e mais forte que nós. 10 Precisamos tramar um plano para evitar que se tornem ainda mais numerosos. Se não o fizermos e houver guerra, eles se unirão a nossos inimigos, lutarão contra nós e depois fugirão desta terra”.[c]
11 Assim, os egípcios nomearam capatazes para dirigir o trabalho do povo. Sob opressão, os israelitas construíram Pitom e Ramessés, duas cidades que serviam de centros de armazenamento para o faraó. 12 Porém, quanto mais eram oprimidos, mais os israelitas se multiplicavam e se espalhavam, e mais preocupados os egípcios ficavam. 13 Por isso, os egípcios os forçavam com crueldade a trabalhar pesado. 14 Tornaram a vida deles amarga, obrigando-os a preparar argamassa, produzir tijolos e fazer todo o trabalho nos campos. Eram cruéis em todas as suas exigências.
15 O faraó, rei do Egito, deu a seguinte ordem às parteiras hebreias Sifrá e Puá: 16 “Quando ajudarem as hebreias a dar à luz, prestem atenção durante o parto.[d] Se for menino, matem o bebê; se for menina, deixem que viva”. 17 Mas as parteiras temiam a Deus e se recusaram a obedecer à ordem do rei; assim, deixaram os meninos viver.
18 Então o rei do Egito mandou chamar as parteiras e lhes perguntou: “Por que fizeram isso? Por que deixaram os meninos viver?”.
19 “As mulheres hebreias não são como as egípcias”, responderam as parteiras ao faraó. “São mais vigorosas e dão à luz com tanta rapidez que não conseguimos chegar a tempo.”
20 Deus foi bondoso com as parteiras, e os israelitas continuaram a multiplicar-se e tornaram-se cada vez mais fortes. 21 E, porque as parteiras temeram a Deus, ele deu a cada uma delas a sua própria família.
22 Então o faraó deu a seguinte ordem a todo o seu povo: “Lancem no rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos, mas deixem as meninas viver”.
O nascimento de Moisés
2 Por essa época, um homem e uma mulher da tribo de Levi se casaram. 2 A mulher engravidou e deu à luz um menino. Viu que era um lindo bebê e o escondeu por três meses. 3 Quando não conseguia mais escondê-lo, pegou um cesto feito de juncos de papiro e o revestiu com betume e piche. Acomodou o bebê no cesto e o colocou entre os juncos, à margem do rio Nilo. 4 A irmã do bebê ficou observando a certa distância, para ver o que lhe aconteceria.
5 Pouco depois, a filha do faraó desceu ao Nilo para tomar banho, e suas servas foram caminhar pela margem do rio. Quando a princesa viu o cesto entre os juncos, mandou sua serva buscá-lo. 6 Ao abrir o cesto, a princesa viu o bebê. O menino chorava, e ela sentiu pena dele. “Deve ser um dos meninos hebreus”, disse ela.
7 Então a irmã do menino se aproximou e perguntou à princesa: “A senhora quer que eu chame uma mulher hebreia para amamentar o bebê?”.
8 “Quero”, respondeu a princesa. A moça foi e chamou a mãe do bebê.
9 A princesa disse à mãe do bebê: “Leve este menino e amamente-o para mim. Eu pagarei por sua ajuda”. A mulher levou o bebê para casa e o amamentou.
10 Quando o menino cresceu, ela o levou de volta à filha do faraó, que o adotou como seu próprio filho. A princesa o chamou de Moisés,[e] pois disse: “Eu o tirei da água”.
Moisés foge para Midiã
11 Anos depois, já adulto, Moisés foi visitar seu povo e descobriu que eles eram forçados a realizar trabalhos pesados. Durante sua visita, viu um egípcio espancar um hebreu, um homem de seu povo. 12 Olhou para todos os lados e, não avistando ninguém por perto, matou o egípcio. Em seguida, escondeu o corpo na areia.
13 No dia seguinte, quando Moisés saiu novamente para visitar seu povo, viu dois hebreus brigando. “Por que você está espancando seu amigo?”, perguntou Moisés ao que havia começado a briga.
14 O homem respondeu: “Quem o nomeou nosso príncipe e juiz? Vai me matar como matou o egípcio?”.
Moisés teve medo e pensou: “Com certeza todos já sabem o que aconteceu!”. 15 E, de fato, o faraó tomou conhecimento do que havia acontecido e tentou matar Moisés, mas ele fugiu e foi morar na terra de Midiã.
Quando chegou a Midiã, estabeleceu-se junto a um poço. 16 O sacerdote de Midiã tinha sete filhas, que foram ao poço tirar água e encher os bebedouros para o rebanho de seu pai. 17 Então alguns pastores chegaram e as expulsaram de lá. Moisés, porém, defendeu as moças e tirou água para o rebanho delas.
18 Quando as moças voltaram para seu pai, Reuel, ele lhes perguntou: “Por que voltaram tão cedo hoje?”.
19 Elas responderam: “Um egípcio nos defendeu dos pastores; depois, tirou água e deu de beber ao nosso rebanho”.
20 “E onde está ele?”, perguntou o pai. “Por que o deixaram lá? Convidem-no para comer conosco.”
21 Moisés aceitou o convite e foi morar com Reuel. Depois de algum tempo, Reuel entregou sua filha Zípora em casamento a Moisés. 22 Mais tarde, ela deu à luz um menino, a quem Moisés chamou de Gérson,[f] pois disse: “Sou forasteiro em terra alheia”.
23 Depois de muitos anos, o rei do Egito morreu. Os israelitas, porém, continuavam a gemer sob o peso da escravidão. Clamaram por socorro, e seu clamor subiu até Deus. 24 Ele ouviu os gemidos e se lembrou da aliança que havia feito com Abraão, Isaque e Jacó. 25 Olhou para os israelitas e percebeu sua necessidade.
Moisés e o arbusto em chamas
3 Certo dia, Moisés estava cuidando do rebanho de seu sogro, Jetro,[g] sacerdote de Midiã. Ele levou o rebanho para o deserto e chegou ao Sinai,[h] o monte de Deus. 2 Ali, o anjo do Senhor lhe apareceu no fogo que ardia no meio de um arbusto. Moisés olhou admirado, pois embora o arbusto estivesse envolto em chamas, o fogo não o consumia. 3 “Que coisa espantosa!”, pensou ele. “Por que o fogo não consome o arbusto? Preciso ver isso de perto.”
4 Quando o Senhor viu Moisés se aproximar para observar melhor, Deus o chamou do meio do arbusto: “Moisés! Moisés!”.
“Aqui estou!”, respondeu ele.
5 “Não se aproxime mais”, o Senhor advertiu. “Tire as sandálias, pois você está pisando em terra santa. 6 Eu sou o Deus de seu pai,[i] o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.” Quando Moisés ouviu isso, cobriu o rosto, porque teve medo de olhar para Deus.
7 Então o Senhor lhe disse: “Por certo, tenho visto a opressão do meu povo no Egito. Tenho ouvido seu clamor por causa de seus capatazes. Sei bem quanto eles têm sofrido. 8 Por isso, desci para libertá-los do poder dos egípcios e levá-los do Egito a uma terra fértil e espaçosa. É uma terra que produz leite e mel com fartura, onde hoje habitam os cananeus, os hititas, os amorreus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. 9 Sim, o clamor do povo de Israel chegou até mim, e eu tenho visto como os egípcios os tratam cruelmente. 10 Agora vá, pois eu o envio ao faraó. Você deve tirar meu povo, Israel, do Egito”.
11 Moisés, porém, disse a Deus: “Quem sou eu para me apresentar ao faraó? Quem sou eu para tirar o povo de Israel do Egito?”
12 Deus respondeu: “Eu estarei com você. Este é o sinal de que eu sou aquele que o envia: depois que você tirar o povo do Egito, vocês adorarão a Deus neste monte”.
13 Moisés disse a Deus: “Se eu for aos israelitas e lhes disser: ‘O Deus de seus antepassados me enviou a vocês’, eles perguntarão: ‘Qual é o nome dele?’. O que devo dizer?”.
14 Deus respondeu a Moisés: “Eu Sou o que Sou.[j] Diga ao povo de Israel: Eu Sou me enviou a vocês”. 15 Deus também instruiu Moisés: “Diga ao povo de Israel: Javé,[k] o Deus de seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vocês.
Esse é meu nome para sempre,
o nome pelo qual serei lembrado de geração em geração.
16 “Agora vá e reúna os líderes de Israel. Diga-lhes que Javé, o Deus de seus antepassados, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, lhe apareceu e disse: ‘Tenho observado atentamente e vejo como os egípcios os têm tratado. 17 Prometi libertá-los da opressão no Egito e levá-los a uma terra que produz leite e mel com fartura, onde hoje habitam os cananeus, os hititas, os amorreus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus’.
18 “Os líderes de Israel aceitarão sua mensagem. Em seguida, você e eles se apresentarão ao rei do Egito e lhe dirão: ‘O Senhor, o Deus dos hebreus, veio ao nosso encontro. Agora, pedimos que nos permita fazer uma viagem de três dias ao deserto para oferecermos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus’.
19 “Eu sei que o rei do Egito não os deixará ir, a não ser que uma mão poderosa o force.[l] 20 Por isso, levantarei minha mão e ferirei os egípcios com todo tipo de milagres que farei no meio deles. Então, por fim, o faraó os deixará ir. 21 Farei que os egípcios sejam bondosos com os israelitas, e assim vocês não sairão do Egito de mãos vazias. 22 Toda mulher israelita pedirá de suas vizinhas egípcias e das mulheres que as visitam artigos de ouro e prata e roupas caras, com as quais vestirão seus filhos e suas filhas. Desse modo, vocês tomarão para si as riquezas dos egípcios”.
Sinais do poder do Senhor
4 Moisés respondeu: “E se não acreditarem em mim ou não quiserem me ouvir? E se disserem: ‘O Senhor nunca lhe apareceu’?”.
2 Então o Senhor lhe perguntou: “O que você tem na mão?”.
“Uma vara”, respondeu Moisés.
3 “Jogue-a no chão”, disse o Senhor. Moisés jogou a vara no chão, e ela se transformou numa serpente. Moisés fugia dela, 4 mas o Senhor lhe disse: “Estenda a mão e pegue-a pela cauda”. Moisés estendeu a mão e pegou a serpente, e ela voltou a ser uma vara.
5 Então o Senhor lhe disse: “Faça esse sinal e eles acreditarão que o Senhor, o Deus de seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, de fato lhe apareceu”.
6 O Senhor também disse a Moisés: “Agora, coloque a mão dentro do seu manto”. Moisés colocou a mão dentro do manto e, quando a tirou, ela estava com lepra,[m] branca como neve. 7 “Coloque a mão dentro do manto outra vez”, disse o Senhor. Moisés colocou a mão dentro do manto outra vez e, quando a tirou, ela estava tão saudável quanto o resto do corpo.
8 Disse ainda: “Se eles não acreditarem em você e não se deixarem convencer pelo primeiro sinal, serão convencidos pelo segundo. 9 E, se não acreditarem em você nem o ouvirem depois desses dois sinais, tire um pouco de água do rio Nilo e derrame-a sobre a terra seca. Quando o fizer, a água do Nilo se transformará em sangue na terra”.
10 Moisés, porém, disse ao Senhor: “Ó Senhor, não tenho facilidade para falar, nem antes, nem agora que falaste com teu servo! Não consigo me expressar e me atrapalho com as palavras”.
11 O Senhor perguntou a Moisés: “Quem forma a boca do ser humano? Quem torna o homem mudo ou surdo? Quem o torna cego ou o faz ver? Por acaso não sou eu, o Senhor? 12 Agora vá! Eu estarei com você quando falar e o instruirei a respeito do que deve dizer”.
13 “Por favor, Senhor!”, suplicou Moisés. “Envia qualquer outra pessoa!”
14 Então o Senhor se irou com Moisés e lhe disse: “E quanto a seu irmão Arão, o levita? Sei que ele fala bem. Veja, ele está vindo ao seu encontro e se alegrará em vê-lo. 15 Fale com ele e diga as palavras que ele deve transmitir. Estarei com vocês dois quando falarem e os instruirei a respeito do que devem fazer. 16 Arão falará por você diante do povo. Ele será seu porta-voz, e você será como Deus para ele. 17 Leve com você a vara e use-a para realizar os sinais que eu lhe mostrei”.
Moisés volta ao Egito
18 Moisés voltou à casa de Jetro, seu sogro, e lhe disse: “Por favor, permita-me voltar ao Egito para procurar meus parentes. Nem sei se ainda vivem”.
“Vá em paz”, respondeu Jetro.
19 Antes de Moisés partir de Midiã, o Senhor lhe disse: “Volte ao Egito, pois todos que queriam matá-lo já morreram”.
20 Então Moisés tomou sua mulher e seus filhos, montou-os num jumento e voltou para a terra do Egito. Levava na mão a vara de Deus.
21 O Senhor disse a Moisés: “Quando chegar ao Egito, apresente-se ao faraó e faça todos os milagres para os quais eu o capacitei. Contudo, endurecerei o coração dele, para que se recuse a deixar o povo sair. 22 Você dirá ao faraó: ‘Assim diz o Senhor: Israel é meu filho mais velho. 23 Ordenei que você deixasse meu filho sair para me adorar. Mas, uma vez que você se recusou, matarei seu filho mais velho’”.
24 No caminho para o Egito, no lugar onde Moisés e sua família haviam parado a fim de passar a noite, o Senhor o confrontou e estava prestes a matá-lo. 25 Mas Zípora pegou uma faca de pedra e circuncidou seu filho. Com o prepúcio, tocou os pés[n] de Moisés e lhe disse: “Agora você é para mim um marido de sangue”. 26 (Quando disse “um marido de sangue”, estava se referindo à circuncisão.) Depois disso, o Senhor deixou Moisés.
27 O Senhor tinha dito a Arão: “Vá ao deserto, ao encontro de Moisés”. Arão foi, encontrou Moisés no monte de Deus e o saudou com um beijo. 28 Moisés contou a Arão tudo que o Senhor havia ordenado que ele dissesse e falou também sobre os sinais que deveria realizar.
29 Então Moisés e Arão voltaram ao Egito e convocaram uma reunião com todos os líderes de Israel. 30 Arão lhes comunicou tudo que o Senhor tinha dito a Moisés, que realizou os sinais diante deles. 31 O povo de Israel se convenceu de que o Senhor tinha enviado Moisés e Arão. Quando ouviram que o Senhor se preocupava com eles e tinha visto seu sofrimento, prostraram-se e o adoraram.
Moisés e Arão falam com o faraó
5 Depois disso, Moisés e Arão foram ver o faraó e declararam: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Deixe meu povo sair para celebrar uma festa em minha honra no deserto’”.
2 “Quem é o Senhor?”, retrucou o faraó. “Por que devo dar ouvidos a ele e deixar Israel sair? Não conheço o Senhor e não deixarei Israel sair.”
3 Então Arão e Moisés disseram: “O Deus dos hebreus se encontrou conosco. Portanto, deixe-nos fazer uma viagem de três dias ao deserto para oferecermos sacrifícios ao Senhor, nosso Deus. Do contrário, ele nos castigará com alguma praga ou pela espada”.
4 O rei do Egito respondeu: “Moisés e Arão, por que distraem o povo de suas tarefas? Voltem ao trabalho! 5 Olhem! Há muitos do seu povo nesta terra, e vocês os estão impedindo de trabalhar!”.
O faraó oprime Israel ainda mais
6 Naquele mesmo dia, o faraó deu a seguinte ordem aos capatazes egípcios e aos supervisores israelitas: 7 “Não forneçam mais palha para o povo fazer tijolos. De agora em diante, eles mesmos devem juntá-la! 8 No entanto, continuem a exigir que produzam a mesma quantidade de tijolos que antes. Não reduzam a cota. Eles são preguiçosos e, por isso, clamam: ‘Deixe-nos sair para sacrificar ao nosso Deus’. 9 Aumentem a carga de trabalho deles e cobrem o cumprimento das tarefas. Isso os ensinará a não dar ouvidos a mentiras!”.
10 Os capatazes e os supervisores saíram e informaram o povo: “Assim diz o faraó: ‘Vocês não receberão mais palha. 11 Saiam e juntem-na onde puderem encontrá-la. No entanto, continuarão a produzir a mesma quantidade de tijolos que antes’”. 12 Então o povo se espalhou por toda a terra do Egito para juntar a palha que sobrava das colheitas.
13 Enquanto isso, os capatazes egípcios continuavam a pressioná-los: “Completem sua cota diária de tijolos, como faziam quando nós lhes fornecíamos palha!”. 14 E açoitavam os supervisores israelitas que haviam sido encarregados das equipes de trabalhadores. “Por que não completaram as cotas nem ontem nem hoje?”, perguntavam.
15 Então os supervisores israelitas foram suplicar ao faraó: “Por favor, não trate seus servos desse modo. 16 Não recebemos palha, mas os capatazes continuam a exigir: ‘Façam tijolos!’. Somos açoitados constantemente, mas a culpa é do seu próprio povo!”.
17 O faraó, porém, gritou: “Vocês são preguiçosos! Preguiçosos! Por isso, andam dizendo: ‘Deixe-nos sair para oferecer sacrifícios ao Senhor’. 18 Voltem agora mesmo ao trabalho! Não receberão palha, mas terão de produzir a mesma cota de tijolos”.
19 Quando os supervisores israelitas ouviram: “Vocês não poderão reduzir a quantidade de tijolos produzidos por dia”, perceberam que estavam em sérios apuros. 20 Ao sair do palácio do faraó, encontraram Moisés e Arão, que os esperavam do lado de fora. 21 Eles disseram aos dois irmãos: “O Senhor os julgue e os castigue por terem feito o faraó e seus oficiais nos odiarem. Vocês colocaram uma espada na mão deles e lhes deram uma desculpa para nos matar!”.
22 Moisés voltou ao Senhor e disse: “Por que trouxeste toda essa desgraça sobre este povo, Senhor? Por que me enviaste? 23 Desde que me apresentei ao faraó como teu porta-voz, ele passou a tratar teu povo com ainda mais crueldade. E tu não fizeste coisa alguma para libertá-lo!”.
Promessas de libertação
6 Então o Senhor disse a Moisés: “Agora você verá o que vou fazer ao faraó. Quando ele sentir o peso de minha mão forte, deixará o povo sair. Sim, pelo peso de minha mão forte, fará o povo ir embora de sua terra!”.
2 Deus também disse a Moisés: “Eu sou Javé, ‘o Senhor’.[o] 3 Apareci a Abraão, Isaque e Jacó como El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’,[p] mas não lhes revelei meu nome, Javé. 4 Estabeleci com eles a minha aliança, mediante a qual prometi lhes dar a terra de Canaã, onde viviam como estrangeiros. 5 Esteja certo de que ouvi os gemidos dos israelitas, que agora são escravos dos egípcios, e me lembrei da aliança que fiz com eles.
6 “Portanto, diga ao povo de Israel: ‘Eu sou o Senhor. Eu os libertarei da opressão e os livrarei da escravidão no Egito. Eu os resgatarei com meu braço poderoso e com grandes atos de julgamento. 7 Eu os tomarei como meu povo e serei o seu Deus. Então vocês saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, que os libertou da opressão no Egito. 8 Eu os levarei à terra que jurei dar a Abraão, Isaque e Jacó. Eu a darei a vocês como propriedade. Eu sou o Senhor!’”.
9 Moisés transmitiu ao povo essa mensagem do Senhor, mas eles já não quiseram lhe dar ouvidos. Estavam desanimados demais por causa da escravidão brutal que sofriam.
10 Então o Senhor disse a Moisés: 11 “Volte ao faraó, o rei do Egito, e diga a ele que deixe o povo de Israel sair de sua terra”.
12 “Mas Senhor!”, retrucou Moisés. “Os israelitas já não querem me dar ouvidos. Como posso esperar que o faraó me escute? Tenho tanta dificuldade para falar!”[q]
13 O Senhor, porém, falou com Moisés e Arão e lhes deu ordens, sobre os israelitas e sobre o faraó, rei do Egito, para tirarem o povo de Israel do Egito.
Os antepassados de Moisés e Arão
14 Estes são os chefes de clãs dos antepassados de Israel:
Os filhos de Rúben, o filho mais velho de Israel, foram: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi. Seus descendentes formaram os clãs de Rúben.
15 Os filhos de Simeão foram: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul. (A mãe de Saul era cananeia.) Seus descendentes se tornaram os clãs de Simeão.
16 Estes são os descendentes de Levi, conforme relacionados nos registros de família. Os filhos de Levi foram Gérson, Coate e Merari. (Levi viveu 137 anos.)
17 Os descendentes de Gérson foram: Libni e Simei; cada um deles se tornou antepassado de um clã.
18 Os descendentes de Coate foram: Anrão, Isar, Hebrom e Uziel. (Coate viveu 133 anos.)
19 Os descendentes de Merari foram: Mali e Musi.
Estes são os clãs dos levitas, conforme relacionados nos registros de família.
20 Anrão se casou com Joquebede, irmã de seu pai, e ela deu à luz dois filhos: Arão e Moisés. (Anrão viveu 137 anos.)
21 Os filhos de Isar foram: Corá, Nefegue e Zicri.
22 Os filhos de Uziel foram: Misael, Elzafã e Sitri.
23 Arão se casou com Eliseba, filha de Aminadabe e irmã de Naassom. Ela deu à luz seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
24 Os filhos de Corá foram: Assir, Elcana e Abiasafe.
25 Eleazar, filho de Arão, se casou com uma das filhas de Putiel, e ela deu à luz seu filho Fineias.
Esses são os chefes dentre os antepassados das famílias levitas, relacionados de acordo com seus clãs.
26 Foi a estes dois, Arão e Moisés, que o Senhor disse: “Tirem os israelitas do Egito, organizados segundo seus clãs”. 27 Foram eles, Moisés e Arão, que se dirigiram ao faraó, rei do Egito, para falar sobre a saída dos israelitas daquela terra.
28 Quando o Senhor falou com Moisés na terra do Egito, 29 disse-lhe: “Eu sou o Senhor! Transmita ao faraó, rei do Egito, tudo que eu lhe disser”. 30 Contudo, Moisés questionou o Senhor e disse: “Não posso fazer isso! Tenho tanta dificuldade para falar! Por que o faraó me daria ouvidos?”.
A vara de Arão se transforma em serpente
7 Então o Senhor disse a Moisés: “Preste atenção ao que vou dizer. Eu o farei parecer Deus para o faraó, e Arão, seu irmão, será seu profeta. 2 Diga a Arão tudo que eu lhe ordenar, e Arão mandará o faraó deixar o povo de Israel sair de sua terra. 3 Contudo, endurecerei o coração do faraó e depois multiplicarei meus sinais e maravilhas na terra do Egito. 4 Mesmo assim, o faraó se recusará a ouvi-lo, de modo que farei minha mão pesar sobre o Egito. Então resgatarei meu exército — meu povo, os israelitas — da terra do Egito com grandes atos de julgamento. 5 Quando eu levantar minha mão e tirar os israelitas do meio deles, os egípcios saberão que eu sou o Senhor”.
6 Moisés e Arão fizeram conforme o Senhor lhes ordenou. 7 Quando falaram com o faraó, Moisés tinha 80 anos, e Arão, 83.
8 O Senhor disse a Moisés e a Arão: 9 “O faraó exigirá: ‘Mostre-me um milagre’. Quando ele o fizer, diga a Arão: ‘Tome sua vara e jogue-a no chão, na frente do faraó, e ela se transformará numa serpente’”.[r]
10 Então Moisés e Arão foram ver o faraó e fizeram conforme o Senhor havia ordenado. Arão jogou a vara no chão, diante do faraó e de seus oficiais, e ela se transformou numa serpente. 11 O faraó mandou chamar seus sábios e feiticeiros e, por meio de suas artes mágicas, esses magos egípcios fizeram a mesma coisa: 12 jogaram suas varas no chão, e elas também se transformaram em serpentes. Mas a vara de Arão engoliu as varas dos magos. 13 O coração do faraó, porém, permaneceu endurecido. Ele continuou se recusando a ouvir, exatamente como o Senhor tinha dito.
A praga de sangue
14 O Senhor disse a Moisés: “O coração do faraó é duro, e ele continua se recusando a deixar o povo sair. 15 Portanto, vá ao faraó pela manhã, quando ele estiver descendo até o rio. Pare à margem do Nilo e encontre-se com ele ali. Não se esqueça de levar a vara que se transformou em serpente. 16 Então diga-lhe: ‘O Senhor, o Deus dos hebreus, me enviou para lhe falar: ‘Deixe meu povo sair para me adorar no deserto’. Até agora, você se recusou a ouvi-lo, 17 por isso, assim diz o Senhor: ‘Eu lhe mostrarei que sou o Senhor’. Veja! Com esta vara que tenho na mão, baterei nas águas do Nilo, e elas se transformarão em sangue. 18 Os peixes do rio morrerão, e o rio ficará malcheiroso. Os egípcios não poderão beber de sua água’”.
19 O Senhor disse a Moisés: “Diga a Arão: ‘Tome sua vara e estenda a mão sobre as águas do Egito, sobre todos os seus rios, canais, açudes e reservatórios. Toda a água se transformará em sangue, até mesmo a água armazenada em vasilhas de madeira e pedra’”.
20 Moisés e Arão fizeram conforme o Senhor ordenou. Diante dos olhos do faraó e de todos os seus oficiais, Arão levantou a vara e bateu nas águas do Nilo, e o rio inteiro se transformou em sangue. 21 Os peixes do rio morreram, e a água ficou tão malcheirosa que os egípcios não podiam bebê-la. Havia sangue em toda a terra do Egito. 22 Mais uma vez, porém, os magos do Egito usaram sua mágica e também transformaram água em sangue, e o coração do faraó continuou endurecido. Ele se recusou a ouvir Moisés e Arão, como o Senhor tinha dito. 23 O faraó voltou para seu palácio e não pensou mais no assunto. 24 Todos os egípcios cavaram às margens do rio para encontrar água potável, pois não podiam beber da água do Nilo.
25 Sete dias se passaram desde o momento em que o Senhor feriu o Nilo.
A praga das rãs
8 [s] Então o Senhor disse a Moisés: “Volte ao faraó e anuncie: ‘Assim diz o Senhor: Deixe meu povo sair para me adorar. 2 Se você se recusar a deixá-lo sair, enviarei uma praga de rãs sobre todo o seu território. 3 O rio Nilo fervilhará de rãs. Elas subirão do rio e invadirão seu palácio, e até mesmo seu quarto e sua cama. Entrarão nas casas de seus oficiais e de seu povo. Saltarão para dentro dos fornos e das tigelas de amassar pão. 4 As rãs avançarão sobre você, sobre seu povo e sobre todos os seus oficiais’”.
5 [t] O Senhor também disse a Moisés: “Diga a Arão: ‘Estenda a vara que traz em sua mão sobre todos os rios, canais e açudes do Egito e faça subir rãs sobre toda a terra’”. 6 Arão estendeu a mão sobre as águas do Egito, e as rãs subiram e cobriram toda a terra. 7 Os magos, porém, usaram suas artes mágicas para imitar a praga e também fizeram aparecer rãs sobre a terra do Egito.
8 Então o faraó convocou Moisés e Arão e disse: “Supliquem ao Senhor que afaste as rãs de mim e de meu povo. Deixarei seu povo sair para oferecer sacrifícios ao Senhor”.
9 “Pois escolha a hora!”, respondeu Moisés. “Diga-me quando deseja que eu suplique pelo faraó, por seus oficiais e por seu povo. Então o faraó e suas casas ficarão livres das rãs, e elas permanecerão apenas no rio Nilo.”
10 “Que seja amanhã”, disse o faraó.
“Será como o faraó disse”, respondeu Moisés. “Então saberá que não há ninguém como o Senhor, nosso Deus. 11 As rãs deixarão o faraó e suas casas, seus oficiais e seu povo e permanecerão apenas no rio Nilo.”
12 Moisés e Arão saíram do palácio do faraó, e Moisés clamou ao Senhor a respeito das rãs que ele havia mandado para afligir o faraó. 13 O Senhor fez exatamente conforme Moisés tinha dito. Todas as rãs nas casas, nos pátios e nos campos morreram. 14 Os egípcios as juntaram em montões, e um fedor terrível encheu a terra. 15 Mas, quando o faraó percebeu que a situação havia melhorado, seu coração se endureceu, e ele se recusou a dar ouvidos a Moisés e a Arão, como o Senhor tinha dito.
A praga dos piolhos
16 Então o Senhor disse a Moisés: “Diga a Arão: ‘Estenda a vara e bata no chão. O pó se transformará em enxames de piolhos[u] em toda a terra do Egito’”. 17 Moisés e Arão assim fizeram. Quando Arão estendeu a mão e bateu no chão com a vara, piolhos infestaram toda a terra e cobriram os egípcios e seus animais. Todo o pó da terra do Egito se transformou em piolhos. 18 Os magos do faraó tentaram fazer o mesmo com suas artes mágicas, mas não conseguiram. E os piolhos cobriram tudo, tanto as pessoas como os animais.
19 “Isso é o dedo de Deus!”, exclamaram os magos ao faraó. Mas o coração do faraó continuou endurecido. Recusou-se a ouvi-los, como o Senhor tinha dito.
A praga das moscas
20 Em seguida, o Senhor disse a Moisés: “Levante-se cedo amanhã e coloque-se diante do faraó quando ele descer ao rio. Diga-lhe: ‘Assim diz o Senhor: Deixe meu povo sair para me adorar. 21 Se você se recusar, enviarei enxames de moscas sobre você, seus oficiais, seu povo e sobre todas as casas. Os lares dos egípcios e todo o chão ficarão cheios de moscas. 22 Desta vez, porém, pouparei a região de Gósen, onde meu povo vive. Lá, não aparecerão moscas. Então você saberá que eu sou o Senhor e que estou presente até mesmo no meio de sua terra. 23 Farei clara distinção entre[v] o meu povo e o seu. Esse sinal acontecerá amanhã’”.
24 O Senhor fez exatamente o que disse. Um denso enxame de moscas encheu o palácio do faraó e as casas de seus oficiais. Todo o Egito ficou em estado de calamidade por causa das moscas.
25 O faraó mandou chamar Moisés e Arão e disse: “Vão e ofereçam sacrifícios ao seu Deus. Mas façam-no aqui mesmo, nesta terra”.
26 “Não seria certo”, respondeu Moisés. “Os sacrifícios que oferecemos ao Senhor, nosso Deus, são detestáveis aos egípcios. Se apresentarmos aqui mesmo nossos sacrifícios, que os egípcios consideram detestáveis, eles nos apedrejarão. 27 Para oferecer sacrifícios ao Senhor, nosso Deus, precisamos fazer uma viagem de três dias ao deserto, como ele ordenou.”
28 “Podem ir”, respondeu o faraó. “Deixarei que viajem ao deserto para oferecer sacrifícios ao Senhor, seu Deus, mas não se afastem demais. E supliquem por mim.”
29 Moisés respondeu: “Assim que sairmos de sua presença, suplicaremos ao Senhor, e amanhã os enxames de moscas deixarão o faraó, seus oficiais e todo o seu povo. Mas fique avisado, ó faraó, de que não deve mentir novamente, recusando-se a deixar o povo sair para sacrificar ao Senhor”.
30 Moisés saiu do palácio do faraó e suplicou ao Senhor que removesse todas as moscas. 31 O Senhor atendeu Moisés e fez os enxames de moscas deixarem o faraó, seus oficiais e seu povo. Não restou uma só mosca. 32 Mas o coração do faraó se endureceu outra vez, e ele se recusou a deixar o povo sair.
A praga sobre os animais
9 O Senhor ordenou a Moisés: “Volte ao faraó e diga-lhe: ‘Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixe meu povo sair para me adorar. 2 Se você continuar a detê-lo e a recusar-se a deixá-lo sair, 3 a mão do Senhor ferirá com uma praga mortal todos os seus animais: cavalos, jumentos, camelos, bois e ovelhas. 4 Mais uma vez, porém, o Senhor fará distinção entre os animais dos israelitas e os dos egípcios. Não morrerá um só animal de Israel. 5 O Senhor já definiu quando a praga começará: amanhã o Senhor ferirá a terra’”.
6 O Senhor fez como tinha dito. Na manhã seguinte, todos os animais dos egípcios morreram, mas os israelitas não perderam um só animal. 7 O faraó mandou investigar e confirmou que o povo de Israel não havia perdido um só animal. Ainda assim, o coração do faraó permaneceu endurecido, e ele continuou se recusando a deixar o povo sair.
A praga das feridas purulentas
8 O Senhor disse a Moisés e a Arão: “Peguem um punhado de cinzas de um forno de olaria. Moisés deve lançá-las no ar, diante dos olhos do faraó. 9 As cinzas se espalharão sobre a terra do Egito como poeira fina e provocarão feridas purulentas nas pessoas e nos animais em todo o Egito”.
10 Então Moisés e Arão pegaram um punhado de cinzas de um forno de olaria e se colocaram diante do faraó. Moisés lançou as cinzas no ar, e surgiram feridas tanto nas pessoas como nos animais. 11 Nem mesmo os magos conseguiram permanecer diante de Moisés, pois surgiram feridas neles, e também em todos os egípcios. 12 Mas o Senhor endureceu o coração do faraó e, como o Senhor tinha dito a Moisés, o faraó se recusou a ouvir.
A praga do granizo
13 O Senhor disse a Moisés: “Amanhã, levante-se cedo, vá até o faraó e diga-lhe: ‘Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixe meu povo sair para me adorar. 14 Do contrário, enviarei mais pragas sobre você,[w] sobre seus oficiais e sobre seu povo. Então você saberá que não há ninguém como eu em toda a terra. 15 A esta altura, eu poderia ter estendido minha mão e ferido você e seu povo com uma praga que os apagaria da face da terra. 16 Mas eu o poupei a fim de lhe mostrar meu poder[x] e propagar meu nome por toda a terra. 17 Ainda assim, você se exalta sobre meu povo, recusando-se a deixá-lo sair. 18 Por isso, amanhã, a esta hora, enviarei a tempestade de granizo mais devastadora de toda a história do Egito. 19 Rápido! Mande seus animais e servos deixarem os campos e procurarem abrigo. Quando o granizo cair, todas as pessoas e animais que estiverem ao ar livre morrerão’”.
20 Alguns dos oficiais do faraó se atemorizaram com o que o Senhor tinha dito. Sem demora, recolheram seus servos e animais dos campos. 21 Mas aqueles que não deram atenção à palavra do Senhor deixaram seus rebanhos e servos no campo.
22 Então o Senhor disse a Moisés: “Estenda a mão em direção ao céu para que caia granizo sobre toda a terra do Egito, sobre as pessoas, sobre os animais e sobre todas as plantas em toda a terra do Egito”.
23 Moisés estendeu a vara em direção ao céu, e o Senhor mandou trovões e granizo, além de raios que caíam sobre a terra. O Senhor enviou uma horrível tempestade de granizo sobre todo o Egito. 24 Nunca em toda a história do Egito houve uma tempestade como aquela, com granizo tão devastador e raios tão constantes. 25 A chuva de granizo deixou toda a terra do Egito em ruínas. Destruiu tudo que estava no campo, tanto pessoas como animais e plantas, e até mesmo as árvores foram despedaçadas. 26 O único lugar em que não caiu granizo foi a região de Gósen, onde vivia o povo de Israel.
27 Então o faraó mandou chamar Moisés e Arão. “Desta vez eu pequei”, disse ele. “O Senhor é justo, e eu e meu povo somos culpados. 28 Por favor, supliquem ao Senhor que ele ponha fim à tempestade horrível de trovões e granizo. Já chega! Eu os deixarei ir. Não precisam mais ficar aqui.”
29 Moisés respondeu: “Assim que eu sair da cidade, estenderei as mãos ao Senhor. Os trovões e o granizo cessarão, e o faraó saberá que a terra pertence ao Senhor. 30 Mas sei que o faraó e seus oficiais ainda não temem o Senhor Deus.”
31 (Todo o linho e a cevada foram destruídos pelo granizo, pois a cevada estava na espiga, e o linho, em flor. 32 O trigo comum e o trigo candeal, porém, foram poupados, pois ainda não tinham brotado do solo.)
33 Moisés deixou a corte do faraó e saiu da cidade. Quando estendeu as mãos ao Senhor, os trovões e o granizo cessaram, e a chuva torrencial parou. 34 Ao perceber que a chuva, o granizo e os trovões haviam cessado, o faraó voltou a pecar, e seu coração mais uma vez se endureceu, assim como o de seus oficiais. 35 Uma vez que seu coração continuava endurecido, o faraó se recusou a deixar o povo sair, como o Senhor tinha dito por meio de Moisés.
A praga dos gafanhotos
10 O Senhor disse a Moisés: “Volte ao faraó, pois endureci o coração dele e o de seus oficiais, para que eu demonstre meus sinais entre eles, 2 e também para que você conte a seus filhos e netos como eu ridicularizei os egípcios e lhes fale dos sinais que realizei no meio deles. Assim, vocês saberão que eu sou o Senhor”.
3 Moisés e Arão foram ver o faraó novamente e lhe disseram: “Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: ‘Até quando você se recusará a submeter-se a mim? Deixe meu povo sair para me adorar. 4 Se você se recusar, tome cuidado! Amanhã trarei sobre seu território uma nuvem de gafanhotos. 5 Cobrirão toda a terra, de modo que não se poderá ver o chão. Devorarão o que restou de suas colheitas depois da tempestade de granizo, e também todas as árvores que estiverem crescendo nos campos. 6 Invadirão seus palácios, as casas de seus oficiais e todas as casas do Egito. Nunca em toda a história do Egito seus antepassados viram uma praga como esta!’”. Quando terminou de falar, Moisés deu as costas ao faraó e saiu.
7 Os oficiais da corte se aproximaram do faraó e suplicaram: “Até quando o faraó permitirá que esse Moisés seja uma ameaça para nós? Deixe os homens saírem para adorar o Senhor, o Deus deles! O faraó não vê que o Egito está em ruínas?”.
8 Logo, Moisés e Arão foram trazidos de volta à presença do faraó. “Está bem”, disse ele. “Vão e adorem o Senhor, seu Deus. Mas quem exatamente irá?”
9 Moisés respondeu: “Iremos todos: jovens e velhos, nossos filhos e filhas, e todos os nossos rebanhos, pois celebraremos uma festa em honra ao Senhor”.
10 O faraó retrucou: “Sem dúvida precisarão que o Senhor esteja com vocês se eu permitir que levem seus filhos pequenos! Eu sei do seu plano mal-intencionado. 11 De jeito nenhum! Só os homens poderão sair para adorar o Senhor, pois foi isso que vocês pediram”. E o faraó mandou expulsá-los do palácio.
12 Então o Senhor disse a Moisés: “Estenda a mão sobre a terra do Egito para que venham os gafanhotos. Que eles cubram a terra do Egito e devorem todas as plantas que sobreviveram à tempestade de granizo”.
13 Assim, Moisés estendeu a vara sobre a terra do Egito, e o Senhor fez soprar um vento leste sobre a terra durante todo o dia e toda a noite. Quando amanheceu, o vento leste havia trazido os gafanhotos. 14 Eles invadiram todo o Egito e desceram em nuvens densas sobre seu território, de uma extremidade à outra. Foi a pior praga de gafanhotos em toda a história do Egito e jamais houve outra igual, 15 pois os gafanhotos cobriram toda a superfície e escureceram a terra. Devoraram todas as plantas nos campos e todas as frutas nas árvores que tinham sobrevivido à tempestade de granizo. Não restou uma só folha nas árvores nem nas plantas em toda a terra do Egito.
16 Sem demora, o faraó mandou chamar Moisés e Arão e lhes disse: “Pequei contra o Senhor, seu Deus, e contra vocês. 17 Perdoem meu pecado apenas mais esta vez e supliquem ao Senhor, seu Deus, que ele me livre desta morte”.
18 Moisés deixou a corte do faraó e suplicou ao Senhor. 19 O Senhor respondeu e mudou a direção do vento. Fez soprar um forte vento oeste que levou os gafanhotos para o mar Vermelho.[y] Não sobrou um só gafanhoto em toda a terra do Egito. 20 Mas o Senhor endureceu o coração do faraó, e ele se recusou a deixar o povo de Israel sair.
A praga da escuridão
21 O Senhor disse a Moisés: “Estenda a mão em direção ao céu, e a terra do Egito ficará coberta de escuridão tão densa que poderá ser apalpada”. 22 Moisés estendeu a mão em direção ao céu, e uma escuridão profunda cobriu toda a terra do Egito por três dias. 23 Nesse período, as pessoas não conseguiam ver umas às outras e ninguém saía do lugar. Mas, onde viviam os israelitas, havia luz, como de costume.
24 Por fim, o faraó mandou chamar Moisés. “Vão e adorem o Senhor”, disse ele. “Podem até levar seus filhos pequenos, mas deixem seus rebanhos aqui.”
25 “De jeito nenhum!”, respondeu Moisés. “Por acaso o faraó nos daria os animais necessários para as ofertas e os holocaustos ao Senhor, nosso Deus? 26 Todos os nossos animais devem ir conosco; não podemos deixar nem um casco para trás. Temos de escolher dentre esses animais para adorar o Senhor, nosso Deus, e só saberemos como adorar o Senhor quando chegarmos lá.”
27 Mais uma vez, porém, o Senhor lhe endureceu o coração, e o faraó se recusou a deixá-los sair. 28 “Fora daqui!”, gritou para Moisés. “Estou avisando: nunca mais apareça diante de mim! No dia em que vir meu rosto, você morrerá!”
29 “Muito bem”, respondeu Moisés. “Nunca mais verei seu rosto novamente.”
A morte dos filhos mais velhos dos egípcios
11 Então o Senhor disse a Moisés: “Atingirei o faraó e a terra do Egito com mais uma praga. Depois disso, o faraó os deixará sair de seu território. Quando, por fim, ele permitir que saiam, praticamente os expulsará. 2 Diga a todos os homens e mulheres israelitas que peçam objetos de prata e ouro a seus vizinhos egípcios”. 3 (O Senhor havia feito os egípcios verem o povo com bons olhos. Moisés era tido em alta consideração na terra do Egito e respeitado tanto pelos oficiais do faraó como pelo povo egípcio.)
4 Moisés disse: “Assim diz o Senhor: À meia-noite de hoje, passarei pelo meio do Egito. 5 Morrerão todos os filhos mais velhos do sexo masculino, em todas as famílias do Egito, desde o filho mais velho do faraó, sentado em seu trono, até o filho mais velho da serva mais humilde que trabalha no moinho. Até mesmo os primeiros machos dentre todos os animais morrerão. 6 Então se ouvirá um grande lamento na terra do Egito, um lamento como nunca houve e nunca mais haverá. 7 Quanto aos israelitas, porém, nem um cão latirá contra eles ou seus animais. Com isso vocês saberão que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os israelitas. 8 Todos os oficiais do Egito virão até mim e se curvarão, suplicando: ‘Por favor, vá embora! Saia logo do Egito e leve com você todo este povo que o segue!’. Só então eu sairei!”. E, ardendo de ira, Moisés saiu da presença do faraó.
9 O Senhor tinha avisado a Moisés: “O faraó não lhe dará ouvidos, por isso farei milagres ainda mais poderosos na terra do Egito”. 10 Moisés e Arão fizeram todos esses milagres na presença do faraó, mas o Senhor lhe endureceu o coração, e ele se recusou a deixar o povo de Israel sair de sua terra.
A primeira Páscoa
12 Então o Senhor disse a Moisés e a Arão no Egito: 2 “De agora em diante, este mês será para vocês o primeiro do ano. 3 Anunciem a toda a comunidade de Israel que, no décimo dia deste mês, cada família escolherá um cordeiro ou um cabrito para fazer um sacrifício, um animal para cada casa. 4 A família que for pequena demais para comer um animal inteiro deverá compartilhá-lo com outra família da vizinhança. O animal será dividido de acordo com o número de pessoas e a quantidade que cada um puder comer. 5 O animal escolhido deverá ser um cordeiro ou um cabrito de um ano, sem defeito algum.
6 “Guardem bem o animal escolhido até a tarde do décimo quarto dia do primeiro mês. Nesse dia, toda a comunidade de Israel sacrificará seu cordeiro ou cabrito ao anoitecer. 7 Em seguida, tomarão um pouco do sangue e o passarão nos batentes laterais e no alto das portas das casas onde comerem o animal. 8 Nessa mesma noite, assarão a carne no fogo e a comerão acompanhada de folhas verdes amargas e de pão sem fermento. 9 Não comerão a carne crua nem cozida. O animal todo, incluindo a cabeça, as pernas e as vísceras, deverá ser assado no fogo. 10 Não deixem sobras para a manhã seguinte. Queimem o que não for consumido antes do amanhecer.
11 “Estas são as instruções para quando fizerem a refeição. Estejam vestidos para a viagem,[z] de sandálias nos pés e cajado na mão. Façam a refeição apressadamente, pois é a Páscoa do Senhor. 12 Nessa noite, passarei pela terra do Egito e matarei todos os filhos mais velhos e todos os primeiros machos dentre os animais na terra do Egito. Executarei juízo sobre todos os deuses do Egito, pois eu sou o Senhor. 13 Mas o sangue nos batentes das portas servirá de sinal e marcará as casas onde vocês estão. Quando eu vir o sangue, passarei por sobre aquela casa. E, quando eu ferir a terra do Egito, a praga de morte não os tocará.
14 “Este será um dia a ser recordado. Todo ano, de geração em geração, vocês o celebrarão como festa especial para o Senhor. Essa é uma lei permanente. 15 Durante sete dias, comerão pão sem fermento. No primeiro dia da festa, removerão das casas qualquer mínima quantidade de fermento. Quem comer pão com fermento durante algum dos sete dias da festa será eliminado do meio de Israel. 16 No primeiro e no sétimo dia da festa, todo o povo celebrará um dia oficial de reunião sagrada. Não será permitido nenhum tipo de trabalho nessas datas, exceto o preparo da comida.
17 “Celebrem a Festa dos Pães sem Fermento, pois ela os lembrará de que eu tirei suas multidões da terra do Egito exatamente nesse dia. A festa será uma lei permanente para vocês; celebrem-na nesse dia de geração em geração. 18 O pão que comerem será preparado sem fermento desde a tarde do décimo quarto dia do primeiro mês até a tarde do vigésimo primeiro dia do mesmo mês. 19 Durante os sete dias, não deverá haver qualquer mínima quantidade de fermento em suas casas. Quem comer algo preparado com fermento durante a semana será eliminado do meio de Israel. Essas regras se aplicam tanto aos estrangeiros que vivem entre vocês como aos israelitas de nascimento. 20 Durante esses dias, não comam coisa alguma preparada com fermento. Onde quer que morarem, comam apenas pão sem fermento”.
21 Em seguida, Moisés mandou chamar todos os líderes de Israel e lhes disse: “Vão, escolham um cordeiro ou um cabrito para cada família e sacrifiquem o animal para a Páscoa. 22 Deixem o sangue escorrer para uma vasilha. Tomem um feixe de ramos de hissopo e molhem-no com o sangue. Usando o hissopo, passem o sangue nos batentes laterais e no alto da porta das casas. Ninguém saia de casa até o amanhecer, 23 pois o Senhor passará pela terra para ferir mortalmente os egípcios. Mas, quando ele vir o sangue nas laterais e no alto da porta, passará por sobre aquela casa. Não permitirá que o anjo da morte entre em suas casas para matar vocês.
24 “Lembrem-se de que estas instruções são uma lei que vocês e seus descendentes deverão cumprir para sempre. 25 Quando entrarem na terra que o Senhor prometeu lhes dar, continuarão a realizar essa cerimônia. 26 Então seus filhos perguntarão: ‘O que significa esta cerimônia?’, 27 e vocês responderão: ‘É o sacrifício da Páscoa para o Senhor, pois ele passou por sobre as casas dos israelitas no Egito. E, embora tenha abatido os egípcios, poupou nossas famílias’”. Então todos que ali estavam se prostraram e adoraram.
28 Assim, o povo de Israel fez conforme o Senhor havia ordenado por meio de Moisés e Arão. 29 À meia-noite, o Senhor feriu mortalmente todos os filhos mais velhos da terra do Egito, desde o filho mais velho do faraó, sentado em seu trono, até o filho mais velho do prisioneiro no calabouço. Até mesmo os primeiros machos dentre os animais foram mortos. 30 O faraó, todos os seus oficiais e todo o povo egípcio acordaram durante a noite, e ouviu-se um grande lamento em toda a terra do Egito. Não houve uma só casa onde não morresse alguém.
O êxodo de Israel do Egito
31 No meio da noite, o faraó mandou chamar Moisés e Arão. “Saiam daqui!”, ordenou ele. “Deixem meu povo e levem os demais israelitas com vocês. Vão e adorem o Senhor, como pediram. 32 Levem seus rebanhos, como disseram, e sumam daqui! Vão embora, mas abençoem-me ao sair.” 33 Os egípcios pressionavam o povo de Israel para que deixasse a terra quanto antes, pois pensavam: “Vamos todos morrer!”.
34 Os israelitas levaram a massa de pão sem fermento, embrulharam as vasilhas em seus mantos e as colocaram sobre os ombros. 35 Seguindo as instruções de Moisés, pediram aos egípcios que lhes dessem roupas e objetos de prata e ouro. 36 O Senhor fez os egípcios serem bondosos com o povo, de modo que lhes entregaram tudo que pediram. Assim, os israelitas tomaram para si as riquezas dos egípcios.
37 Naquela mesma noite, os israelitas partiram de Ramessés rumo a Sucote. Havia cerca de seiscentos mil homens,[aa] além das mulheres e crianças. 38 Saiu com eles uma mistura de gente que não era israelita, além de imensos rebanhos de ovelhas, bois e outros animais. 39 Com a massa sem fermento que haviam levado do Egito, assaram pães achatados. A massa era sem fermento, pois foram expulsos do Egito com tanta pressa que não tiveram tempo de preparar alimento para a viagem.
40 O povo de Israel tinha vivido 430 anos no Egito.[ab] 41 Na verdade, essa grande multidão do Senhor deixou a terra exatamente no dia em que se completaram os 430 anos. 42 O Senhor passou a noite toda em vigília para tirar seu povo do Egito. Essa, portanto, é a noite do Senhor e deverá ser celebrada por todos os israelitas, de geração em geração.
Mais instruções para a Páscoa
43 Então o Senhor disse a Moisés e a Arão: “Estas são as instruções para a festa da Páscoa. Nenhum estrangeiro poderá comer a ceia de Páscoa. 44 O escravo comprado poderá participar se for circuncidado. 45 Os residentes temporários e os empregados não poderão participar. 46 Cada cordeiro de Páscoa será comido em uma só casa. Nenhum pedaço de carne será levado para fora, e nenhum osso do cordeiro será quebrado. 47 Toda a comunidade de Israel celebrará a festa da Páscoa.
48 “Se os estrangeiros que vivem entre vocês quiserem celebrar a Páscoa do Senhor, todos os homens dentre eles devem ser circuncidados. Só então poderão celebrar a Páscoa com vocês, como qualquer israelita de nascimento. Os homens que não forem circuncidados, porém, jamais poderão participar da ceia de Páscoa. 49 Essa instrução se aplica a todos, tanto aos israelitas de nascimento como aos estrangeiros que vivem entre vocês”.
50 Todo o povo de Israel seguiu as ordens que o Senhor deu a Moisés e a Arão. 51 Naquele mesmo dia, o Senhor tirou os israelitas da terra do Egito como um exército.
A consagração do primeiro filho
13 O Senhor disse a Moisés: 2 “Consagre a mim todos os primeiros filhos homens dos israelitas. O primeiro filho de cada família e a primeira cria dos animais me pertencem”.
3 Então Moisés disse ao povo: “Este é um dia a ser lembrado: é o dia em que vocês deixaram o Egito, onde eram escravos. Hoje o Senhor os tirou de lá pela força de sua mão poderosa. (Lembrem-se de não comer coisa alguma com fermento.) 4 Neste dia, no mês de abibe,[ac] vocês foram libertos. 5 Depois que o Senhor os fizer entrar na terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos heveus e dos jebuseus, celebrem esta cerimônia neste mesmo mês, a cada ano. (Ele jurou a seus antepassados que lhes daria essa terra, uma terra que produz leite e mel com fartura.) 6 Durante sete dias, vocês deverão comer pão sem fermento. No sétimo dia, façam uma festa ao Senhor. 7 Comam pão sem fermento nos sete dias. Nesse período, não deverá haver nenhuma comida fermentada nem a mínima quantidade de fermento dentro do seu território.
8 “No sétimo dia, cada um explique a seus filhos: ‘Hoje celebro aquilo que o Senhor fez por mim quando saí do Egito’. 9 Essa festa anual será um sinal visível para vocês, como uma marca gravada na mão ou um símbolo colocado na testa. Ela servirá para lembrá-los sempre de manter as instruções do Senhor em seus lábios, pois o Senhor os resgatou do Egito com mão poderosa.[ad] 10 Portanto, cumpram a ordem de realizar a festa a cada ano na data estabelecida.
11 “É isto que farão quando o Senhor cumprir o juramento dele a seus antepassados. Quando ele lhes der a terra onde hoje vivem os cananeus, 12 apresentem ao Senhor todos os primeiros filhos homens e todos os machos das primeiras crias, pois pertencem ao Senhor. 13 Para resgatar a primeira cria dos jumentos, entreguem ao Senhor, como substituto, um cordeiro ou um cabrito. Caso não resgatem o animal, terão de quebrar o pescoço dele. Quanto aos primeiros filhos homens, será obrigatório resgatá-los.
14 “No futuro, seus filhos lhes perguntarão: ‘O que significa tudo isso?’, e vocês responderão: ‘Com a força de sua mão poderosa, o Senhor nos tirou do Egito, onde éramos escravos. 15 O faraó se recusou teimosamente a nos deixar sair, por isso o Senhor matou todos os primeiros filhos homens da terra do Egito, e também os machos das primeiras crias dos animais. É por isso que hoje sacrificamos todos os machos das primeiras crias ao Senhor, mas sempre resgatamos os primeiros filhos homens’. 16 Essa cerimônia será como uma marca gravada na mão ou um símbolo colocado na testa. É uma lembrança de que a força da mão poderosa do Senhor nos tirou do Egito”.
O desvio pelo deserto
17 Quando, por fim, o faraó deixou o povo sair, Deus não os conduziu pela estrada principal que corta o território dos filisteus, embora fosse o caminho mais curto. Deus disse: “Se eles tiverem de enfrentar uma batalha, pode ser que mudem de ideia e voltem ao Egito”. 18 Por isso, Deus fez o povo dar a volta pelo deserto, rumo ao mar Vermelho.[ae] Assim, os israelitas saíram do Egito como um exército preparado para marchar.
19 Moisés levou consigo os ossos de José, pois José havia feito os filhos de Israel jurarem, dizendo: “Deus certamente virá ajudá-los. Quando isso acontecer, levem meus ossos daqui com vocês”.
20 O povo saiu de Sucote e acampou em Etã, à beira do deserto. 21 O Senhor ia adiante deles. Durante o dia, guiava-os com uma coluna de nuvem e, durante a noite, fornecia luz com uma coluna de fogo. Isso permitia que caminhassem de dia e de noite. 22 E a coluna de nuvem não se afastava do povo durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.
14 O Senhor disse a Moisés: 2 “Ordene aos israelitas que deem a volta e acampem em Pi-Hairote, entre Migdol e o mar. Acampem ali, à beira do mar, em frente a Baal-Zefom. 3 O faraó pensará: ‘Os israelitas estão vagando perdidos, prisioneiros do deserto!’. 4 Mais uma vez, endurecerei o coração do faraó, e ele os perseguirá. Planejei tudo isso para mostrar minha glória por meio do faraó e de todo o seu exército. Então os egípcios saberão que eu sou o Senhor”. E os israelitas assim fizeram.
Os egípcios perseguem Israel
5 Quando o rei do Egito soube que o povo de Israel havia fugido, ele e seus oficiais mudaram de ideia. “O que fizemos?”, perguntavam. “Como pudemos deixar todos os escravos israelitas escaparem?” 6 Então o faraó mandou preparar sua carruagem e convocou suas tropas. 7 Levou consigo seiscentos dos melhores carros de guerra, além das demais carruagens de batalha do Egito, cada uma com seu comandante. 8 O Senhor endureceu o coração do faraó, rei do Egito, para que ele perseguisse os israelitas, que haviam partido triunfantemente. 9 Os egípcios os perseguiram com todas as forças do exército do faraó — todos os seus cavalos e carros de guerra, cavaleiros e tropas — e os alcançaram no acampamento em Pi-Hairote, à beira do mar, em frente a Baal-Zefom.
10 Quando o faraó se aproximava, os israelitas levantaram os olhos e viram os egípcios marchando contra eles. Em pânico, clamaram ao Senhor 11 e disseram a Moisés: “Por que você nos trouxe ao deserto para morrer? Não havia sepulturas no Egito? O que você fez conosco? Por que nos forçou a sair do Egito? 12 Quando ainda estávamos no Egito, não lhe avisamos que isso aconteceria? Dissemos: ‘Deixe-nos em paz! Continuaremos a servir os egípcios. Afinal, é melhor ser escravo no Egito que ser um cadáver no deserto!’”.
13 Moisés, porém, disse: “Não tenham medo. Apenas permaneçam firmes e vejam como o Senhor os resgatará neste dia. Vocês nunca mais verão os egípcios que estão vendo hoje. 14 O próprio Senhor lutará por vocês. Fiquem calmos!”.
A fuga pelo mar Vermelho
15 Então o Senhor disse a Moisés: “Por que você está clamando a mim? Diga ao povo que marche! 16 Tome sua vara e estenda a mão sobre o mar. Divida as águas para que os israelitas atravessem pelo meio do mar, em terra seca. 17 Endurecerei o coração dos egípcios, e eles virão atrás de vocês. Mostrarei minha glória por meio do faraó e de suas tropas, seus carros de guerra e seus cavaleiros. 18 Quando minha glória se manifestar por meio do faraó e de seus carros de guerra e seus cavaleiros, todo o Egito a verá e saberá que eu sou o Senhor”.
19 Então o anjo de Deus que ia adiante do acampamento de Israel se posicionou atrás do povo. A coluna de nuvem também mudou de lugar; foi para a retaguarda 20 e ficou entre o acampamento egípcio e o acampamento de Israel. A nuvem escura trouxe trevas para os egípcios, mas luz para os israelitas. Com isso, os dois grupos não se aproximaram durante toda a noite.
21 Então Moisés estendeu a mão sobre o mar e, com um forte vento leste, o Senhor abriu caminho no meio das águas. O vento soprou a noite toda, transformando o fundo do mar em terra seca. 22 E o povo de Israel atravessou pelo meio do mar, caminhando em terra seca, com uma parede de água de cada lado.
23 Os egípcios, com todos os seus cavalos, carros de guerra e cavaleiros, perseguiram o povo até o meio do mar. 24 Mas, pouco antes de amanhecer, do alto da coluna de fogo e de nuvem o Senhor olhou para o exército dos egípcios e causou grande confusão entre eles. 25 Ele travou[af] as rodas dos carros, dificultando sua condução. “Fujamos daqui, para longe do povo de Israel!”, gritaram os egípcios. “O Senhor está lutando por eles e contra o Egito!”
26 Então o Senhor disse a Moisés: “Estenda a mão sobre o mar outra vez, e as águas correrão fortemente de volta a seu lugar e cobrirão os egípcios, seus carros de guerra e seus cavaleiros”. 27 Assim, ao amanhecer, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e as águas voltaram fortemente a seu lugar. Quando os egípcios tentaram escapar, foram de encontro às águas, e o Senhor os arrastou para dentro do mar. 28 As águas voltaram e cobriram todos os carros de guerra e cavaleiros, todo o exército do faraó. Nenhum dos egípcios que havia perseguido os israelitas até o meio do mar sobreviveu.
29 O povo de Israel, por sua vez, atravessou pelo meio do mar, em terra seca, enquanto as águas formavam uma parede de cada lado. 30 Foi assim que o Senhor libertou Israel das mãos dos egípcios naquele dia, e os israelitas conseguiam ver os cadáveres dos egípcios na praia. 31 Quando o povo de Israel viu o grande poder do Senhor contra os egípcios, encheu-se de temor diante dele e passou a confiar no Senhor e em seu servo Moisés.
Cântico de libertação
15 Então Moisés e o povo de Israel entoaram este cântico ao Senhor:
“Cantarei ao Senhor,
pois ele triunfou gloriosamente;
lançou no mar
o cavalo e seu cavaleiro.
2 O Senhor é minha força e minha canção;
ele é meu salvador.
É o meu Deus e eu o louvarei;
é o Deus de meu pai e eu o exaltarei.
3 O Senhor é guerreiro;
Javé[ag] é seu nome!
4 Lançou no mar
os carros de guerra e as tropas do faraó;
os melhores oficiais egípcios
se afogaram no mar Vermelho.[ah]
5 Águas profundas os encobriram,
e afundaram como pedra.
6 “Tua mão direita, ó Senhor,
é gloriosa em poder.
Tua mão direita, ó Senhor,
despedaça o adversário.
7 Na grandeza de tua majestade,
derrubas os que se levantam contra ti.
Envias tua fúria ardente,
que os consome como palha.
8 Com o forte sopro de tuas narinas,
as águas se amontoaram;
como muralhas se levantaram
e no coração do mar se endureceram.
9 “O inimigo dizia: ‘Eu os perseguirei e os alcançarei;
eu os saquearei e deles me vingarei.
Puxarei minha espada
e com forte mão os destruirei’.
10 Mas tu sopraste com teu fôlego,
e o mar os encobriu.
Afundaram como chumbo
nas águas poderosas.
11 “Quem entre os deuses é semelhante a ti, ó Senhor,
glorioso em santidade,
temível em esplendor,
autor de grandes maravilhas?
12 Estendeste tua mão direita,
e a terra engoliu nossos inimigos.
13 “Com o teu fiel amor,
conduzes o povo que resgataste.
Com teu poder,
o guias à tua santa habitação.
14 Os povos ouvem e estremecem,
a angústia se apodera dos que vivem na Filístia.
15 Aterrorizam-se os líderes de Edom,
estremecem os nobres de Moabe.
Desfalecem os habitantes de Canaã;
16 espanto e terror caem sobre eles.
O poder do teu braço
os deixa paralisados, como pedra,
até teu povo passar, ó Senhor,
até passar o povo que compraste.
17 Tu os trarás e os plantarás
em teu próprio monte,
no lugar reservado, ó Senhor,
para tua habitação:
o santuário, ó Soberano,
que tuas mãos estabeleceram.
18 O Senhor reinará para todo o sempre!”.
BÍBLIA SAGRADA, NOVA VERSÃO TRANSFORMADORA copyright © 2016 by Mundo Cristão. Used by permission of Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, Todos os direitos reservados.